sexta-feira, 26 de maio de 2017

DEPECHE MODE ENJOY THE SILENCE

   * Por Amyr Cantusio Jr.


ESTE MÊS, A DICA TÉCNICA É COM O SINGLE MAIS POPULAR DA BANDA DEPECHE MODE ATÉ A ATUALIDADE. MESMO MAIS DE DUAS DÉCADAS APÓS SEU LANÇAMENTO, ENJOY THE SILENCE CONTINUA A SER UM DOS TEMAS FAVORITOS DOS FÃS, COM PRESENÇA OBRIGATÓRIA EM TODOS OS CONCERTOS.

Esta música virou um clássico. Pegajosa, simples, mas muito bonita. Enjoy the Silence é o 24º single da banda britânica Depeche Mode, lançado em 16 de Janeiro de 1990, pela editora Mute Records. A canção foi escrita por Martin Gore e foi o segundo single do álbum Violator. O single foi relançado em 2004, numa versão remixada por Mike Shinoda, com o título “Enjoy the Silence 04”.

Depeche Mode, lançado em 16 de Janeiro de 1990, pela editora Mute Records. A canção foi escrita por Martin Gore e foi o segundo single do álbum Violator. O single foi relançado em 2004, numa versão remixada por Mike Shinoda, com o título “Enjoy the Silence 04”.

A canção ganhou o prêmio de “Melhor Single Britânico” no Brit Awards de 1991. Inicialmente planejado como uma balada calma, com o próprio Gore na voz. Durante a gravação do álbum Violator, Alan Wilder, então ainda membro da banda, sugeriu a reestruturação do tema musical e a inclusão de uma linha de baixo marcada. O grupo gostou das ideias e a canção final acabou por ser interpretada por David Gahan.

Após o lançamento, “Enjoy the Silence”, tornou-se o single mais popular da banda até então. Mesmo mais de duas décadas após seu lançamento, continua a ser um dos temas favoritos dos fãs, com presença obrigatória em todos os concertos.

O videoclipe da versão original foi realizado por Anton Corbijn e filmado em diversos países europeus como Portugal, Espanha e Suíça. Nele, existe uma alternância de imagens da banda, com cenas que mostram o vocalista David Gahan disfarçado de rei com uma cadeira desdobrável debaixo do braço. O personagem passeia por diversas paisagens, em busca do silêncio, incluindo as planícies do Alentejo e praias do Algarve, até encontrar a paz num cenário montanhoso, coberto de neve. 

Aqui no vídeo tutorial da página 42  (Youtube/Piano) é exata a combinação de acordes. Você pode criar arranjos a partir desta harmonia básica/baixos, mão esquerda simples e tríades na mão direita. Eu toco assim também. Só que com arranjos mais complexos.

Divirta-se  !!


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*Amyr Cantusio Jr. é músico (piano, teclados e sintetizadores) compositor, produtor, arranjador, programador de sintetizadores, teósofo, psicanalista ambiental, historiador de música formado pela extensão universitária da Unicamp e colaborador da Revista Keyboard Brasil.







Wemerson de Souza Melo

* Rafael Sanit

DO FORRÓ AO GOSPEL, CONHEÇA WEMERSON SOUZA MELO, O “PEQUENO”. TECLADISTA, ACORDEONISTA, PRODUTOR MUSICAL, ARRANJADOR E ENDORSEE DA CASIO.

Mais conhecido como “Pequeno” ou abreviado PQNO, Wemerson de Souza Melo é tecladista, acordeonista, produtor musical e arranjador. Natural de Barreiras, na Bahia e apaixonado pela música, aos 15 anos ganhou seu primeiro teclado, um  CASIO CTK520. Um ano depois começou sua trajetória na música.

Primeiro integrou a banda dos amigos de seu bairro, sempre estudando, não parou mais. Foi aluno na escola Arte Maior onde teve aulas com a pianista Kátia. “Pequeno” já morou em vários Estados, tocando em várias bandas no anonimato, passando pelos estilos Baile, Forró, Sertanejo, Axé, MPB e Gospel.

Morando em Goiânia, Goiás, e com 34 anos, “Pequeno” já fez parte da banda da dupla Carlos e Jader, da banda do cantor Cristiano Araújo, e atualmente é tecladista da banda da cantora Marília Mendonça uma das mais famosas no segmento sertanejo da atualidade, fazendo shows por todo o Brasil e exterior, gravando DVDs e apresentando-se nos mais renomados programas da TV brasileira. 

Paralelo ao trabalho de tecladista, o músico produz diversos artistas em seu home estúdio; faz parte do grupo de endorsee da marca de teclado CASIO no Brasil tendo em seu setup o teclado MZ-X500 e um piano digital Prívia PX-5S, sempre agradecendo a Deus por tudo de abençoado em sua trajetória de vida.
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* Rafael Sanit é tecladista, Dj e produtor musical. Demonstrador de produtos Roland e Stay Music, realiza treinamentos para consultores de lojas através de workshops e mantém uma coluna na Revista Keyboard Brasil. É endorsee das marcas Roland, Stay Music, Mac Cabos, First Audio e Jones Jeans. 





MERCADO CERIMONIAL MUSICAL: busca pela excelência

 * Por Hamilton de Oliveira

ESSE MÊS, O ASSUNTO É  DISCIPLINA E VALORIZAÇÃO DO TRABALHO DO MÚSICO NO MERCADO DE CASAMENTOS NO BRASIL. UM DOS SETORES QUE MAIS MOVIMENTA A ECONOMIA DO PAÍS.

Segundo Friedrich Nietzsche, sem a música, a vida seria um erro. Essa frase caberia no mercado musical de cerimônias atualmente? Talvez o grande filósofo alemão teria repensado esse texto, caso ele vivesse no Brasil do século XXl, ao se deparar com músicas sendo executadas sem o devido profissionalismo e respeito merecido nas cerimônias matrimoniais.

De acordo com Instituto Data Popular e a Associação Brasileira de Eventos Sociais (ABRA-FESTA), o mercado de casamentos no Brasil cresce em torno de 10,4%, sendo considerado assim, um dos setores que mais movimenta a economia brasileira, mesmo em época de crise. 

No entanto, esse mercado tem atraído empresas de música que não estão preparadas para vender um produto de qualidade, no que se refere à execução musical, organização, logística de produção, entre outros fatores que fazem desse nicho um dos mais complexos do setor. Em muitos casos, é possível perceber o erro “gritante”  encontrado dentro desses grupos, como por exemplo o uso de playbacks mal feitos, dublagem na execução, músicos mal preparados tecnicamente para tocar um repertório exclusivo escolhido pelos noivos. Infelizmente a busca, na maioria das vezes pelo menor preço, faz com que os noivos não se atentem ao fato de que podem simplesmente estragar um ato cerimonial cuidadosamente planejado, por contratar empresas que não levam seu trabalho a sério.

Por outro lado, é possível reconhecer, com méritos, a visão com que várias empresas idôneas, tratam a música e as pessoas com o devido respeito, e mantém um profissionalismo eficiente e eficaz no seu trabalho. Grupos desse nível seguem uma rotina séria e exemplar, como ensaios regulares, arranjos exclusivos para cada cerimônia, contratação de músicos de qualidade, cachês compatíveis com o mercado de trabalho altamente exigente.

Uma dica que dou aos músicos que atuam nessa área é que se dediquem ao máximo, façam o seu melhor, procurem se organizar nos afazeres e estudem sempre. Além disso, mantenham a disciplina e evitem tocar por qualquer valor, pois só assim a classe musical será valorizada. 

Por outro lado, aos que buscam contratam alguém, é aconselhável observar se a empresa é conhecida no mercado, visitar pessoalmente o contratante em seu escritório e solicitar referências de outros casais que já o tenham contratado. Somado a isso, evitem barganhar o preço, pois quase sempre o barato sai caro. 

Parafraseando Nietzsche, a cerimônia com boa música seria um sonho, se todos os grupos levassem seu trabalho a sério.

Até breve.
Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor | João & Maria
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* Hamilton de Oliveira iniciou seus estudos no Curso de MPB/Jazz no Conservatório de Tatuí, formou-se em Licenciatura pela UNISO no curso de Música e Pós-graduou-se pelo SENAC em Docência no Ensino Superior. É maestro, tecladista, pianista, acordeonista, arranjador, produtor musical, professor e colaborador da Revista Keyboard Brasil.













KORG KROME

 Por *Fábio Ribeiro
COM UMA CARREIRA SÓLIDA DESDE A DÉCADA DE 80, O MÚSICO FABIO RIBEIRO - REFERÊNCIA BRASILEIRA EM TECLADOS NO HEAVY METAL, SINTETIZADORES E NOVAS TECNOLOGIAS, NOS APRESENTA SUA IMPRESSÃO PESSOAL, COM EXCLUSIVIDADE, SOBRE O KORG KROME.

Por mais que eu esteja absolutamente antenado nas mais recentes conquistas da tecnologia e suas novas e variadas formas de geração e execução de sons, tenho consciência de que o piano ainda é o melhor instrumento para compor música.

Melhor ainda se o instrumento estiver acompanhado de um bom sistema de gravação. Todavia, o piano é um dos instrumentos mais orgânicos e responsivos, um tipo de som que, som que, quando simulado através de dispositivos digitais, raramente satisfaz os pianistas que estão acostumados com a coisa real.

Geralmente, as melhores simulações estão presentes apenas nas linhas mais caras de teclados multifuncionais, ou somente em instrumentos digitais dedicados e menos flexíveis. 

O Krome apresenta sons de piano derivados do inigualável Workstation Korg Kronos, com todas as nuanças e detalhes, um exemplo único para um teclado multifuncional nesta faixa de preço. O sistema de gravação também está presente através de um poderoso sequenciador, o que torna o Krome excelente para composição, arranjo e produção, preservando ainda a facilidade de uso.

Para mim, além do som e da flexibilidade, um dos principais atrativos em Workstations Korg desde os primórdios do M1 é a interface de usuário, representada aqui por uma intuitiva tela sensível ao toque. É muito fácil programar sons, combinar timbres para performances ao vivo e administrar o sequenciador. Isto é muito importante para nós sintetistas - a rápida resposta do instrumento em relação às nossas ideias musicais. E, além de ser um instrumento elegante, de tamanho e peso amistosos, o Krome possui uma excelente presença de palco!

Aureo Galli, o korgmann, apresenta o KORG KROME.
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* Fabio Ribeiro - produtor musical, compositor e tecladista. Formado em piano erudito, integrou algumas bandas como: Annubis, Desequilíbrios, A Chave do Sol, Clavion, Overdose e Shaman. Ingressou como tecladista na primeira formação da banda Angra, realizando os primeiros concertos de sua história. Após um tempo, iniciou seus trabalhos como Consultor de Tecnologia Musical, trabalhando com empresas como Korg, Kawai e Clavia (Nord). Em 1999, retornou para a banda Angra para a turnê do álbum Fireworks. Atualmente, é tecladista da banda REMOVE SILENCE, com a qual foi indicado ao Grammy USA e está gravando o quinto trabalho a ser lançado ainda este ano. É um dos Artistas KORG no Brasil. Através da produtora Addictive Wave, produz bandas e trabalhos multimídia.




terça-feira, 23 de maio de 2017

DIOGO MONZO - APRESENTA TRIBUTO AO PIANISTA LUIZ EÇA 

 * Redação

MAIS UMA VEZ E, EM GRANDE ESTILO, DIOGO MONZO APRESENTA SEU MAIS RECENTE TRABALHO, DESSA VEZ EM HOMENAGEM A LUIZ EÇA, PIANISTA, ARRANJADOR, COMPOSITOR,  PROFESSOR E LÍDER DE UM DOS MAIS CRIATIVOS CONJUNTOS VOCAIS E INSTRUMENTAIS DA MÚSICA BRASILEIRA, O TAMBA TRIO, CONSIDERADO UM DOS MAIORES MÚSICOS BRASILEIROS DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX E, TALVEZ, O MÚSICO MAIS INFLUENTE DE SUA GERAÇÃO.



O jovem músico e compositor reconhecido internacionalmente Diogo Monzo lança o seu terceiro CD “Luiz Eça por Diogo Monzo”, tributo ao  pianista e compositor brasileiro Luiz Eça considerado por muitos como o “Músico dos Músicos”.


Na noite do dia 30 de maio, no Clube do Choro, na cidade de Brasília, Diogo Monzo fará estreia nacional deste cd lançado pelo selo Fina Flor. Participam, na formação do trio, dois grandes músicos: Di Steffano (bateria) e Bruno Rejan (contrabaixo).

Este show de lançamento nacional conta com a luxuosa participação da grande cantora Leny Andrade, considerada pela crítica nacional e internacional como ícone e lenda viva da música brasileira.

Diogo Monzo, Di Steffano, Bruno Rejan e a convidada especial Leny Andrade  estarão  a  espera  do  público  para  uma  grande  noite  de homenagens.


SERVIÇO:
Clube do choro 
DATA: 30 de maio - 21 horas
Setor de Divulgação Cultural, Bloco G - Eixo Monumental, Brasília, Distrito Federal. TELEFONE: (61) 3224-0599 SITE: http://www.clubedochoro.com.br/

LUIZ EÇA...
Luiz Eça (1936 – 1992), filho de mãe francesa e pai português, deu início aos seus estudos de piano aos cinco anos de idade e, em seguida, começou a estudar teoria musical. Entre 1957 e 1958, estudou no Conservatório de Música de Viena, na Áustria, sendo contemporâneo e amigo de Martha Argerich e, tendo como mestres, os professores Hans Graff e Frederich Gulda.

Ao voltar ao Brasil, estudou com os professores: Zina Stern (russa), madame Petrus Verdier (que foi amiga de Debussy), Jacques Klein, Homero Magalhães, Lucia Branco e Heitor Alimonda.

Sua carreira na música popular teve início em 1953, com apenas 17 anos, quando começou a atuar como pianista de casas noturnas e bailes de formatura no Rio de Janeiro. Em 1955, aos 19 anos, lançou seu primeiro LP: ”Uma Noite no Plaza”.

Frequentemente apontado como um dos mais importantes pianistas da música popular brasileira, seu trabalho – reconhecido no Brasil e no exterior –  compreende a formação do Tamba Trio em 1962.

Desde então, seu estilo tornou-se referência no piano, deixando um legado importante para a música brasileira, registrado nos seus 29 discos, entre gravações com o Tamba Trio. Com uma forma peculiar de compreender a música, consolidou-se como arranjador, autor de trilhas sonoras para teatro, cinema e televisão, além de lançar trabalhos solos.

Como orquestrador contribuiu com arranjos para os discos da carreira de Maysa, Milton Nascimento, Nara Leão, Gonzaguinha e vários outros artistas que fazem parte da antologia musical do país.

Sua música “The Dolphin”, gravada pelo pianista americano Bill Evans no álbum “From Left to Right,” em 1970, deu-lhe destaque internacional. Em 2004, Michel Legrand gravou o álbum “Michel Legrand – Luiz Eça”no Brasil.

Muitos se surpreenderam ao amanhecer do dia 25 de maio de 1992, quando os meios de comunicação anunciavam que, às 21 horas do dia 24 de maio de um domingo iluminado por luzes outonais, partira Luiz Eça, o Luizinho, grande personalidade brasileira, apagando as luzes e a voz dos pianos de todos os bares cariocas.

SAIBA MAIS SOBRE DIOGO MONZO:
https://play.spotify.com/artist/5WQDCMkE5lMq5H0lkHKQmc?play=true&utm_source=open.spotify.com&utm_medium=open
http://www.diogomonzo.com/
https://www.instagram.com/diogomonzo/
https://www.facebook.com/diogomonzooficial/
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http://www.deezer.com/album/10910068
https://twitter.com/DiogoMonzo







segunda-feira, 22 de maio de 2017

Débora Halász Talento brasileiro tipo exportação

* Por Heloísa Godoy Fagundes

VENCEDORA DE INÚMEROS PRÊMIOS, DENTRE ELES, O TROFÉU APCA E O GRAMMY LATINO, DÉBORA HALÁSZ, PIANISTA BRASILEIRA RADICADA NA ALEMANHA HÁ QUASE 30 ANOS, ESTÁ ENTRE AS PRINCIPAIS PIANISTAS LATINO-AMERICANAS DA ATUALIDADE. A REVISTA KEYBOARD BRASIL TRAZ, ALÉM DA MATÉRIA, UMA ENTREVISTA EXCLUSIVA!

Débora Halász, pianista e cravista, começou a estudar piano aos 6 anos de idade. Aos 10 anos, ganhou seu primeiro concurso e entrou para a Academia Magdalena Tagliaferro. Elogiada por Ingrid Haebler como “um dos talentos mais promissores do mundo pianístico”, estudou no Brasil com Beatriz Balzi e Myrian Daueslberg.

Conquistou vários concursos nacionais, como o  Sul América e o Chopin. Aos 15 anos, fez sua estreia nos palcos junto à Osesp - Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo após vencer o concurso de Jovens Solistas. Aos 19 anos, recebeu da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) o prêmio de melhor solista do ano com o concerto para piano n.º 3 de Rachmaninoff.

Após fazer bacharelado em Direito na Universidade de São Paulo (USP), a pianista ganhou uma bolsa do DAAD (Deutscher Akademischer Austauschdients (Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico) para se aperfeiçoar na Musikhochschule de Colônia com Pavel Gililov.

Ao longo de sua carreira, a artista tem se apresentado em festivais e séries de concertos por diversos países da Europa, Estados Unidos, Ásia e, também, na América Latina. Radicada na Alemanha há quase 30 anos, Débora Halász é docente na Hochschule für Musik und Theater de Munique. 

Em sua discografia, estão obras de vários compositores, como Alberto Ginastera, Dimitri Schostakovich, Hans Werner Henze, Carlos-Seixas e outros. A pianista também gravou 4 cds com a obra completa de Villa-Lobos para piano e este trabalho foi aclamado pela imprensa internacional como “a melhor interpretação de Villa-Lobos já realizada em disco” (Fanfare – EUA). Para o American Record Guide: “impossível imaginar uma advogada mais poderosa para esta música. Seu brilhante pianismo dá vida a todas as notas”.

Desde 1993, forma com o marido, o alemão Franz Halász, um duo de violão e piano, o Duo Halász. Em 2015, o Duo recebeu o Latin Grammy na categoria de Melhor Álbum de Música Clássica pelo cd “Alma Brasileira”, dedicado à obra de Radamés Gnattali.


Atualmente Débora Halász faz parte do time de talentos da ¹Virtuosi Produções Artísticas. 

ENTREVISTA...
Revista Keyboard Brasil – O que significa a música para você?
Débora Halász – A música, desde a minha infância, sempre foi parte da minha vida. Eu diria que ela praticamente determinou o andamento das coisas porque, desde cedo, eu me acostumei a dedicar um tempo significante a ela. Enquanto outras crianças brincavam na rua ou meus amigos, mais tarde, aproveitavam as férias viajando, eu passava este tempo estudando piano, me preparando para concursos ou concertos. É como se ao  lado do mundo "normal" eu coexistisse em um mundo aonde os sons musicais e o convívio com meu instrumento produzissem outras emoções, dessem outras asas aos pensamentos, estimulassem outras ideias, imagens, me fizessem companhia, me dessem conforto, soluções ou novas perguntas. E tantos anos viajando neste universo musical, sobretudo tendo a sorte de tocar um instrumento aonde o repertório é desta riqueza e dimensão inesgotáveis faz com que eu não saiba, talvez, me definir sem considerar a música que habita dentro em mim. Naturalmente, existem inúmeras outras coisas que me fascinam  na vida, no planeta e no convívio com outros seres e eu poderia imaginar, sem grandes problemas, uma vida sem o exercício da música como profissão, mas ela continuaria pulsando dentro das minhas células e influenciando minha consciência.

 Revista Keyboard Brasil – Fale um pouco sobre a música em sua família. Soubemos que sua avó tocava piano. Então, como foi sua infância nesse sentido?
Débora Halász – Meus avós paternos eram húngaros. Meu avô tocava violino e minha avó piano, mas como hobby. Chegaram a tocar em cinema mudo no início de vida aqui no Brasil para ganhar algum dinheiro. Meu avô materno era músico profissional mas ele faleceu antes de eu nascer. Com minha avó, a que tocava piano, eu tive uma convivência forte e ela me ensinava músicas populares húngaras no piano e vários chorinhos. Ela tocava os Choros de Zequinha de Abreu e Ernesto Nazaré de forma extraordinária. Eu esquecia do tempo ali. Ela tocava e eu repetia. Aprendia muitas coisas de ouvido porque das músicas húngaras ela não tinha partituras. Eu tinha sete, oito anos e tinha um repertório enorme de chorinhos por causa dela. Ela também tocava acordeom, cantava, dançava. Talvez tenha sido importante experimentar a música assim na infância desta forma tão prazerosa e alegre.

Revista Keyboard Brasil – Quais suas lembranças musicais mais antigas? O que se ouvia?
Débora Halász – São as aulas de piano que minha irmã recebia. Eu tinha uns três ou quatro anos e ficava ouvindo e olhando as aulas pela fresta da porta. Também tínhamos uma vitrola grande, um móvel, e muitos discos bem antigos, eram uns discos duros que existiam antes do vinil. Tinham umas gravações fantásticas ali como a obra de Chopin, os concertos com orquestra, também os concertos de Mendelssohn e Tchaikowsky para violino... Eu acho que meus avós tinham trazido grande parte da Europa. Ouvir aqueles discos era algo especial.

Revista Keyboard Brasil – Quem são seus compositores preferidos?
Débora Halász – Ter preferências significaria, de alguma forma, exclusão. Existem tantos compositores geniais, desde a Renascença, não haveria razão para dar preferência a alguns. Eu me deixo seduzir tanto pelos compositores conhecidos como pelos menos conhecidos e também pelos totalmente desconhecidos. Isto torna o trabalho muito mais excitante. O interessante é o envolvimento com a linguagem musical em si. Talvez eu tenha uma admiração especial por Brahms e Mahler, da forma como os mais profundos sentimentos encontram sua sublimação perfeita dentro daquele desenvolvimento harmônico. E existe a admiração também por Rachmaninov e Scriabin, pela forma como conseguiram explorar, de maneira brilhante, as possibilidades do piano moderno.  

Revista Keyboard Brasil – Certa vez você disse que ''O Brasil precisa aprender que música clássica é produto de exportação''. O Brasil é um celeiro de excelentes músicos e muitos fazem carreira fora do país, justamente porque aqui não há o espaço necessário, não se dá o valor necessário para que possam viver do seu trabalho. Na sua opinião, o que seria fundamental para reverter esse quadro?
Débora Halász – Bem, acho que o primeiro passo para se reverter qualquer quadro é tomar consciência dele. As pessoas sempre falam das riquezas naturais do Brasil, mas ninguém fala da riqueza humana. O problema crucial do Brasil é a educação, ou melhor, a falta de investimento na educação. Existe um apoio desproporcional às artes populares, de resultados rápidos e votos fáceis... Todas as outras expressões de cultura mais elaborada, a música erudita, literatura, artes plásticas, dança, teatro, etc... são negligenciadas. Não existe um planejamento nas verbas públicas que garantam continuidade à produção e à educação artística. E, justamente são através destas artes que um país é identificado e se torna respeitado. Na educação pública, é necessário dar a oportunidade a todos os cidadãos para  descobrirem e desenvolverem seus talentos. E, naturalmente de poderem trabalhar com isto. É isto que torna um país rico!!

Revista Keyboard Brasil – De todos os prêmios que você ganhou, qual você considera o mais importante?
Débora Halász –Todos foram importantes, uma recompensa pelo trabalho feito e motivação para os próximos. O prêmio Eldorado talvez tenha me dado, naquele momento, as melhores chances porque logo depois eu recebi a bolsa do DAAD para me aperfeiçoar na Alemanha, mas naturalmente o mais significativo foi o Latin Grammy por ter sido uma escolha entre todos os artistas e regravações realizadas mundo afora e muito poucos solistas até hoje terem ganho o prêmio.

Revista Keyboard Brasil – Você também é formada em Direito pela USP mesmo tendo a música como companheira desde a infância. Chegou a exercer essa profissão também? Fale sobre isso.
Débora Halász – Eu me decidi, ainda na escola, que seria importante ter uma outra profissão, justamente porque considerava, na época que eu era jovem, a carreira de músico muito incerta e arriscada no Brasil. O Direito foi uma escolha sem paixão, uma Faculdade que não me custava muito tempo nem esforço mas foi um ambiente muito estimulante intelectualmente, não pelos estudos, mas pelos colegas que conheci ali, por todas as discussões políticas, filosóficas, literárias... Eu fiz alguns estágios durante a Faculdade e fiz até o exame da OAB mas não cheguei a exercer a profissão porque logo depois de formada me foram apresentaram  perspectivas de seguir com a música no exterior.

Revista Keyboard Brasil – Até bem pouco tempo, a obra de Radamés Gnattali não era muito conhecida, mas hoje vários músicos têm apresentado ao  mundo a sua obra, como o Quarteto Gnattali e os pianistas Luís Rabello e Hércules Gomes. Como você conheceu?
Débora Halász – Eu realmente não conhecia praticamente nada do Gnattali quando vivia no Brasil. Conhecia o nome mas existia um certo preconceito no ar. Uma certa desvalorização. Eu realmente me surpreendi com a qualidade da obra quando ouvi Gnattali tocado pelo pianista canadense Marc Andre Hamelin. Aí comecei a buscar as partituras, o que é bastante complicado de conseguir, sobretudo fora do Brasil porque não estão editadas, e com isto surgiu a ideia do disco, Alma Brasileira, ganhador do Grammy Latino.

Revista Keyboard Brasil – A série de discos dedicada a Villa-Lobos (1887-1959) recebeu excelentes críticas (o trabalho foi considerado pela revista americana Fanfare "a melhor interpretação de Villa-Lobos já realizada em disco"). Como surgiu a ideia para realizar esse trabalho?
Débora Halász – Eu tinha me preparado para gravar um disco de Villa-Lobos, que acabou sendo o primeiro da série mas quando cheguei na Suécia para gravação, o chefe da Bis Records não me deixou muita escolha e me convenceu a ampliar o projeto a um número muito maior de discos. Foi fantástico este envolvimento com a obra de Villa-Lobos. Ele era um compositor genial e muito criativo! Nunca se torna repetitivo.

Revista Keyboard Brasil – Fale sobre o Duo Halász, que fundou em 1993 com o seu marido, o violonista Franz Halász.
Débora Halász – Nós nos conhecemos e casamos em 1991, ainda estudantes, mas logo veio a ideia de fazermos um trabalho juntos.  Começamos a pesquisar o que havia de repertório e a nos apresentar juntos. Gravamos nosso primeiro disco em 1994. O Franz é um violonista maravilhoso e com grande sonoridade. Apesar do piano moderno ser muito mais potente, eu não sinto diferença quando toco com ele ou com um instrumento de corda. E como tudo no casamento deu certo, o Duo musical também continuou....

Revista Keyboard Brasil –  Você também formou um quinteto (violão, piano, violino, contrabaixo e bandoneon) com músicos de Munique, da formação de tango. O que pode nos falar sobre isso?
Débora Halász – Este Quinteto surgiu através de um concerto que eu organizei na Faculdade em homenagem a Piazzolla. Nós tocamos no final do programa na formação que Piazzolla utilizava. Foi um sucesso espantoso. E nós nos entendemos tão bem que resolvemos levar a ideia adiante. Todos vivem em Munique apesar de ninguém ser daqui e todos são músicos excelentes com a ambição de fazer um trabalho de alta qualidade. Uma formação assim de câmara, quando todos buscam  o ideal da perfeição e deixam seu temperamento fluir é um acontecimento único.

Revista Keyboard Brasil – Como é sua rotina de estudos? Pratica todos os dias?
Débora Halász – Eu não tenho tempo para praticar todos os dias porque também leciono e viajo muito e também porque na minha vida a única rotina é passear com meu cachorro. Com o tempo a gente também aperfeiçoa a forma de estudar e as horas diárias da juventude se tornam desnecessárias. É um estudo muito mais efetivo.

Revista Keyboard Brasil – Continue a frase: "A música tem o poder de..."
Débora Halász – transcender a insignificância da existência humana.

Revista Keyboard Brasil – O foco da Revista Keyboard Brasil é o mundo das teclas, pioneira no mercado digital brasileiro. Poderia nos dar sua opinião a respeito de nosso trabalho?
Débora Halász – Toda a iniciativa de divulgação cultural é digna de reconhecimento, ainda mais com todas as dificuldades que o país apresenta neste sentido. Vocês estão de parabéns por realizar um trabalho assim sério e profissional.

Revista Keyboard Brasil – Projetos futuros?
Débora Halász – Projetos demais! O problema é dar conta. Estamos no andamento do nosso primeiro CD com o Quinteto, com obras de Piazzolla e com o Duo queremos reunir composições novas e exclusivas de compositores brasileiros e latino-americanos para nossa próxima turnê. Quero me dedicar também à gravação da obra para piano solo de Frank Martin. E comecei a compor! Gostaria de poder dedicar mais tempo à isto.

SAIBA MAIS SOBRE DÉBORA HALÁSZ:





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* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost writer e esportista. Há 20 anos no mercado musical através da Keyboard Editora e, há 10 no mercado de revistas, tendo trabalhado na extinta Revista Weril. Atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil - publicação digital pioneira no Brasil e gratuita voltada à música e aos instrumentos de teclas.