Eu, o estranho
segundo trabalho solo do músico PEPE BUENO
DE MANEIRA SUBLIME E REGADO MEDIANTE UMA VIBE POSITIVA, PEPE BUENO FORJA SEU PRÓPRIO SOM EM MEIO A UM LEQUE ADMIRÁVEL DE REFERÊNCIAS E INFLUÊNCIAS PORÉM, SEM EMULAR NINGUÉM!
* Por Mateus Schanoski
Produzido: Pepe Bueno, Junior Muelas e Alberto Sabella.
Mixado: Pepe Bueno e Alberto Sabella.
Gravado em São José do Rio Preto (SP): estúdio AREA 13 por Junior Muelas e Alberto Sabella.
Gravado em São Paulo (SP): estúdio Cake Walking por Edu Gomes.
Masterizado: em São Paulo por Daniel Lanchinho.
Arte e Capa: Fábio Matta.
Foto: Victor Daguano.
Lançado: abril de 2016.
Eu, o Estranho é o título nada esquisito do segundo trabalho solo assinado por Pepe Bueno, um simples músico, compositor, letrista e vagabundo multimidiático paulistano, também baixista da banda de Rock'n'Roll Tomada desde o início deste nosso novo velho século.
Gravado e mixado nos estúdios Área 13 (S.J do Rio Preto) por Alberto Sabella e Junior Muellas. E também no Cake Walking (São Paulo) por Edu Gomes. Masterizado por Daniel Lanchinho. Arte por Fábio Matta.
O álbum será distribuído de forma virtual pela Alumia/In Grooves para diversas plataformas digitais da Internet, incluindo página na Vevo, na qual cada canção será lançada mensalmente junto a seu respectivo webclipe, além do making of do álbum.
Pepe Bueno debutou como artista solo ao lançar o sugestivamente intitulado “Nariz de Porco não é Tomada” em meados de 2007. Registrado sob condições altamente festivas, o disco é regado a parcerias, canções cedidas por terceiros e diversas vozes incrementando a lista de, pelo menos, duas dúzias de músicos envolvidos em suas nove faixas.
Porém agora, em “Eu, o Estranho”, a história desenha-se de forma drasticamente diferente...
Desta vez, mentor absoluto da obra, Pepe compôs todas as oito faixas basicamente sozinho e, além de pilotar seu fiel Rickenbacker, também canta em todas elas e toca algumas guitarras e violões, amparado apenas pela dupla de músicos e produtores Juninho Muellas (bateria) e Alberto Sabella (teclas e cordas) em Rio Preto, com exceção de algumas participações de músicos da capital, essas registradas pelo também músico e produtor Edu Gomes no seu Cake Walking Studios, em São Paulo.
“Se Abra” inicia os trabalhos, coerentemente pole-posicionada, sob vários aspectos. Sugere abertura em termos holísticos, além de explícita homenagem ao grande Renê Seabra, figurinha emblemática na memória roqueira da night paulistana e autor da expressão ”Heybro, liga o PHODALIZER!”, única frase do tema instrumental verbalizada por Pepe, também servindo como deixa para seu solo de baixo totalmente entorpecido pelo efeito do mágico pedalzinho, tão adorado pelo saudoso Mr. Utchensky.
As duas faixas seguintes, “Rotina” e “Vale Dizer” soam como gêmeas, porém parecem também se completar como peças de uma “suite”. Puramente extraídas dos folks bretões dos Beatles e do Macca, dos (Small) Faces e, principalmente do Ronnie Lane solo (de quem Pepe é fã incondicional) misturadas ao nosso clássico Rock Brazuca tanto na saturação urbana quanto no êxodo rural, acabam por gerar autênticos híbridos do velho mutante seco e molhado com o novo baiano gerado logo ali, no clube da esquina, onde o sertão já virou mar e vice-versa e inverteram-se os pólos de nosso planeta, agora chamado água. Tudo graças àquela ponta que o Seixas deixou para nós há uns dez mil anos atrás...
“Bem a Vista”, com letra à altura e interpretação sempre sincera de Pepe, chega reforçada pelas vozes de Renata Ortunho e Fernando Fish. Também são audíveis nessa faixa as primeiras guitarras distorcidas do álbum, rasgando a marcação forte do Juninho Muelas, com caixa e chimbau simultaneamente acentuados. Alberto Sabella coloca a cereja no bolo, solando seu Hammond à la Purple, em clima bastante tenso. E, assim, termina o Lado A de “Eu o Estranho”.
“Última Prova” deixa bem claro e sem trocadilhos óbvios o fato de que Pepe conseguiu forjar seu próprio som em meio a um leque admirável de referências e influências sem emular, porém, ninguém! Desta vez tricotando voz e baixo de maneira sublime e com timbre digno de um Baixista de responsa, nosso protagonista mergulha mais uma vez em sua alma psicodélica, levando consigo o mesmo time da canção anterior em devaneios de marca já registrada. Pelo próprio.
Mais uma incursão ao Folk descrito nas faixas dois e três, “Tudo o que eu Queria” fecha a trinca em alto estilo, com nosso power trio agora acompanhado pelo ímpar Denny Caldeira. O clima da segunda parte é regado ao velho puro feeling de vibe positiva das levadas obrigatórias que correm nas veias de qualquer Rocker que se preze. Não tantos soltos por aí, é verdade, porém únicos e fáceis de se encontrar.
Chegamos ao Blues. À esta altura, Pepe já cruzou o arco íris e encontra-se lá, sempre sob a luz do Sol, lambuzando-se no “Pote de Mel” e tocando sua guitarra havaiana. Solos de Edu Gomes e Pi Malandrino se entrelaçam perfeitamente, bem naquela onda que Hendrix e Clapton surfaram pela primeira vez e que tornou-se elemento chave para os trabalhos guitarrísticos de qualquer grande banda, à sua escolha.
“O Estranho” encerra a viagem. Coescrita por Débora Camiotto, que também narra seu texto entorpecidamente recitado e perfeitamente sincronizado em meio ao que parece ser uma bagunça das boas, com Xande Saraiva ajudando a deixar tudo aparentemente... normal, mas só para quem não o é.
Enfim, parabéns à todos os envolvidos neste álbum de audição carismática e, pelos seus menos de trinta minutos, fatalmente repeatable, no ato. Não continue assim não Pepe, vá além e bata sua cabeça louca contra os céus.
As Músicas:
Se Abra (Pepe Bueno, Junior Muelas e Alberto Sabella)
BR-M8B-1400007
Pepe Bueno - Baixo e BassSynt
Junior Muelas – Bateria e Percussões
Alberto Sabella - Piano, Synth,Hammond, Teclados e Guitarra
Renata Ortunho - Pandeiro
Rotina (Pepe Bueno)
BR-M8B-1400005
Pepe Bueno - Baixo, Guitarra Havaiana, Violões e Voz
Junior Muelas – Bateria e Palmas
Alberto Sabella - Piano, Synth, Fender Rhodes e Teclados
Renata Ortunho - Vozes
Vale Dizer (Pepe Bueno)
BR-M8B-1400002
Pepe Bueno - Baixo, Guitarra, Violões e Voz
Junior Muelas – Bateria e Percussão
Alberto Sabella - Piano, Synth, Clavinet, Hammond e Teclados
Bem à vista (Pepe Bueno)
BR-M8B-1400008
Pepe Bueno - Baixo, Guitarra, Violão e Voz
Junior Muelas – Bateria
Alberto Sabella - Hammond e Teclados
Renata Ortunho e Fernando Fish - Vozes
Última Prova (Pepe Bueno)
BR-M8B-1400003
Pepe Bueno - Baixo, BassSynt, Guitarra, Violão e Voz
Junior Muelas – Bateria
Alberto Sabella - Hammond, Synth e Teclados
Renata Ortunho e Fernando Fish - Vozes
Tudo o que eu queria (Pepe Bueno)
BR-M8B-1400006
Pepe Bueno - Baixo, Guitarra, Violões e Voz
Junior Muelas – Bateria e Percussão
Alberto Sabella - Piano, Synth, Hammond, Teclados e Guitarra
Denny Cladeira – Voz
Pote de mel (Pepe Bueno)
BR-M8B-1400004
Pepe Bueno - Baixo, Guitarra Havaiana e Voz
Junior Muelas – Bateria e Percussão
Pi Malandrino – Guitarras
Edu Gomes – Guitarra
O estranho (Pepe Bueno e Débora Camiotto)
BR-M8B-1400001
Pepe Bueno - Baixo, BassSynt e Voz
Junior Muelas – Bateria
Alberto Sabella - Piano, Synth,Hammond e Teclados
Xande Saraiva - Guitarras
Renata Ortunho e Débora Camiotto - Vozes
ALBERTO SABELLA - músico e produtor musical
Alberto Sabella iniciou suas atividades musicais em 1989, ingressando no curso de piano clássico até 1997. Depois do interesse no piano, veio a bateria e o baixo. Em 1998, começou a tocar “bateria” em bares e casas noturnas acompanhando várias bandas e músicos da região. Já no ano de 2001, entrou como baixista na banda Hare, onde conheceu o baterista Junior Muelas. Em 2005, Muelas e Sabella (nas teclas) formaram a Estação da Luz. Que continua até hoje e está prestes a lançar o segundo disco. Como músico, Sabella participou de projetos com Sérgio Kaffa (ex-Terço, Sá e Guarabyra, Erasmo Carlos), Marcelo Watanabe, Os Beatolados (Beatles cover), Indústria Brasileira, entre outros. Em 2000, com Fábio Poles e Gustavo Vasquez montou o estúdio AREA13, onde várias bandas foram produzidas, em destaque para a banda paulistana Patrulha do Espaço, com o disco “Missão na Area13” em 2003 e para a banda Tomada com o disco “Voltz”, em 2004. Atualmente, produziu o disco “O estranho”, de Pepe Bueno. Em estúdio participou de mais de 20 discos de variados artistas, além de produzir jingles e trilhas.
Set de teclas ao vivo: korg Sv1; Oberheim ob3-2; Akai Miniak.
Set de teclas estúdio: Hammond C3 e leslie 147; Rhodes Mk1 Fender twin; Minimoog model D; Piano Suzuki 1/4; Elka Raphsody e Yamaha CP60m.
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* Mateus Schanoski é graduado em Piano Erudito (Conservatório Bandeirantes), Piano Popular (CLAM e ULM), Teclado e Tecnologia (IT&T). É tecladista, pianista, organista, sideman, arranjador, produtor musical, professor e colaborador da Revista Keyboard Brasil.
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