Música nos GAMES
COM O SUCESSO DOS GAMES EM TODO O MUNDO, CRESCE TAMBÉM A IMPORTÂNCIA DAS TRILHAS QUE EMBALAM ESSES JOGOS, COLABORANDO PARA QUE O JOGADOR SE SINTA CADA VEZ MAIS INTEGRADO À AÇÃO QUE SE PASSA NA TELA, SEJA DO COMPUTADOR OU DA TV.
Da redação
Segundo Janet Murray, no livro Hamlet no Holodeck: o futuro da narrativa no ciberespaço, nas décadas de 70 e 80 as pessoas viam os videogames como algo diabólico, porque eles adicionaram interatividade ao encantamento sensorial da visão, do som e do movimento. Muitos condenaram a estimulação fácil dos jogos, achando que eram viciantes e que poderiam representar o abandono dos livros. Porém, essa visão “apocalíptica” acabou não se confirmando.
Cursos, palestras, eventos, seminários e pesquisas passaram a analisar essa mídia como algo além de um “brinquedo para crianças”. Desse modo, os games vêm passando por um aprimoramento visual, sonoro e conceitual dia após dia.
Sob o aspecto sonoro, descobriu-se que as trilhas sonoras que embalam esses games, colaboram para que o jogador se sinta cada vez mais integrado à ação que se passa na tela, tornando uma experiência muito estimulante.

Analisando estas funções, podemos perceber que a trilha sonora dos games não serve mais apenas como “pano de fundo”. Cada canção, cada efeito sonoro, está em seu lugar, cumprindo sua função de ambientar e alertar o jogo tornando a experiência mais realista.
Alguns trabalhos musicais surpreendem por sua profundidade com a história, e, em certos casos como ICO, Shadow of The Colossus ou Journey, não se tem a voz do personagem, apenas momentos de ação e drama, onde a trilha sonora cabe como instrumento vocal. A partir disso, contam-se milhares de histórias que nos direcionam a universos diferentes.
Um FPS (jogo de tiro em primeira pessoa) que traz, geralmente, um clima tenso vem com sons que condizem com a tensão de um dado momento. Um jogo de aventura pode oferecer mistério e ação e, entre esse meio termo, a trilha também se equilibra de acordo. Os jogos de terror também podem constar aqui, já que Dead Space chegou a ganhar prêmios por seu set.
Todo o trabalho envolvido nesse nicho é parecido com o da indústria cinematográfica. Orquestras, bandas e músicos consagrados são contratados para criar a emoção de um game. Mas como deve ser fazer parte disso? Como deve ser estar atrás da batuta ou dos instrumentos? Leia, a seguir.
CRIANDO MÚSICA PARA GAMES...

Outro compositor japonês, mundialmente famoso é Koji Kondo criador de trilhas sonoras para os jogos de videogame da empresa Nintendo. Seus principais trabalhos ficaram conhecidos nas séries Super Mario, Star Fox e The Legend of Zelda, entre muitos outros.
Renomados compositores de trilhas sonoras para cinema (sem contar as orquestras), também são contratados para compor trilhas para games. É o caso do compositor, maestro e produtor musical britânico Harry Gregson-Williams (Hotel Paradise, Shrek, X-Men e O Diário de Bridget Jones), contratado para compor a trilha de Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty e Call of Duty: Advanced Warfare.
Alguns dos nomes do cenário Pop também se renderam ao mundo dos games. Entre eles: Trent Reznor (Quake, Black Ops II), Beck (Sound Shapes) e Paul McCartney (Destiny). E não é difícil entender o motivo: uma mistura de diversão com uma experiência totalmente diferente de compor para filmes ou tocar ao vivo.
NO BRASIL...

É o caso de Thiago Adamo. Gamer desde pequeno, Adamo estudou em conservatório, teve bandas de rock nos anos 90, foi DJ até que, em 2008, criou a Pixel DJ para trabalhar como artista e produtor de trilhas para games. “No videogame, a música tem uma diversidade maior e não pode atrapalhar o jogador”, diz Adamo. “Por exemplo, num jogo MMO (game online onde o jogador interage com diversas pessoas, e o jogo não tem fim), a música não pode atrapalhar a imersão do jogador. Já nos jogos de celular, a música é um componente importante da diversão”.
Hiroshi Mizutani e Emerson Sperandio representam outro perfil de artistas musicais que embarcam na aventura de compor trilhas para games. Ambos são músicos de apoio do cantor Lulu Santos e assinam a trilha do game Critical Mass.
Para Pedro Bromfman, autor da trilha de Tropa de Elite, entre outros, a transição do cinema para games não foi assim tão simples. “No cinema tenho controle total da música. No game é diferente. O jogador pode levar 2 ou 15 minutos em uma cena. Então, temos que criar uma série de loopings”, diz o músico.
O MERCADO...

Assista ao vídeo criado pelo músico e compositor Marcelo Martins, fundador da empresa Clefbits – produtora especializada em criar trilhas sonoras para games com sede no Canadá. https://vimeo.com/marcelorocha
Uma das formas de fortalecer a cena é com eventos como o Game Music Brasil. “O objetivo do Game Music Brasil é fazer com que os músicos descubram este novo mercado, que tem crescido a cada ano”, diz Sérgio Murilo de Carvalho, idealizador do evento que reúne bandas cover, produtores de trilhas e desenvolvedores de jogos indie.
As razões, motivos, inspirações para entrar numa sala de produção e fazer algo relativamente grandioso para um jogo são resultado de muito amor, dedicação e horas a fio dentro de um estúdio; um trabalho ainda a ser valorizado no Brasil.
E aí, convencido de que a música desempenha um papel muito importante nos jogos? Então, deixe sua opinião! Mande seu email para contato@keyboard.art.br
Para saber mais, é só acessar: www.gamemusicbrasil.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário