quarta-feira, 24 de agosto de 2016


THAIS ANDRADE: Talento, beleza e 
música!

NOS ÚLTIMOS QUINZE ANOS, EM DECORRÊNCIA DA POPULARIZAÇÃO DA MÚSICA SERTANEJA E DO FORRÓ NO BRASIL, NOVOS TALENTOS SURGEM ATRAÍDOS PELO ENCANTAMENTO DE UM INSTRUMENTO PESADO E DE DIFÍCIL TÉCNICA. EM TERRAS DE EXPOENTES COMO DOMINGUINHOS, LUIZ GONZAGA E SIVUCA, JOVENS COMO A PAULISTA DE SANTO ANDRÉ, THAIS ANDRADE  ADOTAM O ACORDEON COMO INSTRUMENTO DE TRABALHO, ESBANJANDO UM VISUAL MODERNO E MUITO TALENTO.


* Por Heloísa Godoy Fagundes

Trajetória...


A música faz parte da vida de Thais Andrade desde a infância, quando se encantou pela banda que tocava na igreja onde frequentava com seus pais. Com apenas 14 anos de idade tornou-se tecladista profissional, acompanhando artistas dos mais variados estilos. 

O acordeon surgiu em sua vida por acaso, após ganhar o instrumento de uma dupla sertaneja com a qual costumava trabalhar. Talentosa e sempre em busca do aprimoramento profissional, entre seus inúmeros compromissos nunca deixou de frequentar cursos em instituições conceituadas como o Conservatório Souza Lima, a Universidade Livre de Música e a Faculdade de Artes Alcântara Machado. Trabalhou durante 10 anos com a banda de uma casa especializada em country e sertanejo, a Villa Coutry, onde acompanhou vários artistas do estilo. Atualmente, a jovem continua acompanhando artistas, realizando workshops, consultorias e gravações.

Endorser de marcas como Roland e Santo Angelo, Thais Andrade surpreende por seu visual moderno, sua jovialidade e principalmente, por sua qualidade e capacidade musical. 



ENTREVISTA...

Revista Keyboard Brasil – Thais, fale sobre seu primeiro contato com a música.
Thais Andrade – Comecei a me interessar por música bem cedo, quando era criança e frequentava a igreja com meus pais. Via o pessoal da banda tocando e ficava encantada. Meus pais perceberam e me deram um teclado de brinquedo. Desde então chegava da igreja e ficava tentando “tirar” as músicas, mesmo sem saber nada. Meus pais novamente sempre atentos, viram meu interesse e me colocaram na aula de teclado...  À partir daí nunca mais parei.

Revista Keyboard Brasil – Você começou a carreira musical ainda muito cedo. Com apenas 14 anos de idade, era tecladista profissional, acompanhando artistas dos mais variados  estilos. Por que se encantou pelo acordeon? O que te chamou a atenção para esse instrumento?
Thais Andrade – Eu tocava teclado com uma dupla sertaneja e fazia todos os solos de acordeon no teclado, até que um dia eles compraram um acordeon caindo aos pedaços e me disseram: “se vira, aprende...” (risos). Fui aprender e comecei a amar o acordeon, que hoje em dia virou meu instrumento principal.

Revista Keyboard Brasil – Lembra da primeira música que tocou no acordeon? 
Thais Andrade – Ah, essa é fácil... Asa Branca, do mestre Luiz Gonzaga.

Revista Keyboard Brasil – Quais as suas influências musicais no passado e no presente?
Thais Andrade – Tive várias fases... A fase do metal melódico e progressivo, ouvindo Stratovarius, Yes, etc. A fase do instrumental com Chick Corea, Michel Camilo. A fase do MPB de Elis Regina com os pianos do Camargo Mariano, a fase do regional com Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Renato Borghetti e, hoje em dia, escuto um pouco de tudo: música sertaneja, Pop, Rock'n Roll... Acho que o músico precisa ouvir um pouco de tudo e estar sempre atualizado.

Revista Keyboard Brasil – Qual a sua formação musical e\ou acadêmica?
Thais Andrade – Estudei piano popular no conservatório Souza Lima, Acordeon na antiga ULM, e novamente piano na FAAM. Nos intervalos tinha aulas particulares. Sempre é bom estudar para não ficar enferrujada (risos).

Revista Keyboard Brasil –  O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Thais Andrade – Mais feliz é poder amar meu trabalho. Tantas pessoas trabalham com o que não gostam apenas para ganhar dinheiro. Tenho a sorte e a felicidade de trabalhar e me sustentar com o que mais amo fazer na vida. O que me deixa triste é ver a desvalorização das casas de shows e a falta de profissionalismo de alguns “músicos” que não valorizam o próprio trabalho.

RKB – O que você tem ouvido ultimamente?
TA – Os últimos discos que tenho ouvido muito são do Dirty Loops e Rosa de Saron.

RKB – Quais os estilos musicais mais te agradam ao som do acordeon? 
TA – Dominguinhos, amo as melodias, o feeling dele.

RKB – Falando sobre a tecnologia e o convencional, qual a sua preferência? O acordeon digital ou o convencional? Quais os prós e os contras de ambos, na sua opinião? 
TA – Gosto mais do digital, pela praticidade e os recursos que ele oferece. É bom ter um instrumento que você pode viajar de Norte à Sul sem se preocupar com afinação, se o som da casa de shows estará bom, etc. Plugo um cabo e saio tocando, sem erros! Mas o acústico tem o seu lugar reservado em meu coração, também possuo um, e acho que o ideal é ter os dois. Cada um atende melhor para determinado trabalho ou som que for fazer. 

RKB – Fale sobre seu trabalho com a Roland e a Santo Angelo. 
TA – Tenho parceria com a Roland desde 2009. Sempre fui fã da marca, tive vários teclados antes mesmo de nem sonhar estar nesse time. Tive JX305, RS-9, XP30, XP60, XP80 , JUNO Di, Fantom Xa, Fantom G7, etc... Gosto da sonoridade e praticidade da Roland. Meu trabalho é ser especialista de produtos, tenho que desvendar todos os segredos dos instrumentos (teclado, piano, acordeon) e, à partir daí, auxiliar vendedores do Brasil todo, fazer vídeos reviews, comparativos de produtos, etc. É um trabalho que gosto muito e agradeço a Deus todos os dias pela oportunidade. Sou endorseer da Santo Angelo e a empresa virou minha parceira também desde o início do ano, me auxiliando com os melhores cabos para deixar meu som melhor.  

RKB – Sabemos que você ministra aulas de acordeon. Falando sobre a postura, a Revista Keyboard Brasil já abordou há algum tempo esse assunto relacionado aos pianistas/tecladistas e os problemas causados pela má postura ao executar tais instrumentos. O Acordeon é um instrumento muito pesado. Como você resolve esse problema? Qual a postura ideal? Quais as dicas para quem gostaria de iniciar nesse instrumento?
TA – Sim, é um instrumento que exige um certo cuidado. Eu uso o acordeon da Roland, que já é mais leve que os acústicos, e isso me ajuda muito. Mas independente do tipo de instrumento, é importantíssimo exercícios de alongamento antes e depois de cada show, e fazer exercícios físicos para fortalecer a musculatura para aguentar o peso. Quanto à postura, o ideal seria tocar sentado, mas confesso que eu mesma não sigo essa dica. Gosto de tocar em pé e interagir com a banda, o que causa umas dores dependendo do tempo de show se eu não cuidar direitinho.

RKB –  Tirando a postura, quais os principais vícios e erros devem ser evitados pelo estudante desse instrumento? 
TA – Estudar ou tocar muito tempo sem pausas, principalmente se não fizer alongamentos.

RKB – Há algum tempo também abordamos a utilização do acordeon no Rock'n'Roll. Bruce Springsteen, Bob Dylan, Paul Simon, Talking Heads e The Who são uns desses exemplos. Pode nos citar algumas músicas desse estilo que mais te agradou ao ser incorporado esse instrumento?
TA – Fui ao show do Queen quando eles vieram para São Paulo com a formação com o Paul Rodgers no vocal e, nesse show, o tecladista usou um acordeon (um digital, por sinal). Achei sensacional, sou suspeita, mas acho o timbre do acordeon maravilhoso, em qualquer gênero.

RKB – Nos últimos 20 anos, a música sertaneja de raiz foi se modificando e a viola começou a ser acompanhada pelo acordeon, harpa, guitarra e teclado. Assim surgiu o que foi chamado de sertanejo universitário, onde a música  adere a elementos utilizados em ritmos como pop, axé, rock, forró e até funk. As músicas passaram a ser produzidas para agradar a um público maior e mais jovem. Duas perguntas: Para você, aliar tantos instrumentos ao sertanejo te agrada? O que você pode nos dizer sobre essa modernização que fez com que a essência do sertanejo fosse perdida? 
TA – Eu gosto dessa mistura, acho importante a música se moldar ao cenário atual em que vivemos, é uma evolução, a gente gostando ou não. Essa modernização faz com que o público jovem escute música sertaneja, o que antes era visto com algo vergonhoso, e essa entrada da galera mais jovem à música sertaneja universitária faz com que muitos procurem as raízes, e acabam escutando os clássicos.

RKB –  Quais seus projetos futuros? 
TA – Atualmente acompanho artistas sertanejos e artistas populares no geral. Para o futuro, pretendo fazer um projeto meu, com músicas minhas, já que gosto muito de compor também. 

RKB – Quem quiser fazer aulas de acordeon com você, onde poderão te encontrar? 
TA – Quem quiser,  pode entrar em contato comigo pelo e-mail: contatothaisandrade@gmail.com ou pelas redes sociais. Dou aulas tanto do instrumento como também consultoria sobre acordeon digital e teclados.

RKB – Parabéns pelo seu trabalho, muito obrigada pela entrevista e sucesso sempre! 
TA – Muito obrigada! Obrigada também pela oportunidade de falar um pouco sobre mim e meu trabalho para milhares de pessoas. Contem comigo sempre. Bons sons à todos.
SAIBA MAIS SOBRE THAÍS ANDRADE:
https://www.instagram.com/thaisandradeoficial/?hl=pt-br
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https://www.youtube.com/user/thaisandradeoficial

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* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost writer e esportista. Amante da boa música, está há 10 anos no mercado musical de revistas. Já trabalhou na extinta Revista Weril e atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil.


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