quinta-feira, 25 de agosto de 2016

PEDRO FROHNKNECHT - Inteligência intuitiva musical

CONHEÇA O JOVEM COMPOSITOR E GUITARRISTA INDEPENDENTE, PEDRO FROHNKNECHT – POSSUIDOR DE UM TRABALHO SINGULAR, DE ESTILO PRÓPRIO E IDEIAS MUSICAIS PRECIOSAS.
* Da Redação


O carioca Pedro Cavalleiro Frohnknecht, 37 anos, iniciou seu contato com a música ainda criança, com  idade de 7 anos,“eu tinha uma escaleta, gostava de brincar com aquele negócio, não entendia nada de música mas já construía melodias”. Aos 14 foi contagiado pelo som das guitarras distorcidas do rock, “aquilo era algo fantástico, não pela atitude do rock ou qualquer coisa nesse sentido, mas apenas pelo simples contato das mãos nas cordas de uma guitarra distorcida, e esta prontamente respondia com um ruído que parecia vir das profundezas do inferno”. E, desde então, trilha pelo caminho da música expondo a sua arte através das seis cordas. Formou-se pelo IG&T e pela EMVL. Tocou com importantes nomes da guitarra como Mozart Mello, Kiko loureiro e Paul Gilbert, “foram eventos isolados na minha carreira, não foi algo constante, assim como o é tocar em uma banda mas o Paul realmente ficou impressionado com a minha performance”.

ENTREVISTA...
Revista Keyboard Brasil – Como é o seu processo de composição ?
Pedro Frohnknecht – Não se trata de  um processo. Veja que a palavra processo significa uma ação que expressa continuidade na realização de determinada atividade. Então, um processo  traduz um movimento  e deve ocorrer em determinado espaço de tempo. A minha forma de compor é intuitiva e, assim, a minha música é apenas percebida e não construída. Tudo ocorre fora do espaço de tempo. Logo, não existe processo de composição nenhum.

Revista Keyboard Brasil – Que estilo de música mais te influenciou em sua formação musical?
Pedro Frohnknecht – Basicamente Heavy Metal.

Revista Keyboard Brasil – O seu trabalho não parece ter elementos do Heavy Metal, já que as suas músicas  são, na maioria, composições no teclado, sem uso de guitarras distorcidas, sem uma  banda orgânica e tudo mais que caracterizaria esse gênero musical.
Pedro Frohnknecht – Se você buscar por rótulos, vai acabar por classificar a minha música de acordo com a sua própria percepção. A sua percepção é moldada pelo seu senso crítico,  e aquela pode não corresponder à realidade, já que se trata de uma visão pessoal. Antes da minha música ser classificada de forma específica, ela é unicamente, música. Eu sou um músico, eu faço música. 

Revista Keyboard Brasil – Você tem influência da música brasileira? Gosta da música que é feita aqui no Brasil?
Pedro Frohnknecht – Não, de uma forma geral, eu não tenho influência desse tipo de música e não gosto de música brasileira, seja ela instrumental ou canta-da. Sei da importância que é atribuída à música que é produzida pela nação e dos heróis que foram fabricados por esta. Mas para mim, a música brasileira não é nem um pouco cativante. Eu percebo que a maioria das letras é concebida com o intuito de afirmar ou ratificar um complexo de inferioridade subliminar que permeia a nossa cultura social e que é decorrente do imaginário coletivo o qual surge da identificação da coletividade com os preceitos do senso comum. O senso comum impõe padrões e, assim, a  música fica padronizada. Isso cria barreiras e impede a expansão da percepção naquele que escuta tal tipo de música. Com a percepção minada, o discernimento crítico se torna instável e duvidoso, e a tendência passa a ser a de seguir a massa e de repetir padrões de comportamento. Essa questão é muito delicada, pois todo esse cenário criado, impede a evolução da própria arte e faz o povo se afundar cada vez mais na sua própria ignorância. Infelizmente, as mensagens disseminadas por esse tipo de música, corroboram com a identidade  frágil que o povo possui e dá-se muito mais ênfase ao conteúdo de uma suposta ideologia que estaria sendo transmitida através da letra da música, do que à música em si. Isso ocorre porque o ouvinte não quer ouvir a música, mas quer ouvir uma mensagem com a qual possa se identificar para assim reforçar o seu senso de pertencimento; para se sentir perten-cendo a um mundo no qual acredita que vive, mas que foi construído por ele próprio, na mais profunda obscuridade do seu ser,  e se isso tudo tiver uma roupagem musical, então a música funciona. O brasileiro, de uma forma geral, ouve uma música, mas não a escuta. Olha para uma paisagem, mas não a vê. Fala alguma coisa, mas não diz nada. Sorri, quando está sofrendo. Vive, mas já está morto.


RKB – Você é um guitarrista. Por que gravou a maior parte das suas músicas no  teclado?
PF –  Foi por uma questão de ocasião. Eu morei na Alemanha por algum tempo e, nesse período, trabalhei como músico de rua tocando guitarra e utilizando playbacks de fundo. Esses playbacks eram criados por mim, com um programa de computador e um sintetizador. Voltei ao Brasil e, ao ouvir novamente aqueles playbacks, percebi que neles haviam ideias musicais preciosas, que deveriam ser difundidas globalmente,  para o bem da humanidade. Então, por um ato de compaixão, de amor ao próximo, resolvi  editar esses playbacks para que tivessem a forma de uma música, e  se tornassem  acessíveis a todo tipo de público. 

RKB – Mas por que divulga composições feitas no teclado, se você é guitarrista?
PF – Sou um guitarrista, mas antes de sê-lo, sou um músico. Se o meio utilizado me permitiu a consecução do fim almejado, então toda a perfeição se consumou. O instrumento é um mero instrumento, é apenas um canal através do qual a música se revela. A minha formação como instrumentista é, sim, como guitarrista e como um guitarrista virtuoso. Mas, sob o ponto de vista musical, isso é indiferente, pois a minha música não vem do meu virtuosismo técnico. Ela está além disso.

RKB – Então a sua técnica musical não é importante?
PF – Não, pois se você tem uma técnica limitada e esta não permite que você se expresse musicalmente, você não é um músico. Se você tem uma técnica virtuosística  e não consegue se expressar musicalmente, você não é um músico. Porém, se você não tem técnica nenhuma e consegue se expressar musicalmente, então você é um músico.

RKB – O que você pretende ao divulgar as suas músicas virtualmente? 
PF – Eu não pretendo nada. Me ocorreu apenas que eu deveria disponibilizar as minhas músicas de forma que o maior número de pessoas pudessem ouví-las, por que eu as considero como um trabalho de extrema singularidade. 

RKB – A sua música Howling Winds tem uma sonoridade um tanto quanto macabra. Em que você se baseou para compô-la?
PF – Eu compus essa música quando estava na Alemanha. Lá, é um lugar muito frio e, na maior parte do ano, o céu é cinzento. Em determinadas épocas, as árvores exibem os seus galhos nus e retorcidos e ficam sem folhas as quais pairam  suavemente sobre o chão em um longo manto amarelado. Toda essa atmosfera mórbida me tomou e daí veio a inspiração para compor essa música. Para mim, ela é a que mais reflete o momento vivido na ocasião em que foi composta.

RKB – Deixe uma última mensagem para o leitor da Revista Keyboard Brasil.
PF – Prezado leitor da Revista Keyboard Brasil, não hesite em buscar os seus sonhos. Porém, investigue-os, perceba a real natureza deles, e considere a possibilidade dessa busca ser uma busca vã. Observe que cada sonho criado pela sua mente, não passa de um pensamento minuciosamente construído e impossível de ser alcançado, exatamente por se tratar apenas de um pensamento e, assim, não correspondente à realidade. Reconheça  o aspecto ilusório de cada imagem criada pela sua mente pensante, e não se deixe sabotar por esta. Se a sua mente diz para você ser um músico, desconfie dela, pois a natureza da mente é a instabilidade, a incerteza, a inquietação.  Se a sua mente diz que você é uma pessoa feliz, desconfie dela pois tudo que teve um início terá um fim. A felicidade tem um fim, a infelicidade tem um fim. Então, o preço da sua felicidade vai ser invariavelmente a sua infelicidade, e esta brotará exatamente a partir do momento em que aquela findar. Não crie nenhuma expectativa, não busque resultados fruitivos, não execute nenhuma ação almejando qualquer ganho para si próprio, pois se você fizer isso, vai obter justamente o contrário e vai se afogar em um oceano de  desolação.

Ouça as músicas de Pedro Frohnknecht:

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