quarta-feira, 3 de maio de 2017

BOURBON STREET MUSIC CLUB

UM AMBIENTE INTIMISTA, CHARMOSO, EXTREMAMENTE CONVIDATIVO E SITUADO NA CIDADE DE SÃO PAULO. ESTOU FALANDO DO BOURBON STREET MUSIC CLUB!

* Por Heloísa Godoy Fagundes

Música é tudo de bom e por que São Paulo é considerada a capital de todos os ritmos? Porque dentre tantas casas de shows, uma faz história há mais de duas décadas.

Qual endereço na cidade pode se dar ao luxo de expor logo na entrada uma guitarra autografada por B.B.King ou o colorido paletó de Ray Charles exposto atrás de um vidro? Ou um sem-número de fotos autografadas que compõe a decoração?

Seja nas mesas iluminadas por velas, seja no balcão que reproduz um piano, o Bourbon Street Music Club situado no bairro de Moema, é uma das mais famosas e incríveis casas  que conta com apresentações diárias de jazz, blues, soul, rock e ritmos latinos. O palco baixo aproxima os músicos da plateia, tornando os shows mais intimistas.

Por lá já passaram mais de 700 artistas consagrados internacionalmente, como B.B.King, Ray Charles, Nina Simone, Diana Krall, Johnny Rivers, Dianne Schuur, Marcus Miller, Billy Paul, Ron Carter, Take Six, Koko Taylor, Chucho Valdés, Jimmy Smith, John Pizzarelli e, no próximo 1 de maio, será a vez do fantástico Cory Heny. O astral do Bourbon Street é tão mágico e inexplicável que a boa energia acontece naturalmente, propiciando as famosas jams, como aconteceu com George Benson, Vernon Reid (Living Colour) e Ron Wood (Rolling Stones), entre tantos outros.


Vozes nacionais nos estilos MPB, soul e jazz também têm a sua vez. A casa já contou com apresentações de estrelas como Nana Caymmi, Naná Vasconcelos (RIP), Elza Soares, Ed Motta, Jorge Ben Jor, Pedro Mariano, Cláudio Zoli, Paula Lima, Patrícia Marx, Maurício Manieri, Leny Andrade, Romero Lubambo, Zimbo Trio, Dori Caymmi, Toninho Horta, Léo Gandelman, Robertinho Silva, Baden Powell, João Donato, Duofel, Max de Castro, Simoninha, Luciana Mello e Jairzinho Oliveira.

O Bourbon Street possui todos os itens necessários para o sucesso: excelência na preparação de eventos e shows, ótima infraestrutura e impecável gastronomia. Os paulistanos estão em boas mãos!

A HISTÓRIA... TRAJETÓRIA ÍMPAR E SINGULAR!!

O Bourbon Street Music Club foi fundado no dia 13 de dezembro 1993. Sua criação foi idealizada por um veterinário, músico e visionário que se apaixonou pela cidade de New Orleans (EUA) – berço do jazz e da música negra – logo em sua primeira visita. Inspirado pela magia e singularidade do lugar, Luis Fernando Mascaro abraçou o sonho de trazer um pedaço daquela cidade para São Paulo.

Depois de compartilhar a ideia com o amigo e cunhado Edgard Radesca, engenheiro e amante do Jazz, viajaram novamente a New Orleans para dar início à concretização do projeto-sonho: construir um templo da música negra, trazendo a magia dos bares de New Orleans também na arquitetura, ambiente, culinária, além dos drinks típicos.

Outros dois cunhados se juntaram ao projeto e após quatro anos de uma obra que parecia interminável, a inauguração do clube noturno foi um sucesso estrondoso. Plateia lotada e shows inesquecíveis do saudoso mestre do blues B.B. King - que acabou se tornando o padrinho da casa.

Mais do que uma casa de shows, o Bourbon Street se revelou como um lugar agradável, original e intimista, inspirado nas casas da famosa rua do French Quarter de New Orleans. Paredes de tijolo à vista, colunas com arcos de ferro retorcido, mezaninos ornamentados com janelas rústicas e luminárias, sem esquecer do famoso bar piano (balcão em forma de piano de cauda com as teclas desenhadas).

Hoje, o Bourbon Street é sinônimo da boa música ao vivo. Tornou-se ponto de referência em São Paulo e no Brasil, e já está na história do circuito do jazz e do blues mundial. 

ENTREVISTA...
Revista Keyboard Brasil – Primeiramente gostaria de parabenizar pela infraestrutura  e seriedade com que você comanda a casa. 
Edgard Radesca – Obrigado pelas palavras Heloísa. A infraestrutura é ponto  de honra da casa desde a sua abertura, com equipamentos sempre de alta qualidade e atualizados. Hoje em dia, toda a casa é Yamaha. Uma parceria muito importante para quem precisa ficar aberto de terça-feira a domingo, porque temos um piano híbrido fabuloso o N3GMCWN, porque não requer afinação, ele emula maravilhosamente e grandes pianistas tocam com ele aqui.  Então, a infraestrutura é uma questão de honra da casa e raramente a gente tem que acrescentar alguma coisa. Para você ter uma ideia, quando Pat Metheny veio tocar no Brasil ele procurava, além de um grande show, fazer numa casa menor, uma coisa mais jazzística. A única casa no Brasil que atendeu tecnicamente Pat Metheny foi o Bourbon Street. Esse é um exemplo de vários outros. Quanto à sonoridade, faz parte dessa filosofia, de fazer a coisa bem feita, a honestidade e a qualidade. Qualidade aliás, é ponto de honra da casa! Tenho uma equipe excelente! Parceiros que formam uma grande família, seja na área de bar e restaurante, que são sempre muito elogiados e na área de produção técnica, com parceiros fabulosos, a começar por Herbert Lucca, Inês Medaglia, a Maria Fernanda e o Andrew que cuida da parte técnica e os nossos operadores Sérgio e Zinho. Então, toda essa equipe é responsável pela alta qualidade da casa, porque ninguém faz nada sem ter em volta, gente motivada e altamente competente.

Revista Keyboard Brasil – Quando você e seu sócio, Luis Fernando Mascaro, se juntaram para a criação do Bourbon Street Music Bar, imaginaram que a inauguração do clube noturno seria um sucesso estrondoso? A que se deveu esse sucesso?
Edgard Radesca –  Bom, você cria uma coisa sempre pensando alto, pensando no melhor. Isso é um motivador. Fomos à New Orleans tentar que a cidade se empolgasse e patrocinasse esse projeto. Não conseguimos dinheiro, mas conseguimos entusiasmá-los. Isso só foi possível porque a gente se propôs a ser uma casa diferenciada em que a qualidade técnica e dos artistas fossem completamente diferenciados. E, sobre o sucesso, vou usar uma frase de uma amiga, a Tiê. Disseram um dia para ela: - Puxa! Que sorte que você tem de ter uma música sua na novela. E, ela disse assim: - É, mas para ter sorte, você precisa ralar muito, precisa trabalhar muito! Então, o sucesso que a casa tem é fruto de muito trabalho. Trabalho dessa equipe fantástica, sempre motivada, que busca o melhor! Procuramos inovar sempre! Então, se a gente  imaginava - Luiz e eu - que a casa seria um sucesso, eu digo sim! Mas, talvez, tenha sido muito maior do que a gente pensou. E, como eu disse, esse sucesso se deve a muito trabalho e, acredito que fomos abençoados em muitas situações, como ter a felicidade de ter B. B. King inaugurando a casa e tantos nomes importantes como Ray Charles, Nina Simone, Pat Metheny, Diana Krall, Joss Stone, Jorge Benjor, Milton Nascimento, Ney Matogrosso e tantos outros. Os projetos que fizemos e que são sucesso como é o caso do Festival Bourbon Fest, ou o próprio Festival de Parati e, agora, o Festival de Blues de Ilhabela. Enfim, você tem que ir atrás, batalhar e se empenhar de fato. Boa equipe é um fator importantíssimo, desde que a casa abriu, temos a coerência no estilo de música, na qualidade da música. Nunca nos curvamos a fazer uma coisa que não tivesse qualidade, somente por dinheiro, e olha, tivemos muitas propostas! Todas recusadas!

Revista Keyboard Brasil – O saudoso B.B. King é o padrinho da casa.  Possuía uma lista de nomes para essa função ou B.B. King foi escolhido de bate-pronto?
Edgard Radesca – Sobre o B. B. King, ele não é apenas o padrinho da casa, ele faz parte da história da casa. Mas antes vou falar sobre essa maravilhosa pessoa, antes de ser um grande músico. Foi uma aventura conseguir trazer o B. B. King. E essa foi uma das bênçãos em nossa história. Estava difícil conseguir alguém para a abertura da casa e quando eu liguei para o escritório dele e, naquela época, não existia internet, pedi o show para nosso clube. Me disseram que B. B. King só fazia grandes shows, grandes teatros. Mas, eu insisti e até disse que poderíamos comprar um pacote de vários shows. A moça do outro lado da linha disse que, por uma coincidência, o B.B. King estaria viajando para a América do Sul porque tinha shows no Chile. Ela me passou o telefone do empresário chileno e eu liguei para ele. A desistência de um empresário brasileiro fez esse chileno realizar um leilão. Quem desse mais, levava o show do B. B. King. Então, como foram 4 anos de construção da casa, tivemos a ideia de fazer o que hoje chamamos de ‘vaquinha entre amigos’. E, dias depois, nos ligaram dizendo que havíamos ganhado o leilão. Só depois de muito tempo descobrimos que o próprio B. B. King resolveu tocar no Bourbon porque viu o esforço tremendo em tê-lo. O B. B. King se tornou mais do que um amigo. Organizei para ele mais de 40 shows no Brasil, não somente no Bourbon. Foi um privilégio conviver com esse ser humano fabuloso! Quando ele faleceu, eu fui o único brasileiro que prestou homenagem a ele lá.    

Revista Keyboard Brasil – Como surgiu a ideia do palco baixo aproximando os músicos da plateia?
Edgard Radesca –  Nos inspiramos em New Orleans, onde a plateia troca energia com o músico. No projeto, essa era a nossa referência de música contagiante, com a participação da plateia.

Revista Keyboard Brasil – De onde veio a inspiração para a criação do famoso bar piano (balcão em forma de piano de cauda com as teclas desenhadas)?
Edgard Radesca –  A ideia do bar piano veio das duas meninas que nos ajudaram na construção da casa. Ana Helena, irmã da minha esposa e a sócia dela. Elas se inspiraram em um bar circular que havia em um navio e criaram essa ideia genial que adotamos.

Revista Keyboard Brasil – Fale sobre o Bourbon Street Fest.
Edgard Radesca –  O Bourbon Street Fest é uma das grandes realizações da casa, além das turnês. É o Bourbon Street saindo da casa e indo para as ruas e para o Brasil. O Bourbon Fest era para acontecer apenas na comemoração dos 10 anos da casa. Queríamos mostrar que em New Orleans não tem somente o Jazz tradicional. Lá tem Jazz, Blues, R&B, tem piano, trompete, tem Gospel... Uma imensa variedade de ritmos. Então, resolvemos fazer o festival de novembro até março. A primeira experiência em um festival grande e na rua, foi uma experiência maravilhosa e, também tivemos a experiência em como lidar com problemas como a chuva, por exemplo.  Já foram 13 edições do Bourbon Street Fest. Esse ano, com a ajuda dos patrocinadores teremos a 14?ª . É uma realização de todos nós.

Revista Keyboard Brasil – Por que escolheram a cidade de Paraty para sediar o festival que leva o nome da cidade, o Bourbon Festival Paraty?
Edgard Radesca –  O Bourbon Street Fest saiu de São Paulo e passou a ser feito em outras cidades como no Rio de Janeiro, Brasília, Natal, Goiânia entre outras. O  fato é que se consagrou em todo o país. A cidade de Parati nos convidou para realizar um evento turístico de música porque eles só tinham a FLIP. Foi um trabalho grande, mas com um sucesso tremendo em todas as 8 edições. Por que escolhemos? Bom, é longe, dá muito trabalho, mas quando chegamos lá e vemos a paisagem, a natureza, a cidade colonial preservada, juntamos tudo isso com uma música de altíssima qualidade e aí só pode dar certo! A cidade inteira é  invadida pela música!

Revista Keyboard Brasil – Muito obrigada pela entrevista e sucesso!
Edgard Radesca –  Antes de terminar eu queria dizer mais algumas palavras. Como eu disse, é uma equipe maravilhosa, mas não falei de duas pessoas importantíssimas também! Minha esposa Célia Radesca, que dá a alma e o toque feminino de sensibilidade, seja na decoração, na gastronomia ou na sugestão musical. Ela é muito importante nessa grande família. E, também, a nossa querida Maria Inês Costa, nossa assessora de imprensa! Muito obrigado à Revista Keyboard Brasil e a você Heloísa por essa oportunidade de poder falar sobre o Bourbon Street!!

O BOURBON E SUAS VERTENTES...

Após anos de tradição na cidade de São Paulo, foi criada uma das vertentes do Bourbon, o Bourbon Street Fest, pioneiro e um dos maiores festivais de música negra americana no Brasil.  ( http://www.bourbonstreetfest.com.br/ )

O Bourbon Festival Paraty segue a tendência dos grandes festivais de jazz e blues do mundo mesclando vertentes do gênero a outros ritmos como r&b, soul e world music.

Consolidado como um dos mais importantes festivais de música do Brasil, o Bourbon Festival Paraty , que caracteriza-se por irradiar música pela charmosa cidade litorânea e colonial, tem dois palcos ao ar livre - nas praças da Matriz e da igreja Santa Rita - e artistas que atuam como buskers (músicos de rua).

Nas edições anteriores, mais de 150 mil pessoas puderam desfrutar momentos inesquecíveis, em shows memoráveis em um dos cenários mais paradisíacos do Brasil.      ( http://www.bourbonfestivalparaty.com.br/#Home Start )


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SERVIÇO: 
Endereço: Rua dos Chanés, 127 - Moema / São Paulo
Telefone: + 55 11 5095-6100

SAIBA MAIS SOBRE O BOURBON STREET MUSIC CLUB

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* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost writer e esportista. Há 20 anos no mercado musical através da Keyboard Editora e, há 10 no mercado de revistas, tendo trabalhado na extinta Revista Weril. Atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil - publicação digital pioneira no Brasil e gratuita voltada à música e aos instrumentos de teclas.






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