quarta-feira, 3 de maio de 2017

MÚSICA  MINIMALISTA – Onde o menos é mais
PARTE FINAL

 * Por Sergio Ferraz

PHILIP GLASS É INSPIRADO POR MILHARES DE RAZÕES, PESSOAS, SONHOS E PALAVRAS. SUA MÚSICA CARREGA TODA UMA EXTRAORDINÁRIA TRAJETÓRIA. UMA MÚSICA QUE TRANSBORDA SENTIMENTOS. SEU DOM O FEZ NÃO SOMENTE SER UM DOS PAIS DE UM ESTILO – O MINIMALISMO – MAS, TAMBÉM, O CONSAGROU COMO UM DOS MAIS REVERENCIADOS COMPOSITORES CONTEMPORÂNEOS.

Philip Glass nasceu em Baltimore, Maryland, em 31 de janeiro de 1937, filho de Ida e Benjamin Charles Glass. Sua família era composta por imigrantes judeus da Lituânia. 

Em 1964, Glass recebeu uma bolsa para estudar em Paris com a eminente professora de composição Nadia Boulanger, desde o outono de 1964 até o verão de 1966. Esta experiência influenciou seu trabalho ao longo de sua vida, como o compositor admitiu em 1979: "Os compositores que estudei com Boulanger são as pessoas que ainda penso na maioria - Bach e Mozart " .

Glass trabalhou no inverno 1965 e na primavera de 1966 como diretor e compositor de música em um filme (Chappaqua, Conrad Rooks, 1966) com Ravi Shankar e Alla Rakha, que deram uma outra importante influência no pensamento musical de Glass. Seu estilo pessoal surgiu de seu trabalho com Shankar e Rakha e sua percepção do ritmo na música indiana como sendo um elemento inteiramente novo. 

O compositor renunciou a todas as suas composições em um estilo moderadamente moderno semelhante ao de Milhaud, Aaron Copland e Samuel Barber, e começou a escrever peças baseadas em estruturas repetitivas de música indiana e um senso de tempo influenciado por Samuel Beckett.

A fase não é um fator importante na música de Philip Glass. Ao invés disso, o foco está na repetição, pulso e na harmonia triádica. A abordagem normal que Glass faz em sua música mais recente é estabelecer um tempo através de um acorde pulsando como fundo, onde várias figuras de acompanhamento são postas. Mudanças de harmonia são feitas sem perturbar o pulso ou as figuras de acompanhamento. 

Após algum tempo, uma abrupta mudança de centro tonal, embora mantendo o pulso original, anuncia uma nova seção com novas figuras de acompanhamento. Philip Glass encontrou um grande sucesso popular, capacitando-o a embarcar em grandes projetos. Entre eles, incluem-se as óperas Einstein on the Beach (1975), Sathyagraha (1980), The Photographer (1983), The Civil War (1984) e Akhnaten (1985) e a música para o filme Koyaanisqatsi (1982), bem como colaborações com várias companhias de dança.

O minimalismo representou um caminho diverso aos compositores europeus. Enquanto esses trilhavam o caminho do serialismo integral levando suas abras ao atonalismo absoluto, os minimalistas foram pelo caminho oposto criando uma música tonal e melódica que influenciou não somente novas gerações de compositores eruditos, mas também do mundo do jazz, do rock e da música pop, em geral.

Ouça a obra Kayaanisqatsi, assim como a belíssima Metamorphosis para piano solo.



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* Sergio Ferraz é violinista, tecladista e compositor. Bacharel em música pela UFPE, possui seis discos lançados até o momento. Também se dedica a composição de músicas Eletroacústica, Concreta e peças para orquestra, além de ser colunista da Revista Keyboard Brasil.







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