O FORRÓ ARRETADO DA BANDA DA FEIRA
INFLUENCIADA
POR VÁRIOS RITMOS DO PAÍS, PORÉM COM UM FORTE TRABALHO DE PESQUISA VOLTADO AO
FORRÓ PÉ-DE-SERRA. CONHEÇA A BANDA QUE VEM DE SOROCABA (INTERIOR DE SÃO PAULO)!
* Por Hamilton de Oliveira
Você gosta de forró, baião, xote, côco, xaxado, baião, ijexá, maracatu e boi? Então, hoje falarei da Banda da Feira, formada por músicos de Sorocaba com raízes no Nordeste, e que surge no cenário musical trazendo a verdadeira essência do forró pé-de-serra.

Em 2015 lançavam o show “Vertentes do pé de serra”, o qual trazia para o palco os mais variados ritmos do Nordeste como forró, baião, xaxado e xote em músicas autorais e de compositores consagrados como Luiz Gonzaga, Jackson Do Pandeiro, Dominguinhos, Alceu Valença e Geraldo Azevedo, o que atraiu a atenção do público por ter um repertório extremamente voltado ao forró tradicional, que até hoje é a marca registrada do grupo, formando uma identidade própria.

Em junho de 2017 lançará seu mais novo cd por meio da LINC (Lei de Incentivo à Cultura) de Sorocaba no Teatro Municipal Teotônio Vilela. O projeto foi gravado no estúdio da Gargolândia em Alambari-SP e contou com presenças ilustres de Enok Virgulino do ''Trio Virgulino'', Beto Correa, Cleber Almeida e o rabequeiro Filpo Ribeiro do grupo "Filpo Ribeiro e a Feira Do Rolo".
Segundo Antônio Freire, ''a Banda da Feira é de grande riqueza cultural, trazendo variedades rítmicas sempre dentro do contexto da música regional, especialmente do nordeste brasileiro, e que leva para o palco as riquezas do Brasil em forma de música''.
Para Marco Correa, ''a Banda da Feira é um grupo de música tradicional brasileira, influenciado por vários ritmos do país, porém com um forte trabalho de pesquisa voltado ao Forró pé-de-serra, onde o tradicional e o moderno se misturam e se fundem por meio de timbres e instrumentos como: guitarra, cavaco, baixo, sanfona, zabumba e triângulo''.
Curiosidades sobre alguns ritmos do Nordeste...
Baião...
O Baião é um dos principais gêneros musicais constituintes do Forró e tem, como autor e principal expoente, Luís Gonzaga. Apesar da origem obscura, com certeza sua popularização se deu com a vinda de Gonzaga para o Rio de Janeiro, na década de 1940, o que fez com que o baião fosse cada vez mais difundido. Este tem um ritmo binário, que provavelmente deriva do lundu africano. O lundu africano foi levado ao Nordeste com o nome de baiano, e teria sofrido uma "colisão homonímica" com o verbo bailar, de onde teria saído a termo baião.
Xote...
Já o Xote, de origem europeia - surgido no Brasil nos salões aristocráticos da época da Regência, ao final do século XIX saiu dos salões urbanos para incorporar-se às regiões rurais, onde muitas vezes aparece com outras denominações. Luís Gonzaga teria afirmado que o xote "veio do estrangeiro", mas no sertão eles criaram o "Xote malandro, Xote pé-de-serra, Xote de forró", o qual não mais era "do estilo escocês". Assim como o Baião, o Xote tem um ritmo binário mais lento que a polca. Há quem diga que é uma dança originariamente alemã e, outros, que seria húngara. Na realidade, independentemente do local de origem, no Brasil já é um gênero muito aceito, executado e dançado.
Xaxado...
O mestre Luís Gonzaga teria definido o Xaxado como a dança dos cangaceiros, dançada em roda, batendo o rifle. Segundo a Enciclopédia de Música e o historiador Luís da Câmara Cascudo, o Xaxado é dançado em círculo e em fila indiana, sem volteio, avançando o pé direito em 3 e 4 movimentos laterais e puxando o esquerdo, num rápido e deslizado sapateado. O nome da dança, desta forma, é uma onomatopeia do som característico produzido pelas sandálias arrastadas no chão.
SAIBA MAIS SOBRE A BANDA DA FEIRA:
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* Hamilton de Oliveira iniciou seus estudos no Curso de MPB/Jazz no Conservatório de Tatuí, formou-se em Licenciatura pela UNISO no curso de Música e Pós-graduou-se pelo SENAC em Docência no Ensino Superior. É maestro, tecladista, pianista, acordeonista, arranjador, produtor musical, professor e colaborador da Revista Keyboard Brasil.
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