Antes de pensar no sucesso, ame a MÚSICA!!!
DESEJAR O SUCESSO NÃO É O PROBLEMA. PRINCIPALMENTE QUANDO TRABALHAMOS NO QUE NOS DÁ PRAZER. MAS A DEDICAÇÃO EXCLUSIVA PELO SUCESSO A QUALQUER CUSTO JÁ RENDEU EXEMPLOS DESASTROSOS NA HISTÓRIA DA MÚSICA. VAMOS REFLETIR UM POUCO? LEIA O TEXTO!
* Por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa
O sucesso dos Beatles era tamanho que foi criado
um termo denominado ‘beatlemania’ para descrever
o intenso frenesi de seus fãs, demonstrado
principalmente por garotas adolescentes, nos
locais em que a banda se apresentava durante seus
anos iniciais de sucesso. O termo adquiriu um
significado mais amplo, referindo-se ao forte
interesse mundial pela banda.
Nestes 14 anos editando minha revista Ritmo Melodia fiz contato com vários músicos; os que entrevistei ou não e percebi que muitos músicos amam mais o sucesso do que a própria música: os que já chegaram ao sucesso e aqueles que ainda nem começaram subir a montanha.
Muitos não dão importância à arte musical. Não se preocupam em ter uma formação musical, seja teórica, histórica, estética ou filosófica. Acreditam que nasceram com o DOM musical e isso já basta. Estudar para quê? Isso é coisa para os músicos eruditos; que vivem nas cavernas e labirintos dos sons complexos e que não sonham com a fama nem com suas músicas tocando nas FMs, muito menos gostariam de aparecer nos programas de TV.
Para alguns que fazem música popular, o importante é ser ídolo. Querer ter êxito na profissão é legítimo e ganhar o sustento e ser reconhecido pelos frutos do próprio trabalho é digno. Desejar o sucesso não é o problema. Principalmente quando trabalhamos no que nos dá prazer. Mas a dedicação exclusiva pelo sucesso a qualquer custo já deu exemplos desastrosos na história da música; tragédias, problemas com a polícia, com a justiça e tratamento psiquiátrico. O deslumbramento quando vem antes de uma obra musical consistente é o grande “Calcanhar de Aquiles” do músico.
Na história da música erudita também existiram e existem os egocêntricos, megalomaníacos e pescadores da fama. Mas estes músicos, de alguma forma, amam a arte musical, seja por vocação ou por dedicação exaustivas aos estudos. Da mesma forma que existem músicos populares que se dedicam aos estudos da música e do seu instrumento musical. Mas, a maioria que não lê biografias de músicos ou livros sobre a história da música; repetem os erros do passado, ao invés de corrigir-los. E, quem não conhece o passado não evolui no futuro.
O sucesso midiático espontâneo é uma ilusão e, para atingir este sucesso a qualidade da obra musical é o que menos importa. No passado, o músico recebia cachê para se apresentar em programa, de auditório, tanto na na Rádio quanto na TV. Hoje, quem quiser ter a sua música na mídia (Rádio e TV) paga um jabá bem caro. Alguns músicos ingênuos sonham com a sorte de ouvir suas músicas tocando gratuitamente nas rádios. Alguns músicos vão pagar “mico” em programas dominicais mostrando a sua arte.
Na internet ainda existem espaços que não cobram ao músico para divulgar a sua obra, por enquanto. Em breve, acredito que adotarão a metodologia mercadológica das Rádios e TVs. Quem não faz música como arte, mas só como entretenimento, ama mais o sucesso que a arte musical. O músico que ama a música e faz música como uma expressão artística já atingiu o sucesso por deixar a sua obra musical para os contemporâneos e para futuras gerações. O êxito profissional do músico é conquistado degrau por degrau como em qualquer profissão. Ter uma obra importante e atemporal é o grande desafio.
O músico é um profissional liberal, autônomo e empreendedor. Responsável pelo planejamento da gravação das suas músicas, a prensagem do seu disco (CD), a distribuição online e física do seu CD. E, principalmente, por manter o contato direto com seus ouvintes. Recebe elogios, críticas por e-mail, redes sociais e outros aplicativos de bate papo em tempo real. É preciso descer do trono intocável de ser “O Artista”. O músico que no passado fazia sucesso por sua áurea misteriosa e divina já não tem mais espaço no mundo cibernético. Seja músico sem deixar de ser humano. Seja simples e não simplório. Seja mais músico do que artista.
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*Antonio Carlos Da Fonseca Barbosa é jornalista, músico, letrista e poeta paraibano criador da revista online Ritmo Melodia com o intuito de divulgar a música popular, regional, instrumental e erudita, além de músicos - brasileiros ou não.
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