quarta-feira, 27 de abril de 2016

Tecnologia musical: O ÁUDIO

A ERA DIGITAL, IMPRESCINDÍVEL NO MERCADO DA MÚSICA,É O ASSUNTO ABORDADO ESTE MÊS ATRAVÉS DA PARCERIA COM O PORTAL WWW.TECLADISTAS.COM.BR
* Por Wagner Cappia

Esquerda: Leon Theremin e seu instrumento.
Direita: Moog Etherwave Theremin (uma versão atual do instrumento).

A música se reinventa a cada dia. A palavra “áudio” atualmente está intimamente relacionada à música e a sua ligação com a tecnologia. Em um mundo digital, saber o que é ser de fato “digital” é imprescindível dependendo do mercado em que se está inserido. Se o músico não for um pianista erudito “puro” é simples, ele está inserido em um mercado que demanda o uso de tecnologia em maior ou menor escala.

A história começa por volta de 1906, quando os primeiros instrumentos a base de eletricidade foram inventados. O primeiro a ser produzido em série foi o Theremin, criado pelo russo Leon Theremin. Em 1928, o primeiro “teclado”, foi batizado de Ondium Martenot.

Desde então, muita coisa mudou e nos anos 80 surgiu um padrão que iria revolucionar o uso da tecnologia musical, o Musical Instrument Digital Interface, ou simplesmente MIDI. E será sobre ele que iremos tratar, sem complicações e de forma prática!

MIDI (abreviação de Musical Instrument Digital Interface) é uma norma técnica que descreve um protocolo, interface digital e conectores e permite a conexão e a comunicação entre uma grande variedade de instrumentos musicais eletrônicos, computadores e outros dispositivos relacionados. Uma única ligação MIDI pode carregar até dezesseis canais de informação, cada um dos quais pode ser encaminhado para um dispositivo separado.

O MIDI carrega mensagens de evento que especificam notação, pitch e velocidade, sinais de controle para os parâmetros, tais como volume, vibrato, panning, pistas e sinais de MIDI clock, que definem e sincronizam ritmo entre vários dispositivos. Essas mensagens são enviadas através de um cabo MIDI para outros dispositivos onde são controladas a geração de som e outros recursos. Esses dados também podem ser gravados em um dispositivo de hardware ou de software chamado de sequenciador, que pode ser usado para editar os dados e reproduzi-lo em um momento posterior.

O mais importante, a saber, sobre MIDI é que ele é um protocolo, ou seja, um padrão de comunicação, como em uma linguagem formal onde duas pessoas “combinam” em que língua irá “conversar”, como inglês, português, etc. O MIDI é a linguagem que faz equipamentos (teclados, computadores e demais dispositivos MIDI) conversarem. Nada mais e tudo isso!

O MIDI evoluiu poucos aspectos em sua existência, tendo poucas revisões e atualizações de versão. Até hoje conecta dispositivos de altíssima tecnologia praticamente da mesma forma e com total abrangência nos controles destes equipamentos. Em termos de conectividade, o MIDI utiliza por padrão um cabo de cinco pinos unidirecional (um cabo para recepção e outro para envio de informações MIDI), mas atualmente vem cedendo espaço para a conexão MIDI via USB, facilitando a conectividade com computadores por exemplo.

Outro aspecto inventivo da tecnologia musical foi inserida pela Steinberg, o Virtual Studio Technology, ou VST, lançado em 1996, e sendo ampliada em 1999 com a capacidade de receber dados MIDI e assim criado o Virtual Studio Technology Instrument, ou VSTi, comumente chamado de Instrumentos Virtuais.

Um VSTi nada mais é que um plugin de sons que processa os sinais MIDI de notas e controles e os converte (dispara) como resultado final um som qualquer, como um piano, violino, ruídos, etc.

A junção das tecnologias MIDI e VSTi são um caminho muito interessante a se trilhar, tanto em estúdio (realidade absoluta atualmente) como em apresentações ao vivo!
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* Wagner Cappia – sócio-diretor do Conservatório Ever Dream. Tecladista, compositor e arranjador da banda Eve Desire. Criador do YourTrack. Especialista em tecnologia musical, performance ao vivo para tecladistas, coaching para bandas, professor de piano, teclado e áudio.




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