terça-feira, 29 de novembro de 2016

FUNKTASTIC - 
NOVO ÁLBUM AUTORAL DO ORGAN TRIO HAMMOND GROOVES

O ORGAN TRIO HAMMOND GROOVES, FORMADO POR DANIEL LATORRE, WAGNER VASCONCELOS E FILIPE GALADRI APRESENTA SEU MAIS NOVO TRABALHO, O TÃO ESPERADO ÁLBUM AUTORAL "FUNKTASTIC".

 * Por Heloísa Godoy Fagundes

Com a intenção de transmitir o clima inesperado que acontece nos shows ao vivo, além da sonoridade “vintage” que também é referência, o organ trio Hammond Grooves, formado pelos músicos Daniel Latorre, no Hammond B-3; Wagner Vasconcelos, na bateria e Filipe Galadri na guitarra, apresenta seu mais novo trabalho, o álbum autoral “FUNKTASTIC”. Gravado no conceito, denominado “old-school” foi uma escolha inspirada nos álbuns das gravadoras Blue Note e Verve.  A gravação e mixagem do disco ficaram a cargo do técnico de som Hugo Silva, que já trabalhou com Chico Pinheiro, Anthony Wilson, Zimbo Trio, Cesar Camargo Mariano, entre outros. Responsável pela masterização estava o renomado André Kbelo. As gravações aconteceram no Family Mob Studios, liderado por Jean Dolabella e Estevam Romera, produziram e lançaram este álbum pelo selo Family Mob Records. A capa, diagramação e ilustração do disco foi feita pela artista gráfica Heloisa Dassie Genciauskas. O disco esta disponível no ITUNES, Deezer, Google Play e Spotify. A seguir, leia a entrevista do trio.

O organ trio Hammond Grooves numa das casas mais conceituadas da cidade de São Paulo, o Bourbon Street Music Club. Daniel Latorre: Hammond B3 | Wagner Vasconcelos: bateria | Filipe Galadri: guitarra.

ENTREVISTA... 
Revista Keyboard Brasil: Funktastic é um trabalho maravilhoso. Sou suspeita para falar porque acompanho o trabalho de vocês há algum tempo e tenho minhas preferidas como Toc Toc Island e Água de Coco. Pergunto: como foi a concepção e a realização desse trabalho?
Hammond Grooves: Obrigado Heloísa e toda equipe da Revista Keyboard por gostar de nossa música e pela oportunidade de falar um pouco sobre! Queríamos gravar nossas músicas com espontaneidade. Um disco inteiro na inusitada formação de organ trio. O objetivo era passar um pouco do clima dos nossos shows ao vivo. Para isso escolhemos gravar sem fones de ouvido com todos na mesma sala de gravação. Esta concepção de gravação é a mais básica possível, porém desafiadora porque tecnicamente não há o que se fazer quanto a execução depois de gravado. Ao mesmo tempo a “mix” tem que traduzir o melhor possível o que foi tocado. Assim foram gravados os antológicos discos dos “organ trios” de Jimmy Smith, John Patton, Shirley Scott, Wes Montgomery, Jack McDuff que tanto gostamos e acabaram nos inspirando neste processo de gravação. No entanto optamos por uma sonoridade própria do começo ao fim, sendo o mais honesto possível com aquele momento da gravação, com a concepção de som de cada um no seu instrumento e de como o técnico Hugo Silva traduziu isso para a gravação final. Tivemos a  honra do André Kbelo masterizar o disco, que deu o “punch” que faltava.

Revista Keyboard Brasil: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Hammond Grooves: No nosso caso não é uma escolha. É a forma que temos no momento. Ser independente faz parte da batalha do dia-a-dia de cada um dos três para ser músico da forma que acreditamos. Para realizar esta gravação contamos com amigos e excelentes profissionais que gostam de nosso trabalho e nos apoiaram independentemente. As vantagens estão em maior parte na liberdade artística. A maior desvantagem é que tudo fica mais trabalhoso e devagar sem alguém ou alguma instituição com poder aquisitivo para viabilizar o processo de sua carreira. Os artistas têm que acabar lidando com todo resto do processo que não é arte ou música. Nós vemos isso também como vantagem, pois você aprende como funciona tudo, um conhecimento valioso.

Revista Keyboard Brasil: Como se deu a escolha do estúdio?
Hammond Grooves: Foi mágico. Justo quando começamos a nos perguntar onde poderíamos gravar nossa música e um lugar que tivesse uma “vibe” parecida com a nossa, conhecemos o Family Mob ( http://www.familymob.com.br/#home ). Daniel conhecia Estevam e já havia tocado com Jean Dolabella há alguns anos. Quando fomos conhecer o estúdio, Jean estava fazendo uma apresentação ao vivo com seu duo chamado “Indireto”, dentro da sala e com as caixas de som para fora e o público ouvindo. Uma concepção que mistura música ao vivo e o processo de gravação! Uma “sonzeira” inacreditável! Dava para sentir naquele momento que o lugar era mais que um estúdio, um espaço que agregava outras qualidades e uma energia que se alinhou muito com a nossa.

Revista Keyboard Brasil: O Hammond Grooves está na estrada há mais de 10 anos. Como se deu a formação atual da banda?
Hammond Grooves: No começo, o objetivo era tocar ao vivo as músicas do soul jazz dos “organ trios” das décadas de 60 e 70, levar o Hammond B-3 de verdade, tocar os baixos na pedaleira como os organistas de jazz faziam, enfim, levar esta atmosfera no show que até então só ouvíamos nos discos. A coisa foi indo assim,  neste clima quase que informal onde vários músicos e amigos tocaram conosco, foi uma época deliciosa também! Em 2009, o baterista Wagner Vasconcelos começou a tocar na banda e composições começaram a surgir mudando a direção do projeto. Foi então que, em 2013, conhecemos o guitarrista Filipe Galadri por intermédio de um amigo e produtor, Paulo Roberto Aredes e o chamamos para tocar conosco. Esta combinação das influências de cada um e a química tocando juntos foi quase que instantânea e era a hora de começar a gravar o que já tínhamos feito e seguir compondo músicas novas.

Revista Keyboard Brasil: O que mudou na cena musical de São Paulo durante esses 10 anos?
Hammond Grooves: Acho que nós evoluímos muito de alguns anos para cá. Percebemos que estilos como o jazz tiveram espaço maior. Uma geração nova de excelentes músicos apareceram tocando cada vez melhor o jazz, blues e música brasileira. A economia e turbulências políticas vieram também, mas sentimos que as pessoas vêm percebendo que podem usar a música para enfrentar este período, seja de forma terapêutica ou colocando o entretenimento com maior prioridade em seu cotidiano, que não acontecia em períodos anteriores. Os estilos de música como o nosso têm atingido maior público hoje com o alcance digital, esta realidade é crescente e nos permite contato direto com nosso público e vice-versa.

Revista Keyboard Brasil: Um diferencial do show do Hammond Grooves é a interação com a plateia. Como essa ideia surgiu, Daniel?
Hammond Grooves: Surgiu por acaso. Percebemos que as pessoas tinham curiosidades e dúvidas quanto a nossa formação, especialmente sobre o instrumento Hammond, Leslie e o repertório que estamos tocando. Então fomos inserindo estas informações durante o show. Mas como fazer isso de forma não tão repetitiva? Inserimos algumas curiosidades e histórias sobre os personagens do jazz e do universo do “organ trio”. Mesmo sendo “música instrumental” esta comunicação e participação do público até tocando algumas músicas fazem a experiência do show se prolongar.

Revista Keyboard Brasil: Agora um bate-bola - respondam com uma frase o que vem na mente quando eu digo:
Jazz: Liberdade, respeito e infinitas descobertas.
Hammond B3: Uma máquina que ganha vida e consegue compartilhar de nossa alma.
Uma lembrança de infância:  Brincar de carrinho no quintal de casa! (risos).
Um ídolo: Dr. Lonnie Smith
Uma inspiração: O documentário “O Código”
Um sonho: Ser a primeira banda a se apresentar no espaço!
A maior conquista: ter um organ trio de verdade
Defina o Hammond Grooves em uma palavra: Sinergia

Daniel Latorre - Hammond organ
Paulistano, Daniel é a cara do órgão HAMMOND no país. Acostumado com a vida dos bares e shows desde sua adolescência, construiu seu nome na música no decorrer dos anos, durante os quais dividiu palco com IAN PACE (Deep Purple), ANDY SUMMERS (The Police), JOHN PIZARELLI, CAETANO VELOSO, ANDREAS KISSER e PAULO ZINNER.


Filipe Galadri - guitarra
Músico e especialista das marcas  Fender, Korg e Vox, Filipe é o mais novo integrante do HG. Guitarrista apaixonado pelas vertentes modernas do jazz, estudioso de claves exóticas e da vanguarda do estilo, mas igualmente conhecedor do Hard Rock ao Blues. Uma das grandes promessas do instrumento no cenário nacional de jazz clássico e fusion.

Wagner Vasconcelos - bateria
Músico por formação, de currículo exemplar (FAAM, EMESP, Conservatório de Tatuí), Wagner é uma referência em estudos ritmicos e um dos professores de bateria mais completos do país. Além de estar no HG desde sua formação, já dividiu palcos e projetos com os grandes músicos MICHEL LEME, LEO GANDELMAN, JOHN PIZARELLI, e RONNIE CUBER.

SAIBA MAIS SOBRE A BANDA HAMMOND GROOVES:
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* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost writer e esportista. Amante da boa música, está há 10 anos no mercado musical de revistas. Já trabalhou na extinta Revista Weril e atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil.




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