terça-feira, 29 de agosto de 2017


AS ONDAS BINAURAIS E SUA UTILIZAÇÃO EM MÚSICAS

VOCÊ SABIA QUE MUITOS ARTISTAS JÁ EXPLORARAM AS GRAVAÇÕES BINAURAIS? LOU REED, PINK FLOYD E PEARL JAM SÃO ALGUNS DESSES GRANDES ARTISTAS. VEJA A SEGUIR!

* Por Heloísa Godoy 


As conhecidas batidas ou ondas binaurais ou, ainda, 3D - nomenclatura mais recente - descobertas, pela primeira vez, em 1839 pelo físico prussiano e meteorologista chamado Heinrich Wilhelm Dove, foi trazida para a comunidade científica através de um artigo acadêmico chamado Auditive Baets In The Brain (Scientific American, 1973) escrito pelo biofísico Gerald Oster. A partir deste artigo tornou-se uma ciência séria e respeitada. Neste artigo, Oster concluiu que seria possível realizar alterações de comportamento fisiológico induzidas hormonalmente  através da medição das batidas binaurais.

No entanto, somente nos últimos 40 anos, engenheiros de som e cientistas provaram os pressupostos de Oster e demonstraram os benefícios de usar as batidas binaurais em diferentes aspectos do desenvolvimento pessoal e bem estar. Porém, a tecnologia não fica apenas nos tratamentos.
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A AUDIÇÃO BINAURAL
As diferenças de fase entre o ouvido direito e o esquerdo são um dos aspectos que compõem nossa audiência binaural. A localização do som se origina no fato de que as orelhas estão distanciadas e, como tal, o cérebro sempre registra pequenas diferenças de fase, intensidade e espectro do som que atingem cada orelha. Em “Gwely Mernans” de Aphex Twin's Drukqs, podemos ouvir com fones de ouvido, as batidas baixas e tons altos que oscilam em torno da cabeça, usando o tempo de mudança e as diferenças de nível entre os dois ouvidos.
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Muitos artistas já exploraram as gravações binaurais. Entre eles, Lou Red e as bandas Pink Floyd e Pearl Jam. 

Inventivo e imprevisível, Lou Reed - um dos mais influentes guitarristas e compositores, que ajudou a construir quase 50 anos de rock and roll, morto em 2013. Com o Velvet Underground no fim dos anos 60, Reed fundiu o sentimento de urgência das ruas com elementos da música avantgarde europeia, casando beleza com distorção e trazendo toda uma nova honestidade lírica à poesia do rock. Como artista solo inventivo e incansável, dos anos 70 até 2010, foi camaleônico, controverso e imprevisível, desafiando os fãs a cada passo. Gêneros como glam, punk e o rock alternativo seriam impensáveis sem o exemplo revelador de Lou Reed. “Um acorde já está bom”, disse ele certa vez, se referindo ao estilo cru que tinha ao tocar guitarra. “Dois acordes é o limite. Com três, já vira jazz.”

Sem medo do fracasso comercial, continuou sendo um dos poetas musicais mais influentes até sua morte em 2013. Nunca se esquivou da experimentação e abraçou o ambiente criativo estimulado por Andy Warhol na década de 1970. Brian Eno afirmou que, enquanto o álbum de estréia de Velvet Underground vendeu apenas 30 mil cópias, “todos os que compraram uma dessas 30 mil cópias começaram uma banda”.

Em suas experimentações, ao lançar seu primeiro álbum pop comercial no ano de 1978, “Street Hassle”, Lou Reed usou as ondas binaurais. O registro foi orgulhosamente comercializado como uma gravação binaural. Isso foi antes do advento do disco compacto e fitas cassete, então os ouvintes tocavam o disco de vinil utilizando seus fones de ouvido para experimentar a música da maneira correta. Tempos depois, lançou mais dois álbuns com essa técnica: Live: Take no Prisioners e The Bells.

A banda britânica de rock Pink Floyd, formada no ano de 1965, atingiu sucesso internacional com sua música psicodélica e progressiva. Seu trabalho foi marcado pelo uso de letras filosóficas, experimentações musicais, encartes de álbuns inovadoras e shows elaborados. 

No ano de 1983, a banda usou a técnica das batidas binaurais no disco “The Final Cut”, na faixa “Get Your Filthy Hands Off My Desert”, onde uma explosão 3D é ouvida pelo ouvinte. 

Finalizando temos também a banda norte-americana de rock alternativo e um dos principais nomes do grunge, Pearl Jam, formada no ano de 1990. No ano 2000, lançaram o álbum Binaural. O título é uma referência à técnica de gravação binaural, utilizada em diversas faixas pelo produtor Tchad Blake. Destaque para a música “Of the Girl”, trilha do filme “Onde os fracos não tem vez”.
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* Heloísa Godoy é pesquisadora, ghost writer e esportista. Há 20 anos no mercado musical através da Keyboard Editora e, há 10 no mercado de revistas, tendo trabalhado na extinta Revista Weril. Atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil - publicação digital pioneira no Brasil e gratuita voltada à música e aos instrumentos de teclas.




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