JORDAN RUDESS - O ícone do rock progressivo
ELEITO O MELHOR TECLADISTA DE TODOS OS
TEMPOS, JORDAN RUDESS, DA BANDA DREAM THEATER É UM GRANDE ÍCONE DO ROCK
PROGRESSIVO. DE INÍCIO, PIANISTA CLÁSSICO E ESTUDANTE DA JULLIARD SCHOOL OF
MUSIC, O MÚSICO CONTA EM ENTREVISTA EXCLUSIVA PARA A REVISTA KEYBOARD BRASIL,
COMO TUDO MUDOU AO CONHECER O ROCK PROGRESSIVO DE KEITH EMERSON, RICK WAKEMAN E
TONY BANKS E O SOM QUE TANTO O IMPRESSIONOU ATRAVÉS DO MOOG E DO HAMMOND.
* Por Amyr Cantusio Jr. & Heloísa Godoy Fagundes
Tecladista,
produtor, compositor e intérprete Jordan Charles Rudess ou, simplesmente, Jordan Rudess
nasceu em 4 de Novembro de 1956, em Great Neck, New York. Integrante da banda
de rock progressivo Dream
Theater também fez parte
de outro super grupo de rock progressivo chamado Liquid Tension Experiment.
De
família judia, foi descoberto por sua professora de piano do segundo grau e
imediatamente depois começou a ter aulas de piano. Aos nove anos Jordan
ingressou na Juilliard School of Music ( https://www.juilliard.edu/ ) em piano clássico, mas, durante sua
adolescência, se interessou cada vez mais por sintetizadores e pelo rock progressivo. Apesar dos conselhos de seus pais e tutores, Jordan abandonou o piano clássico
para seguir como tecladista de rock progressivo solo.
Durante a década de 1980, Jordan tocou em diferentes projetos. Porém, em 1994, chamou a atenção de maneira mundial quando foi eleito “Best New Talent” por leitores da americana Keyboard Magazine pelo lançamento solo de seu primeiro álbum Listen. Logo, duas bandas se interessaram por Jordan: Dixie Dregs e Dream Theater; Entretanto, o músico escolheu os Dregs para não causar um grande impacto em sua família, coisa que não aconteceria caso escolhesse a banda Dream Theater.
Certa vez, ainda com os Dregs, Jordan realizou um “super dueto” com o baterista Rod Morgenstein. A origem dessa jam ocorreu durante uma queda de energia elétrica em um show, onde todos os instrumentos deixaram
de funcionar, exceto o teclado. Assim, Morgenstein e Jordan improvisaram até o
restabelecimento da energia e o show pudesse continuar. A química entre eles
foi tão forte durante esta jam, que pouco depois decidiram tocar juntos em um
projeto de rock progressivo feito por um teclado e uma bateria. Sob o nome de
“RMP” (Rudess Morgenstein Project),
lançaram um álbum de estúdio e outro ao vivo através da Domo Records.
Jordan
encontrou-se mais uma vez com os integrantes do Dream Theater quando ele e
Morgenstein tocaram em turnê pela América do Norte. Em 1997, Mike Portnoy
pediu-lhe para formar um supergrupo através do selo Magna Carta Records, o
músico concordou juntando-se aos já famosos Tony Levin baixista do grupo King
Crimson e John Petrucci. Durante a gravação dos dois álbuns com o “Liquid
Tension Experiment”, tornou-se evidente, tanto para Portnoy como para Petrucci,
que Jordan era o que o Dream Theater estava procurando. Então novamente pediram
para que o músico fizesse parte da banda. E, dessa vez, aceitou entrando no
lugar de Derek Sherinian.
Assim,
tornou-se tecladista do Dream Theater desde as gravações do famoso álbum de
1999 Metropolis Pt. 2: Scenes from a Memory. Também tem feito álbuns fora do
Dream Theater e fora do contexto “progressivo”, tal como sucedeu no ano de
2001, quando lançou um álbum duo com Petrucci (lançado em CD An Evening With
John Petrucci and Jordan Rudess), também realizou apresentações para a banda
Blackfield como atração de abertura nas turnês de 2005 e 2007. Além de
contribuir para o álbum de Steven Wilson em 2011 Grace of Drowing.
Em
2010, Jordan compôs Explorations para teclado e Orquestra, sua primeira
composição clássica. Foi premiado na Venezuela em 19 de Novembro de 2010 pela
Orquesta Juvenil Sinfónica de Chacao com o regente convidado Eren Basbug. O
músico participou dessa premiação junto com a orquestra tocando teclados.
Sobre
isso, a ideia de criar o projeto “Explorations” para teclado e orquestra,
Jordan diz: “Há tempos queria fazer uma
obra para orquestra. Então, quando comecei a pensar nessa peça, vi um jovem
músico da Turquia pela internet fazendo arranjos do Dream Theater para
orquestra e fiquei muito impressionado! Então, pensei que este jovem, Eren
Basbug, poderia me ajudar com o concerto, colaborar com as orquestrações porque
era ousado e conhecedor do que fazia. Eu escrevi para ele que se emocionou
porque é um grande fã da banda. Foi excelente essa escolha porque necessitava
de alguém para fazer esse trabalho comigo. Esta peça era louca e selvagem, uma
combinação de rock clássico e
progressivo, arranjada para teclados, ainda que seu primeiro movimento fosse
mais um concerto de piano e orquestra, os outros movimentos foram feitos para
teclado.”
Jordan
Rudess foi eleito em 28 de Julho de 2011 pela revista Music Radar como o melhor
tecladista de todos os tempos. Jordan afirma que suas influências como
tecladista são Keith Emerson, Tony Banks, Rick Wakerman e Patrick Moraz. Seus
artistas e grupos favoritos são Gentle Giant, Yes, Genesis, Pink Floyd, Emerson
Lake & Palmer, King Crimson, Jimi Hendrix, Autechre e Aphex Twin. Além das
influências clássicas como Prokofiev, Rachmaninoff e Bartok, tão presentes em
sua vida.
Sobre
a importância do trabalho dos tecladistas citados Rick Wakeman, Tony Banks e
Keith Emerson no desenvolvimento do rock progressivo, Jordan diz: “Quando menciono a todos estes nomes como
Rick Wakeman, Keith Emerson e Tony Banks, estou mencionando a todos os meus
heróis. Eles são a razão pela qual virei tecladista, são uma grande influência.
Eu era um pianista clássico antes, estudava na Julliard e me dedicava à música
clássica, era pianista de concertos, mas logo tudo mudou, conheci o Moog, o
órgão Hammond e conheci Ketih Emerson e
o álbum The Six Wives of Henry VIII, de Rick Wakeman, esse som me
impressionou”.
Sobre
seu reconhecimento tanto de público, quanto da crítica, Jordan diz: “Chegar a ser reconhecido pelo meu trabalho
como músico, desde sempre não somente foi uma meta, um objetivo, como também se
converteu em uma forma de viver. Ter obtido o reconhecimento depois de todos
esses anos de dedicação à música é algo muito bonito como experiência de vida”.
Apenas
por curiosidade, quando o baterista Bleu Ocean estava reunindo um time de 34
outros bateristas para tocar na canção “Bring the Boys Back Home”, do álbum The Wall do Pink Floyd, ele convidou
Jordan para a gravação, uma vez que o tecladista andava tocando bateria. Contudo,
a performance de Jordan foi rejeitada pelo produtor Bob Ezrin. Àquela época,
Jordan já havia escolhido os teclados como seu instrumento principal.
Junto ao Dream Theater recém finalizou a
turnê “Images Words and Beyond”, de cinco semanas pela Europa: “Foi muito emocionante e estamos em
comemoração ao 25º aniversário do álbum em questão!! Vamos continuar esse passeio
após o verão, seguindo para a Ásia, Austrália e América do Norte e, quando tudo
isso for feito, começaremos a trabalhar em nosso novo álbum!”, disse o
músico para a Revista Keyboard Brasil.
The show must go on, caro Jordan! A seguir, leia a entrevista exclusiva para
nosso colaborador Amyr Cantusio Jr.
ENTREVISTA...
Revista
Keyboard Brasil – Fale sobre sua formação musical oficial. Estudou piano
clássico? Como e onde?
Jordan
Rudess – Estudei piano na escola Juilliard de 9 a 19 anos em que eu deixei de buscar outros tipos de música e
tecnologia! Eu sempre fui um improvisador e quando descobri o sintetizador
Moog e o rock progressivo, sabia que tinha que passar da música clássica para
se concentrar em outras coisas. É claro que hoje também voltei a tocar
clássico.
Revista
Keyboard Brasil – Qual a sua principal influência (compositores / bandas /
música erudita)?
Jordan
Rudess – Tudo da música clássica ao rock para o eletrônico. Alguns favoritos
são: Bach, Chopin, Debussy, Prokofiev, Emerson Lake e Palmer, Genesis, YES,
SigurRos, Aphex Twin, Squarepusher.
Revista
Keyboard Brasil – Depois do Dream
Theater, conte-nos sobre seus projetos solo.
Jordan
Rudess – Meus projetos solo são uma ótima oportunidade para eu expressar todos
os outros lados de quem eu sou musicalmente. Tudo a partir de álbuns de piano
individuais, como o mais recente álbum “The Unforgotten Path to Rock”, como
também “The Road Home ou Rhythm Of Time”. Estou vendo a possibilidade de escrever outro álbum de
rock neste verão!
Revista Keyboard Brasil – Qual a sua fé? Espiritismo? Pagão? Agnóstico? Wicca? Você acredita na vida após a morte? Sua visão interior tem alguma integração com sua música?
Jordan Rudess – Minha fé é a magia da música e a ressonância da energia em todas as coisas. Eu acredito que a energia continua depois de termos partido deste plano material e a possibilidade de continuar em outras formas de existência. Minha meditação geralmente é no piano.
Revista Keyboard Brasil – Qual o seu principal instrumento de teclado (piano ou sintetizadores?) O que você prefere? Ou ambos? Outros instrumentos também? Detalhes, se possível.
Jordan Rudess – O piano é a base para mim, mas uma grande parte de quem sou também é a eletrônica e o sintetizador. Também estou muito envolvido individualmente e com a minha empresa Wizdom Music no futuro dos instrumentos musicais expressivos. Sou envolvido e defensor de instrumentos de hardware recentes, como o Continuum, o Seaboard, o Linnstrument, o EigenHarp, etc...
Revista Keyboard Brasil – O que você pode dizer aos pianistas / tecladistas sobre como melhorar seu conhecimento musical?
Jordan Rudess – Atualmente, há tanta informação e excelentes lugares para estudar! Por um lado, tenho um conservatório on-line em https://www.jroc.us/, onde as pessoas podem aprender diretamente com meu material musical. O MacProVideo é um ótimo recurso online para todas as coisas, música e tecnologia gráfica e escolas como Berklee College of Music e Stanford CCRMA são incríveis para aprender sobre a tecnologia, música eletrônica entre outros.
Revista Keyboard Brasil – Quais são seus 5 melhores tecladistas do mundo de todos os tempos? Sua opinião e obras citadas (um CD ou LP)!
Jordan Rudess – Patrick Moraz, ouça o álbum Refugee 70's ! Keith Emerson, certamente TARKUS é uma grande influência. Jan Hammer, eu adoro seu álbum solo “The First Seven Days”. Rick Wakeman –“As seis esposas de Henrique VIII” e Chick Corea - Now He Sings Now He Sobs!
Revista Keyboard Brasil – Qual seu último trabalho musical? CD? Você pode contar sobre seus últimos novos projetos?
Jordan Rudess – O último álbum que fiz com o Dream Theater foi intitulado “The Astonishing” foi um grande projeto com o qual estou tão orgulhoso! Foi também a nossa maior produção de turnês até agora! Meu último álbum solo foi “The Unforgotten Path”, que era um álbum de piano solo com algumas faixas autorais e também revisitando algumas músicas que desempenharam um papel importante na minha vida musical!
Revista Keyboard Brasil – Como é sua vida musical nesses anos de estrada com o Dream Theater (agora e no passado)?
Jordan Rudess – Acabamos de voltar da turnê “Images Words and Beyond”de 5 semanas na Europa. Foi muito emocionante e estamos em comemoração ao 25º aniversário do álbum em questão!! Vamos continuar esse passeio após o verão na Ásia, Austrália e América do Norte e quando, tudo isso for feito, começaremos a trabalhar no nosso novo álbum!
Revista Keyboard Brasil – Muito obrigado pela entrevista Jordan!
Jordan Rudess – Agradeço muito a sua boa vontade em me entrevistar Amyr Cantusio Jr. e à Revista Keyboard do Brasil pela consideração!!
SAIBA MAIS SOBRE JORDAN RUDESS:
http://www.jordanrudess.com/
https://www.facebook.com/jordanrudessofficial
https://www.instagram.com/jcrudess/
https://www.youtube.com/user/JCRUDESS
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*Amyr Cantusio Jr. é músico (piano, teclados e sintetizadores) compositor, produtor, arranjador, programador de sintetizadores, teósofo, psicanalista ambiental, historiador de música formado pela extensão universitária da Unicamp e colaborador da Revista Keyboard Brasil.
* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost writer e esportista. Há 20 anos no mercado musical através da Keyboard Editora e, há 10 no mercado de revistas, tendo trabalhado na extinta Revista Weril. Atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil - publicação digital pioneira no Brasil e gratuita voltada à música e aos instrumentos de teclas.
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