quarta-feira, 27 de julho de 2016


22 ANOS SEM TOM JOBIM

HÁ 22 ANOS, O BRASIL PERDIA UM DOS MELHORES COMPOSITORES DE SUA HISTÓRIA MUSICAL. TOM JOBIM (1927 – 1994) DEIXOU SUA MARCA REGISTRADA COMO UM DOS CRIADORES DA BOSSA NOVA E, PARA RELEMBRAR SUA CARREIRA, A REVISTA KEYBOARD BRASIL FAZ UMA JUSTA  HOMENAGEM.

* Por Heloísa Godoy Fagundes


Desde que me lembro gosto de música. Lembro-me dos meus tios tocando violão, minha avó tocando piano, meu tio-avô cantando ópera... E vinham os choros, as valsas, Bach e tudo o mais, até que me mandavam para a cama...  –  Tom Jobim
O Brasil é o país da música popular. Foi aqui que nasceram Noel Rosa, Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Chico Buarque e o maior compositor popular de um país de compositores populares – Tom Jobim. Suas composições incorporaram à música brasileira influências do Jazz americano e da música erudita, especialmente de Debussy e Villa-Lobos, com quem Jobim foi frequentemente comparado no início da carreira.

Nascido no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim é um dos nomes que melhor representam a música brasileira na segunda metade do século XX, influenciando artistas consagrados com a sensibilidade de suas letras e melodias.

Filho de pai advogado e mãe proprietária do Colégio Brasileiro de Almeida (que já não existe mais), Tom cresceu atleta, louro e queimado de sol. “Nós éramos os garotos de Copacabana e Tom Jobim o garoto de Ipanema” disse, certa vez, o saudoso letrista Ronaldo Bôscoli.

Sua habilidade musical era fruto de estudo e muito trabalho – exatamente o que diferenciava Tom da maior parte dos compositores brasileiros. Estudou piano com Lúcia Branco, uma das melhores professoras do Rio em sua época, a mesma que deu aula para concertistas como Arthur Moreira Lima. Lapidou seus conhecimentos de música clássica com o alemão Hans-Joachim Koellreutter, o mestre de nove entre dez compositores eruditos brasileiros dos anos 50 em diante. Por isso, Tom era um dos poucos em sua profissão capazes de escrever seus próprios arranjos. Começou sua carreira, por assim dizer, já pronto, aos 29 anos.

O Início...
Tom ouvia Jazz no rádio nos anos 50 como todo mundo, mas não era seu tipo de música predileta. Preferia os standards da orquestra de Glenn Miller às experimentações de Charlie Parker. Suas influências, segundo ele próprio, eram Debussy, Villa-Lobos, Stravinsky e Chopin. Não é difícil comprovar que Tom dizia a verdade. Basta notar que uma de suas composições mais famosas, Insensatez, é incrivelmente parecida com o Prelúdio em Mi Menor, Opus 28, de Chopin, a ponto de ser possível tocar uma música com o acompanhamento da outra.

O próprio Tom gostava de dizer que a inspiração para Samba de uma Nota Só não era o famoso ostinato de Night and Day, mas outro prelúdio de Chopin, conhecido como Prelúdio da Gota d'Água. Seus acordes sobrepostos vêm de Debussy que, assim como Chopin, brincava com acordes dissonantes numa época em que o jazz nem sonhava existir.

Trajetória...
Tom cursou apenas o primeiro ano de Arquitetura. No início, Tom foi parceiro de Alcides Fernandes, marido de sua lavadeira, em cinco músicas que ninguém quis gravar. Das primeiras gravadas, Pensando em Você (letra e música) e Incerteza (letra de Newton Mendonça, de quem seria parceiro por muitos anos), não existem vestígios. Tom não tinha o disco de 78 rotações nem sabia quem pudesse ter um. Data talvez daí a insistência do futuro maestro em escrever suas partituras. 

“Bach, Mozart, Beethoven, qualquer compositor, grande ou pequeno, não existiria se não houvesse escritura musical”, dizia Tom Jobim.
Já casado com sua primeira esposa, Teresa Hermanny, para pagar o aluguel passou a tocar em inferninhos na noite carioca (Mocambo, Clube da Chave, Acapulco, Farolito, Vogue e Far-West). De dia, dava expediente no estúdio da gravadora Continental. Ali usava o que aprendeu com o maestro Radamés Gnatalli, fazendo arranjos para cantores de vozeirões impressionantes, como Dalva de Oliveira e Vicente Celestino, e também para os de estilo bem mais cool, como Dick Farney e Elisete Cardoso.

Sua primeira música gravada foi Incerteza, em 1953, parceria com Newton Mendonça (com quem mais tarde comporia O Desafinado). Mas, o primeiro sucesso só aconteceu no ano seguinte, com Tereza da Praia, parceria com Billy Blanco, interpretada em dueto por Dick Farney e Lúcio Alves.

Em 1956, Jobim musicou a peça Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes, trabalho que inaugurou uma das mais férteis parcerias da música brasileira. O sucesso Se Todos Fossem Iguais a Você é dessa peça.

Em 1958, o compositor gravou o disco considerado o marco inicial da Bossa Nova, Canção do Amor Demais, com a cantora Elizeth Cardoso. Nesse disco, em que João Gilberto aparece apenas como violonista em algumas faixas, surgem já as primeiras harmonias e orquestrações mais tarde consagradas pelo gênero que se tornou sinônimo de Brasil no exterior.

[...] sou um infeliz paralisado num quarto de hotel, esperando o chamado para a gravação, naquela astenia física que precede os grandes acontecimentos, vendo televisão sem parar e cheio de barrigões.  –  Em uma das cartas escritas por Tom ao amigo Vínicius, onde assinou Astênio Claustro Fobim, enquanto esperava a gravação do CD com Frank Sinatra em Los Angeles.
Apesar de grande cantora, Elizeth estava ainda demasiadamente presa à tradição interpretativa derramada do samba-canção para levar a cabo as inovações que a Bossa Nova exigia.

Ainda no ano de 1958, é relançada em compacto a faixa Chega de Saudade (composta juntamente com Vinícius de Moraes), e Canção do Amor Demais, em gravação de João Gilberto, com sua voz contida e violão sincopado. E é nessa gravação que se pode ouvir a Bossa Nova já em plena forma.

Em 1959, foi a vez de Sílvia Telles gravar Amor de Gente Moça, um disco com 12 músicas de Tom, entre elas Só em Teus Braços, Dindi (com Aloysio de Oliveira) e A Felicidade (com Vinicius).

Em 1962, Tom Jobim fez sua primeira viagem aos EUA para apresentar um espetáculo de Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova York. O show causou grande comoção entre músicos americanos, que se apressaram a aderir ao movimento.


Abaixo: Vinícius de Moraes e Helô Pinheiro, a garota de Ipanema.
Oitenta por cento do meu trabalho não tem nada a ver com Bossa Nova. Posso dizer que dediquei minha vida ao samba de preto. ”  –  Tom Jobim
Entre 1962 e 1963, a quantidade de clássicos produzidos por Tom foi impressionante: Samba do Avião, Só Danço Samba e Ela É Carioca  (com Vinícius), O Morro Não Tem Vez, Inútil Paisagem (com Aloysio) e Vivo Sonhando.

Com Vinícius compôs, em 1963, um de seus maiores sucessos e possivelmente a música brasileira mais executada no exterior: Garota de Ipanema.

O sucesso de suas músicas fora do Brasil o fez voltar aos EUA onde gravou discos (o primeiro individual foi The Composer Of 'Desafinado' Plays, de 1965), participou de shows e fundou sua própria editora, a Corcovado Music.

                Tom Jobim em sua casa da Rua Barão da Torre, em Ipanema, 1960.

Nos anos seguintes, figurões como Frank Sinatra, Quincy Jones, Stan Getz, Cannonball Adderley, Dave Brubeck, Paul Desmond e até Elvis Presley se aventuraram com graus de sucesso variáveis no terreno do Brazilian Jazz, nome pelo qual o gênero que Tom ajudou a inventar se tornou conhecido nos EUA.

Com Frank Sinatra, Tom gravou o disco Francis Albert Sinatra e Antônio Carlos Jobim, em 1967, com arranjos de Claus Ogerman, incluiu versões em inglês de músicas de Tom (The Girl From Ipanema, How Insensitive, Dindi, Quiet Night of Quiet Stars) e composições americanas, como I Concentrate On You, de Cole Porter. Foi o segundo disco mais vendido nesse ano nos EUA, onde o carioca chegou a ser chamado de Gershwin brasileiro.

No fim dos anos 60, depois de lançar o disco Wave (com a faixa-título, Triste, Lamento e várias músicas instrumentais), participou de festivais no Brasil ganhando, inclusive, o primeiro lugar no III Festival Internacional da Canção da TV Globo com Sabiá, parceria com Chico Buarque, interpretado por Cynara e Cybele, do Quarteto em Cy.

Durante a década de 70, a música de Tom passou a refletir uma maior influência de compositores clássicos, especialmente Villa-Lobos, em composições instrumentais de discos como Matita Perê e Urubu, que marcam a aliança entre a sofisticação harmônica de Tom e sua qualidade de letrista. São desses dois discos Águas de Março, Luíza, Lígia, Correnteza, O Boto e Ângela.

Mas a canção popular continuou sendo de importância central na obra do compositor que, na mesma época, gravou ótimos discos em parceria com grandes cantoras como Elis Regina e Miúcha.

Em 1986, Tom oficializou seu segundo casamento com Ana Beatriz Lontra. Em 1987, o compositor lançou Passarim trazendo, além da faixa-título, a melancólica Anos Dourados, que entrou na trilha do seriado homônimo da Globo e a trilha da versão cinematográfica do romance Gabriela, de Jorge Amado.


Em 1992, Tom foi tema do desfile da escola de samba Mangueira. A música que compôs em homenagem à escola foi Piano na Mangueira (com letra de Chico Buarque), também incluída no repertório de Antônio Brasileiro, seu último disco, lançado em 1994 e que conta, também, com a participação do cantor inglês Sting na regravação de Insensatez.

Ainda em 1994, Tom voltou ao Carnegie Hall, dessa vez para promover a Rainforest Foundation, ao lado de Sting, Elton John e Luciano Pavarotti.



Tom Jobim morreu no dia 8 de dezembro de 1994, aos 67 anos, em Nova York, durante uma angioplastia. Seu corpo foi enterrado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Deixou quatro filhos.

A qualidade e a sofisticação musical estampadas em suas canções ainda seduzem e fascinam ouvintes de todo o mundo porque ... o resto é mar, é tudo o que não sei contar...















SAIBA MAIS SOBRE TOM JOBIM:
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* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost writer e esportista. Amante da boa música, está há 10 anos no mercado musical de revistas. Já trabalhou na extinta Revista Weril e atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil.










segunda-feira, 25 de julho de 2016

A TÍMIDA EXTRAVAGANTE CÁSSIA ELLER

ÁCIDA E DOCE. VERDADEIRA. UMA DAS MAIS BRILHANTES ARTISTAS DOS ÚLTIMOS TEMPOS. HÁ 15 ANOS MORRIA CÁSSIA ELLER. ESTE MÊS, MARINA RIBEIRO PRESTA UMA HOMENAGEM AQUELA QUE ERA MÚSICA DA CABEÇA AOS PÉS. 
* Por Marina Ribeiro 


 A voz rouca de Cássia Eller deixou marcas. 

No início dos anos 90, sem internet, sem YouTube, as notícias costumavam demorar mais para chegar. As rádios tocavam uma regravação de Por Enquanto, de Renato Russo, uma canção singela, numa voz forte e grave. Eu lembro da noite em que esta cantora se apresentou em uma casa noturna de Curitiba. O fato de ela ter pisado no palco com um enorme copo de uísque na mão, cuspido para o lado e começado a cantar, não aquela faixa, mas outras, menos suaves, do repertório do seu primeiro disco, causou um congelamento na plateia, que naquele primeiro momento não entendeu nada. Quem esperava a cantora intimista ficou chocado.

O palco era dela e o choque durou pouco, até chegar na tão esperada Por Enquanto, levando a audiência nas mãos. Uma fita demo, com aquela música, tinha sido a porta de entrada na gravadora PolyGram que contratou a cantora, naquele início de década.
“Quando criança, queria fugir com o circo, mas acabei sendo garçonete e cozinheira, aos 18 anos, em Brasília". Um ano mais tarde, fui para Minas Gerais e trabalhei como servente de pedreiro. Fiz massa e assentei tijolos. Quando voltei para Brasília, substituiuma amiga como secretária no Ministério da Agricultura. Fui demitida no terceiro dia. Aí resolvi só cantar.”  Disse Cássia Eller certa vez.
Cássia Eller não era muito conhecida, mas já tinha uma carreira de vários anos em Brasília, cantando em bares e peças. Fez parte do primeiro Trio Elétrico de Brasília e entrou no mundo artístico trabalhando em um dos espetáculos de Oswaldo Montenegro.

Quem a via no palco e a considerava extravagante, tinha uma impressão errada. Era imensamente tímida, daquela timidez que emudece. Não conseguia  falar com as pessoas, odiava dar entrevistas. Mas, ao pisar o palco, acontecia a transformação radical de alguém que não gostava de se mostrar através da fala, mas não tinha qualquer escrúpulos através da música. Adorava o palco, preferia shows intimistas, a ponto de fazer muitos incógnita, para desespero do produtor, cobrando cinco, dez reais pelos ingressos em bares e clubes de cidades pequenas, durante as turnês. Pelo puro prazer de cantar e poder se comunicar com uma audiência mais próxima.

A maternidade foi um marco importante na vida de Cássia, que a fez mudar de postura e atitudes. A chegada do filho, em 1993, fez com que diminuísse o consumo de álcool e drogas e buscasse mais equilíbrio.

Em 1998 Cássia conheceu Nando Reis - um início de uma amizade profunda: “nosso mútuo encantamento se deu imediatamente” nas palavras dele. A partir desta amizade, Cássia iniciou uma nova etapa na carreira. Passou a usar melhor os recursos de sua voz e de seu talento, suavizando seu modo de cantar, em parte pela influência do amigo, em parte porque Chicão disse que ela não cantava, mas berrava! Nando Reis produziu o disco  'Com você... Meu mundo ficaria completo' com a canção “O segundo sol” e foi sucesso. Este novo estilo trouxe mais popularidade e sua carreira ia cada vez melhor.

Cássia Eller foi sincera e autêntica durante toda sua vida.

O ano de 2001 começou fantástico. Foi quando aconteceu a apresentação no Rock in Rio III. Impagável, inesquecível. Ela circulou por ritmos, cantou Nirvana, apresentou um repertório diferente e segurou a audiência de mais de 100 mil pessoas com maestria. Foi a consagração da artista.

Logo após foi convidada para o programa Acústico MTV, o CD, gravado ao vivo, como ela gostava, vendeu 900 mil cópias. Até aquela data, no ano foram 95 shows. Muito trabalho, pouca privacidade, muito estresse. E, em dezembro, ela se foi. Cássia morreu por infarto do miocárdio, aos 39 anos.

Foi casada com Maria Eugênia por 14 anos. Uma das primeiras artistas a assumir a homossexualidade, Cassia afirmou várias vezes que a companheira deveria ter a guarda do filho se alguma coisa acontecesse com ela. A decisão da justiça foi inédita neste caso, garantindo a vontade da mãe, e negando um pedido de guarda do avô.

Uma das vozes mais significativas do país, uma roqueira que cantava todos os ritmos, a tímida que não tinha o menor pudor no palco, artista famosa que cantava por puro prazer. Ácida e doce. Verdadeira. Uma das mais brilhantes artistas dos últimos tempos. Cássia Eller nos falta.






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* Marina Ribeiro é profissional de marketing, atua em comunicação digital e e-commerce e é colaboradora da Revista Keyboard Brasil. Mantém uma loja virtual de roupas infantis e escreve por prazer. Geminiana, seu maior desafio é manter o foco.

PLÁCIDO DOMINGO: uma  ressurreição

PLÁCIDO DOMINGO, ESTE NOTÁVEL CANTOR ESPANHOL, CONTINUA A NOS SURPREENDER MESMO ESTANDO COM 75 ANOS, IDADE NA QUAL A MAIORIA DOS CANTORES DE ÓPERA JÁ SE RETIRARAM DOS PALCOS. 


Depois de se tornar o tenor mais versátil e com o maior repertório de toda a história da ópera, nos últimos anos Plácido Domingo passa a cantar no registro de barítono. Desde 2010, vem interpretando o papel título de “Rigoletto” de Verdi, uma ópera em que sempre atuou no papel do tenor, o “Duque de Mantua”. Outros papéis de barítono de óperas de Verdi entraram em seu repertório nos anos seguintes: “Simon Boccanegra”, O “Conde de Luna” (da ópera “Il Trovatore”) e “Nabucco”. O que mais me surpreende é que aquilo que aparentava ser um fim de carreira de um grande tenor (eu o assisti numa apagada performance de “Siegmund” na “Valquíria” de Wagner em 2010) tornou-se um renascer do artista. Plácido Domingo, mesmo septuagenário, se inscreve na lista dos maiores barítonos verdianos da história.

Uma carreira cheia de recordes...
Plácido Domingo começou a cantar profissionalmente aos 18 anos em alguns teatros do México e de Israel. Nesta época, apesar de atuar em partes de barítono de Zarzuelas, cantava papéis pouco pesados de tenor como “Ferrando” do “Così fan tutte” e “Don Ottavio” do “Don Giovanni”, ambas de Mozart. Sua guinada para papeis mais pesados e dramáticos coincide com suas estreias no Metropolitan Opera de Nova York, na Ópera de Viena e na Ópera de Hamburgo, no final da década de 1960. Especializado no repertório italiano, cantando os mais importantes papeis dramáticos de Verdi e Puccini, a partir de 1968 se aventura no repertório wagneriano. Sua formação musical excepcional (já atuou como Maestro e é um bom pianista) lhe permite aprender novos papeis com impressionante rapidez, e talvez isto tenha feito com que ele se torne o tenor com o maior repertório da história como aponta o “Guinness Book”: 147 papéis diferentes, em 6 idiomas: italiano, espanhol, francês, inglês, alemão e russo. Para nós brasileiros é interessante lembrar que o tenor espanhol atuou em duas produções de “Il Guarany” de Carlos Gomes, em Bonn e Washington. Sua competência e versatilidade o levaram a ser o tenor mais desejado de todos os grandes maestros e de todos os grandes teatros de ópera do mundo, atuando em centenas de gravações tanto de áudio como de vídeo. Foi o primeiro tenor espanhol a atuar no Festival wagneriano de Bayreuth na Alemanha (cantou “Parsifal” e “Siegmund” na “colina verde”) e foi o cantor que mais vezes atuou na abertura da temporada do Metropolitan Opera de Nova York: 24 vezes. Aliás até hoje Domingo já cantou 673 vezes naquele teatro, o dobro das vezes que seu colega Luciano Pavarotti cantou por lá. Outro recorde absoluto de Plácido Domingo: foi o único cantor até hoje que chegou a cantar em cena 225 vezes o papel de “Cavaradossi” da “Tosca” de Puccini. Nada mal!

O Plácido Domingo essencial...
Muito difícil escolher o realmente essencial entre as centenas de registros que Domingo realizou. Escolho cinco entre os mais notáveis testemunhos deste grande artista.

Verdi – “Il Trovatore” – Domingo. Leontyne Price, Sherril Milnes. Regência: Zubin Mehta.CD.1970. 

Este registro foi feito depois das legendarias apresentações feitas no Met regidas por Zubin Mehta. O então jovem tenor deixa aqui um registro do frescor, beleza e virilidade de sua voz. Se tivesse que escolher apenas uma gravação de Domingo, esta seria uma forte candidata.

Verdi – “Otello” – Domingo, Te Kanawa, Leiferkus. Regência: Solti. DVD. Covent Garden. 1992

O papel de “Otello” cai como uma luva para a voz a as aptidões cênicas de Domingo. Na falta de uma cópia comercial da versão de Milão regida por Carlos Kleiber, esta é sem dúvida a melhor opção de se ver e ouvir Domingo encarnando o Mouro de Veneza.

Se é só para ouvir existe um registro excepcional desta ópera em que Domingo atua junto a Renata Scoto, regida por James Levine. Agora como barítono não seria nada mal ver Domingo cantando o papel de” Yago”.

Wagner – “Lohengrin” – Domingo, Jessye Norman, Siegmund Ninsgern. Regência: Solti. CD. 1986.

Se bem que muitas vezes só em estúdio, Domingo cantou todos os papeis principais das óperas de Wagner. “Lohengrin” foi o papel wagneriano que Domingo cantou mais vezes em cena. Existe um bom DVD regido por Abbado, mas a voz de Domingo aparece aqui de forma ainda mais gloriosa. As páginas em que ele canta junto a Jessye Norman são absolutamente antológicas.

Berlioz – “Les Troyens” – Domingo, Jessye Norman, Tatiana Troyanos. Regência: James Levine. DVD. Metropolitan opera. 1982.

Domingo preparou o dificílimo papel de “Eneas” da obra de Berlioz apenas para esta produção grandiosa do met. No entanto ele canta o papel como se tivesse uma enorme familiaridade com o mesmo. Sua pronúncia do francês é assombrosa.

Puccini – “Turandot” – Domingo, Eva Marton. Regência: Jamoes Levine. DVD. 1988. Metropolitan opera.

Na suntuosa (e às vezes de gosto duvidoso) produção de Franco Zefirelli Domingo ilumina cada nota, cada passagem da última ópera de Puccini. O equilíbrio obtido com Eva Marton está entre os momentos antológicos vividos pelo tenor espanhol.

Plácido Domingo barítono...

Sem atingir o nível destes 5 registros já históricos existem DVDs muito bons com Plácido Domingo atuando como barítono realizados recentemente. Destacaria “Simon Boccanegra” que ele gravou em Milão com Daniel Barenboim em 2012 e “Nabucco” que ele gravou em Londres com Danielle Abbado em 2015.

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* Osvaldo Colarusso é maestro premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA). Esteve à frente de grandes orquestras, além de ter atuado com solistas do nível de Mikhail Rudi, Nelson Freire, Vadim Rudenko, Arnaldo Cohen, Arthur Moreira Lima, Gilberto Tinetti, David Garret, Cristian Budu, entre outros. Atualmente, desdobra-se regendo como maestro convidado nas principais orquestras do país e nos principais Festivais de Música, além de desenvolver atividades como professor, produtor, apresentador, blogueiro e colaborador da Revista Keyboard Brasil.

** Texto retirado do Blog Falando de Música, do jornal paranaense Gazeta do Povo.


Hanon nº 1 - Exercícios de técnica

A PARCERIA ENTRE A  REVISTA KEYBOARD BRASIL  E O PORTAL WWW.TECLADISTAS.COM.BR  TRAZ ESTE MÊS O MÚSICO TIAGO MINEIRO !

* Por Tiago Mineiro

Nesta aula de teclado, o pianista e tecladista Tiago Mineiro ensina o primeiro exercício do método Hanon. Ele é um dos mais utilizados para o aprendizado e desenvolvimento da técnica para tocar piano. Ele fortalece os dedos, ajuda na coordenação e faz com que a mão esquerda seja capaz de tocar as mesmas coisas que a mão direita.

Clique para o exercício:

CONHEÇA O PORTAL E O FACEBOOK TECLADISTAS.COM
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* Tiago Mineiro – Conhecido por sua versatilidade, acompanha artistas como Tony Tornado, Edu Falaschi, Made in Brazil, Maria Christina entre outros, o músico já dividiu o palco com nomes como Seu Jorge, Thaíde, Lanny Gordin, Urs Wittwer (Suíça), Rene Calvin (Camarões) e Mind Priority (Bélgica). É endorse: ASK suportes, Mac Cabos, Capcase e Meteoro.







AHMAD JAMAL - Uma das figuras centrais na longa história do Jazz 

POSSUIDOR DE UMA CARREIRA COM MAIS DE 70 ANOS E EM ATIVIDADE POR TODO O MUNDO, INCLUINDO O BRASIL, ÍCONE DO PIANO JAZZÍSTICO, NÃO SÓ COMO SOLISTA E LÍDER, MAS COMO COMPOSITOR E EDUCADOR, AHMAD JAMAL INFLUENCIOU NOMES COMO KEITH JARRETT E MILES DAVIS. ENTRE OS INÚMEROS SUCESSOS DO PIANISTA E COMPOSITOR ESTÃO POINCIANA, AHMAD'S BLUES E NEW RUMBA. A REVISTA KEYBOARD BRASIL PRESTA UMA HOMENAGEM AO ILUSTRE ANIVERSARIANTE DO MÊS.
* Por Heloísa Godoy Fagundes
Nascido em 2 de julho de 1930, na Pensilvânia, Estados Unidos Ahmad Jamal fez história no jazz, multiplicando as possibilidades do tradicional trio de piano, baixo e bateria. Elogiado como um dos maiores inovadores do jazz sobre sua excepcionalmente longa carreira e seguindo grandes nomes como Charlie Parker e Dizzy Gillespie, Jamal entrou no mundo do jazz em um momento onde a velocidade e improvisação virtuosística foram fundamentais para o sucesso de músicos de jazz como artistas. Jamal, no entanto, deu passos no sentido de um novo movimento, depois cunhado “cool jazz” –  um esforço para mover o jazz na direção da música popular. O músico enfatizou espaço e tempo em suas composições musicais e interpretações em vez de focalizar a velocidade ofuscante do bebop. Jamal explorou a textura de riffs, timbres e frases e não a quantidade ou a velocidade de notas em qualquer improvisação. 

Embora seja muitas vezes ignorado por críticos de jazz e historiadores, o músico exerceu grande influência sobre o trompetista Miles Davis (1926 – 1991) que chegou a dizer que vivia para poder ouvir o próximo disco de seu colega pianista. 

Jamal e Davis se tornaram amigos nos anos 1950, e Davis continuou a apoiá-lo como um colega até sua morte, em 1991. 

Tão grande era a admiração de Miles Davis pelo amigo que o músico dizia a seus pianistas: “Toque como Jamal”. Sobre essa célebre frase, Jamal diz: “Todos os músicos vêm de algum lugar do mundo, com uma personalidade que influencia o mundo todo. Como a bossa nova de Tom Jobim. Eu venho de uma cidade que produz músicos que influenciaram o mundo todo. Quando criança, ouvia Billy Strayhorn, que compôs a mais famosa canção de Duke Ellington, Take the A Train e muitas outras. Um grande baixista, Ray Brown, veio da minha cidade. E um grande baterista, Art Blakey, veio de Pittsburgh. Um grande pianista, Earl Wild. Um grande artista, Andy Warhol. Um famoso dançarino, Gene Kelly. Posso dar dezenas de nomes. Há famosos industriais. Sabe o catchup? É de Pittsburgh. Então, o que Miles Davis ouviu em mim foi isso: Pittsburgh. Todos são diferentes, mas todos têm seu próprio som. Ninguém toca como eu, e eu não toco como mais ninguém. Miles veio de Saint Louis, que produziu muitos músicos. Certas cidades produzem fenômenos, e isso foi o que Miles ouviu em mim, algo diferente”. 

Somente para constar, quando a virtuosa pianista japonesa Hiromi Uehara estudou na Berklee College of Music, em Boston, foi orientada por ninguém menos que o próprio Jamal.
The Four Strings, incluindo Tommy Sewell no baixo, Ahmad Jamal aos 15 anos de idade, Joseph Kennedy Jr na rabeca e Ray Crawford no violão, em Pittsburgh, Pennsylvania, 1945.

Os primeiros estudos...



Mary Cardwell Dawson foi professora de piano em Pittsburgh. Entre seus alunos estavam Robert McFerrin, pai de Bobby McFerrin, Ahmad Jamal e Napoleão Reed.


Uma criança prodígio! Jamal se encantou pelo piano aos 3 anos de idade. Aos sete, passou a ter aulas com Mary Cardwell Dawson (1894 – 1962), uma professora de música afro-americana muito elegante e presidente da Associação Nacional dos Músicos Negro, que já naquela época, incutiu em seus alunos uma relação igual para a música norte-americana e a vinda da Europa. “Em Pittsburgh não tínhamos essa diferença entre a música norte-americana e a música clássica europeia. Estudávamos os dois. Eu tocava Franz Liszt aos 10 anos, analisa Jamal. Suas raízes vindas de Pittsburgh são uma parte importante da sua identidade: “Pittsburgh significou tudo para mim e ainda significa”. Foi lá que esteve imerso em influências de artistas de jazz como Earl Hines, Billy Strayhorn, Mary Lou Williams e Erroll Garner.  
Jamal também estudou com o pianista James Miller e começou a tocar profissionalmente aos 14 anos, sendo reconhecido como um “coming great”  pelo pianista Art Tatum.  


Quando perguntado sobre seus hábitos de prática por um crítico do jornal  The New York Times, Jamal foi enfático: “Quando era jovem, eu costumava praticar e praticar com a porta aberta, esperando que alguém viesse me descobrir. Eu nunca fui um praticante no sentido de doze horas por dia, mas eu sempre pensei em música. Eu penso em música o tempo todo.” E, foi assim que conquistou um vasto e variado repertório tornando-se tão influente sobre outros músicos. Jamal também credita esse feito à sua tia Louise, que vivia na Carolina do Norte e mandava remessas regulares de partituras para o sobrinho.

Sobre sua tia Louise, ele diz: “Ela era uma educadora. Acreditava fortemente na educação  e  queria que seu sobrinho tivesse todas as oportunidades. Qualquer coisa que você recebesse através do correio naquela época era excitante. Aqueles pacotes da tia Louise foram mais que emocionantes. Era uma aventura desbravar as partituras no piano de minha mãe.”



O profissional...


O produtor musical Hammond em uma 

sessão de gravação com Buck Clayton, 
Lester Young, Charlie Christian, Benny 
Goodman e Count Basie. 


Aos 10 anos de idade já tocava com músicos profissionais ao redor da cidade de Pittsburgh, surpreendendo-os com a variedade de músicas tocadas. Sobre as influências musicais, o músico diz: “Eu ouvia a minha cidade quando eu estava crescendo porque, como disse anteriormente, eu venho de um lugar que é um fenômeno. Mas a minha maior influência foi Erroll Garner.”

Em 1948 e aos 14 anos de idade, juntou-se o sindicato dos músicos depois de se formar na George Westinghouse High School, e começou a excursionar com a Orquestra de George Hudson. Mais tarde, o músico se juntou ao grupo The Four Strings. Foi esse som refinado que atingiu Miles Davis em cheio, era meados da década de 1950. Foi nessa década, aliás, que Jamal se mudou para Chicago e alterou legalmente seu nome de batismo (sobre sua conversão ao islamismo e sua mudança de nome, são assuntos expressamente proibidos). 

Em 1951, gravou para o selo Okeh com The Three Strings, que viria a se chamar The Ahmad Jamal Trio. O trio era formado pelo guitarrista Ray Crawford e pelo baixista Eddie Calhoun (de 1950-1952), Richard Davis (de 1953-1954), e Israel Crosby (em 1954). Somente em Nova York a fama chegou para o seu The Three Strings. Lá, John Hammond viu a banda tocar. Hammond, era um produtor musical que descobriu talentos e aumentou a fama de músicos como Benny Goodman, Billie Holiday e Count Basie. Com o trio de Jamal não foi diferente! Hammond ajudou a atrair elogios da crítica. Foi nessa época, inclusive, que Jamal passou a utilizar a linha piano-guitarra-baixo. 

John Hammond (1910-1987)  – o mais influente caçador de talentos e produtor musical da história

O produtor musical Hammond em uma sessão de gravação com Buck Clayton, Lester Young, Charlie Christian, Benny Goodman e Count Basie.

Grande apreciador de música com uma incrível capacidade de descobrir talentos e lançar carreiras. Por mais de cinco décadas John Hammond não mediu esforços para colocar Billie Holiday, Count Basie, Ahmad Jamal e Charlie Christian no mapa musical, para não mencionar Bob Dylan, Bruce Springsteen, Aretha Franklin e uma série de outros grandes músicos. 

Nascido da alta aristocracia de East Side em Manhattan. Quando saiu da Yale em 1932, John decidiu que iria fazer a diferença com sua riqueza pessoal. E o Jazz tornou-se sua grande causa. Através dela ele acreditava que poderia ajudar a corrigir os erros de uma sociedade profundamente segregada.

Tudo começou no início dos anos 1930 quando John Hammond traçou um curso na música e que seguiu por 55 anos, financiando do seu próprio bolso.

John Hammond era mais do que um observador de talentos. Possuía a capacidade de juntar  músicos que resultaram em gravações das mais aclamados da história do jazz. Dizia que queria “produzir faíscas musicais para depois ver tudo incendiar”. 

John Hammond será sempre lembrado por seu ouvido afinado, sua visão de um futuro mais positivo e seu desejo incontrolável em espalhar o jazz pelo mundo.

Hammond era um
grande produtor
musical. Além de
descobrir talentos
ajudou a alavancar
a carreira de músi-
cos como Benny
Goodman, Billie
Holiday, Aretha
Franklin, Ahmad
Jamal e seu trio,
Count Basie e Bob
Dylan.
 


Jamal posteriormente gravou para Parrot (1953-1955) e Epic (1955). Nessa, o som do trio mudou significativamente e o grupo trabalhou como a “House Trio”  no Chicago's Pershing Hotel. O trio lançou o álbum ao vivo, 'Live at the Pershing'.

Após seu retorno para os EUA depois de uma turnê do Norte da África, o sucesso financeiro de 'Live at the Pershing: But Not For Me' permitiu que Jamal abrisse em Chicago, um restaurante/clube chamado The Alhambra.  Em 1962, The Three Strings se dissolveu e Jamal se mudou para Nova York, então com 32 anos de idade.

Em 1964, Jamal retomou as turnês e gravações, desta vez, com o baixista Jamil Nasser, gravando um novo álbum, chamado 'Extensions', em 1965. Jamal e Nasser continuaram a tocar e gravar juntos até 1972. Ele também se juntou novamente a Fournier (mas apenas cerca de um ano) e ao baterista Frank Gant (de 1966-1976). 

Até 1970, tocou piano acústico exclusivamente. A partir da década de 1970, passou a tocar também piano elétrico. Dizia-se que o piano Rhodes foi um presente de alguém na Suíça. Ao longo dos anos 1970 e 1980, continuou a desempenhar principalmente trios com piano, baixo e bateria, ocasionalmente incluindo uma guitarra, além de continuar produzindo álbuns de sucesso. 

Em 1994, Jamal recebeu o prêmio American Jazz Masters fellowship da National Endowment for the Arts. Em 1995, duas faixas de seu álbum de sucesso 'But Not For Me' - Music, Music, Music e  Poinciana fizeram parte do filme de Clint Eastwood The Bridges of Madison County.

Em 2003, o músico foi introduzido no American Jazz Hall of Fame instituída pela  New Jersey Jazz Society.

Em junho de 2007, o Governo francês introduzido Jamal no prestigiado l'Ordre des Arts et des Lettres, figurando entre nomes como William Faulkner, Ralph Waldo Emerson, Jackson Pollock, Ella Fitzgerald, Alan Ginsberg e Toni Morrison. 

Em 2008, lançou o álbum 'It's  Magic' que atingiu as paradas de sucesso  imediatamente após o seu lançamento nos EUA, sendo apontado como um de seus melhores trabalhos até hoje. Aclamado pelos críticos como um grande destaque em sua carreira, o álbum figurou no Top Billboard Jazz, no iTunes Jazz Top 10, e alcançou a posição de número 2 nas paradas da Jazz Week Radio Chart na França. Com 'It's Magic' foi premiado como Melhor Álbum Internacional (Album International de Production Francaise) por Les Victoires du Jazz, o equivalente francês do Grammy. O álbum também ganhou o prêmio 'Gravação do Ano' pela Jazz Man Magazine



A Ahmad Jamal Ensemble com o percussionista Manolo Badrena, o baterista Herlin Riley, o baixista Reginald Veal e Ahmad Jamal no piano.



Performances ao vivo sempre foram bem representadas em sua discografia ao longo dos últimos sessenta anos. Gravado em Junho de 2012 'Live at the Olympia' é a quarta gravação ao vivo na capital francesa desde 1992. O CD / DVD duplo ao vivo realizado no Olympia Theatre em Paris traz o flautista Yusef Lateef (1920-2013) e é certamente um marco histórico.

Em 2012, seu trabalho 'Ahmad - Blue Moon - The New York Session' foi indicado para o Grammy, na categoria de Melhor Jazz Instrumental. Em 2015, Jamal recebeu o diploma honorário de Doutor em Música (hon. DM) pelo NEC (New England Conservatory).

Atualmente, Ahmad Jamal  grava e produz jovens artistas, além de possuir sua própria gravadora. O músico também tem sido Artista Steinway por mais de meio século. Incansável e recebendo inúmeros prêmios, sua música ainda permanece jovem, fresca e influente.
* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost writer e esportista. Amante da boa música, está há 10 anos no mercado musical de revistas. Já trabalhou na extinta Revista Weril e atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil.