EM
MEMÓRIA AO 25° ANO DA MORTE DE FREDDIE MERCURY, ROGERIO UTRILA REUNIU BANDAS E
MÚSICOS QUE FIZERAM RELEITURAS DAS COMPOSIÇÕES ESCRITAS POR ELE NO QUEEN OU NA CARREIRA
SOLO.
Rádio
Web Stay Rock Brazil http://www.stayrockbrazil.com.br/single-post/2016/11/24/Bismillah-Um-Tributo-Virtual-a-Freddie-Mercury(com idealização de Rogério Utrila) está divulgando um tributo virtual para download em homenagem à memória de FREDDIE MERCURY pelo 25° ano de sua morte; reunindo bandas e músicos que fizeram releituras das composições escritas por ele no QUEEN ou na carreira solo. O álbum foi lançado no dia 24 de novembro de 2016 e conta somente com bandas brasileiras. Confira o setlist abaixo:
01 - Maestra - We Are the Champions
02 - Yumi - Somebody to Love
03 - Landau - Seaside Rendezvous
04 - OzDois - Don't Stop Me Now
05 - Leatherfaces feat. Banshee Ghelmandi - Was It All Worth It
06 - Faixa de Pedestre - I Was Born to Love You
07 - 8080 - Don't Try Suicide
08 - Aless Scaranto & Roberto Bosniac - You Take My Breath Away
09 - Unha de Dromedário - Lazing On a Sunday Afternoon
10 - Manoel Izidoro – Jesus
11 - Yekun - Death on Two Legs (Feat Edson Paulino)
12 - Ton Cremon - Love of My Life
13 - Maestrick - The Ogre Fellers Master March Part II The Fairy and The Black Queen
14 - Viva Las Vesgas - Crazy Little Thing Called Love
15 - Trouble Makers - Seven Seas of Rhye
16 - Renda Per Capita - In The Lap of the Gods ... Revisited
17 - Território Inimigo - Bring Back That Leroy Brown
18 - Everson Candido - Is This The World We Created...
19 - Rodrigo Carvalho - How Can I Go On
20 - Amyr Cantusio Jr. - Mustapha-Bohemian Rhapsody
AOS
QUE JULGAVAM O FINAL DA CARREIRA DOS CALLAGHANS, COM O TÉRMINO DA CALLAGHANS ESCOLA
DE TEATRO & MUSICAL NO BRASIL, ESTAVAM ENGANADOS. O CASAL WILL E MARTIN CALLAGHAN,
NÃO ESTÃO MAIS NO BRASIL, CERTO! MAS ESTÃO A TODO VAPOR TRABALHANDO EM SEUS
PROJETOS E CARREIRAS NA INGLATERRA, PAÍS ONDE NASCEU O ATOR E CANTOR MARTIN.
Vamos
relembrar: Will e Martin Callaghan casaram-se em 2013 na Europa e, logo em
seguida, resolveram se mudar para o Brasil e investir em uma escola de teatro
musical no sul do país. Por quase três anos, o casal de atores foi referência
em todo o território nacional. Com o encerramento das atividades da Callaghans
Escola de Teatro & Musical, em Joinville (Santa Catarina) o casal partiu do
país e atualmente residem na Inglaterra.
Martin Rodrigues Callaghan possui 30 anos de experiência em teatro musical nos palcos da Broadway (Estados Unidos) e West End (Inglaterra). O ator, um dos atores preferidos do aclamado escritor e diretor Andrew Lloyd Webber, nasceu na cidade de Manchester, Inglaterra e formou-se em teatro pela Abraham Moss Centre e canto pela R.N.C.M, ambas na Inglaterra.
A estrela britânica que já interpretou os maiores papéis em musicais como O Mágico de Oz, A Noviça Rebelde, Um Violinista no Telhado, Cats, Chicago, Jesus Cristo Superstar, My Fair Lady, Chess entre outros sucessos, esse ano estará em turne internacional por todo o Reino Unido e Irlanda em um dos maiores musicais da atualidade, Funny Girl – O Musical.
Will Rodrigues Callaghan por sua vez é considerado, além de um dos grandes comediantes da atualidade, uma máquina de realizar sonhos. Natural de Criciúma, Santa Catarina, o ator viveu sua infância entre sua cidade natal e Joinville. Sua carreira artística tomou impulso em 2010, quando se mudou para a Europa. Formou-se no Espaço Evoé de Artes, no curso de interpretação e direção de atores, em Lisboa (Portugal) e, em Dublim, na Irlanda, ampliou sua arte para as áreas de dança e expressão corporal nos palcos através da Abbey Theatre.
Will estreou nos palcos europeus com a comédia Super Funny e protagonizou seu 1º papel na TV, no seriado português Pai à Força, ao lado do galã Pepe Rapazote. No Brasil, repetiu o sucesso com a comédia romântica Nuno, Ana e Tinha que ter um Gay e o show de humor Djalma, o Cabeleireiro, trabalhou com os globais Charles Paraventi, Gustavo Haddad e também ao lado do marido Martin.
Com espírito empreendedor, o ator tem dado oportunidades a outros artistas, tanto no gênero da comédia quanto no meio musical. Atualmente, Will divide seu tempo estudando teatro musical e canto na capital inglesa, além de trabalhar na produção musical do álbum de Martin Callaghan. Também estreará na Europa a comédia Sexo, Etc e Tal junto a mais um global, o ator Andre Rangel.
Além dos estudos, Will se prepara fisicamente pois, segundo os diretores e produtores amigos do casal, ele é a nova aposta do teatro musical na Europa e no Brasil. Incansável, em breve estará realizando audições para alguns musicais a serem lançados no mercado de entretenimento.
ENTREVISTA...
Revista Keyboard Brasil: Vamos direto ao ponto. Vocês tiveram uma ideia fantástica de trazer para o Brasil a primeira escola de teatro musical nos moldes da Broadway e West End. Por que decidiram encerrar seus trabalhos?
Will Callaghan: Adoramos ensinar a partilhar nossas experiências com as pessoas, porem nossa gana de estar nos palcos é muito mais forte do que estarmos em uma sala de aula ensinando. E infelizmente a escola não nos permitia estarmos nos palcos, uma vez que tínhamos que dar suporte aos alunos praticamente 24 horas por dia. Era muito bom mas ao mesmo tempo exaustivo. Mas como eu disse, a vontade de estar nos palcos atuando e cantando era muito maior, então decidimos por encerrar os trabalhos após a formação das duas turmas de alunos que tínhamos na Callaghans.
Revista Keyboard Brasil: Qual a impressão de Martin sobre o Brasil, culturalmente falando?
Will Callaghan: Sinceramente, não é das melhores. Ele não entende como um ator não consegue só viver de arte no Brasil. Por exemplo, aqui na Inglaterra um ator só vive da arte, e por sinal vive muito bem. Já no Brasil um ator só vive da arte se ele esta na televisão fazendo novela, caso o contrario ele precisa ter um outro emprego paralelo para se manter. Já falando sobre os espetáculos e etc, tanto ele como eu, achamos que o Brasil tem crescido muito e o mercado de entretenimento, especialmente o de musical, tem alavancado de uma forma extraordinária e eficaz. Quando estávamos aí conhecemos muita gente boa que canta, dança e interpreta muito bem. Mas novamente, não são valorizados como deveriam pois teatro no brasil não é visto como um trabalho ou uma forma de sustento, o que é uma pena.
Revista Keyboard Brasil: Vivendo na Inglaterra, do que sente falta do Brasil?
Will Callaghan: Sinto falta do arroz, feijão, ovo frito e salada de tomate e alface (risos). Não sou muito apegado a família e amigos. Claro, eu sinto saudade como qualquer ser humano, porém não sofro por causa da saudade. Nada que a internet não resolva. Quando quero desabafar com alguém ligo no FaceTime para a minha melhor amiga e, às vezes, passamos 3 horas conversando sobre a vida aqui, a vida aí, e até encontramos assunto quando já não temos mais assuntos.
Revista Keyboard Brasil: Como é sua rotina londrina?
Will Callaghan: Minha rotina sempre muda quando estou aqui, com certeza. Primeiro inicia na alimentação, pois comer em qualquer lugar da Europa é muito barato, e na Inglaterra o governo estimula as pessoas a comerem saudável, por isso comida orgânica ou integral é o mesmo valor de comida normal. Não que comida integral não seja normal. Bom, vocês entenderam o que eu quis dizer. Outra coisa que mudou é que aqui eu vou ao teatro ao menos duas vezes por semana. Também tenho vivido uma vida mais calma e sempre que posso vou a parques dar comida aos esquilos e patos, o que me faz muito feliz. Também tenho ido dormir todos os dias cedo pois estou trabalhando na produção do album do Martin, então quase todos os dias tenho ido para o estúdio as 7h da manha e passo boa parte do dia lá. Já nas segundas tenho aula de teatro musical e canto onde estou estudando para me especializar, já que meu forte sempre foi a comédia, mas parte do meu coração esta no teatro musical. Mas uma coisa que eu inclui na minha rotina londrina foi o café. Ao menos duas ou três vezes por dia eu sou obrigado a parar no Starbucks e pegar um café ou chocolate quente.
Revista Keyboard Brasil: Will, como surgiu o convite do ator global Andre Rangel para estrear na Europa a comédia Sexo, Etc e Tal?
Will Callaghan: Eu e o André já estávamos namorando essa parceria faz alguns anos, mas nunca batiam nossas agendas, então assim que ele soube que eu havia voltado para a Inglaterra ele me contactou e disse: “Logo agora que eu encontrei uma brecha na minha agenda você voltou para Londres”. E eu o respondi: “Que tal usarmos essa brecha para fazermos o espetáculo acontecer por aqui?” - então daí em diante começamos a focar no espetáculo e trabalharmos em cima das datas, cidades da Europa onde o numero de brasileiros é maior e pautarmos os teatros e espaços de stand up comedy. Estou muito feliz pois o André além de um super profissional da tv e do teatro, já vem fazendo sucesso com esse espetáculo por aproximadamente 20 anos, o que nos dá uma credibilidade onde quer que viemos a apresentar Sexo, Etc e Tal.
Revista Keyboard Brasil: Muitos não sabem, mas você também é compositor. Fale sobre isso.
Will Callaghan: Sim, sou compositor e tenho uma facilidade muito grande para compor. As vezes fico um mês em cima da mesma canção, e mudo palavras, mudo significados e etc, mas no final o resultado é satisfatório para mim. Atualmente compus a canção “Back With You” para o Martin, e estou trabalhando em cima da produção musical da mesma, pois em breve ele entra no estúdio para colocar a voz e então a canção sera lançada no iTunes e outros aplicativos de música. Ainda tenho mais outras duas canções no qual estou terminando de compor onde uma sera gravada na minha voz, e a outra ainda não sei o que vou fazer.
Revista Keyboard Brasil: Tem planos para 2017 retornar ao Brasil e ministrar workshops?
Will Callaghan: Temos sim. Ainda não esta nada certo em relação as datas, mas provavelmente em agosto estaremos em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro ministrando o Workshop West End on Tour Brazil, onde levaremos toda a nossa experiência nos palcos aos participantes, que podem ser atores, cantores, dançarinos, diretores, produtores e apaixonados por musicais. Ah, também estaremos levando um dos atores de Os Miseráveis, O Musical no West End London para o brasil para ministrar o Por trás dos Bastidores de Les Mis - Workshop de Teatro Musical.
Revista Keyboard Brasil: Desejo muito sucesso para vocês dois e muito obrigada pela entrevista!
Will Callaghan: Obrigado pelo carinho e respeito sempre! Admiração pela equipe da Revista.
* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost writer e esportista. Amante da boa música, está há 10 anos no mercado musical de revistas. Já trabalhou na extinta Revista Weril e atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil.
Jean-Luc Ponty - O homem
que reinventou o violinoPARTE 1
MESTRE DO VIOLINO E PIONEIRO
NA ÁREA DO JAZZ-ROCK, JEAN-LUC PONTY É AMPLAMENTE CONSIDERADO UM INOVADOR QUE
APLICOU SUA VISÃO VISIONÁRIA ÚNICA PARA EXPANDIR O VOCABULÁRIO DA MÚSICA
MODERNA.
Diferente do uso
característico do violino como instrumento da música erudita, o início do
século XX ofereceu uma tradição de grandes violinistas que, ao longo de várias
décadas, consolidaram o violino como um instrumento solista no jazz.
O pioneiro que pôs o violino como instrumento protagonista no jazz foi Joe Venutti (1903-78), seguido por outros grandes como Eddie South (1904-62), Stuff Smith (1909-1967), Svend Asmussen (1916-) e Stephane Grapelli (1908-1997). Jean-Luc Ponty deu um passo além nesta tradição.
Antes dele, o violino estava ligado à tradição do jazz-francês ou swing jazz, com seu som elegante acompanhado por outros instrumentos acústicos, como o violão. Porém, Jean-Luc Ponty elevou o violino a outro patamar enquanto instrumento solista, criando um estilo de tocar mais agressivo e poderoso, lembrando o sax do John Coltrane. Nos anos 70, ele eletrificou o instrumento, aproximando-o do som de uma guitarra e chegando aos anos 80 com um instrumento de captação MIDI totalmente renovado, contribuindo não só musicalmente, mas também tecnologicamente.
Jean-Luc Ponty nasceu em uma família de músicos clássicos em 29 de setembro de 1942 em Avranches, França. Teve aulas de violino com seu pai e estudou piano com a mãe. Aos 16 anos foi aceito no Conservatório Nacional Superior de Música de Paris, graduando-se dois anos mais tarde com a honra mais elevada da instituição, Premier Prix (primeiro prêmio). Com isso, Ponty foi imediatamente contratado por uma das principais orquestras sinfônicas, Concerts Lamoureux, na qual tocou por três anos.
Enquanto tocava na orquestra, Ponty passou a tocar também em gigs de jazz, inicialmente clarinete, que havia aprendido com o pai e, posteriormente, saxofone. Foi nessa época que despertou cada vez mais interesse pela música de Miles Davis e John Coltrane.
No início, o violino parecia ser uma desvantagem. Poucos viam o instrumento como tendo um lugar legítimo no estilo do jazz moderno. Mas foi com seu som poderoso e evitando o uso do vibrato que Ponty se distinguiu com frases da era be-bop e um estilo agressivo influenciado mais por trumpetistas e saxofonistas, de uma forma que ninguém antes havia experimentado previamente no violino. Ninguém tinha ouvido nada como Ponty!
Podemos dizer que Jean-Luc Ponty teve três fases distintas em sua carreira. A primeira inicia-se nos anos 60 tocando com o violino tradicional de quatro cordas, amplificado por captadores acoplados ao cavalete do instrumento.
Primeira fase – Sob a influência de Coltrane
Nessa primeira fase, em 1964 e aos 22 anos, ele lançou seu primeiro álbum solo pela Philips: Jazz Long Playing. Depois, um álbum ao vivo em 1966, chamado Violin Summit, com Ponty tocando ao vivo em Basel na Suíça junto aos veteranos do violino Svend Asmussen, Stéphane Grappelli e Stuff Smith.
Aí vemos claramente o estilo distinto de Jean-Luc Ponty, voltado para o jazz pós be-bop. Seu som seco, forte e virtuoso com frases rápidas, bem ao estilo John Coltrane na fase modal.
Em 1967, Ponty grava pelo selo World Pacific Jazz os discos Electric Conection, com a Gerald Wilson Big Band e Jean-Luc Ponty Experience, com George Duke Trio.
Em 1969, Frank Zappa compôs as músicas para o álbum solo King Kong, de Jean-Luc; esse álbum é uma obra prima. Vale a pena uma audição cuidadosa para observar os arranjos do Maestro Zappa e a execução primorosa de Jean-Luc Ponty. Essa obra marca também um período transitório da primeira fase para a segunda, onde o estilo modal pós be-bop agora mistura-se mais ainda com elementos do rock.
Segunda fase – Mahavishnu e Rock Progressivo
A segunda fase de Jean-Luc Ponty é particularmente marcante. Ela cobre toda a década de 70 com discos históricos, tanto na sua discografia solo, como em sua participação em trabalhos de outros artistas.
Podemos dizer que a segunda fase é marcada pela eletrificação do som do violino, aproximando ao som da guitarra. Ponty passa a tocar mais frases pentatônicas e usar pedais de efeitos como phaser, wha-wha e dalay. É marcante também seu violino de 5 cordas da marca Barcus-Berry, de cores azul e vermelho, com seu som característico.
Não podemos deixar de mencionar sua importante participação na fantástica formação da Mahavishnu Orchestra, do virtuoso guitarrista John McLauglhin.
O álbum Apocalypse (1974), da Mahavishnu Orchestra, é um concerto para banda e orquestra composto por John McLaughlin, tendo Ponty no violino e McLaughlin na guitarra como solistas, além da participação da Orquestra Sinfônica de Londres. Uma obra belíssima densa e complexa, com muitas nuances e mudanças climáticas.
Ainda em sua participação na Mahavishnu Orquestra, vem na sequência o álbum Vision Of the Emeral Beyond, outra grande obra prima da primeira à última música, com Jean-Luc Ponty e Jonh McLaughlin brilhando em seus solos virtuosos. Destaque para o tema de abertura, Eternety's Breath, uma composição em duas partes.
Nos anos 70 Jean-Luc Ponty passa a ser admirado não só por fãs de jazz, mas também por admiradores do rock progressivo. Isso se dá por conta dos álbuns Imaginary Voyage (1976), Inigmatic Ocean (1977), Cosmic Messenger (1978), e o clássico Jean-Luc Ponty Live, de 1979, que reúne músicas dos álbuns anteriores já citados.
O som de Ponty nessa época passa a ter mais influências do rock, com faixas longas divididas em quatro partes. A música Imaginary Voyage é uma composição de 19 minutos dividida em quatro partes. Essa peça abre com rápidas passagens de acordes não tonais e súbitas mudanças de ritmo até a entrada do violino. Destaque para o belo tema do segundo movimento.
Nos anos 80 Jean-Luc mergulhou de cabeça nas inovações tecnológicas que aquela época proporcionou à música. Ele desenvolveu novo violino de corpo maciço e captação MIDI junto a fábrica Zeta. Seu instrumento, seu som e sua música estavam em sintonia com a nova década que se iniciava.
Mas essa é uma história a ser contada na próxima edição.
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* Sergio Ferraz é violinista, tecladista e compositor. Bacharel em música pela UFPE, possui seis discos lançados até o momento. Também se dedica a composição de músicas Eletroacústica, Concreta e peças para orquestra, além de ser colunista da Revista Keyboard Brasil.
2016:
Instituições musicais brasileiras à beira de um ataque de NERVOS
SABEMOS
QUE TRABALHAR COM CULTURA NO BRASIL SIGNIFICA ARRISCAR. PORÉM, A CRISE MUSICAL
VIVIDA NO BRASIL NO ANO QUE ACABOU SERVIU PARA MOSTRAR QUE, MESMO COM TODAS AS
DIFICULDADES, A ATIVIDADE MUSICAL DEVERIA SE DESENVOLVER FORA DO MEIO
GOVERNAMENTAL. VIDE SUAS PÉSSIMAS GESTÕES.
Creio
ser difícil responsabilizar apenas um fator na série alarmante de más notícias
em torno da atividade musical no país, e não creio que há um plano articulado
contra a música como um todo. A crise é global.
No entanto, a catastrófica crise econômica que assola o Brasil nos últimos tempos veio se agregar a algo já muito conhecido quando nos referimos a instituições públicas voltadas à atividade musical: péssima gestão.
A lista de hecatombes nacionais recentes (crise econômica, política e alta corrupção) se soma às toscas e ineficientes práticas administrativas.
CURITIBA
35ª OFICINA DE MÚSICA DE CURITIBA - UM EVENTO CANCELADO
Aqui no Paraná o anunciado cancelamento da realização da 35ª Oficina de Música de Curitiba demonstra uma junção de uma arrecadação cambaleante da prefeitura com deslizes sérios de gestão, tanto da administração que está saindo, por ter prometido uma verba que não existe, como da administra-ção que está entrando e que lança uma artificial disputa entre saúde e cultura (que é vista pelo novo prefeito como “secundária”). A meu ver nada justifica o cancela-mento de um evento cultural que há 35 anos acontece na cidade, ainda mais depois que os aportes necessários foram oferecidos por diversas secretarias do Estado, mas se revelaram ineficientes frente à obstinação do novo prefeito em cancelar o evento.
BRASÍLIA
A ORQUESTRA DO TEATRO NACIONAL DE BRASÍLIA TOCANDO EM LUGARES IMPRÓPRIOS
Caso já antigo é o da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro de Brasília, que há três anos vem se apresentando em locais totalmente desprovidos de mínimas condições acústicas pelo fato de sua sede, o Teatro Nacional, estar fechado para reformas, reformas essas que ainda estão longe de começar. A má novidade é que a recessão galopante faz da próxima temporada da orquestra ser uma incógnita pois cortes consideráveis já foram anunciados. Lembro que os músicos desta orquestra recebem os mais altos salários de músicos de orquestra do país. Em resumo: músicos bem pagos tocando para um peque-no público em lugares impróprios. Desperdício?
PORTO ALEGRE
A SINFÔNICA DE PORTO ALEGRE SEMPRE SE APRESENTANDO EM IGREJAS COM PÉSSIMA ACÚSTICA
Outra crise de gestão aguda e antiga acontece também com a OSPA – Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Sem sede há muitos anos (sua sede foi “desalugada” pela governadora Yeda Crusius) toca em igrejas com acústicas sofríveis para um público declinante. A diferença com Brasília é que os salários, que já não são grande coisa, entraram no sistema de parcelamentos no falido Estado do Rio Grande do Sul. Vale ressaltar que no programa de contenção de custos o Governo do Estado extinguiu a Rádio Educativa do Rio Grande do Sul.
SÃO PAULO
BANDA SINFÔNICA DE SÃO PAULO: À BEIRA DA EXTINÇÃO
Em São Paulo, a queda de arrecadação advinda da crise econômica levou o Governo do Estado a praticamente extinguir a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo. Aliás o governo de São Paulo pensa seriamente (através da OS “Instituto Pensarte”) em cessar a atividade da Jazz Sinfônica e da Orquestra do Theatro São Pedro. Mesmo a OSESP, uma instituição que parece viver ao largo da catastrófica situação econômica do país, tem perspectiva de alguns cortes no seu orçamento. Mas como a OSESP tem um apoio forte de um conceituado banco, e como os bancos são os únicos a lucrarem no caos econômico brasileiro, existe chance de ela sair menos chamuscada da recessão. A crise de corrupção que aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo, com notícias de que o dinheiro desviado chegaria a 130 milhões de reais. Roubalheira, baixa arrecadação e má gestão: tudo junto.
RIO DE JANEIRO
ARTISTAS DO THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO EM RECENTE MANIFESTAÇÃO
No Theatro Municipal do Rio de Janeiro (que apesar do nome é administrado pelo governo do Estado) foram canceladas as apresentações de uma ópera (Jenufa do tcheco Leoš Janácek) dois dias antes da estreia no último mês de novembro pelo atraso de mais de um mês de pagamento dos salários dos músicos e demais funcionários do teatro. A penúria carioca faz com que os salários continuem a ser parcelados para todos os funcionários do Estado, inclusive os músicos (cantores e instrumentistas) do teatro. E, por falar em Rio de Janeiro, a péssima gestão acrescida à recessão levou mais uma vez ao impasse a existência da Orquestra Sinfônica Brasileira. O Estado do Rio de Janeiro, cujas finanças estão para lá de arruinadas, parece prometer mais crises. No que tange o Theatro Municipal e todo o funcionalismo do Estado o parcelamento dos salários será uma constante durante o ano, o que faz prever mais cancelamentos.
SALVADOR E OUTROS LUGARES
AS “MÁGICAS” DO MAESTRO CARLOS PRAZERES PARA MANTER A SINFÔNICA DA BAHIA VIVA E ATUANTE
Em Salvador a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), mantida pelo Governo do Estado, não para de tirar coelhos da cartola para se manter viva. É lógico que a recessão só piora a situação do conjunto, que talvez sofra por ter sido apoiada por Antônio Carlos Magalhães e não aparece simpática à atual administração. Mera hipótese. Mas a crise é real. Há a promessa de uma OS (Organização social) salvar o conjunto. Ainda não soube de nada mais definido a respeito das atividades musicais em Belo Horizonte, mas, ao que tudo indica, problemas acontecerão, pois, o Estado de Minas Gerais decretou Catástrofe Econômica. Ainda não obtive notícias de Goiânia, Manaus, Belém e Recife.
FUTURO SOMBRIO E NEBULOSO
Para mim a equação é simples: a música de qualidade é uma atividade que depende principalmente do poder público e as finanças públicas estão numa crise profunda, advinda principalmente de uma recessão nunca vista por aqui, alimentada por uma infindável crise política. E quem administra esta verba declinante não tem demonstrado capacidade técnica de fazer com que esta verba produza algo de bom. Esta crise política me parece estar longe do fim e, como consequência, a crise econômica permanecerá, infelizmente, por um longo tempo. Não há mais nenhuma garantia, e mesmo os funcionários estatutários não sabem do dia de amanhã e se perguntam: haverá recursos para se pagar salários e aposentadorias para eles? Creio mesmo que a atividade musical, mesmo com todas as dificuldades, deverá aos poucos se desenvolver fora do meio governamental. Orquestras e atividades musicais são ataca-das em diversas redes sociais como pudemos constatar, por exemplo, quando o MBL, um grupo de cunho político, saiu em defesa da triste extinção da Orquestra Sinfônica de São José dos Campos e do cancelamento da 35ª Oficina de música de Curitiba. Do jeito que a coisa anda, as atividades culturais caminham para um futuro extremamente sombrio e nebuloso.
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* Osvaldo Colarusso é maestro premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA). Esteve à frente de grandes orquestras, além de ter atuado com solistas do nível de Mikhail Rudi, Nelson Freire, Vadim Rudenko, Arnaldo Cohen, Arthur Moreira Lima, Gilberto Tinetti, David Garret, Cristian Budu, entre outros. Atualmente, desdobra-se regendo como maestro convidado nas principais orquestras do país e nos principais Festivais de Música, além de desenvolver atividades como professor, produtor, apresentador, blogueiro e colaborador da Revista Keyboard Brasil.
** Texto retirado do Blog Falando de Música, do jornal paranaense Gazeta do Povo.
Guegha
San começou na música aos 12 anos de idade como baterista oficial do Ministério
de Louvor de sua igreja, no interior da Bahia tocando em várias bandas no seguimento Gospel de sua região.
Atendendo à necessidade do Ministério de Louvor, Guegha San começou seus estudos no teclado e não parou mais. Mais tarde, mudou-se para a cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, onde trabalhou em uma famosa loja de instrumentos musicais no setor de áudio e tecnologia, onde desenvolveu suas habilidades como pesquisador e atendeu um público mais exigente, dentre eles Henrique Portugal (Skank).
Como músico, já tocou com vários artistas do meio Gospel, tais como, David Quinlan (Som Livre), Ariane (ex MK) e Lukão Carvalho (preto no branco Sony Music).
Recentemente Guegha San gravou dois reality show na MTV BRASIL (EX ON THE BEACH e ARE YOU THE ONE BRASIL 3) como engenheiro de áudio e realizando as trilhas sonoras dos programas.
Atualmente, desenvolve um trabalho musical com a cantora e blogueira Lua Alone, divide suas atividades como produtor, enge-nheiro de áudio e arranjador ao lado de Enéas Xavier (ex-DT) e Andre Espíndola no estúdio Usina MG, e ainda arruma tempo para ministrar em vários lugares.
Guegha San é endorsee das marcas JK pedais e Hard Bag Pesonalizado.
* Rafael Sanit é tecladista, Dj e produtor musical, endorsee das marcas Roland, Stay Music, Mac Cabos e Jones Jeans. Também trabalha como demonstrador de produtos Roland onde realiza treinamentos para consultores de lojas através de workshops e mantém uma coluna como colaborador na Revista Keyboard Brasil.
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL:
Método Teórico-Prático para Violão e
Guitarra
CONHEÇA O MÚSICO THIAGO LIMA E SEU ELOGIADO
LIVRO QUE CONTA COM RESENHAS POSITIVAS DE ALGUNS DOS MELHORES GUITARRISTAS DO
BRASIL, COMO RAFAEL BITTENCOURT, WESLEY LELY CAESAR, EDU ARDANUY, MICHEL LEME,
CIRO VISCONTI, MÁRCIO ALVEZ, LUPA SANTIAGO, MARCELO BARBOSA, ENTRE OUTROS.
Músico
paulistano, Thiago
Lima
se interessou pela música no início da adolescência, tendo seus primeiros
contatos com bandas como Deep Purple, Led Zeppelin, Queen, Pink Floyd, entre
outros. Após um longo período como autodidata, integrando diversas bandas pelas
noites paulistanas, resolveu estudar música a sério e ingressou no Conservatório
Souza Lima & Berklee tendo aulas com o guitarrista Denison Fernandes.
No
Conservatório, Thiago teve a oportunidade de estudar com alguns dos melhores
professores de guitarra do Brasil como Eduardo Ardanuy, Marcio Alvez, Michel
Leme, Ciro Visconti e Mozart Mello. Outros professores como Lupa Santiago,
Carlos Ezequiel, Daniel Maudonnet, Ana Drummond, Cidinha Simões e Miguel
Laprano também foram fundamentais para sua formação musical, pois aprendeu
assuntos como História da Música, Fundamentos da Improvisação, Composição,
Percepção, Teoria, Arranjo e Harmonia, fazendo-o desenvolver diferentes
aptidões dentro da música.
Já
formado, Thiago foi convidado juntamente com a Orquestra de Guitarras Souza
Lima para uma série de concertos na maior faculdade de música do mundo, a
Berklee College Of Music, em Boston (Estados Unidos da América), onde também
pode aprofundar seus estudos musicais. Com a Orquestra, além de muitos
concertos pelo Brasil, também se apresentou em diversas emissoras de TV.
Como
docente, integrou o quadro de professores do Conservatório Souza Lima dentro do
Colégio Domus Sapientiae.
Atualmente,
Thiago Lima é professor do tradicional Colégio Dante Alighieri, integrante da
banda do espetáculo RENT, um grande clássico da Broadway, além de paralelamente
trabalhar nas composições do seu primeiro disco solo.
Quarteto Tesla...
Quarteto Tesla: Leandro de César, Thiago Lima, Marcelo Borges e Guilherme da Matta.
Thiago é integrante do Quarteto Tesla. O grupo lançou, em 2016, o “Electric Mozart” disco esse com o repertório integralmente baseado no compositor austríaco W. A. Mozart. Em paralelo à elaboração do disco, foi gravado um documentário contando a história de produção até sua finalização, com previsão de lançamento para início desse ano.
A singularidade do grupo se dá pela desterritorialização da instrumentação original das obras, reterritorializando-a na esfera estética das guitarras elétricas: não apenas no tocante ao colorido instrumental, mas, sobretudo, pela proposta de re-interpretação musical a partir de uma lente-ouvido contemporânea: buscar pontos peculiares de intersecção e equilíbrio entre momentos musicais longínquos: eis que irrompe uma arte híbrida; de síntese; de transfiguração.
O grupo é formado por guitarristas profissionais que possuem suas carreiras individuais, porém, com algo forte incomum: o amor pela música eru-dita e a vontade de trazer de volta um repertório tradicional com excelência.
Cazuza-tour...
Recentemente Thiago integrou a orquestra do premiado espetáculo Cazuza – Pro dia Nascer Feliz, atuando como guitarrista, violonista, bandolinista e regente, realizando três temporadas: duas no Rio de Janeiro (Teatro Net Rio) e uma em São Paulo (Teatro Procópio Ferreira); duas turnês nacionais passando por 14 Estados e o Distrito Federal, espetáculo esse visto por mais de 300 mil pessoas.
Participou do icônico show no Circo Voador montado no Arpoador/RJ, celebrando os 30 anos do lançamento de Exagerado do Cazuza, dividindo o palco com músicos como Dado Villa-Lobos (Legião Urbana), João Barone (Paralamas do Sucesso), Willy Verdaguer (Secos e Molhados) e Liminha (Mutantes e um dos maiores produtores brasileiros).
Concepção Estrutural – Método Teórico-Prático para Violão e Guitarra
Editora: MusiMed
Autor: Thiago Lima
Número de Páginas: 160
O Método para Violão e Guitarra – Concepção Estrutural – escrito por Thiago Lima constitui uma importante ferramenta para o desenvolvimento musical de alunos de diversos níveis de aprendizagem. Os tópicos incluídos no livro formam tanto a estrutura teórica/harmônica básica que é necessária para o enriquecimento musical dos improvisos, arranjos, acompanhamentos e análises de um instrumentista em formação, como a rotina diária dos exercícios de aperfeiçoamento da técnica e da mecânica de digitações, palhetadas, ligaduras, ornamentos e sincronização da ação das mãos. O ponto forte do livro é a clareza e a profundidade em que os mais diversos assuntos são expostos pelo autor. Escalas, modos, arpejos, acordes e outros conceitos fundamentais para o estudo do instrumento são abordados com uma didática incomum para publicações desse gênero. Essa qualidade é fundamental para que esse método seja utilizado tanto em aulas – constituindo um material de apoio ao professor – como em um estudo autodirigido. O livro pode ser adquirido diretamente no site do músico. PARA ADQUIRIR O LIVRO: http://www.thiagolima.net/store