RITA LEE - Mutações e calmaria da rainha do Rock
RITA
LEE COMPLETOU 69 ANOS DIA 31 DE DEZEMBRO PASSADO. VISIONÁRIA, A PAULISTANA TEM
UMA COLEÇÃO DE COMPOSIÇÕES QUE MARCARAM A HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA. HÁ SEMANAS
EM PRIMEIRO LUGAR NA LISTA DOS LIVROS MAIS VENDIDOS COM "RITA LEE - UMA
AUTOBIOGRAFIA", A RAINHA ROQUEIRA CONQUISTOU - E CONQUISTA - FÃS DE TODAS
AS IDADES E TRIBOS. COMO AGRADECIMENTO PELO QUE REPRESENTA PARA O BRASIL, A
REVISTA KEYBOARD BRASIL PREPAROU UMA HOMENAGEM PARA NOSSA RAINHA DO ROCK QUE
ATUALMENTE VIVE LONGE DO AGITO CURTINDO SUA APOSENTADORIA.
* Por Heloísa Godoy Fagundes
https://www.instagram.com/heloisagodoyfagundes/
http://digital.maven.com.br/pub/revistakeyboard/?flip=acervo
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Educada em colégio francês, fala fluentemente português, inglês, francês, espanhol e italiano. Chegou a cursar Comunicação Social na Universidade de São Paulo em 1967, mas abandonou durante o primeiro período.
Na infância, teve aulas de piano com Magdalena Tagliaferro. Não pensava em ser cantora de rock e sim, atriz de cinema, veterinária ou a profissão que seu pai queria, odontologia.
Suas primeiras influências musicais foram Elvis Presley, Neil Sedaka, Paul Anka, Peter, Paul and Mary, Beatles, Rolling Stones, mas também escutava música brasileira como Cauby Peixoto, Ângela Maria, Tito Madi e João Gilberto, Emilinha Borba, Carmen Miranda, Dalva de Oliveira e Maysa por influência dos pais.
Tudo começou, ainda adolescente, quando Rita passou a se apresentar em escolas da região como componente do Tulio's Trio. Em 1963, formou um conjunto com mais duas garotas, as Teenage Singers, participando de shows e de festas colegiais. No ano seguinte, conheceram um trio masculino, o Wooden Faces. Os dois grupos se juntam, formando o Six Sided Rockers, banda que passou a ser chamada O'Seis. O sexteto apoiava estrelas como Tony Campelo, Jet Blacks, Demetrius e Prini Lopez. Com a saída de três componentes, sobraram Rita, Arnaldo e Sérgio que passaram a se chamar Os Bruxos. Por sugestão de Ronnie Von, o grupo mudou o nome para Os Mutantes (Rita permaneceu na banda de 1968 a 1972).

Gravaram alguns discos, participaram de grandes festivais, realizaram turnês e anos depois Rita saiu do grupo. Na verdade, em decorrência do fim de seu casamento com Arnaldo e incompatibilidades artísticas com os rumos que a banda estava tomando, Rita foi expulsa dos Mutantes pelo próprio Arnaldo.


Ao longo de sua carreira vendeu mais de 55 milhões de discos, sendo premiada com mais de 30 discos de platina, 10 discos de ouro e 5 de diamante. Conhecida como "Rainha do Rock Brasileiro", construiu uma carreira iniciada pelo rock flertando, logo depois, com diversos gêneros, como o tropicalismo, o pop rock e a MPB, criando um hibridismo pioneiro entre gêneros internacionais e nacionais.
Uma das artistas que mais influenciou os músicos do Brasil que vieram a usar guitarra a partir de meados dos anos 70, sobretudo as mulheres. Rita participou de importantes revoluções no mundo da música e da sociedade em geral.
Em 1973, Rita se apresentou junto com Lúcia Turnbull no show Phono 73. Formando a banda de rock Tutti-Frutti (a banda durou de 1973 a 1978) para uma série de apresentações no Teatro Ruth Escobar. Adotaram o nome Rita Lee & Tutti-Frutti por sugestão da gravadora.

Em 1977, grávida pela primeira vez, foi presa por porte de maconha e condenada a um ano de prisão domiciliar, quando compôs com Paulo Coelho (escritor esotérico brasileiro mais vendido no mundo) o single "Arrombou a Festa", que vendeu 200.000 cópias. Continuou a se apresentar, sob permissões especiais do juiz. Sua amiga Elis Regina a convidou para uma dupla em um show especial para a TV Bandeirantes, quando gravaram "Doce de Pimenta", que Rita compôs especialmente para Elis.

Seus álbuns, abertamente dançáveis e totalmente comprometidos com um resultado comercial, estavam quebrando todos os registros de vendas, e seus shows se tornando mega-produções. Alguns problemas de saúde fizeram-na parar durante um curto período de tempo.
Em 1986, como Lita Ree, fez um verdadeiro sonho de longa data: sediar um programa de rádio, que foi apresentado em São Paulo pela 89 FM, e mais tarde, na Rádio Cidade do Rio.
Na TV, trabalhou nas telenovelas Top Model (1989) e Vamp (1990) e apresentou seu próprio programa, a TV Leezão, uma versão para a MTV. Na década de 1990, gravou a mistura Bossa n' Roll e entrou na onda das produções acústicas.

Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, Rita Lee estava lá, ocupando o 15° lugar.
Em 2012, Rita participou do desfile da escola de samba Águia de Ouro, no Carnaval de São Paulo. A agremiação homenageou a Tropicália.
Em março de 2014, Rita decidiu deixar de pintar os icônicos cabelos vermelhos e assumir os fios grisalhos. "Quero ficar anônima", disse ela.
Também nesse mesmo ano, foi homenageada com um musical de teatro "Rita Lee Mora ao Lado", baseado no livro homônimo de Henrique Bartsch e estrelando Mel Lisboa como Rita.
Há semanas, "Rita Lee - Uma Autobiografia", está em primeiro lugar na lista dos livros mais vendidos.
Mesmo aposentada dos palcos e dos estúdios, Rita Lee ainda é seguida por multidões de fãs. Na rede social Instagram apresenta suas habilidades artísticas. Longe da agitação, segue numa vida tranquila. Suas músicas continuam fazendo parte de trilhas sonoras de novelas e programas de televisão porque continuará sendo referência em qualidade e revolução na música brasileira.
SAIBA MAIS SOBRE RITA LEE:
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* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost writer e esportista. Amante da boa música, está há 10 anos no mercado musical de revistas. Já trabalhou na extinta Revista Weril e atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil.

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