O LENDÁRIO DX7
LANÇADO
EM 1983, ESTE MÊS ABORDAREI UM DOS SINTETIZADORES DIGITAIS MAIS POPULARES JÁ
PRODUZIDOS PELA YAMAHA.
* Por Hamilton de Oliveira
O que os artistas Al Jarreau, Chicago, Luther Vandross, Billy Ocean, Glenn Medeiros, Phill Collins, Simply Red, A-ha, Michael Jackson, Tears for fears, Wham, Kenny Loggins, Level 42, Tina Turner, Queen e Lionel Ritchie têm em comum?
A resposta é: todos eles usaram um dos mais fantásticos sintetizadores já produzidos pela empresa japonesa Yamaha: o famoso YAMAHA DX7.
Lançado em 1983 não demorou muito para ser mundialmente conhecido por seus timbres únicos e populares como o Piano fulltines, a harmônica solo, os baixos synth, os synth pads, synth brass, entre outros.
O DX7 tem 61 teclas e capacidade de 16 notas de polifonia. Possui 32 algoritmos, cada um com um layout diferente, o que permite ao usuário combinar o áudio de seus operadores juntos.
Como o som é produzido no DX7...
O som é feito por um tipo de síntese chamado FM – Frequany Modulation (modulação de frequência), que consiste na produção de uma onda senoidal puramente digital que modula outra com as mesmas características. A moduladora recebe a designação de modulator, e a modulada passa ser a carrier (portadora). Nesse processo é criada a frequência modulada, ou seja, o próprio som de tecnologia FM.
A amplitude de modulação aplicada formará os diferentes timbres. Cada oscilador (wave oscilator) tem seu próprio gerador de envelope digital (digital envelope generator). Esses dois elementos combinados formam os operadores (operators). Quando a saída de um operador é conectada à entrada de outro, ocorre a modulação e, assim, são gerados vários harmônicos com espectros de frequência definidos, equivalentes às ondas básicas e suas variações.
Com essas características, o DX7 tornou-se um grande sucesso de vendas da década de 1980. Seu timbre de piano eletrônico FM é, até hoje, muito utilizado em gravações e está presente em forma de sampler em vários teclados e instrumentos virtuais.
Curiosidade: O chip OPL3 (Yamaha) com sons de tecnologia FM foi adotado como padrão para os instrumentos MIDI das placas multimídia e videogames durantes anos, até ser substituído por sons em PCM ou por instrumentos virtuais.
Programar um teclado desse tipo nunca foi fácil. Várias são as combinações para chegar no timbre ideal. Hoje em dia, com o avanço da tecnologia, é possível simplesmente ligar um cabo MIDI no computador e transferir para o teclado, em questão de segundos, os principais timbres que fazem parte da sua biblioteca.
Além dos artistas que citei acima, outros também usaram o DX7 em gravações e shows, tais como: Sir George Martin, Supertramp, Stevie Wonder, Daryl Hall, Depeche Mode, U2, The Cure, Kitaro, Vangelis, Elton John, James Horner, Toto, Donald Fagen, Michael McDonald, Chick Corea, Jean-Michel Jarre, Greg Phillanganes e Herbie Hancock.
No Brasil, alguns artistas da geração 80 também fizeram uso do sintetizador em suas músicas, tais como Hermeto Pascoal, Titãs, Guilherme Arantes, Gal Costa, Placa Luminosa, Roupa Nova, entre outros.
O DX7 foi um dos pioneiros em usar recursos MIDI, fato esse que deixou a Yamaha líder absoluta em vendas durante um ano inteiro, até o lançamento do sintetizador D50 (Roland), seu grande concorrente da época.
Eu tenho o privilégio de ter um DX7 em casa onde uso para meus shows com o Toto Cover, Tina Turner Tribute, além de gravações em meu home studio.
Acessem os links e se divirtam com um dos mais populares teclados de todos os tempos!!!
Até breve.
Brincando em família com o lendário DX7 (Mariela e Manuela Casavechia):
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* Hamilton de Oliveira iniciou seus estudos no Curso de MPB/Jazz no Conservatório de Tatuí, formou-se em Licenciatura pela UNISO no curso de Música e Pós-graduou-se pelo SENAC em Docência no Ensino Superior. É maestro, tecladista, pianista, acordeonista, arranjador, produtor musical, professor e colaborador da Revista Keyboard Brasil.
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