QUANDO A DOR SUPERA A ARTE
A MÚSICA É, PARA O OUVINTE, UMA
EXPRESSÃO DE ARTE RELACIONADA AO PRAZER, RELAXAMENTO E LAZER. A PLATEIA SE
FASCINA COM A HARMONIA CONSEQUENTE DO RESULTADO DE PALCO, ENTRETANTO, A MAIORIA
DO PÚBLICO DIFICILMENTE ESTÁ CONSCIENTE DAS EXIGÊNCIAS QUE ESTA ATIVIDADE IMPÕE
ÀQUELES QUE A ELA SE DEDICAM. UMA INTENSA ATIVIDADE QUE PODE LEVAR O MÚSICO A
DESENVOLVER LESÕES COMPROMETENDO SUA PROFISSÃO. PORÉM, UMA TÉCNICA QUE VEM
SENDO UTILIZADA PARA AMENIZAR DORES É A VENTOSA DE BAMBU.
* Por Heloísa Godoy Fagundes
A performance
musical implica que o músico tenha uma grande habilidade, velocidade, precisão
e resistência e, também implica em um controle, muitas vezes máximo,
neuromuscular. Este esforço físico e mental a que o músico é exposto para tocar
um instrumento dependerá do tipo do instrumento, da duração da execução, da
complexidade da obra executada, das condições psicológicas e da resistência
muscular individual durante a atividade.
Essa
intensa atividade exercida pelo músico pode levar a desenvolver lesões que
comprometem significativa-mente sua atividade profissional. Estas lesões podem
ser causadas por diversos fatores agrupados em três categorias: as afecções
músculo-esqueléticas, as síndromes compressivas dos nervos periféricos e as
distonias focais.
Afecções Músculo-esqueléticas: Síndrome
do Uso Excessivo (SUE)
A
síndrome do uso excessivo (SUE) ou superuso pode ser definida como sinais e
sintomas associados a uma aparente lesão ocasionada pela exposição de
estruturas a uma carga que excede seu limite fisiológico.
Vários
são os termos para denominar estas desordens, dentre eles destacam-se: síndrome
do uso excessivo (SUE); tendinites; tenossinovites; lesões por trauma
cumulativo (LTC) e lesões por esforços repetitivos (LER).
Quanto
ao local, esta pode atingir mão, punho e antebraço, cotovelo, ombro e pescoço
ou ser difuso pelo braço. A localização está associada em parte pela demanda
física de cada instrumento.
Pode
ser encontrada entre os instrumentistas como pianistas, tecladistas, guitarristas,
instrumentistas de cordas, entretanto cada instrumento pode ser responsável por
lesões em específicas na unidade músculo-tendão.
Alguns
aspectos como a má postura, o tipo e a sustentação do instrumento; a força
usada para tocá-lo; e/ou despreparo muscular adicionados ao tempo de
treinamento diário; o tamanho e peso do instrumento; e a relação antropométrica
para cada tipo de instrumento poderia também influenciar o surgimento de
síndromes por uso excessivo.
Síndromes Compressivas dos Nervos
Periféricos
As
síndromes compressivas dos nervos periféricos constituem um complexo de
sintomas relacionados à compressão dos nervos periféricos em seus respectivos
trajetos. Esta compressão é considerada como uma forma de SUE e uma das causas
seria o uso excessivo pela hipertrofia muscular ou tendinite.
As
causas da pressão podem estar associadas aos movimentos repetitivos que podem
ocasionar hipertrofia muscular local e irritação dos tecidos e assim, ser
relacionada à SUE.
As
síndromes compressivas são observadas entre 10% e 30% dos instrumentistas
especialmente flautistas, pianistas, guitarristas, violinistas e dentre outros
instrumentistas de corda, possivelmente em função de estes instrumentos solicitarem
a manutenção de posições sustentadas por longo período de hiperflexão do
cotovelo ou hiperflexão e desvio de punhos.
Distonia Focal
Distonia
focal é um termo usado para denominar as desordens do controle motor que se
caracterizam por atingir grupos musculares restritos e que aparecem somente em
determinadas ações, ela não está relacionada exclusivamente a profissão, porém,
quando a distonia ocorre em função da atividade profissional é denominada
distonia ocupacional.
A
distonia ocupacional caracteriza-se por movimentos e posturas distônicas que
ocorrem em função de uma ação específica. Os instrumentistas mais afetados são
os tecladistas seguidos dos instrumentistas de cordas, porém também pode
acometer instrumentistas de sopro.
Os
movimentos distônicos são definidos como contrações prolongadas que têm
tipicamente a natureza de uma torção e geralmente aumentam no decorrer da
atividade. As posturas distônicas são definidas por alterações posturais
bizarras provenientes da estabilização do segmento em uma postura imóvel
podendo permanecer por período prolongado.
As
principais queixas relacionadas às distonias são: rigidez dos dedos ou redução
da velocidade de execução do instrumento; dificuldade em realizar os movimentos
de forma harmônica; e incoordenação na execução da atividade com o instrumento
com movimentos de extensão ou de flexão involuntária dos dedos naquelas
passagens que requerem movimentação rápida e vigorosa. Geralmente culmina em
abandono da carreira.
Uma
técnica que pode ser utilizada para pessoas com dores agudas ou crônicas
causadas por entorses, fraturas, contraturas, entre outros problemas
musculares, como a intensa atividade exercida pelos músicos é a ventosa de
bambu.
Ventosa de bambu
A
ventosa de bambu é um tratamento indolor, recomendado para pessoas com dores
agudas ou crônicas causadas por entorses, fraturas, contraturas, entre outros
problemas musculares, que consiste em limpar todo sangue que se encontra parado
no local lesionado. Este sangue sem movimento causa uma paralisação na
circulação do Qi (energia vital interna), o que provoca dores e inflamações.
O
procedimento é simples. Colocam-se pequenos pedaços de bambu para ferver,
juntamente com um conjunto de ervas, que seguem princípios fitoterápicos. Faz
se uma sangria em pontos específicos da região lesionada (pontos que seguem os
mesmos princípios da acupuntura). Aplica-se o bambu sobre a pele e por meio do
resfriamento provocado pelo ar do ambiente (sucção por vácuo), o bambu suga o
sangue concentrado no local lesionado. A retirada do sangue parado por sucção
traz uma sensação de alívio imediato ao paciente.
* Winne Chue Wei Li
dedica-se às terapias manuais. Especializou-se em massoterapia chinesa clássica
e quiropraxia. Formada em acupuntura, aperfeiçoou-se nas principais técnicas da
Medicina Tradicional Chinesa. Também se especializou em técnicas como a Ventosa
de Bambu, Fitoterapia Chinesa e Chi Kung Terapêutico. É Bacharel em Teologia,
Direito e Fisioterapia.
Mais informações no link: https://drawinneli.wordpress.com/
SAIBA SOBRE O MÚSICO MATEUS SCHANOSKI:
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* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost writer e esportista. Há 20 anos no mercado musical através da Keyboard Editora e, há 10 no mercado de revistas, tendo trabalhado na extinta Revista Weril. Atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil - publicação digital pioneira no Brasil e gratuita voltada à música e aos instrumentos de teclas.
I read!!!
ResponderExcluirThanks Wiktor!!! I feel happy for this. Hugs from Brazil!!
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