Edmundo Villani-Côrtes A escola sou
eu!
Edmundo Villani-Côrtes A escola sou eu!
MESTRE EM MÚSICA PELA ESCOLA DE MÚSICA
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO E DOUTOR EM MÚSICA PELO INSTITUTO DE ARTES
DA UNESP, O AUTODIDATA EDMUNDO VILLANI-CÔRTES OCUPA A CADEIRA DE NÚMERO 11 DA
ACADEMIA BRASILEIRA DE MÚSICA E COLECIONA PRÊMIOS, ENTRE ELES, 7 VITÓRIAS NA
APCA (ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE CRÍTICOS DE ARTE), ALÉM DE SER DONO DE UM ACERVO COMPOSICIONAL
COM MAIS DE 300 OBRAS ESCRITAS.
* Por Maestro Angelino Bozzini
O aprendizado musical do compositor,
pianista, maestro e arranjador Edmundo Villani Villani-Côrtes, 85, não obedeceu
ao critério e à regularidade acadêmica. Mineiro, natural de Juiz de Fora, seu jeito de compor sempre esteve ligado à
sua vida. “A composição surgiu para mim como forma de expressão”. afirma ao ser
entrevistado pelo maestro e trompista Angelino Bozzini, em uma tarde de domingo
regada a lembranças, aprendizados e boas histórias.
"Nunca fui uma criança prodígio e nem tive ajuda de ninguém. Nunca tive bolsa, nunca estudei no exterior. Tudo o que estudei eu mesmo paguei. Então, minha carreira começou de uma maneira diferente. Foi uma carreira destinada a não ser bemsucedida." - Maestro Edmundo Villani-Côrtes
O Início...
As condições em casa o talharam para
este caminho. Seu pai era contador e tocava flauta nas orquestras que faziam o
fundo para os filmes do cinema mudo e em serestas, enquanto a mãe tocava piano.
Ainda pequeno, Edmundo viu o pai ficar muito doente, o que abalou as finanças
da família e fez com que eles tivessem de vender o piano. Mesmo assim a música
continuou presente.
Autodidata, Villani-Côrtes iniciou
seus estudos por volta dos 8 anos de idade com um cavaquinho, observando o
irmão tocar. Sua inclinação para o piano foi tardia, por volta dos 17 anos, na
casa de uma tia, e ocorreu em função do nível de dificuldade e exigência
artístico musical de suas obras. “Tinha vontade de fazer umas coisas e no
violão não dava,” argumenta o maestro.
O convívio com o panorama musical na
juventude, ocorreu principalmente através do rádio e do cinema.
Naquela época
as orquestras eram presentes nas rádios, nos cinemas. A música era primordial.
Contudo, apesar das influências que recebeu ouvindo radionovelas onde teve
contato com os clássicos como Ravel e Stravinsky como fundo, sua principal referência
sempre foi ele mesmo, marca absoluta da sua personalidade.
“Naquela época, a pessoa que tocava um
instrumento musical acústico tinha muito mais oportunidades para trabalhar. Os
discos estavam começando a aparecer, isso na década de 1940, 1945. As orquestras
eram muito importantes, as rádios tinham orquestra e cantores contratados!
Havia grande oportunidade de emprego. Quando fui morar no Rio de Janeiro, em
1951/52, aos 21 anos, toquei em casas de segunda categoria. Quando fui morar em
São Paulo nós, músicos, ficávamos na esquina da Ipiranga com a São João a
partir das 19 horas, porque através do bate-papo saberíamos onde trabalhar.
Então era assim que conseguíamos ganhar dinheiro. Quando cheguei aqui, o cine
Olido possuía uma sala onde a orquestra tocava entre uma sessão e outra! Ouvi
'Rapshodia in Blue'! Olha como era antigamente!”
A flautista Celina Charlier,
acompanhada do compositor Edmundo Villani-Côrtes, ao piano, ao lançar no
recital o CD “Duo Charlier-Peiris plays Villani 80”, em comemoração ao
aniversário de 80 anos, gravado ao vivo em Nova York no ano de 2010.
Nunca foi uma criança prodígio e
começou tarde no piano...
“Nasci em Juiz de Fora, Minas Gerais.
Uma coisa muito interessante em minha vida e que é importante citar, é que a
maioria esmagadora dos músicos que consegue se projetar na área,
principalmente, na área de composição, são geralmente meninos que desde criança
estudaram e que tiveram uma chance de bolsa de estudos no exterior, enfim. E eu
não tive nada disso. Primeiro que eu tocava de ouvido cavaquinho observando os
outros tocarem quando eu tinha 9, 10 anos, mas não era nenhum fenômeno musical.
Depois passei para o violão. Aos 17, 18 anos comecei a estudar piano sem ter o
instrumento. Eu estava tentando aprender música bem mais tarde do que a grande
maioria, aos 20 anos de idade. Nunca fui
uma criança prodígio e nem tive ajuda de ninguém. Nunca tive bolsa, nunca
estudei no exterior. Tudo o que estudei eu mesmo paguei. Então, minha carreira
começou de uma maneira diferente. Foi uma carreira destinada a não ser bem
sucedida.”
A ida ao Rio...
Ainda muito jovem, por volta dos 22
anos, foi para o Rio de Janeiro estudar piano no Conservatório Brasileiro de
Música. Entretanto, estava longe de se encaixar no perfil padrão dos alunos de
piano da referida instituição. “Como tinha uma boa vivência musical
auditiva, foi possível contornar as dificuldades iniciais. Porém, os
professores não gostavam de me dar aulas porque eu perguntava muito e gostava
de tocar música popular”. Dessa forma, a convivência com regras,
imposições e metodologias tradicionais, nunca foram bem acolhidas pelo compositor.
“Sempre
tive dificuldade de seguir rigorosamente um determinado esquema, seja no
aprendizado ou na composição.”
Nessa época, estudou com Guilherme
Mignone, irmão do Francisco Mignone, pianista, compositor, regente e amigo de
Mário de Andrade. Por volta de 1952, deu início à sua atividade profissional
como pianista em casas noturnas. Também tocou em orquestra na Rádio Tupi no Rio
de Janeiro, onde trabalhou com o maestro Bernardo Federowski.
Em 1954, formou-se em piano pelo
Conservatório Brasileiro de Música, retornando à sua cidade Natal, onde
concluiu, em 1958, o curso de bacharelado em Direito. Em 1959 casou-se com
Efigênia Guimarães Côrtes (1936).
A ida a São Paulo...
Na década de 60 mudou-se para São
Paulo e, neste período, desenvolveu intenso trabalho como arranjador em trilhas
e jingles. Paralelamente, atuou como pianista nas Orquestras de Osmar Millani
(1927) e Luiz Arruda Paes (1926-1999). Também estudou piano com José Kliass
(1960-63), e composição com Camargo Guarnieri (1963-65), guru dos nacionalistas
da época.
A dificuldade econômica e a
oportunidade que surgiu para acompa-nhar a cantora Maysa Matarazzo em uma turnê
pela Argentina e Uruguai em 1963, foram fatores decisivos que fizeram o compositor
interromper seus estudos com Camargo Guarnieri. Esta experiência lhe abriu
novos caminhos, participando também de turnês internacionais como pianista do
cantor Altemar Dutra (1940-1983) no ano de 1968. Neste mesmo ano o compositor
teve a sua primeira experiência na arte do cinema, como autor da trilha sonora
do filme “O Matador”, de Amaro César e Egídio Éccio (1929-1977).
Em 1965 ocorreu a estreia de seu
primeiro Concerto para piano e orquestra com a Filarmônica local regida pelo
maestro Max Gefter.
O desejo de criar quase virou trauma...
“Eu tive minha primeira aula de
harmonia com uma professora que olhava o que eu fazia e dizia: - Isso está tudo
errado! Ela sempre reclamava! Mas um professor chamado J. Otaviano tomou
conhecimento sobre minhas músicas e acreditou que eu tinha talento e me arrumou
outra professora. Mas eu fiquei traumatizado com aquilo. Eu não queria mais
mostrar minhas músicas para ninguém. Depois de um tempo, vim morar em São Paulo
e estudei com Camago Guarnieri que me dava contraponto a partir das melodias
folclóricas de Mário de Andrade e também apagava o que eu escrevia... Até que o
maestro Bernardo Federowski um dos produtores da Tupi me disse que estavam
precisando de um professor de contraponto e me convidou. É claro que eu estava
apreensivo, então fui pesquisar umas apostilas da Berkeley e eu vi que tudo o
que eu fazia era o que estava escrito ali. Ali eu vi que eu estava certo”.
Sobre sua informação musical...
“Eu tive informação musical. Eu
procuro no instrumento aquilo que eu tenho vontade de achar. Nunca estudei nada
de folclore. Nunca pesquisei nada e não me considero um Nacionalista. Eu uso
tudo, porque acho que se você se prende a uma escola, você a escola, não você.
A escola sou eu! Também não faço música com o intuito de ser renovador! Meu
clima é outro. Eu vou pela emoção e recorro sempre à minha experiência. Então
acredito que eu sou um experimentalista”.
Sobre o enorme lirismo sentido em suas
peças...
“Sempre fui meio sonhador e apaixonado
pela natureza, subia em árvores, queria saber voar como os pássaros, eu queria
ser um urubu, porque ninguém pega um bicho desses para engaiolar e comer. Minha
inveja é por pássaros! Eu sempre tive essa ligação muito grande com a natureza
e descobri que com palavras eu não conseguia descrever isso. Quando eu ouvia
determinadas músicas me passava essa sensação, essa emoção estética. Então,
quando eu comecei a escrever, pensava em transmitir essa sensação estética em
minhas composições. Através do som, do tipo de nota, harmonia, eu entro em um
mundo diferente, mais leve e esqueço dos problemas. Natural-mente, quando eu
faço música, acredito que isso é passado para quem a ouve. Ou seja, encontrei
na música a ferramenta para que isto fosse possível”.
Nas obras de Bach, a questão da fé. Nas
obras de Camargo Guarnieri, um conteúdo folclórico. Para Edmundo Villani...
A linguagem musical de Villani-Côrtes
é resultante de sua eclética formação musical que abarca os mais diversos
universos: de Chopin a Shostakovich, passando por Debussy e Ravel, Puccini,
Gershwin e o jazz, além da música popular brasileira, sobretudo urbana. Sua
música só faz revelar esta vivência anterior de forma integral; a música
brasileira, sendo parte substancial deste processo, manifesta-se de forma
natural, espontânea e irreprimível. Ao expressar-se através dela, não pretende
seguir em direção a alguma corrente ou contrariar qualquer outra que seja. Sem
constrangimento, Villani-Côrtes confessa jamais ter lido o Ensaio Sobre a
Música Brasileira, de Mário de Andrade, ou ter tido a preocupação prioritária
de estudar o folclore, ambas as atitudes inadmissíveis para um compositor que
professe o Nacionalismo.
A coerência do compositor com suas
origens vai ainda mais longe. Se o seu ouvido foi o único canal que lhe revelou
a riqueza sonora das manifestações musicais às quais podia ter acesso,
extraindo o máximo de informações do limitado universo em que se formou, a
partir do momento em que começou a compor, tornou-se o ouvido seu principal
guia – ao lado dos conhecimentos adquiridos em longos anos de estudos – aquele
que lhe passou a mostrar os caminhos a seguir e dar-lhe a última palavra em
qualquer tomada de decisão durante o processo de composição. Talvez seja esta a
razão pela qual a música de Villani-Côrtes tenha se tornado uma unanimidade
quanto à sua beleza sonora e por esta razão, tenha sido alvo de tantos “pedidos”
de composição por parte dos instrumentistas.
“No meu caso, em especial, a música
que eu faço é brasileira por natureza. Nunca estudei no exterior. Se num
determinado momento da música eu tenho que colocar um ritmo de xaxado, eu coloco.
Se num determinado lugar eu quero fazer um efeito de cluster ou um acorde
atonal, eu vou fazer. Eu uso tudo, porque acho que se você se prende a uma
escola, você é a escola, não você. E, para mim, a escola sou eu. A escola é o
que eu acho que devo fazer e a escola é o que eu sei, porque eu uso os recursos
que eu tenho”.
Muitas obras foram determinadas pelas condições em que os compositores viviam. Bach era organista, por isso escreveu muita coisa para órgão. Mahler escreveu tudo o que escreveu porque tinha uma orquestra em suas mãos. Para Edmundo Villani...
Muitas obras foram determinadas pelas condições em que os compositores viviam. Bach era organista, por isso escreveu muita coisa para órgão. Mahler escreveu tudo o que escreveu porque tinha uma orquestra em suas mãos. Para Edmundo Villani...
Concerto nº 3 (A 3ª visão) para o maestro Roberto Farias.
“Bom, aparecem oportunidades. Por
exemplo, quando fui convidado a dar aulas em Tatuí, em 1990/91, tive contato
com Roberto Farias e lá o pessoal é muito ligado em sopros. Pediram-me para
escrever uma peça para banda sinfônica! Coisa que eu nunca tinha feito. Então,
o Roberto Farias me ajudou explicando como funcionava uma banda sinfônica. Eu
tinha uma razoável prática porque trabalhei durante muito tempo na Tupi. Mas eu
tinha em mente uma coisa: não queria que ficasse parecendo aquelas músicas de
bandinhas de coreto. E aí fiz uma peça
para piano e banda sinfônica. Essa peça foi estreada lá comigo ao piano. Outro
exemplo, é que, em 2002, mais ou menos, escrevi um concerto para trompa. Foi
tocado naquele mesmo ano, estreado pelo filho do maestro Ficarelli, no
Municipal. Tenho uma versão para banda sinfônica e tocada também pelo super
trompista chamado Adauto Soares. Por esses dias, Adauto me falou que farão um
concurso de trompas, liderado por Radegundis Tavares, em Salvador (Bahia) e a peça de confronto
será esse “Concertino para Trompa e Orquestra de Câmara”. Esse concurso é financiado por Marcus Bonna
(MB Cases) e se chama “Concurso MB para jovens trompistas”. Essa é a terceira edição. Atualmente
é o concurso mais importante relacionado especificamente a trompa no Brasil. Na
primeira fase seis candidatos de várias partes do país foram aprovados para a
semifinal que acontece durante o IV Encontro Brasileiro de Trompistas de 18 a
21 de setembro agora. Então, para mim, o que conta são as oportunidades que me
são oferecidas”.
Sobre a escolha dessa obra, Radegundis Tavares, professor de Trompa e Música de Câmara da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) diz: “Escolhemos essa obra de Villani
com o intuito de motivar os alunos a interpretar o repertório brasileiro, já
que a trompa é um instrumento predominantemente presente no mundo da música de
concerto, especialmente na música até o início do século XX. Nesse sentido, a
obra tem vários elementos da música brasileira popular, especialmente no
sentido rítmico, apesar de ter um caráter mais erudito. Pessoal-mente,
considero essa peça uma das mais bonitas para o instrumento no repertório
brasileiro, inclusive cheguei a interpretá-la no 47º Simpósio da Associação
Internacional de Trompistas no ano passado, em Los Angeles. ”
A vida acadêmica...
Em 1973 assumiu como docente na
Academia Paulista de Música como professor de harmonia funcional e,
posteriormente, arranjo e improvisação. Desta atividade como docente, nasceu o
seu contato com o compositor alemão Hans-Joachim Koellreutter (1915-2005).
Villani-Côrtes, que sempre preservou a sua singularidade, diz que foi estudar
com Koellreutter não apenas para aprender coisas novas, mas, também, para “ver
o que não deveria fazer”.
O contato com Camargo Guarnieri e
Koellreutter permitiu ao compositor vivenciar dois movimentos que polarizaram a
música nos anos 40 e 50: o Nacionalismo e a Escola Dodecafônica.
Em 1982 passou a fazer parte do corpo
docente da Universidade do Estado de São Paulo (UNESP) nas disciplinas
Contra-ponto e Composição. Esta atividade profissional permitiu ao compositor a
dedicação que almejava ao processo composicional. “Apesar de ter uma obra
razoavelmente grande, eu realmente só pude me dedicar à composição depois dos
meus cinquenta anos de idade.”
Em 1985, iniciou seu trabalho de
mestrado em composição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, defendendo
sua dissertação com o título “O uso do sintetizador na composição musical de um
Concertante para clarineta, sintetizador, piano acústico e percussão”, obtendo
a nota máxima. “O Henrique Molerenbaun foi um dos responsáveis por eu fazer o mestrado
no Rio. Kollereuter e Guarnieri não me ensinaram tanto quanto o maestro
Molerenbaun.”
Entre sua vida acadêmica, no período
de 1988 até 1991 fez parte da equipe musical do programa “Jô Soares Onze e
Meia” no SBT. Ao mesmo tempo, junto ao maestro Ciro Pereira (1929), organizou e
selecionou os componentes da Orquestra Jazz Sinfônica, atuando também como
regente nos anos de 1990 e 1991.
Em 1998 defendeu sua Tese de Doutorado
no Departamento de Música do Instituto de Artes da Unesp, intitulada: “A
utilidade da prática da improvisação e a sua presença no trabalho composicional
do Concertante Breve para quinteto e banda sinfônica de Edmundo Villani-Côrtes.” “Fiz minhas teses de mestrado e
doutorado a partir das peças que compus”, ressalta Villani-Côrtes.
Estreias de profunda importância...
O ano de 2000 foi marcado por duas
estreias de profunda importância na vida do compositor: o Concerto para Flauta
e Orquestra dedicado ao seu pai, Augusto de Castro Côrtes (1900-1974) e a peça
“Te Deum”, obra de caráter religioso composta em homenagem aos 150 anos da
cidade de Juiz de Fora.
Obras catalogadas...
“No Instituto de Artes da UNESP os professores
tinham que fazer um relatório anual de atividades e mostrar o que havia sido
feito e, desse modo, fui obrigado a registrar minha produção musical. Uma aluna
da USP, chamada Veronique de Oliveira Lima, orientada pelo Prof. Régis Duprat,
fez uma monografia em que reunia meus dados biográficos e a relação das minhas
obras. Eu recomendava o trabalho dela quando as pessoas precisavam de uma
informação mais específica sobre mim.”
Conquistas...
“Por incrível que pareça, muitas
coisas que eu nunca almejei ter eu tenho, como um acervo musical bem grande,
que passa de 300 obras mas, se contar o
número de versões e arranjos passam de 700.
Mas eu só consegui me dedicar
mais à composição a partir dos meus 52 anos, quando fui convidado a dar aulas
na UNESP e passei a ser professor universitário. Nessa época, fiz mestrado e,
aos 69 anos de idade, fiz doutorado! Há 2 anos fui convidado a ocupar a cadeira
numero 11 da Academia Brasileira de Música. Recebi 7 prêmios APCA. Então foram
coisas que aconteceram em virtude somente de uma coisa: muito trabalho.”
Recado aos futuros compositores: Não
esperem!
Compositor de obras de música orquestral,
de câmara, de música instrumental e vocal, além de música eletroacústica, sua
principal reflexão aos estudantes de música que manifestam interesse pela
composição é que, na hora de fazer qualquer tipo de música “não tenham medo ou vergonha,
façam! Não esperem. Porque, se você compõe e aquilo que escreve representa seu
estado de espírito, não espere fazer um curso, uma universidade, porque as
primeiras peças que escrevi tem a mesma força ou até mais do que determinadas
peças que compus mais maduro, mais sábio. Vou dar um exemplo que aconteceu
comigo: Ulisses Castro pegou uma série de prelúdios que eu compus e fez um
álbum. O meu prelúdio número 9 tinha sido editado pela Vitalle. Para eu tê-lo
nesse álbum disseram que eu teria de comprar de volta. Então me aconselharam a
fazer um outro parecido para poder incluir. Veja bem, esse prelúdio eu fiz em
1957! E, em 1998, tentei fazer um prelúdio com aquele clima, aquele ambiente e
não consegui fazer! Era para ser um prelúdio melhor mas eu não consegui! Fiz
outro completamente diferente.”
Gratidão...
No alto de seus 85 anos,
Villani-Côrtes se diz grato pela relação generosa que conseguiu obter com a
música.“Eu só tenho que agradecer. Tenho a grata surpresa de ser recompensado
e reconhecido acima das minhas expectativas. É muito bom eu poder viver como
músico e continuar vivendo assim. Hoje em dia não leciono mais, porém vivo como compositor, aparecem encomendas e
recebo pelos direitos autorais.”
Obrigado maestro!
D'AMBROSIO,
O. Edmundo Villani-Côrtes - Músico por intuição. Revista Unespciência 6. Maio
de 2011.
RODRIGUES,
L. Música de Câmara de Edmundo Villani-Côrtes. Artigo da coletânea “Música
Contemporânea Brasileira – em Registro na Discoteca Oneyda Alvarenga” Centro
Cultural São Paulo – álbum E. Villani-Côrtes . 2006.
ARAUJO
FILHO, A. R. de. E. Villani-Côrtes. Universidade Estadual de Campinas.
Doutorado em Musicologia. SIMPOM: Subárea de Musicologia.
FOTOS: Angelino Bozzini, Mônica Côrtes, Leandro Souza, Daniela Toviansky.
SAIBA MAIS SOBRE EDMUNDO VILLANI-CÔRTES:
https://www.facebook.com/edmundo.villanicortes?fref=ts
http://villanicortes.com.br/
https://www.youtube.com/user/orquestravillani
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