segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Edmundo Villani-Côrtes A escola sou eu!

MESTRE EM MÚSICA PELA ESCOLA DE MÚSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO E DOUTOR EM MÚSICA PELO INSTITUTO DE ARTES DA UNESP, O AUTODIDATA EDMUNDO VILLANI-CÔRTES OCUPA A CADEIRA DE NÚMERO 11 DA ACADEMIA BRASILEIRA DE MÚSICA E COLECIONA PRÊMIOS, ENTRE ELES, 7 VITÓRIAS NA APCA (ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE CRÍTICOS DE ARTE), ALÉM DE SER DONO DE UM ACERVO COMPOSICIONAL COM MAIS DE 300 OBRAS ESCRITAS.
 * Por Maestro Angelino Bozzini

O aprendizado musical do compositor, pianista, maestro e arranjador Edmundo Villani Villani-Côrtes, 85, não obedeceu ao critério e à regularidade acadêmica. Mineiro, natural de Juiz de Fora,  seu jeito de compor sempre esteve ligado à sua vida. “A composição surgiu para mim como forma de expressão”. afirma ao ser entrevistado pelo maestro e trompista Angelino Bozzini, em uma tarde de domingo regada a lembranças, aprendizados e boas histórias.
"Nunca fui uma criança prodígio e nem tive ajuda de ninguém. Nunca tive bolsa, nunca estudei no exterior. Tudo o que estudei eu mesmo paguei. Então, minha carreira começou de uma maneira diferente. Foi uma carreira destinada a não ser bemsucedida."  - Maestro Edmundo Villani-Côrtes

O Início...

As condições em casa o talharam para este caminho. Seu pai era contador e tocava flauta nas orquestras que faziam o fundo para os filmes do cinema mudo e em serestas, enquanto a mãe tocava piano. Ainda pequeno, Edmundo viu o pai ficar muito doente, o que abalou as finanças da família e fez com que eles tivessem de vender o piano. Mesmo assim a música continuou presente.

Autodidata, Villani-Côrtes iniciou seus estudos por volta dos 8 anos de idade com um cavaquinho, observando o irmão tocar. Sua inclinação para o piano foi tardia, por volta dos 17 anos, na casa de uma tia, e ocorreu em função do nível de dificuldade e exigência artístico musical de suas obras. “Tinha vontade de fazer umas coisas e no violão não dava,” argumenta o maestro.

O convívio com o panorama musical na juventude, ocorreu principalmente através do rádio e do cinema. 

Naquela época as orquestras eram presentes nas rádios, nos cinemas. A música era primordial. Contudo, apesar das influências que recebeu ouvindo radionovelas onde teve contato com os clássicos como Ravel e Stravinsky como fundo, sua principal referência sempre foi ele mesmo, marca absoluta da sua personalidade.

“Naquela época, a pessoa que tocava um instrumento musical acústico tinha muito mais oportunidades para trabalhar. Os discos estavam começando a aparecer, isso na década de 1940, 1945. As orquestras eram muito importantes, as rádios tinham orquestra e cantores contratados! Havia grande oportunidade de emprego. Quando fui morar no Rio de Janeiro, em 1951/52, aos 21 anos, toquei em casas de segunda categoria. Quando fui morar em São Paulo nós, músicos, ficávamos na esquina da Ipiranga com a São João a partir das 19 horas, porque através do bate-papo saberíamos onde trabalhar. Então era assim que conseguíamos ganhar dinheiro. Quando cheguei aqui, o cine Olido possuía uma sala onde a orquestra tocava entre uma sessão e outra! Ouvi 'Rapshodia in Blue'! Olha como era antigamente!”

A flautista Celina Charlier, acompanhada do compositor Edmundo Villani-Côrtes, ao piano, ao lançar no recital o CD “Duo Charlier-Peiris plays Villani 80”, em comemoração ao aniversário de 80 anos, gravado ao vivo em Nova York no ano de 2010.

Nunca foi uma criança prodígio e começou tarde no piano...
“Nasci em Juiz de Fora, Minas Gerais. Uma coisa muito interessante em minha vida e que é importante citar, é que a maioria esmagadora dos músicos que consegue se projetar na área, principalmente, na área de composição, são geralmente meninos que desde criança estudaram e que tiveram uma chance de bolsa de estudos no exterior, enfim. E eu não tive nada disso. Primeiro que eu tocava de ouvido cavaquinho observando os outros tocarem quando eu tinha 9, 10 anos, mas não era nenhum fenômeno musical. Depois passei para o violão. Aos 17, 18 anos comecei a estudar piano sem ter o instrumento. Eu estava tentando aprender música bem mais tarde do que a grande maioria, aos 20 anos de idade.  Nunca fui uma criança prodígio e nem tive ajuda de ninguém. Nunca tive bolsa, nunca estudei no exterior. Tudo o que estudei eu mesmo paguei. Então, minha carreira começou de uma maneira diferente. Foi uma carreira destinada a não ser bem sucedida.”

A ida ao Rio...
Ainda muito jovem, por volta dos 22 anos, foi para o Rio de Janeiro estudar piano no Conservatório Brasileiro de Música. Entretanto, estava longe de se encaixar no perfil padrão dos alunos de piano da referida instituição. “Como tinha uma boa vivência musical auditiva, foi possível contornar as dificuldades iniciais. Porém, os professores não gostavam de me dar aulas porque eu perguntava muito e gostava de tocar música popular”. Dessa forma, a convivência com regras, imposições e metodologias tradicionais, nunca foram bem acolhidas pelo compositor. “Sempre tive dificuldade de seguir rigorosamente um determinado esquema, seja no aprendizado ou na composição.”

Nessa época, estudou com Guilherme Mignone, irmão do Francisco Mignone, pianista, compositor, regente e amigo de Mário de Andrade. Por volta de 1952, deu início à sua atividade profissional como pianista em casas noturnas. Também tocou em orquestra na Rádio Tupi no Rio de Janeiro, onde trabalhou com o maestro Bernardo Federowski.

Em 1954, formou-se em piano pelo Conservatório Brasileiro de Música, retornando à sua cidade Natal, onde concluiu, em 1958, o curso de bacharelado em Direito. Em 1959 casou-se com Efigênia Guimarães Côrtes (1936).

A ida a São Paulo...
Na década de 60 mudou-se para São Paulo e, neste período, desenvolveu intenso trabalho como arranjador em trilhas e jingles. Paralelamente, atuou como pianista nas Orquestras de Osmar Millani (1927) e Luiz Arruda Paes (1926-1999). Também estudou piano com José Kliass (1960-63), e composição com Camargo Guarnieri (1963-65), guru dos nacionalistas da época.

A dificuldade econômica e a oportunidade que surgiu para acompa-nhar a cantora Maysa Matarazzo em uma turnê pela Argentina e Uruguai em 1963, foram fatores decisivos que fizeram o compositor interromper seus estudos com Camargo Guarnieri. Esta experiência lhe abriu novos caminhos, participando também de turnês internacionais como pianista do cantor Altemar Dutra (1940-1983) no ano de 1968. Neste mesmo ano o compositor teve a sua primeira experiência na arte do cinema, como autor da trilha sonora do filme “O Matador”, de Amaro César e Egídio Éccio (1929-1977).

Em 1965 ocorreu a estreia de seu primeiro Concerto para piano e orquestra com a Filarmônica local regida pelo maestro Max Gefter.

O desejo de criar quase virou trauma...
“Eu tive minha primeira aula de harmonia com uma professora que olhava o que eu fazia e dizia: - Isso está tudo errado! Ela sempre reclamava! Mas um professor chamado J. Otaviano tomou conhecimento sobre minhas músicas e acreditou que eu tinha talento e me arrumou outra professora. Mas eu fiquei traumatizado com aquilo. Eu não queria mais mostrar minhas músicas para ninguém. Depois de um tempo, vim morar em São Paulo e estudei com Camago Guarnieri que me dava contraponto a partir das melodias folclóricas de Mário de Andrade e também apagava o que eu escrevia... Até que o maestro Bernardo Federowski um dos produtores da Tupi me disse que estavam precisando de um professor de contraponto e me convidou. É claro que eu estava apreensivo, então fui pesquisar umas apostilas da Berkeley e eu vi que tudo o que eu fazia era o que estava escrito ali. Ali eu vi que eu estava certo”.

Sobre sua informação musical...
“Eu tive informação musical. Eu procuro no instrumento aquilo que eu tenho vontade de achar. Nunca estudei nada de folclore. Nunca pesquisei nada e não me considero um Nacionalista. Eu uso tudo, porque acho que se você se prende a uma escola, você a escola, não você. A escola sou eu! Também não faço música com o intuito de ser renovador! Meu clima é outro. Eu vou pela emoção e recorro sempre à minha experiência. Então acredito que eu sou um experimentalista”.

Sobre o enorme lirismo sentido em suas peças...
“Sempre fui meio sonhador e apaixonado pela natureza, subia em árvores, queria saber voar como os pássaros, eu queria ser um urubu, porque ninguém pega um bicho desses para engaiolar e comer. Minha inveja é por pássaros! Eu sempre tive essa ligação muito grande com a natureza e descobri que com palavras eu não conseguia descrever isso. Quando eu ouvia determinadas músicas me passava essa sensação, essa emoção estética. Então, quando eu comecei a escrever, pensava em transmitir essa sensação estética em minhas composições. Através do som, do tipo de nota, harmonia, eu entro em um mundo diferente, mais leve e esqueço dos problemas. Natural-mente, quando eu faço música, acredito que isso é passado para quem a ouve. Ou seja, encontrei na música a ferramenta para que isto fosse possível”.

Nas obras de Bach, a questão da fé. Nas obras de Camargo Guarnieri, um conteúdo folclórico. Para Edmundo Villani...


A linguagem musical de Villani-Côrtes é resultante de sua eclética formação musical que abarca os mais diversos universos: de Chopin a Shostakovich, passando por Debussy e Ravel, Puccini, Gershwin e o jazz, além da música popular brasileira, sobretudo urbana. Sua música só faz revelar esta vivência anterior de forma integral; a música brasileira, sendo parte substancial deste processo, manifesta-se de forma natural, espontânea e irreprimível. Ao expressar-se através dela, não pretende seguir em direção a alguma corrente ou contrariar qualquer outra que seja. Sem constrangimento, Villani-Côrtes confessa jamais ter lido o Ensaio Sobre a Música Brasileira, de Mário de Andrade, ou ter tido a preocupação prioritária de estudar o folclore, ambas as atitudes inadmissíveis para um compositor que professe o Nacionalismo.

A coerência do compositor com suas origens vai ainda mais longe. Se o seu ouvido foi o único canal que lhe revelou a riqueza sonora das manifestações musicais às quais podia ter acesso, extraindo o máximo de informações do limitado universo em que se formou, a partir do momento em que começou a compor, tornou-se o ouvido seu principal guia – ao lado dos conhecimentos adquiridos em longos anos de estudos – aquele que lhe passou a mostrar os caminhos a seguir e dar-lhe a última palavra em qualquer tomada de decisão durante o processo de composição. Talvez seja esta a razão pela qual a música de Villani-Côrtes tenha se tornado uma unanimidade quanto à sua beleza sonora e por esta razão, tenha sido alvo de tantos “pedidos” de composição por parte dos instrumentistas.

“No meu caso, em especial, a música que eu faço é brasileira por natureza. Nunca estudei no exterior. Se num determinado momento da música eu tenho que colocar um ritmo de xaxado, eu coloco. Se num determinado lugar eu quero fazer um efeito de cluster ou um acorde atonal, eu vou fazer. Eu uso tudo, porque acho que se você se prende a uma escola, você é a escola, não você. E, para mim, a escola sou eu. A escola é o que eu acho que devo fazer e a escola é o que eu sei, porque eu uso os recursos que eu tenho”.

Muitas obras foram determinadas pelas condições em que os compositores viviam.  Bach era organista, por isso escreveu muita coisa para órgão. Mahler escreveu tudo o que escreveu porque tinha uma orquestra em suas mãos. Para Edmundo Villani...
Concerto nº 3 (A 3ª visão) para o maestro Roberto Farias. 

“Bom, aparecem oportunidades. Por exemplo, quando fui convidado a dar aulas em Tatuí, em 1990/91, tive contato com Roberto Farias e lá o pessoal é muito ligado em sopros. Pediram-me para escrever uma peça para banda sinfônica! Coisa que eu nunca tinha feito. Então, o Roberto Farias me ajudou explicando como funcionava uma banda sinfônica. Eu tinha uma razoável prática porque trabalhei durante muito tempo na Tupi. Mas eu tinha em mente uma coisa: não queria que ficasse parecendo aquelas músicas de bandinhas de coreto.  E aí fiz uma peça para piano e banda sinfônica. Essa peça foi estreada lá comigo ao piano. Outro exemplo, é que, em 2002, mais ou menos, escrevi um concerto para trompa. Foi tocado naquele mesmo ano, estreado pelo filho do maestro Ficarelli, no Municipal. Tenho uma versão para banda sinfônica e tocada também pelo super trompista chamado Adauto Soares. Por esses dias, Adauto me falou que farão um concurso de trompas, liderado por Radegundis Tavares,  em Salvador (Bahia) e a peça de confronto será esse “Concertino para Trompa e Orquestra de Câmara”.  Esse concurso é financiado por Marcus Bonna (MB Cases) e se chama “Concurso MB para jovens trompistas”. Essa é a terceira edição. Atualmente é o concurso mais importante relacionado especificamente a trompa no Brasil. Na primeira fase seis candidatos de várias partes do país foram aprovados para a semifinal que acontece durante o IV Encontro Brasileiro de Trompistas de 18 a 21 de setembro agora. Então, para mim, o que conta são as oportunidades que me são oferecidas”.

Sobre a escolha dessa obra, Radegundis Tavares,  professor de Trompa e Música de Câmara da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) diz: “Escolhemos essa obra de Villani com o intuito de motivar os alunos a interpretar o repertório brasileiro, já que a trompa é um instrumento predominantemente presente no mundo da música de concerto, especialmente na música até o início do século XX. Nesse sentido, a obra tem vários elementos da música brasileira popular, especialmente no sentido rítmico, apesar de ter um caráter mais erudito. Pessoal-mente, considero essa peça uma das mais bonitas para o instrumento no repertório brasileiro, inclusive cheguei a interpretá-la no 47º Simpósio da Associação Internacional de Trompistas no ano passado, em Los Angeles. ”

A vida acadêmica...
Em 1973 assumiu como docente na Academia Paulista de Música como professor de harmonia funcional e, posteriormente, arranjo e improvisação. Desta atividade como docente, nasceu o seu contato com o compositor alemão Hans-Joachim Koellreutter (1915-2005). Villani-Côrtes, que sempre preservou a sua singularidade, diz que foi estudar com Koellreutter não apenas para aprender coisas novas, mas, também, para “ver o que não deveria fazer”.

O contato com Camargo Guarnieri e Koellreutter permitiu ao compositor vivenciar dois movimentos que polarizaram a música nos anos 40 e 50: o Nacionalismo e a Escola Dodecafônica.

Em 1982 passou a fazer parte do corpo docente da Universidade do Estado de São Paulo (UNESP) nas disciplinas Contra-ponto e Composição. Esta atividade profissional permitiu ao compositor a dedicação que almejava ao processo composicional. “Apesar de ter uma obra razoavelmente grande, eu realmente só pude me dedicar à composição depois dos meus cinquenta anos de idade.”

Em 1985, iniciou seu trabalho de mestrado em composição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, defendendo sua dissertação com o título “O uso do sintetizador na composição musical de um Concertante para clarineta, sintetizador, piano acústico e percussão”, obtendo a nota máxima. “O Henrique Molerenbaun foi um dos responsáveis por eu fazer o mestrado no Rio. Kollereuter e Guarnieri não me ensinaram tanto quanto o maestro Molerenbaun.”

Entre sua vida acadêmica, no período de 1988 até 1991 fez parte da equipe musical do programa “Jô Soares Onze e Meia” no SBT. Ao mesmo tempo, junto ao maestro Ciro Pereira (1929), organizou e selecionou os componentes da Orquestra Jazz Sinfônica, atuando também como regente nos anos de 1990 e 1991.

Em 1998 defendeu sua Tese de Doutorado no Departamento de Música do Instituto de Artes da Unesp, intitulada: “A utilidade da prática da improvisação e a sua presença no trabalho composicional do Concertante Breve para quinteto e banda sinfônica de Edmundo Villani-Côrtes.” “Fiz minhas teses de mestrado e doutorado a partir das peças que compus, ressalta Villani-Côrtes.

Estreias de profunda importância...
O ano de 2000 foi marcado por duas estreias de profunda importância na vida do compositor: o Concerto para Flauta e Orquestra dedicado ao seu pai, Augusto de Castro Côrtes (1900-1974) e a peça “Te Deum”, obra de caráter religioso composta em homenagem aos 150 anos da cidade de Juiz de Fora.

Obras catalogadas...
“No Instituto de Artes da UNESP os professores tinham que fazer um relatório anual de atividades e mostrar o que havia sido feito e, desse modo, fui obrigado a registrar minha produção musical. Uma aluna da USP, chamada Veronique de Oliveira Lima, orientada pelo Prof. Régis Duprat, fez uma monografia em que reunia meus dados biográficos e a relação das minhas obras. Eu recomendava o trabalho dela quando as pessoas precisavam de uma informação mais específica sobre mim.”

Maestro Villani e sua esposa Efigênia Côrtes: décadas de companheirismo.

Conquistas...
“Por incrível que pareça, muitas coisas que eu nunca almejei ter eu tenho, como um acervo musical bem grande, que passa de 300 obras mas,  se contar o número de versões e arranjos passam de 700.  Mas eu só consegui  me dedicar mais à composição a partir dos meus 52 anos, quando fui convidado a dar aulas na UNESP e passei a ser professor universitário. Nessa época, fiz mestrado e, aos 69 anos de idade, fiz doutorado! Há 2 anos fui convidado a ocupar a cadeira numero 11 da Academia Brasileira de Música. Recebi 7 prêmios APCA. Então foram coisas que aconteceram em virtude somente de uma coisa: muito trabalho.”

Recado aos futuros compositores: Não esperem!

Compositor de obras de música orquestral, de câmara, de música instrumental e vocal, além de música eletroacústica, sua principal reflexão aos estudantes de música que manifestam interesse pela composição é que, na hora de fazer qualquer tipo de música “não tenham medo ou vergonha, façam! Não esperem. Porque, se você compõe e aquilo que escreve representa seu estado de espírito, não espere fazer um curso, uma universidade, porque as primeiras peças que escrevi tem a mesma força ou até mais do que determinadas peças que compus mais maduro, mais sábio. Vou dar um exemplo que aconteceu comigo: Ulisses Castro pegou uma série de prelúdios que eu compus e fez um álbum. O meu prelúdio número 9 tinha sido editado pela Vitalle. Para eu tê-lo nesse álbum disseram que eu teria de comprar de volta. Então me aconselharam a fazer um outro parecido para poder incluir. Veja bem, esse prelúdio eu fiz em 1957! E, em 1998, tentei fazer um prelúdio com aquele clima, aquele ambiente e não consegui fazer! Era para ser um prelúdio melhor mas eu não consegui! Fiz outro completamente diferente.”


Gratidão...
No alto de seus 85 anos, Villani-Côrtes se diz grato pela relação generosa que conseguiu obter com a música.“Eu só tenho que agradecer. Tenho a grata surpresa de ser recompensado e reconhecido acima das minhas expectativas. É muito bom eu poder viver como músico e continuar vivendo assim. Hoje em dia não leciono mais, porém  vivo como compositor, aparecem encomendas e recebo pelos direitos autorais.” 
Obrigado maestro!




FONTES:
D'AMBROSIO, O. Edmundo Villani-Côrtes - Músico por intuição. Revista Unespciência 6. Maio de 2011.
RODRIGUES, L. Música de Câmara de Edmundo Villani-Côrtes. Artigo da coletânea “Música Contemporânea Brasileira – em Registro na Discoteca Oneyda Alvarenga” Centro Cultural São Paulo – álbum E. Villani-Côrtes . 2006.
ARAUJO FILHO, A. R. de. E. Villani-Côrtes. Universidade Estadual de Campinas. Doutorado em Musicologia. SIMPOM: Subárea de Musicologia.
FOTOS: Angelino Bozzini, Mônica Côrtes, Leandro Souza, Daniela Toviansky.

SAIBA MAIS SOBRE EDMUNDO VILLANI-CÔRTES:
https://www.facebook.com/edmundo.villanicortes?fref=ts
http://villanicortes.com.br/
https://www.youtube.com/user/orquestravillani



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