sexta-feira, 30 de setembro de 2016

FREDDIE MERCURY 70 ANOS  

O LENDÁRIO

FARROKH BULSARA FARIA 70 ANOS, O VERDADEIRO NOME DO CANTOR, PIANISTA E COMPOSITOR FREDDIE MERCURY. CONSIDERADO UM DOS MAIORES ARTISTAS DE TODOS OS TEMPOS E UMA  DAS VOZES MAIS CONHECIDAS DO MUNDO. COM UMA MISTURA DE TIMIDEZ E CARISMA, O MÚSICO SE ENTREGOU À PAIXÃO PELA MÚSICA E LIDEROU A BANDA QUEEN AO LADO DE ROGER TAYLOR, BRIAN MAY E JOHN DEACON, ALCANÇANDO UM SUCESSO NOTÁVEL, VENDENDO MAIS DE 300 MILHÕES DE DISCOS AO REDOR DO MUNDO.  ALÉM DE SEU TRABALHO COM O QUEEN, TAMBÉM LANÇOU ALGUNS TRABALHOS EM CARREIRA SOLO E, OCASIONALMENTE, ATUOU COMO PRODUTOR E MÚSICO CONVIDADO (PIANO OU VOZ) PARA OUTROS ARTISTAS. SUA TRAJETÓRIA MUSICAL CHEGOU AO FIM EM 24 DE NOVEMBRO DE 1991, QUANDO MORREU AOS 45 ANOS DE IDADE. SUAS PERFORMANCES INCOMUNS, INTERPRETAÇÕES EMOCIONANTES E SEU ESTILO INCONFUNDÍVEL, CONTINUAM VIVAS NA MEMÓRIA DE MILHARES DE ADMIRADORES, POR ISSO NO MÊS DE SEU ANIVERSÁRIO A REVISTA KEYBOARD BRASIL PRESTA UMA GRANDE HOMENAGEM A FREDDIE MERCURY.

* Por Heloísa Godoy Fagundes & Amyr Cantusio Jr.

 Infância, adolescência e faculdade...


Freddie Mercury nasceu em Stone Town, na ilha Zanzibar, hoje território da Tanzânia, na África, em 5 de setembro de 1946, sendo batizado de Farokh Bulsara.

Seus pais, Jer e Bomi Bulsara, naturais da região de Gujarati, na Índia, descendentes dos persas que para lá imigraram há mais de mil anos fugindo de perseguições religiosas, fizeram parte de um grupo étnico conhecido como Parsees, seguidores do zoroastrismo.

Bomi Bulsara era um funcionário do Estado, trabalhando como caixa da suprema corte do governo britânico em Zanzibar, na época uma colônia da Grã-Bretanha. Aos oito anos, Farrokh foi mandado para a St. Peter Boarding School, uma escola inglesa perto de Bombain, na Índia.

O principal diretor da escola notou o talento musical de Freddie e escreveu a seus pais sugerindo que pagassem um pouco mais para que o filho estudasse música. E Freddie começou a ter aulas de piano. Também se tornou membro do coral além de participar regularmente em produções teatrais escolares. Na escola começou a ser chamado Freddie pelos colegas.

Em 1958, Freddie Bulsara e seus amigos Derrick Branche, Bruce Murray, Farang Irani e Victory Rana formaram uma banda de rock na escola, o Hectics, fazendo versões de Cliff e Little Richard, onde Freddie era o pianista. Eles tocavam em festas anuais e danças da escola.

Em 1963, no entanto, Zanzibar se tornou independente e, em 1964, estava à beira de uma revolução liderada pelo partido africano. Muitos ingleses e indianos tiveram que abandonar a ilha por razões de segurança, entre eles a família Bulsara, que acabou se instalando em Feltham, Middlesex, um subúrbio de Londres. Freddie tinha, então, 17 anos.

Afeito aos esportes, foi campeão de tênis de mesa aos dez anos de idade, mas principalmente apaixonado pelas artes, Freddie decidiu entrar para o Ealing College of Art em setembro de 1966, e cursar design gráfico e artístico. Esse conhecimento fez com que o músico projetasse o famoso símbolo do Queen.

 Queen & a rainha dos danados...
(*) Em meados de 1968, Brian May (que tocava uma guitarra feita pelo seu pai) e Tim Staffel (vocalista e baixista) resolveram montar uma banda. Através de um anúncio no mural da faculdade, conheceram um estudante de biologia, Roger Taylor, que entrou na banda como baterista. O nome da banda era Smile. Chegaram a gravar uma demo com seis faixas pela Mercury Records. Mas a banda não chamou a atenção de ninguém, a não ser de um tal Farrokh Bulsara, que viria a ser conhecido mais tarde como Freddie Mercury.

Antes de entrar para a banda Smile, Freddie passou por algumas bandas que tentavam encontrar espaço no cenário musical londrino: Ibex, Sour Milk Sea e Wreckage.

Tim Staffell resolveu sair do Smile para formar um novo grupo, Freddie não pensou duas vezes para se unir a Brian e Roger, dando uma nova cara à banda. Em 1970, já com o nome de Queen, encontraram o baixista John Deacon, para completar o som.

Em 1973, um pouco antes do lançamento do primeiro álbum intitulado Queen, Freddie decidiu mudar seu sobrenome para Mercury. No ano seguinte, saiu Queen II, seguindo da obra prima SHEER HEART ATTACK – a primeira obra musical fabulosa que daria as diretrizes do Queen, de maneira geral, nos anos 70. Seu filhote seria A Night at the Opera, lançado em 1975 que, finalmente consagraria a banda na história entre as melhores do mundo.

Além de cantar, Freddie era o pianista da banda, porém tocava vários instrumentos. Apesar de sempre ter tido uma mente aberta com relação a novas tecnologias, e ter aprovado o uso de sintetizadores em vários discos do Queen, Freddie costumava ter aversão a pianos elétricos por achar o som deles artificial, tanto que em 1975, o cantor se recusou a tocar um piano Wurlitzer na canção "You're My Best Friend", de John Deacon, levando o próprio John a ter que gravá-lo. 
Carreira solo...
Embora a maior parte de sua carreira se confunda com a do Queen, Freddie Mercury também lançou alguns trabalhos solo - aclamados pela crítica e pelo público: os LPs Mr. Bad Guy (1985) e, com a diva Montserrat Caballé, Barcelona (1988), e participou do musical Time, de David Clark. 

Mary Austin...
Ainda em 1970, Freddie conheceu Mary Austin, gerente da butique Biba no bairro de Kensington. Os dois começaram a namorar no ano seguinte, numa relação que durou até quase o final da década de 70, quando Freddie assumiu sua bissexualidade. Apesar disso, Mary continuou sendo sua melhor amiga e pessoa de confiança. Foi para ela que Freddie deixou parte de sua fortuna.

Ballet & ópera...
Aficcionado por ballet, chegou a fazer uma apresentação beneficente, dançando Bohemian Rhapsody com o Royal Ballet de Londres, em 1979. Tanto o ballet quanto a ópera foram elementos fundamentais no desenvolvimento de sua performance, e a verdade é que Freddie nunca deixou de se aperfeiçoar.


Curiosidades...
Freddie Mercury era proprietário de uma voz potente. Contam alguns que, durante as gravações do álbum Barcelona, ele desafiou Montserrat Caballé, uma das cantoras líricas mais conhecidas no mundo, para ver quem possuía maior fôlego. Mercury venceu com uma grande vantagem.

Em 1992, um ano depois da morte de Freddie Mercury, realizam-se os Jogos Olímpicos de Barcelona, durante os quais Montserrat Caballé interpreta a famosa canção “Barcelona” (gravada em 1988) em dueto virtual com o cantor falecido. Ainda hoje o dueto é recordado como um marco histórico da música.

Em 5 de setembro de 2011, o website de busca, Google, homenageou o cantor. Na página, existia um doodle musical, que executa a “Dont Stop Me Now”, grande sucesso da sua carreira

Diz o guitarrista Brian May que, mesmo quando Freddie já estava muito doente, “sua voz, miraculosamente, se tornava cada vez melhor”. 
Durante sua carreira com o Queen, Freddie realizou mais de setecentos concertos ao redor do mundo em quinze anos em todos os continentes, exceto a Antártida. O Queen foi a primeira banda europeia a fazer turnês na América do Sul, com datas na Argentina, Brasil e Venezuela, e também foi o primeiro grupo a se apresentar na África do Sul, um acontecimento que causou polêmica, pois, naquela época, se apresentar na África significava, aos olhos da política, que o indivíduo apoiava o apartheid (separatismo racial). Tais acusações foram recebidas como piada pelo grupo.

Morte...

FOTO ABAIXO: Estátua de Freddie Mercury com vista para o Lago de Genebra, em Montreux, Suíça. Possui 3 metros de altura.

Em 1991, após ficar muito doente, surgiam rumores de que estaria com AIDS, o que se confirmou afinal, através de uma declaração feita por ele mesmo em 23 de novembro, um dia antes de morrer.

Freddie faleceu na noite de 24 de novembro de 1991, em sua casa, chamada Garden Lodge. Sua morte causou repercussão e tristeza em todo o mundo. Sua mansão em Kensington e boa parte de sua fortuna para Mary Austin ex-namorada e grande amor, que recebeu muitos buquês de flores na época e continua a recebê-los até hoje.

O corpo de Freddie Mercury foi cremado e suas cinzas foram espalhadas na margem do Lago Genebra, na Suíça.

Em 25 de novembro de 1992, foi inaugurada uma estátua em sua homenagem, com a presença de Brian May, Roger Taylor, da cantora Montserrat Caballé, Jer e Bomi Bulsara (pais de Freddie) e Kashmira Bulsara (irmã de Freddie), em Montreux, na Suíça, cidade adotada por Freddie como seu segundo lar.

Os membros remanescentes do Queen fundaram uma associação de caridade em seu nome, a The Mercury Phoenix Trust, e organizaram, em 20 de abril de 1992, no Wembley Stadium, o concerto beneficente The Freddie Mercury Tribute Concert, para homenagear o trabalho e a vida de Freddie.










Inigualáveis habilidades vocais...

FOTO ABAIXO: Para estudar a voz do cantor sem a presença do próprio, os cientistas realizaram estudos com o treinador vocal Daniel Zangger-Borch, um imitador da voz de Mercury. 

Um grupo de pesquisadores da Áustria, República Tcheca e Suécia conduziu uma pesquisa, com os resultados publicados na Logopedics Phoniatrics Vocology (via AlphaGalileo).

E, enquanto não conseguiram confirmar a famosa lenda urbana de que o alcance de Freddie atingia quatro oitavas (conjunto das 7 notas musicais), eles descobriram dados interessantes sobre o alcance de sua voz.

Por exemplo: apesar de ser altamente reconhecido como tenor (de canto agudo), ele era mais propício a barítono (canto grave). Eles basearam esse pressuposto na análise das gravações de seis entrevistas, que revelaram uma frequência de fala na média de 117.3 Hz. Sabia-se que Mercury já havia, inclusive, recusado um dueto de ópera em sua época, porque temia que os fãs não reconhecessem a voz de barítono. Isso ajudou a sedimentar a conclusão de que o cantor tinha, de fato, o talento suficiente para sair do seu alcance tradicional normalmente.

É bem verdade que sem o objeto de pesquisa vivo, as conclusões da pesquisa têm suas provas dificultadas. De toda forma, para chegar mais próximo da verdade, a equipe escalou o cantor de rock profissional Daniel Zangger-Borch para simular a voz de Freddie. Eles filmaram sua laringe a 4000 frames por segundo para analisar exatamente como o frontman do Queen criava aqueles inigualáveis vocais altos e ásperos, assim como os vibratos de cair o queixo.

O que eles descobriram foi que ele provavelmente empregou sub harmônicos – um estilo de canto raríssimo onde as pregas ventriculares vibram junto com as pregas vocais. A maioria dos humanos nunca fala ou canta usando as pregas ventriculares, a menos que sejam exóticos cantores de Tuva (atualmente fazendo parte da Federação Russa), então o fato de pensar que o astro provavelmente lidava com sub harmônicos é incrível.

Vibratos de outro mundo...

As cordas vocais de Freddie se moviam mais rápido que o padrão do “homem comum”. Enquanto um vibrato tradicional flutua entre 5.4 Hz e 6.9 Hz, o de Freddie era 7.04.

Para entender isso de uma maneira mais específica: uma onda sonora perfeita para o vibrato assume o valor de 1, o que é bem próximo do quanto o cantor de ópera Luciano Pavarotti alcançou, por exemplo. Freddie, por outro lado, alcançou a média de 0.57 – o que significa que ele estava vibrando suas cordas numa frequência que nem mesmo Pavarotti conseguiu!

O estudo é repleto de terminologias científicas e técnicas em sua íntegra, mas a conclusão é clara desde o começo: Freddie Mercury tinha uma voz diferente de qualquer um no mundo do rock'n'roll, sendo um dos cantores e performers mais singulares de todos os tempos.

Agora, imagine poder ouvir sua voz isolada dos demais instrumentos? A lista a seguir pode oferecer essa sensação incrível, com uma série de registros editados, apenas com a voz do grande e eterno Freddie.

Vale destacar que algumas das versões realmente só apresentam as vozes de Freddie Mercury, enquanto outras ainda preservam os apoios vocais feitos pelos demais músicos da banda, ou alguma linha instrumental para acompanhamento.

Confira a lista e nos envie seu comentário pelas redes sociais ou pelo email: contato@keyboard.art.br !












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FONTES:
Miranda, Igor. Genial: ouça a voz de Freddie Mercury isolada em clássicos do Queen.   http://revista.cifras.com.br/  
César, Lucas. Estudo confirma as habilidades vocais de Freddie Mercury como “inigualáveis”.  http://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/  

Martins, Beatriz.  Cientistas provam através de estudos que Freddie Mercury é o melhor cantor do mundo.  http://www.papelpop.com/  

SAIBA MAIS SOBRE FREDDIE MERCURY:
http://www.freddiemercury.com/
https://www.facebook.com/freddiemercury
https://www.youtube.com/user/queenofficial
https://twitter.com/MercuryMOTG

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* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost writer e esportista. Amante da boa música, está há 10 anos no mercado musical de revistas. Já trabalhou na extinta Revista Weril e atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil.
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*Amyr Cantusio Jr. é músico (piano, teclados e sintetizadores) compositor, produtor, arranjador, programador de sintetizadores, teósofo, psicanalista ambiental, historiador de música formado pela extensão universitária da Unicamp e colaborador da Revista Keyboard Brasil.







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