quinta-feira, 29 de setembro de 2016

HOME  STUDIO - MONITORES

 * Por Murilo Muraah 


A ESCOLHA DO NOSSO SISTEMA DE MONITORAÇÃO É MUITO IMPORTANTE PARA O FUTURO DAS NOSSAS PRODUÇÕES. CONHEÇA MAIS SOBRE ESTE ASSUNTO NA COLUNA DESTE MÊS.

 KRK RP5 G3: monitor de 5 polegadas da KRK 
que possui ótima relação custo-benefício.
Genelec 8010A: monitor de apenas 3 polegadas da Genelec, 
marca que é referência de qualidade de monitores de estúdio.

A série HS da Yamaha: com monitores que variam 
entre 5 e 8 polegadas, além de um subwoofer de 8 polegadas.


A escolha  do  nosso  sistema  de  monitoração  deve  levar  em  consideração  diferentes aspectos: a sonoridade da nossa sala, quais serviços executamos, gosto pessoal, tamanho, espaço disponível, sua realidade financeira, etc. Uma dica que é sempre bom ser lembrada: às vezes é melhor investir em bons fones de ouvido do que em monitores quando trabalhamos em uma sala com acústica problemática. Nessa situação, mesmo os pares de monitores mais transparentes resultariam em um som com grandes alterações, enganando os ouvidos do técnico durante uma mixagem, por exemplo.

Os serviços que executamos influenciam em nossas escolhas de equipamentos devido às grandes diferenças entre os equipamentos disponíveis no mercado de áudio profissional. Um home studio utilizado para ensaios pede caixas de som bem diferentes de um home studio de gravação e mixagem, por exemplo. Além disso, os gêneros de música com os quais trabalhamos podem influenciar bastante na hora de escolher nossos equipamentos.

É claro que em home studios pequenos, principalmente de quem está começando a montar seu sistema, nem sempre será possível ter à disposição os equipamentos que julgamos ser ideais. Nesse caso, como sempre ressalto aqui, é fundamental o planejamento baseado na realidade  de  cada  situação.  E  para  que  esse  planejamento  possa  ser  feito  com  maior consciência, vamos conhecer um pouco mais sobre os monitores utilizados em estúdios de gravação e mixagem.

Os monitores são caixas de som que utilizamos durante nossas produções de áudio. Home studios que realizam produções em estéreo geralmente terão um par de monitores - alguns utilizam ainda um subwoofer para ter melhor resposta de graves. Aqui é necessário lembrar novamente da acústica da sala: colocar um subwoofer ou um par de monitores com resposta de graves estendida em uma sala mal tratada que já possui sobra de graves pode gerar problemas e ser um enorme desperdício. 

O espaço que temos em nossa sala para posicionar os monitores é muito importante, assim como o próprio tamanho da sala. Em home studios geralmente trabalhamos com monitores “near-field”, ou seja, monitores planejados para serem posicionados próximos ao técnico - ter monitores imensos em uma sala minúscula provavelmente não será uma boa ideia.

Os monitores near-field geralmente possuem duas vias: um falante que costuma variar entre 5 e 8 polegadas e um tweeter, ou seja, um falante para as frequências mais agudas. Se um fabricante  oferece  o  mesmo  modelo  de  monitores,  mas  com  tamanhos  diferentes,  pode-se esperar  que  os  modelos  com  falantes  maiores  oferecerão  uma  resposta  de  graves  mais estendida, ou seja, serão capazes de reproduzir frequências mais graves do que os de menor tamanho. Apesar  disso  parecer  ser  uma  boa  ideia  em  um  primeiro  momento,  já  podemos imaginar que, dependendo da sala, um par de monitores de 5 polegadas será mais adequado do que os de 8 polegadas, por exemplo.

Tendo definido o tamanho aproximado dos monitores de acordo com a sua sala e com uma ideia de quanto deseja investir neles, é hora de começar a pesquisar os modelos disponíveis. Vale olhar as especificações fornecidas pelos fabricantes, consultar a opinião de técnicos mais experientes, visitar estúdios e home studios de conhecidos para ouvir seus equipamentos e suas opiniões, ouvir diferentes modelos em lojas especializadas, etc. Lembre-se que um bom par de monitores nem sempre será o que te agrada mais em um primeiro momento, mas sim o que te oferecerá maior transparência para a realização de suas mixagens.

Aquele par de monitores com uma resposta de graves exagerada pode ser ótimo para ouvir música em momentos de lazer, mas pode acabar te fazendo pensar que suas mixagens têm mais grave do que elas realmente terão, fazendo com que outras pessoas, ao ouvirem as músicas que você mixou, sintam falta justamente daquilo que parecia sobrar em seu sistema.

Claro que não só a resposta de frequência dos monitores deve ser considerada, mas também a experiência do técnico, o conhecimento que tem dos monitores que utiliza e das ferramentas disponíveis para ajudá-lo a melhor interpretar suas mixagens. Na situação citada anteriormente, onde o par de monitores oferece uma resposta de graves exagerada, um técnico experiente  e  acostumado  a  trabalhar  com  esse  sistema  saberá  o  que  fazer  para  deixar  a mixagem apropriada para ser executada em diferentes sistemas.

De qualquer maneira, é sempre aconselhável, ao finalizar uma mixagem, ouvir o arquivo final em diferentes sistemas: caixas de som amadoras, fones de ouvido, no som do carro, da televisão, do computador, do celular, em sistemas mono, etc. Dessa forma, a chance de sua música soar bem nos sistemas de outras pessoas será ainda maior.

Após a escolha do seu par de monitores, o posicionamento deles na sala será fundamental para que te ofereçam a sonoridade mais transparente possível. Conhecimentos de acústica, diferentes medições e consequente tratamento acústico da sala irão te ajudar a tirar o máximo do seu sistema, mas essas duas dicas básicas já são um bom começo:

1) Posicione os monitores de forma que a posição do técnico forme um triângulo equilátero com eles.

2) Evite posicionar os monitores em posições acima ou abaixo da linha dos seus ouvidos - posicione-os na linha da sua cabeça.


Na dúvida, explore diferentes posicionamentos, perceba como a sonoridade será alterada de acordo com as superfícies abaixo dos monitores ou de sua proximidade com a parede, isso sem falar nos próprios controles de volume e filtros de graves e agudos presentes em alguns modelos. Faça seus testes ouvindo músicas que você já conhece bem até chegar ao melhor setup possível dentro da sua sala.

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*Murilo Muraah é Bacharel em Comunicação Social pela FAAP e proprietário da Muraah Produções, onde atua como professor de áudio analógico e digital, produtor musical, compositor de trilhas sonoras e músico. É também supervisor dos cinco estúdios de gravação e mixagem das Fábricas de Cultura das zonas norte e sul de São Paulo além de colaborador da Revista Keyboard Brasil.




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