HOME STUDIO - MONITORES
* Por Murilo Muraah
A ESCOLHA DO NOSSO SISTEMA DE MONITORAÇÃO É MUITO IMPORTANTE
PARA O FUTURO DAS NOSSAS PRODUÇÕES. CONHEÇA MAIS SOBRE ESTE ASSUNTO NA COLUNA
DESTE MÊS.
KRK RP5 G3: monitor de 5 polegadas da KRK
que possui ótima
relação custo-benefício.
Genelec 8010A: monitor de apenas 3 polegadas da Genelec,
marca que é referência de qualidade de monitores de estúdio.
A série HS da Yamaha: com monitores que variam
entre 5 e 8
polegadas, além de um subwoofer de 8 polegadas.
A escolha do
nosso sistema de
monitoração deve levar
em consideração diferentes aspectos: a
sonoridade da nossa sala, quais serviços executamos, gosto pessoal, tamanho,
espaço disponível, sua realidade financeira, etc. Uma dica que é sempre bom ser
lembrada: às vezes é melhor investir em bons fones de ouvido do que em
monitores quando trabalhamos em uma sala com acústica problemática. Nessa
situação, mesmo os pares de monitores mais transparentes resultariam em um som
com grandes alterações, enganando os ouvidos do técnico durante uma mixagem,
por exemplo.
Os
serviços que executamos influenciam em nossas escolhas de equipamentos devido
às grandes diferenças entre os equipamentos disponíveis no mercado de áudio
profissional. Um home studio utilizado para ensaios pede caixas de som bem
diferentes de um home studio de gravação e mixagem, por exemplo. Além disso, os
gêneros de música com os quais trabalhamos podem influenciar bastante na hora
de escolher nossos equipamentos.
É claro que em home studios pequenos,
principalmente de quem está começando a montar seu sistema, nem sempre será
possível ter à disposição os equipamentos que julgamos ser ideais. Nesse caso,
como sempre ressalto aqui, é fundamental o planejamento baseado na
realidade de cada
situação. E para
que esse planejamento
possa ser feito
com maior consciência, vamos
conhecer um pouco mais sobre os monitores utilizados em estúdios de gravação e
mixagem.
Os monitores são caixas de som que
utilizamos durante nossas produções de áudio. Home studios que
realizam produções em estéreo geralmente terão um par de monitores - alguns
utilizam ainda um subwoofer para ter melhor resposta de graves. Aqui é
necessário lembrar novamente da acústica da sala: colocar um subwoofer ou um
par de monitores com resposta de graves estendida em uma sala mal tratada que
já possui sobra de graves pode gerar problemas e ser um enorme desperdício.
O
espaço que temos em nossa sala para posicionar os monitores é muito importante,
assim como o próprio tamanho da sala. Em home studios geralmente trabalhamos
com monitores “near-field”, ou seja, monitores planejados para serem
posicionados próximos ao técnico - ter monitores imensos em uma sala minúscula
provavelmente não será uma boa ideia.
Os monitores
near-field geralmente possuem duas vias: um falante que costuma variar entre 5
e 8 polegadas e um tweeter, ou seja, um falante para as frequências mais
agudas. Se um fabricante oferece o
mesmo modelo de
monitores, mas com
tamanhos diferentes, pode-se esperar que
os modelos com
falantes maiores oferecerão
uma resposta de
graves mais estendida, ou seja,
serão capazes de reproduzir frequências mais graves do que os de menor tamanho.
Apesar disso parecer
ser uma boa
ideia em um
primeiro momento, já
podemos imaginar que, dependendo da sala, um par de monitores de 5
polegadas será mais adequado do que os de 8 polegadas, por exemplo.
Tendo
definido o tamanho aproximado dos monitores de acordo com a sua sala e com uma
ideia de quanto deseja investir neles, é hora de começar a pesquisar os modelos
disponíveis. Vale olhar as especificações fornecidas pelos fabricantes,
consultar a opinião de técnicos mais experientes, visitar estúdios e home
studios de conhecidos para ouvir seus equipamentos e suas opiniões, ouvir
diferentes modelos em lojas especializadas, etc. Lembre-se que um bom par de
monitores nem sempre será o que te agrada mais em um primeiro momento, mas sim
o que te oferecerá maior transparência para a realização de suas mixagens.
Aquele
par de monitores com uma resposta de graves exagerada pode ser ótimo para ouvir
música em momentos de lazer, mas pode acabar te fazendo pensar que suas
mixagens têm mais grave do que elas realmente terão, fazendo com que outras
pessoas, ao ouvirem as músicas que você mixou, sintam falta justamente daquilo
que parecia sobrar em seu sistema.
Claro
que não só a resposta de frequência dos monitores deve ser considerada, mas
também a experiência do técnico, o conhecimento que tem dos monitores que
utiliza e das ferramentas disponíveis para ajudá-lo a melhor interpretar suas
mixagens. Na situação citada anteriormente, onde o par de monitores oferece uma
resposta de graves exagerada, um técnico experiente e
acostumado a trabalhar
com esse sistema
saberá o que
fazer para deixar
a mixagem apropriada para ser executada em diferentes sistemas.
De
qualquer maneira, é sempre aconselhável, ao finalizar uma mixagem, ouvir o
arquivo final em diferentes sistemas: caixas de som amadoras, fones de ouvido,
no som do carro, da televisão, do computador, do celular, em sistemas mono,
etc. Dessa forma, a chance de sua música soar bem nos sistemas de outras
pessoas será ainda maior.
Após
a escolha do seu par de monitores, o posicionamento deles na sala será
fundamental para que te ofereçam a sonoridade mais transparente possível.
Conhecimentos de acústica, diferentes medições e consequente tratamento
acústico da sala irão te ajudar a tirar o máximo do seu sistema, mas essas duas
dicas básicas já são um bom começo:
1)
Posicione os monitores de forma que a posição do técnico forme um triângulo
equilátero com eles.
2)
Evite posicionar os monitores em posições acima ou abaixo da linha dos seus
ouvidos - posicione-os na linha da sua cabeça.
Na
dúvida, explore diferentes posicionamentos, perceba como a sonoridade será
alterada de acordo com as superfícies abaixo dos monitores ou de sua
proximidade com a parede, isso sem falar nos próprios controles de volume e
filtros de graves e agudos presentes em alguns modelos. Faça seus testes
ouvindo músicas que você já conhece bem até chegar ao melhor setup possível
dentro da sua sala.
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*Murilo Muraah é Bacharel em Comunicação Social pela FAAP e proprietário da Muraah Produções, onde atua como professor de áudio analógico e digital, produtor musical, compositor de trilhas sonoras e músico. É também supervisor dos cinco estúdios de gravação e mixagem das Fábricas de Cultura das zonas norte e sul de São Paulo além de colaborador da Revista Keyboard Brasil.
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