A MÚSICA DO MOVIMENTO ARMORIAL
Romançal – o pós Armorial - Parte final
UMA MISTURA BEM DOSADA DE RITMOS, NOTAS
E INSTRUMENTOS, MESCLANDO REFERÊNCIAS DA MÚSICA CLÁSSICA A UM ESTILO POPULAR.
ESTA É A PRIMEIRA IMPRESSÃO DE QUEM ESCUTA AS COMPOSIÇÕES DO QUARTETO ROMANÇAL E
É SURPREENDIDO COM UMA DIVERSIDADE DE SONS ESSENCIALMENTE BRASILEIROS.
* Por Sergio Ferraz
Com
o fim do Quinteto Armorial em 1980, Ariano Suassuna declara encerrado o
Movimeto Armorial. Contudo, os virtuosos músicos do Quinteto seguiram carreira
solo, a exemplo de Antonio Carlos Nóbrega que passa a residir em São Paulo,
onde inicia seu trabalho como multi-artista, reunindo dança, música e teatro em
seus espetáculos. Para São Paulo também foi, no início dos anos de 1980, Antonio “Zoca” Madureira. Em
Sampa Zoca participou de diversos projetos como instrumentista e compositor,
reafirmando seu nome como um dos grandes do Brasil.
Em
1995 Antonio Zoca Madureira forma o Grupo
Romançal. Com o Romançal, ele lança dois CDs e realiza centenas de concertos em todo o
Brasil e também Europa. Em 2007, Madureira me faz o honroso convite para fazer
parte do Grupo Romançal e também para integrar a equipe de artistas que viajam
com o escritor Ariano Suassuna em suas
aulas-espetáculo (foto ao lado).
Começa,
a partir de então, minha participação e colaboração na fase pós armorial. Fruto
da minha contribuição à música armorial e da parceria com Zoca Madureira foi o
álbum Segundo Romaçário, um duo instrumental de violão e violino. Deste álbum
com 12 faixas, lançado em 2010, eu destaco Romançário, Campanário e Vaga Música
de autoria de Madureira, e Festa na Aldeia, Armoriando (para violino solo) e
Sonata Romanesca de minha autoria.
Percebendo
que não havia entre as diversas composições armoriais, um concerto para violino
e orquestra, e sendo esse instrumento tão representativo da música armorial,
decidi então compor o Concerto Armorial para violino e orquestra dedicado ao
escritor Ariano Suassuna.
Desse
concerto, resultou o álbum Concerto
Armorial (2014). Dividi o álbum em três partes, cada uma representando uma
das matrizes da música armorial, como via Suassuna. Então nele temos a Suite
Ibérica, a Suite Mouresca para rabeca e percussão, e finalizando o trabalho, o
Concerto Armorial para violino e orquestra.
A música do Movimento Armorial inspirou
outros tantos grupos e movimentos artísticos cada qual com suas particularidades.
E,
acredito que o maior legado do Movimento Armorial foi justamente o de deixar
aceso a chama da vontade, da busca de uma arte genuína onde o artista esteja
consciente dos elementos regionais, universais, do tradicional e da vanguarda,
criando assim uma música genuína e original.
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* Sergio Ferraz é violinista, tecladista e compositor. Bacharel em música pela UFPE, possui seis discos lançados até o momento. Também se dedica a composição de músicas Eletroacústica, Concreta e peças para orquestra, além de ser colunista da Revista Keyboard Brasil.
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