quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

A MÚSICA DO MOVIMENTO ARMORIAL
Romançal – o pós Armorial - Parte final


UMA MISTURA BEM DOSADA DE RITMOS, NOTAS E INSTRUMENTOS, MESCLANDO REFERÊNCIAS DA MÚSICA CLÁSSICA A UM ESTILO POPULAR. ESTA É A PRIMEIRA IMPRESSÃO DE QUEM ESCUTA AS COMPOSIÇÕES DO QUARTETO ROMANÇAL E É SURPREENDIDO COM UMA DIVERSIDADE DE SONS ESSENCIALMENTE BRASILEIROS.
  * Por Sergio Ferraz

Com o fim do Quinteto Armorial em 1980, Ariano Suassuna declara encerrado o Movimeto Armorial. Contudo, os virtuosos músicos do Quinteto seguiram carreira solo, a exemplo de Antonio Carlos Nóbrega que passa a residir em São Paulo, onde inicia seu trabalho como multi-artista, reunindo dança, música e teatro em seus espetáculos. Para São Paulo também foi, no início dos anos de 1980, Antonio “Zoca” Madureira. Em Sampa Zoca participou de diversos projetos como instrumentista e compositor, reafirmando seu nome como um dos grandes do Brasil.

Em 1995 Antonio Zoca Madureira forma o Grupo Romançal. Com o Romançal, ele lança dois CDs  e realiza centenas de concertos em todo o Brasil e também Europa.  Em 2007,  Madureira me faz o honroso convite para fazer parte do Grupo Romançal e também para integrar a equipe de artistas que viajam com o escritor Ariano Suassuna  em suas aulas-espetáculo (foto ao lado).

Começa, a partir de então, minha participação e colaboração na fase pós armorial. Fruto da minha contribuição à música armorial e da parceria com Zoca Madureira foi o álbum Segundo Romaçário, um duo instrumental de violão e violino. Deste álbum com 12 faixas, lançado em 2010, eu destaco Romançário, Campanário e Vaga Música de autoria de Madureira, e Festa na Aldeia, Armoriando (para violino solo) e Sonata Romanesca de minha autoria. 

Percebendo que não havia entre as diversas composições armoriais, um concerto para violino e orquestra, e sendo esse instrumento tão representativo da música armorial, decidi então compor o Concerto Armorial para violino e orquestra dedicado ao escritor Ariano Suassuna.

Desse concerto, resultou o álbum Concerto Armorial (2014). Dividi o álbum em três partes, cada uma representando uma das matrizes da música armorial, como via Suassuna. Então nele temos a Suite Ibérica, a Suite Mouresca para rabeca e percussão, e finalizando o trabalho, o Concerto Armorial para violino e orquestra.


A música do Movimento Armorial inspirou outros tantos grupos e movimentos artísticos cada qual com suas particularidades. E, acredito que o maior legado do Movimento Armorial foi justamente o de deixar aceso a chama da vontade, da busca de uma arte genuína onde o artista esteja consciente dos elementos regionais, universais, do tradicional e da vanguarda, criando assim uma música genuína e original.


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* Sergio Ferraz é violinista, tecladista e compositor. Bacharel em música pela UFPE, possui seis discos lançados até o momento. Também se dedica a composição de músicas Eletroacústica, Concreta e peças para orquestra, além de ser colunista da Revista Keyboard Brasil.



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