quinta-feira, 2 de junho de 2016

A CRISE E OS PROTAGONISMOS DO ESTADO E DA SOCIEDADE 

QUAL A DIFERENÇA DE AMBOS? VAMOS REFLETIR PORQUE  PARA CONSTRUIR UM BRASIL MELHOR É PRECISO ENTENDER SOBRE POLÍTICA. 
* Por Luiz Bersou

CARTAS MAGNAS...
Está claro na Carga Magna dos Estados Unidos que lá o protagonismo é da Sociedade. Lá, a atividade empresarial tem a visão da importância de ser competitiva pela meritocracia e nesse andar da carruagem construíram um país que tem seus defeitos mas, tem também, muitos méritos inegáveis. Em particular, são os americanos que deram guarida às pessoas de todos os povos, para construir mais conhecimento.

Está claro na Carta Magna do Brasil que o protagonismo é do Estado. Esse Estado nasceu com as Capitanias Hereditárias, antes de existir a sociedade e, para tudo foi estabelecido o pagar e obedecer. Tudo é filtrado e governado por um Estado de Direito, onde se consagra os direitos de todos aqueles que há décadas asfixiam a vida nacional, transformando tudo em direitos, tudo em reserva de mercado, tudo em reserva de trabalho. 

A palavra meritocracia é maldita. No seu lugar sempre aparecem os interesses dos que já estão instalados nas devidas reservas. Tudo é acordo em benefício de alguém. Competitividade e meritocracia nunca aparecem entre os fundamentos que deveriam ser as bases da nação.

PROTAGONISMO DE ESTADO...
Com base na proposta de fazer o Estado o grande protagonista da Nação, os bolivarianos construíram o Estado que é maior do que a Nação. Quando o Estado é maior do que a Nação, o seu destino natural é a perpetuidade no poder a qualquer custo, para manter o Status Quo.

As custas de um processo crescente de cobrança de mais e mais impostos, entenderam que a sua proposta era viável e se manteria no tempo. Não perceberam, entretanto, que para que o Estado seja grande é preciso que ele tenha uma enorme capacidade em desempenho de suas funções.

Como os bolivarianos não entendem o que seja produtividade e competitividade, caíram na armadilha que Margareth Thatcher (1925 – 2013) conhecida por governar com 'mãos de ferro', já descreveu no passado:

“O socialismo funciona até acabar o dinheiro de quem paga as contas. Dinheiro dos outros, que são sempre entendidos como aqueles que exploram os mais pobres”


PROTAGONISMO DE ESTADO NO AMBIENTE PÓS-DILMA...
O novo governo que tem a missão tão crítica de reconstruir o que foi destruído pelo bolivarianismo irresponsável de total e absoluta incompetência na maior parte dos seus quadros. Esse novo governo que já falou bastante, a meu ver, ainda não falou o essencial que é o grande tema da transferência do protagonismo na geração de riquezas para a sociedade.

Foi comentado nos diversos discursos, a importância de chamar empresas privadas para projetos públicos como forma de aportar investimento privado na coisa pública. Muito pouco. E o resto? 

O que a sociedade brasileira vive no momento foi muito bem expressado pela filósofa norte-americana Ayn Rand (1905 – 1982): “Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que tua sociedade está condenada!”

Ayn Rand descreveu à perfeição o estrago que entidades normativas fizeram por exemplo, no nosso parque industrial que está destruído, tudo por conta de benefícios de reserva de mercado para alguns dos amigos do poder.

Sabemos o que é liberdade...
O protagonismo da sociedade, tão necessário, vai aparecer quando boa parte dos controles, regulamentos, reservas de mercado e reservas de trabalho forem abolidos. Recomendo aqui a leitura do livro “Definindo Liberdade”, de Ron Paul. Vamos perceber o quanto de liberdade o Estado que aí está já nos tirou.

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* Atualmente dirigindo a BCA Consultoria, o colaborador da Revista Keyboard Brasil Luiz Bersou possui formação em engenharia naval, marketing e finanças. É escritor, palestrante, autor de teses, além de ser pianista e esportista. Participa ativamente em inúmeros projetos de engenharia, finanças, recuperação de empresas, lançamento de produtos no mercado, implantação de tecnologias e marcas no Brasil e no exterior. 



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