Home Studio: Interface de áudio - Parte 2 - final
PARA EVITAR SURPRESAS DESAGRADÁVEIS,TOME DECISÕES BASEADAS EM INFORMAÇÕES SEGURAS. DESSE MODO, VOCÊ ATINGE O MÁXIMO DE QUALIDADE POSSÍVEL SEM SAIR DA SUA REALIDADE FINANCEIRA.
* Por Murilo Muraah
A partir das informações fornecidas na última coluna, já sabemos como podemos planejar o número de entradas e saídas que nossa interface de áudio deve conter. Mas, se pesquisarmos diferentes modelos, ficará claro que tão importante quanto saber o número de entradas e saídas que vamos precisar é saber também o tipo de conexões necessárias.
Antes de verificarmos os tipos de entradas e saídas de áudio, vale lembrar que precisamos ter cuidado com a própria conexão da interface de áudio com o computador: ela será USB, FireWire, Thunderbolt ou PCI? Como já vimos em colunas anteriores, isso dependerá das conexões disponíveis no seu computador, do planejamento para uso de outros equipamentos que se conectam diretamente ao computador, etc.
É sempre importante sabermos que tipos de instrumentos pretendemos gravar antes de comprar a interface de áudio. Por exemplo: se todos os instrumentos serão sempre captados por microfones, é importante que a interface tenha um número suficiente de entradas de microfone com pré-amplificadores disponíveis. Se pretendemos gravar baixo ou guitarra diretamente plugados na interface, ela precisa ter entradas para instrumentos (comumente chamadas de DI). Se vamos utilizar um teclado como controlador MIDI para utilizar instrumentos virtuais diretamente no computador, podemos ligá-lo diretamente no computador via USB (caso nosso teclado tenha essa conexão disponível) ou utilizar uma interface com conexão MIDI.
Mas e se já temos uma interface que não possui todas as conexões que precisamos? Nesse caso, precisamos verificar se conseguimos utilizar outros equipamentos para suprir nossas necessidades ou se será melhor investir em uma nova interface com mais recursos. Podemos verificar isso em quatro exemplos muito comuns:
1) Se precisamos fazer gravações com 4 microfones sendo utilizados ao mesmo tempo e temos uma interface com apenas duas entradas de microfone e duas entradas de linha, podemos comprar dois pré-amplificadores com saídas analógicas (ou um pré-amplificador com dois canais com saídas analógicas) e ligá-los nas entradas de linha;
2) Se precisamos gravar uma guitarra sem o uso de amplificador e microfones e nossa interface contém apenas entradas de microfone e de linha, podemos comprar um direct box (DI) e ligá-lo em uma entrada de microfone;
3) Se precisamos fazer gravações com 16 canais de microfones e nossa interface contém apenas oito entradas de microfone, mas também conexão digital ADAT, podemos comprar um pré-amplificador de 8 canais com saída ADAT;
4) Se nossa interface de áudio não tem conexão MIDI e vamos usar nosso teclado como controlador MIDI, mas ele não tem conexão USB, podemos comprar uma interface MIDI USB que será ligada diretamente no computador.
E, assim, vamos tomando nossas decisões, buscando atingir o máximo de qualidade possível sem sair da nossa realidade financeira. Veja abaixo a lista com as entradas e saídas mais encontradas em interfaces de áudio e aproveite para buscar mais informações sobre esses diferentes tipos de conexão e para planejar quais deles precisam estar disponíveis em seu home studio.
Entradas e saídas analógicas mais comuns em interfaces de áudio:
- Entradas de microfone: conector XLR
- Entradas de linha: conector P10
- Entradas de instrumento: conector P10
- Saídas de linha: conectores XLR e P10
- Saídas de fones de ouvido: conectores P10 e P2
- Insert: conector P10
- Entradas e saídas para equipamentos geralmente domésticos / amadores: conectores RCA
Entradas e saídas digitais mais comuns em interfaces de áudio:
- S/PDIF: transmite até 2 canais de áudio simultaneamente
- ADAT: transmite até 8 canais de áudio simultaneamente
- DIN5: transmite informação MIDI
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*Murilo Muraah é Bacharel em Comunicação Social pela FAAP e proprietário da Muraah Produções, onde atua como professor de áudio analógico e digital, produtor musical, compositor de trilhas sonoras e músico. Possui vasta formação, com cursos realizados dentro e fora do Brasil, incluindo: Diploma de Música (Southbank Institute of Technology - Brisbane/AUS), Formação de Apresentadores de Rádio (Rádio 4EB FM – Brisbane/AUS), Radialista – Sonoplastia (SENAC), além de diversos cursos de composição, produção musical, áudio e acústica em escolas onde atuou também como professor. Atualmente vem apresentando cursos, palestras e workshops em importantes eventos e instituições de ensino, como a Campus Party Brasil, a Faculdade de Música do Centro Universitário FIAM-FAAM e a SAIBADESIGN, além de atuar como técnico de áudio no estúdio da Fábrica de Cultura Jardim São Luis.
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