O IMPROVISO É SEU!!
A PEDIDOS, HOJE VOU FALAR SOBRE DICAS DE IMPROVISAÇÃO. EMBORA ESSE SEJA UM RECURSO, NA MAIOR PARTE DAS VEZES MAIS EMOCIONAL DO QUE TÉCNICO, O DOMÍNIO DA TEORIA MUSICAL É IMPRESCINDÍVEL PARA QUE COLOQUEMOS RAZÃO EM NOSSAS EXPRESSÕES E SENTIMENTOS SOBRE AS NOTAS DO INSTRUMENTO. OU SEJA, A MÚSICA EXIGE CONHECIMENTO TÉCNICO APURADO, SALVO RARAS EXCEÇÕES.
* Por Hamilton de Oliveira
1...2...3...4... A música começa com você no teclado acompanhando a cifra ou partitura ou mesmo tocando ‘de ouvido’ o repertório da noite. Em um determinado momento, chega a hora do seu improviso, quando de repente... Ops! Para qual caminho eu vou? Que acordes são esses? Quantas vezes você foi pego de surpresa na hora de improvisar em uma harmonia ou campo harmônico estranho no seu dia a dia?
Muito amigos músicos já me perguntaram em algum momento sobre dicas de improvisação. Embora esse seja um recurso, na maior parte das vezes mais emocional do que técnico, o domínio da teoria musical é imprescindível para que coloquemos razão em nossas expressões e sentimentos sobre as notas do instrumento. Ou seja, a música não é a arte de manifestar os diversos afetos de nossa alma mediante o som como muitos pensavam no período romântico do século XVlll. Mais que isso, a música exige conhecimento técnico apurado, salvo raras exceções como o violeiro que domina sua viola sem nunca ter aprendido teoria ou o sanfoneiro que faz chorar sua sanfona com maestria sem nunca ter estudado antes, e muitos outros artistas que são autodidatas.
Costumo dizer que existem 03 pilares da teoria musical que devem ser memorizados para que nosso improviso externe o que diz nosso sentimento da maneira mais fiel possível. São eles: A escala musical, os intervalos musicais e o campo harmônico. Esses três pilares da música nos ajudam a entender, de início, os caminhos seguidos pelas notas musicais e acordes durante sua execução.
De uma forma bem resumida podemos dizer que a escala é uma sequência de notas separadas por tom e semitom. Podem ser tonais ou modais, maiores ou menores, diminutas, cromáticas, etc. Ex: Escala de Dó maior: Dó, re, mi, fá, sol, lá, si.
Os intervalos são as distâncias entre as notas musicais. Podem ser maiores, menores, diminutos, aumentados, uníssono. Ex: da nota Dó até a nota Mi, temos uma terça maior.
"Costumo dizer que existem 03 pilares da teoria musical que devem ser memorizados para que nosso improviso externe o que diz nosso sentimento da maneira mais fiel possível. São eles: A escala musical, os intervalos musicais e o campo harmônico". - Hamilton Oliveira.
Campo harmônico é um conjunto de acordes formados a partir de uma determinada escala. Tome como exemplo a escala de Dó maior: C, D, E, F, G, A, B. Em tríades temos C, D, Em, F, G, Am, Bº. Em tétrades, temos C7M, Dm7, Em7, F7M, G7, Am7,Bm7(b5).
Para um bom estudo, deixo essa dica para vocês:
Escreva em um caderno pautado todas as escalas maiores e menores. Feito isso forme as tríades e tétrades em todas as escalas que escreveu. Para finalizar, toque todos os acordes formados em cada campo harmônico alternando mão direita e mão esquerda e, depois, fazendo arpejos entre as notas da mão direita e esquerda.
Outro exercício bacana é achar o intervalo entre as notas musicais. Escreva em um caderno duas notas musicais quaisquer e ache o intervalo entre elas baseados na teoria dos intervalos musicais. Ex: Dó-Mi (terça maior), Ré-Fá (terça menor), Lá-Ré bemol (quarta diminuta), assim por diante, até conseguir memorizar todos eles.
Parece um exercício longo e chato, mas quando você começar a escrevê-los logo vai entender a magia das notas clareando na sua mente e a vontade de tocá-las no seu instrumento. Lembre-se que todo estudo abre portas infinitas para um mundo musical sem fim.
Boa sorte e até breve!
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* Hamilton de Oliveira iniciou seus estudos no Curso de MPB/Jazz no Conservatório de Tatuí, formou-se em Licenciatura pela UNISO no curso de Música e Pós-graduou-se pelo SENAC em Docência no Ensino Superior. É maestro, tecladista, pianista, acordeonista, arranjador, produtor musical, professor e colaborador da Revista Keyboard Brasil.
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