A mistura musical de SERGIO FERRAZ
COMPOSITOR, VIOLINISTA E TECLADISTA, SERGIO FERRAZ É UM DOS PIONEIROS NO BRASIL NA ARTE DO VIOLINO ELÉTRICO E DA SUA INCLUSÃO NA MÚSICA POPULAR E INSTRUMENTAL DE VANGUARDA. O MÚSICO GANHOU DESTAQUE NO CENÁRIO NACIONAL E INTERNACIONAL, MISTURANDO INFLUÊNCIAS DA MÚSICA INDIANA, DO JAZZ, DO ROCK PROGRESSIVO, DA MÚSICA BRASILEIRA, DA MÚSICA ARMORIAL E DA ELETROACÚSTICA DE VANGUARDA. RECENTEMENTE LANÇOU SEU SEXTO CD INTITULADO FLOATING OVER THE WAVES (FLUTUANDO SOBRE AS ONDAS), DEDICADO À COMPOSIÇÃO EM SINTETIZADORES ANALÓGICOS.
*Por Amyr Cantusio Jr. e Heloísa Godoy Fagundes
Natural de Garanhuns, Sergio Ferraz começou na idade de 9 seus estudos musicais, na época muito influenciado pelo rock das bandas dos anos 70 e do jazz fusion da Mahavishnu Orchestra, bem como o violinista de jazz rock Jean Luc Ponty, a música indiana clássica de Ravi Shankar e do flamenco de Paco de Lucia. Inicialmente, a guitarra e o violão eram seus instrumentos. Aos 12 anos já tocava guitarra em bandas de rock em Recife, iniciando seus estudos de violino no Conservatório de Música de Pernambuco, onde desenvolveu seu interesse pela música clássica.
Bacharel em música pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e residindo em Recife, Sergio Ferraz é um músico atuante na cena pernambucana desde meados dos anos 80. Da guitarra para o violino formou, no início da década de 90, o grupo Alma em Água com o qual participou de importantes eventos em Pernambuco, como o Projeto Seis e Meia, no Teatro do Parque, abrindo para o grupo carioca Boca-Livre em 1993. Ainda com o grupo Alma em Água, foi destaque do Festival de Inverno de Garanhuns de 1995 e 96 no Palco Guadalajara, além de participar do primeiro projeto REC BEAT.
Em 1997 foi contratado pela produtora norte-americana Rena Shagan Associates, sendo o único grupo brasileiro selecionado para uma grande turnê tocando nas principais cidades dos Estados Unidos.
Em 1997 foi contratado pela produtora norte-americana Rena Shagan Associates, sendo o único grupo brasileiro selecionado para uma grande turnê tocando nas principais cidades dos Estados Unidos.
Em meados de 2001 formou o grupo instrumental Sonoris Fábrica, que reuniu elementos do jazz e da música nordestina, tocando em diversos festivais na cidade de Recife, tais como Recife Jazz Festival em 2003, 2004 e 2008 e Festival de Inverno de Garanhuns em 2003 e 2009, no Palco Instrumental.
No ano de 2008, Ferraz foi convidado pelo Escritor Ariano Suassuna para integrar o grupo de artistas de suas aulas-espetáculos. Também neste ano, Ferraz passou a fazer parte do Quarteto Romançal.
Em 2010 lançou, no Teatro de Santa Isabel, o CD Segundo Romançário, um duo de violino e violão em parceria com Antonio Zoca Madureira, líder e fundador do lendário Quinteto Armorial. Neste trabalho, Ferraz explorou as sonoridades e estilos do violino na música nordestina. Com este duo de violino e violão participou da Mostra Internacional de Música em Olinda (MIMO 2010).
Em 2011, com o seu grupo instrumental Sonoris Fábrica lançou com show no Teatro de Santa Isabel o CD homônimo. Com este trabalho se apresentou em diversos palcos em Pernambuco, como o Festival de Inverno de Garanhuns, a MIMO 2011, e seguiu para São Paulo, onde gravou para o SESC TV no Programa Instrumental Brasil.
Em Outubro do mesmo ano, participou da WOMEX 2011, em Copenhagen, Dinamarca. Em dezembro lançou seu primeiro CD solo Dançando aos Pés de Shiva, que alcançou sucesso de venda com 1000 cópias vendidas em apenas 1 mês, partindo para a sua segunda tiragem.
O CD com 12 faixas autoral foi todo produzido, arranjado e executado pelo próprio Ferraz, que além do violino elétrico tocou também piano e sintetizadores. O trabalho contou ainda com a participação do percussionista Jerimum de Olinda em 6 músicas do CD. Trata-se de um trabalho instrumental onde o violino elétrico é o instrumento solista explorando diversos timbres, e dialogando com a percussão. Neste seu CD solo, além da inspiração indiana, ressalta-se, também, elementos da música minimalista, atonal e eletroacústica. Com este trabalho, o músico fez diversas apresentações em Pernambuco, Rio de Janeiro e em São Paulo.
Em 2012, compôs e estreou um Concerto para violino e orquestra intitulado “Concerto Armorial”, dedicado ao escritor Ariano Suassuna, estreado no Teatro de Santa Isabel pela Orquestra Sinfônica Jovem do Conservatório Pernambucano de Música, sendo o próprio Sérgio Ferraz solista do concerto.
Ainda em 2012, Ferraz concluiu a gravação do segundo CD solo, A Sublime Ciência e o Soberano Segredo. Um trabalho, fruto de seus estudos sobre a música eletrônica erudita, da música minimalista e indiana que trazia ainda uma forte influência do rock progressivo dos anos 70. Nele, Ferraz tocou, além do violino elétrico, sintetizadores analógicos Moog Little PhattyStage II, Roland Gaia SH- 01.
Contou ainda com a participação de Jerimum de Olinda, percussionista titular de Geraldo Azevedo e que recentemente tocou e gravou com o consagrado percussionista Naná Vasconcelos. No baixo elétrico e piano teve a participação de seu filho Gustavo Ferraz.
Três dos quatro CDs de Ferraz foram vencedores do Prêmio da Música Pernambucana, na categoria de Melhor CD Instrumental. São eles: Sergundo Romançário (2010), Dançando aos Pés de Shiva (2012) e A Sublime Ciência e O Soberano Segredo (2014).
Ferraz também é integrante da Orquestra de Câmara de Pernambuco, e vem também se dedicando a composição de músicas Eletroacústicas, Concreta e peças para orquestra. Seu trabalho Electronic Imaginary Soundscapes, publicado apenas virtualmente no SoundCloud (endereço no ícone da página) vem despertando grande interesse por parte do público especializado.
Em 2014, lançou seu quinto CD Concerto Armorial, com a participação da Orquestra de Câmara de Pernambuco, sob a regência do Maestro José Renato Aciolly.
Ao final de 2015 Ferraz lançou seu sexto CD Flutuando Sobre As Ondas. Um trabalho conceitual no qual explora as sonoridades dos sintetizadores analógicos além do violino elétrico. O CD foi totalmente produzido, gravado, composto e tocado pelo músico e contém forte influência dos compositores de música eletrônica alemã do Kraut Rock e do Rock Progressivo instrumental.
ENTREVISTA...
Revista Keyboard Brasil: Para irmos direto ao ponto, quais suas influências musicais e formação? Cite grupos, músicos, discos, teus estudos e preferências musicais a vontade.
Sergio Ferraz: Tive a sorte de ouvir muita coisa boa já na minha infância. Até os meus 7 anos, morava em Garanhuns (cidade florida de clima frio do agreste de Pernambuco). Era a década de 70 e na rádio tocava Beatles, Elvis, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro... Eu já era louco por música, Rock principalmente, pirava quando via uma guitarra, queria pegar e tocar. Perto de completar 8 anos me mudei para Recife. Sempre convivi com pessoas mais velhas e, morando no Recife, comecei a ouvir Deep Purple, Led Zeppelin, Rush... Aos 9 anos finalmente consegui um violão e fui para uma escola de música aprender... Logo depois ganhei minha primeira guitarra, formava banda com os amigos... Cada vez mais fui tomando gosto por aprender. Sempre quis ir fundo na música. Quando ouvi John McLaughlin e a sua fantástica Mahavishnu Orchestra com Jean Luc Ponty entendi naquele momento qual era o meu caminho. Muitos discos e artistas foram e são de grande importância e influência na minha vida. Todos os discos da Mahavishnu Orchestra, também do Jean Luc Ponty, Ravi Shankar e Yehudi Menuhim (West Meets East), Yes (Fragile, Close To The Edge, Yessongs…), Rick Wakeman (Jorney to The Center of The Earth), ELP (Trilogy), Rush (do primeiro álbum até o Grace Under Pressure), Pink Floyd (todos), Klaus Schulze (Time Wind). Aos 12 anos fui para o Conservatório Pernambucano de Música estudar violino. Nessa época, passei a ouvir e tocar muita música erudita: Bach, Paganini, Liszt, Chopin, Beethoven, Mozart, Bartok, Stravinsky... Depois me graduei em Bacharelado em Música na Universidade Federal de Pernambuco e passei a compor melhor, escrevi meu Concerto para Violino e me interessei mais profunda-mente pela música eletroacústica, a música do Stockhausen, Pierre Boulez, John Cage, Webern...
Revista Keyboard Brasil: Qual tua formação Universitária atual? (Outras)? Especializações na Música? Arte geral?
Sergio Ferraz: Sou graduado em Bacharelado em Música pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) com especialização em violino. Durante uma época também trabalhei muito o conceito da Música Armorial (mistura da música erudita com elementos das etnias que formam o povo brasileiro) e também por técnicas de composições pós-tonal, serialismo, minimalismo, música concreta, acusmática... Também pinto e desenho, me interesso por artes plásticas e dança. Gosto de compor para dança contemporânea. Desde cedo me interesso por Filosofia, Antroposofia...
Revista Keyboard Brasil: Sobre o movimento armorial, por que se interessou e como foi trabalhar com Ariano Suassuna?
Sergio Ferraz: A ideia de Ariano Suassuna em reunir músicos e compositores de alto nível para compor e desenvolver uma sonoridade que representasse a cultura nordestina foi de fato uma experiência bastante exitosa. Vale lembrar que isso aconteceu em final dos anos 60. Ouvi pela primeira vez no final dos anos 80 o Quinteto Armorial e a Orquestra Armorial de Câmara tocando uma música instrumental virtuosa e de sonoridade única, isso me chamou muita atenção. Trabalhei com Suassuna oito anos tocando no grupo de câmara que o acompanhava nas suas aulas-espetáculo. Por trás de suas piadas havia um homem de profunda erudição, grande conhecedor da literatura Russa, Francesa, Espanhola, Portuguesa, ouvia Bach, Stravinsky, Beethoven, Bartók. Era um homem preocupado com os desvios e decadência da música brasileira, ele se preocupava em conscientizar as pessoas desse problema.
Revista Keyboard Brasil: Além da música armorial e concreta há, também, a união de muitos outros sons, como o Jazz, o rock progressivo, a música indiana e a brasileira. Você transita pelos universos e concepções musicais aparentemente mais diversos. Por conta disso, seu trabalho tem se destacado cada vez mais. Você acredita que ainda tem muito a explorar?
Sergio Ferraz: Há um vasto caminho pela frente. A criação musical é como um oceano sem fim. Quanto mais mergulho nele, sinto que ainda posso ir mais fundo. Quero também estreitar relações com músicos do sul do Brasil, fazer novas parcerias, novos grupos. Estou a toda hora tendo ideias, espero ter tempo para por isso tudo em prática.
RKB: Além do violino elétrico, sabemos que você toca guitarra e teclado. Mais algum instrumento?
SF: Teve uma época que toquei um pouco de bandolin e baixo. Me interesso por instrumentos de corda e teclados, tanto acústico como elétrico. Gostaria de ter uma grande coleção desses instrumentos. Quem sabe um dia eu grave um CD, tocando todos eles, violinos, teclados, violão e guitarra. Com uma parte toda acústica e outra elétrica.
RKB: Quantos CDs gravou ao todo e quando (ano) data tua primeira obra?
SF: Tenho seis CDs lançados. São eles: Segundo Romançário de 2010 (um duo acústico de violino e violão com Antonio J. Madureira), em 2011 lancei o CD da minha banda instrumental de Jazz brasileiro Sonoris Fábrica com a qual toquei por dez anos, depois em 2012 gravei meu primeiro CD solo, Dançando aos Pés de Shiva, em 2013 A Sublime Ciência e O Soberano Segredo, 2014 Concerto Armorial e agora estou lançando Flutuando Sobre As Ondas. Eu não lembro mais em que ano comecei a compor até porque isso também sempre foi um exercício diário, sempre desde muito cedo ainda na época das primeiras bandas que toquei eu já fazia músicas, isso era final dos anos 80 início dos 90.
RKB: Você integra o conceituado Quarteto Romançal desde os anos 90, ao lado de Antonio “Zoca” Madureira – compositor e fundador do lendário Quinteto Armorial na década de 70 , com quem gravou, em 2010, Segundo Romançário, um duo de violino e violão. Fale sobre essa parceria.
SF: Quando ouvi pela primeira vez o Quinteto Armorial não podia imaginar que anos mais tarde eu estaria tocando aquela música ao lado do seu criador, o violonista e compositor Antonio “Zoca” Madureira. Foi uma valiosa oportunidade de conhecer na fonte como aquela música fora feita. Zoca tinha gravado um álbum em duo com o baixista Rodolfo Stroeter chamado Romançário, e quando estávamos tocando juntos com o Quarteto Romançal ele achou bacana a ideia de gravar comigo um duo de violão e violino nos moldes daquele álbum, então eu sugeri o nome Segundo Romançário.
RKB: Com os violonistas Leonardo Melo e Josinaldo Costa você formou o trio de música instrumental SONORIS FÁBRICA, lançando um CD com o mesmo nome tendo um repertório de música instrumental inspirado na música brasileira de raiz popular com influências na música ibérica e no jazz. Fale sobre essa parceria.
SF: O Sonoris Fábrica foi uma feliz experiência. Tocamos em vários festivais, ganhamos prêmios e tocamos em São Paulo no SESC Instrumental Brasil (esse show foi ao ar pela SESC TV várias vezes). Em 2011 lançamos nosso CD com um belo show no Teatro de Santa Isabel no Recife. O Sonoris surgiu numa época em que a música instrumental estava parada no Recife, nós mudamos isso e abrimos caminhos para vários grupos. O Josinaldo Costa é doutor em violão erudito e reside nos Estados Unidos, ele também leciona em vários festivais de música por todo o mundo, o Leonardo está em Portugal fazendo Mestrado.
RKB: A espiritualidade da Índia é outra grande fonte de seus trabalhos. Vemos isso em Dançando aos pés de Shiva e A Sublime Ciência e o Soberano Segredo, lançados em 2012 e 2013, respectivamente. Fale sobre isso.
SF: O meu interesse pela música indiana me levou a querer saber sobre a religião Hindu. A música clássica indiana ainda conserva sua forma ritualística original, os Ragas - ligados aos chacras e às horas do dia, o papel da música indiana é conectar-se aos mundos espirituais. A música ocidental, aos poucos, foi perdendo o seu papel original de conexão espiritual como tinha o Cantochão e outras formas de música do passado. Dançando Aos Pés de Shiva é um trabalho que fala da dança cósmica de Shiva, ou seja, a dança do próprio universo. A Sublime Ciência e o Soberano Segredo foi inspirado no Bhagavad Gita, a história do guerreiro Arjuna que se vê diante do dilema de lutar contra sua própria família, uma simbologia da luta da superação. Meu novo CD, Flutuando Sobre As Ondas foi inspirado em Vishnu, o Deus mantedor do universo. Vishnu aparece sobre a forma de avatares para salvar o mundo, também aparece sobre a forma do deus que flutua sobre as ondas do oceano que é o próprio universo. Esses três CDs formam uma trilogia.
RKB: Sobre o CD A Sublime Ciência e o Soberano Segredo, além do piano e sintetizadores, você contou com a participação do percussionista Jerimum de Olinda e do baixista Gustavo Ferraz, seu filho. O que mais o ouvinte poderá descobrir ao ouvir esse seu rico trabalho?
SF: Quando comecei a compor A Sublime Ciência e o Soberano Segredo me preocupei com a questão da espacialização sonora na composição eletrônica. Nesse álbum também trabalhei com conceitos minimalistas no que diz respeito ao uso de células rítmicas-melódicas para construir a base das composições. Outro aspecto foi a sonoridade: procurei unir os sons eletrônicos a percussão acústica do Jerimum de Olinda. Também os elementos rítmicos do nordeste estão presentes neste trabalho: maracatu, baião... Há peças atonais também. Tive também a alegria de tocar com meu filho, Gustavo Ferraz que tocou o baixo elétrico e o piano na faixa ‘‘Deus dos Ventos’’.
RKB: Em seu quinto CD Concerto Armorial você é acompanhado pela Orquestra de Câmara de Pernambuco. Fale sobre essa obra que foi dedicada ao escritor Ariano Suassuna.
SF: Dentro da composição Armorial para orquestra, o violino desempenha um papel central. Procurei na literatura e vi que nenhum dos compositores armoriais haviam escrito um concerto para violino e orquestra, então assumi eu mesmo essa tarefa. Escrevi o concerto em 2012 usando temas das minhas composições anteriores. Cada um dos movimentos está ligado a elemento que, segundo Ariano Suassuna, formam o embrião da nossa cultura. O primeiro movimento é um cavalo-marinho, um tipo de música popular de caráter brincante, o segundo (Lamento) traz os elementos ibéricos e o terceiro movimento (Zumbi) os elementos afro-brasileiros. Trata-se de um maracatunação onde usei acordes com intervalos de segunda menor em linhas contrapontísticas. A Orquestra de Câmara de Pernambuco tem permitido que jovens compositores possam mostrar suas peças, além de desempenhar um excelente trabalho de formação e ótimos instrumentistas.
RKB: Seu mais recente trabalho, Flutuando sobre as ondas, mescla técnicas da música concreta e eletrônica, derivadas do pensamento de Schaeffer e Stockhausen; do rock progressivo e do metal utilizando os sintetizadores analógicos. Como foi o processo de criação desse seu álbum ?
SF: Flutuando Sobre As Ondas é uma extensão ou desenvolvimento de conceitos que eu já havia começado a trabalhar no álbum A Sublime Ciência e o Soberano Segredo. Explorei ainda mais a questão da espacialização sonora, os timbres dos sintetizadores analógicos, usei sons da natureza (paisagens sonoras) carros no trânsito, insetos, batida do coração, água... O colorido harmônico impressionista, escalas indianas, atonalismo. O violino nesse trabalho não é o único instrumento solista, ele divide espaço com os moog. Há, também, o uso do leit motiv. Tudo nesse álbum trabalha a favor da composição. Iniciei esse trabalho em 2013 logo após ter terminado A Sublime Ciência e concluí em 2015.
RKB: Que tipo de som prefere fazer, independente do que gosta? Como grava tuas músicas? Instrumentos principais? Toca quais?
SF: Não consigo nem imaginar eu tocando algo que não goste. Sempre que estou envolvido em algum trabalho é porque ele reflete o momento que estou vivendo. Tem épocas que estou curtindo tocar acústico, então tenho trabalhos em formação acústica. No meu mais recente CD Flutuando Sobre As Ondas, toquei muitos sintetizadores analógicos numa linha mais Kraut Rock. Quanto à técnica de gravação, ela também vai depender do trabalho que estou fazendo. Tenho meu próprio estúdio que está equipado para gravar instrumentos plugados, então meus sintetizadores e violinos elétricos gravo em casa mesmo. O meu novo CD, foi todo gravado no meu estúdio. Tenho dez violinos e, dependendo do trabalho, vejo qual é mais adequado; para as apresentações do novo CD uso um violino elétrico de 5 cordas da DS Desing e mais as pedaleiras e teclados que já citei acima.
RKB: Que equipamento usa para gravar? Teclados? Computador? Forma? Conteúdo?
SF: Uso softwares Sonar ou Pro Tools, meus teclados atualmente são o Moog Little PhattySatage II, Roland Gaia SH 01, Roland Juno Di, Piano Sample Casio, Pedaleiras Boss Loop Station RC 50 e RC 300, Boss GT 100, Violinos Fender (4 cordas) NS Desing (5 cordas) entre outros... Quanto à forma e conteúdo, se se refere à composição componho usando várias técnicas. Nesse novo CD, por exemplo, usei técnicas mistas incluindo música concreta, atonalismo, minimalismo, música eletroacústica harmonia impressionista, escalas indianas etc...
RKB: Qual a tua visão ESPIRITUAL da vida, da morte? No que acredita? Vida após a morte? Seres aliens? Demônios e Anjos? Deus existe?
SF: Não acredito na visão cristã de um Deus “humano” que fica observando nossas vidas e julgando o destino de cada um, quem morre, quem vive, quem vai para o “céu” ou para o “inferno”... quem vai ser rico ou pobre, quem vai ter sucesso e quem não vai, etc... Se fosse isso verdade então estaríamos ferrados nas mãos de um “Deus” muito cruel! Eu acredito em Forças, Energias que estão por aí... Não há uma “distância” entre os mundos espirituais e o plano físico. Tudo está interligado. Essas “Energias” atuam em todos os planos. Atuam em todos nós também, mas não são elas donas do nosso destino. Cabe a nós decidir nosso caminho de vida. Essas “Energias” podem interferir nas pessoas mas não decidem, cabe a cada um decidir e assumir a responsabilidade por seus próprios atos.
RKB: Cite 5 livros e autores ESPECIAIS que fizeram e fazem a tua cabeça.
SF: Assim Falava Zaratustra, O Anticristo, A Genealogia da Moral, Ecce Homo (Nietzsche), Viagem a Ixtlan, Portas para o Infinito, Uma Estranha Realidade (C. Castañeda), Faust (Goethe), O Mundo Como Vontade e Representação (Schopenhauer), O Método Científico de Goethe, Filosofia da Liberdade (Rudolf Steiner).
RKB: Para finalizar, gostaríamos de saber sobre seus novos projetos e agradecer imensamente pela entrevista. Sucesso sempre!
SF: Espero ainda fazer muita coisa. Formar novos grupos, compor para orquestra. Tenho ideia de um concerto para violino de 5 cordas e uma outra peça para sintetizadores e orquestra. Também gosto de tocar em duo e trio, espero fazer parceria com outros artistas e sempre poder contribuir a manutenção de uma música voltada para o enriquecimento da cultura e para o espírito.
Antonio Madureira e Sergio Ferraz - Sonata Romanesca
Sonoris Fábrica | Floresta do Navio Sergio Ferraz | instrumental Sesc Brasil
Sergio Ferraz - Dançando aos Pés de Shiva
Sergio Ferraz - A Sublime Ciência e o Soberano Segredo
Sergio Ferraz - Concerto Armorial para violino e Orquestra. MIMO 2013 - Olinda
Sergio Ferraz - Jupter Mission
Saiba mais sobre Sergio Ferraz:
https://new.myspace.com/oviolinista
https://soundcloud.com/sergio-ferraz
https://www.facebook.com/pages/S%C3%A9rgio-Ferraz/566635900047070?ref=ts&fref=ts
http://www.tratore.com.br/um_artista.php?id=9228
https://www.youtube.com/channel/UCyDGrgn5XA5hHx7lGOWv-Ow
http://www.womex.com/virtual/zeppelin_fabrica_de/sergio_ferraz
http://ethnocloud.com/SERGIO_FERRA
https://new.myspace.com/oviolinista
https://soundcloud.com/sergio-ferraz
https://www.facebook.com/pages/S%C3%A9rgio-Ferraz/566635900047070?ref=ts&fref=ts
http://www.tratore.com.br/um_artista.php?id=9228
https://www.youtube.com/channel/UCyDGrgn5XA5hHx7lGOWv-Ow
http://www.womex.com/virtual/zeppelin_fabrica_de/sergio_ferraz
http://ethnocloud.com/SERGIO_FERRA
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