PRODUZIDO PELO GUITARRISTA EMERSON VILLANI,
O NOVO DISCO DO FUNK COMO LE GUSTA,
TEM A PRESENÇA DO TECLADISTA ITUANO,
ERON GUARNIERI
* Por Patrícia Palumbo
Desde que os ritmos AfroCubanos viraram a cabeça dos músicos norte americanos nas décadas de 20 e 30 o jazz nunca mais foi o mesmo. Gene Krupa, Xavier Kugat, o encontro de Dizzy Gillespie com Mario Bauza, Tito Puente e Stan Kenton. A lista é enorme.
Por toda a América a polirritmia africana se impôs. Uma música criada para sobreviver aos maus tratos, ao banzo - não podemos esquecer, e com uma força transformadora.
Aqui no Brasil deu no samba e nas maravilhosas orquestras de baile como a inesquecível Tabajara de Severino Araújo. Bailes de gafieira, bailes de charme, música boa pra ouvir e pra dançar.
O Funk Como Le Gusta faz parte dessa linhagem. Uma bigband com um naipe de sopros infernal, percussão africana, latina e portanto brasileiríssima. São 17 anos de muito groove, suíngue e alto astral.
O novo disco “A Nave Mãe Segue Viagem” confirma essa caminho. Um álbum delicioso pra curtir do começo ao fim. Abre com o baixo marcando o clima em Auto Carro Veloz e ele volta forte com cara de Tim Maia Racional em Você Verá. Wati Wati faz sorrir e pensar na praia. Pappa Girl é puro James Brown com a assinatura inconfundível dos sopros do FCLG. Som de Preto tem deliciosos riffs de guitarra, suave. Motown Song lembra os deliciosos bailinhos da minha adolescência, é pra deslizar na pista. Volta o beat com Yeah, Yeah, Yeah que nos leva pro baile charme dos anos 90, que tempo bom! Tudo no Lugar lembra Miles Davis e Wayne Shorter, clima jazzy com o lindo solo de saxofone. Funk Nu a Murit traz sopros e teclados com um acento oriental.
O Funk Como Le Gusta está na minha vida há quase 20 anos. Acompanho de perto desde o começo. Uma banda brasileira com carreira consistente, grandes músicos e que segue a risca aquela máxima de Rita Lee: leve a sério a brincadeira. É sempre delicioso quando chega um disco novo. Nesse tempo de playlists dar uma geral no repertório do FCLG é garantia de sucesso! Essa mensagem do bem que vem nas letras de Nave Mãe e que fica implícita nesse convite pra dançar é o que precisamos agora. Foi dançando e cantando que civilizações escaparam da barbárie. Façamos o mesmo! Bem vinda, Nave Mãe! Vamos embarcar! Lembrando que estão previstas edições do novo álbum em CD e vinil.
Expoentes do groove brasileiro, a big band
paulistana Funk Como Le Gusta está de volta
com o álbum A Nave Mãe Segue Viagem.
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*Patrícia Palumbo é jornalista, especializada em
rádio, música e meio ambiente.
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