segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016


O MESTRE DO HAMMOND B3
Jimmy Smith 

ÍDOLO ABSOLUTO DE ROQUEIROS COMO KEITH EMERSON, GREGG ALLMAN, BRIAN 
AUGER E VIRTUOSES DA NOVA GERAÇÃO COMO JOEY DE FRANCESCO, JIMMY SMITH (1925 – 2005) REVOLUCIONOU O JEITO DE TOCAR ÓRGÃO AO CRIAR NOVOS CONCEITOS RÍTMICOS, TÉCNICAS INÉDITAS DE USO DOS PEDAIS E FORMAS DE EXPRESSÃO AINDA NÃO OUVIDAS.

* Maestro Marcelo Fagundes

Se estivesse vivo, o norte-americano e um dos criadores do Soul Jazz (influenciado pela música Gospel e pelo Blues), James Oscar Smith ou, simplesmente, Jimmy Smith completaria 90 anos. 

Frustrado por ser obrigado a tocar em pianos desafinados nos clubes em que era contratado, o então jovem pianista da Filadélfia Jimmy Smith passou a estudar os rudimentos do órgão aplicando seus conhecimentos como pianista de Jazz – a ideia de trocar o piano pelo órgão lhe ocorreu depois de ouvir Wild Bill Davis tocar em uma festa de casamento, Jimmy Smith achou que com um órgão Hammond, ele se veria livre dos pianos desafinados que tinha de enfrentar. 

Músico de formação completa estudou, além do piano, contrabaixo e harmonia. Suas maiores referências não vieram de organistas, mas do pianista Art Tatum e do saxofonista Charlie Parker. Jimmy Smith desejava tocar órgão com o toque do Bebop, coisa que nenhum organista havia feito até então (início da década de 1950), tornando sua meta primordial.


O Hammond B3 foi um instrumento
criado para ser tocado nas Igrejas 
pois era mais acessível do 
que os grandes órgãos tubulares.   



1956 - Impacto no Jazz

A estreia de Jimmy Smith nos domínios do Jazz, utilizando o órgão, em 1956, foi um impacto tão grande que ele passou a ser comparado imediatamente ao guitarrista Charlie Christian, em termos do comando que um músico pode ter sobre seu instrumento. Com novos conceitos rítmicos, técnicas inéditas de uso dos pedais e formas de expressão ainda não ouvidas, Jimmy Smith revolucionou o jeito de tocar órgão.

Smith foi o primeiro organista a usar os baixos como base para tocar órgão, provavelmente um reflexo de seu conhecimento do contrabaixo de cordas acústico, bem antes de se aventurar a tocar órgão. Ele instituiu o fraseado bebop no instrumento, fragmentado, como Dizzy Gillespie fez no trompete.

Smith foi, sobretudo, um músico versátil – gravou discos de Jazz, baladas, Blues e até várias peças para piano. Foi, também, um dos primeiros músicos de Jazz a mergulhar na música comercial – vários de seus discos no selo Verve, nos anos 60, tinham essa direção de “música feita para consumo”. Além disso, gravou discos com orquestras inteiras também, como em “Pedro e o Lobo”, de Prokofiev, com arranjos de Oliver Nelson. 

Ao longo da sua carreira Smith teve a maioria de seus trabalhos editados pelas mais consagradas editoras do meio jazzístico, como a Blue Note Records e a Verve Records, onde trabalhou com  músicos como Kenny Burrell, Lee Morgan, Lou Donaldson, Tina Brooks, Jackie McLean, Ike Quebec, Stanley Turrentine e o guitarrista Wes Montgomery.


Para muitos, Les Strand foi o mais
puro organista Bebop que já existiu.


Os anos 70 e início dos 80 foram dedicados a várias turnês. A partir de 1995, Smith fez uma pausa em sua carreira, regressando apenas em 2001, com os trabalhos Fourmost Return e Dot Com Blues. Este último com as participações de Dr. John, Taj Mahal, Etta James, Keb'Mo' e B. B. King.

O último trabalho de Jimmy Smith foi uma participação no álbum Legacy, ao lado do organista Joey DeFrancesco, em 2005, pouco antes de sua morte.

Embora Jimmy Smith tenha sido a referência fundamental para uma legião de organistas da época de ouro do Organ Jazz, a recíproca não é verdadeira: Smith somente admitiu gostar de ouvir um único organista chamado Les Strand, a quem ele se referiu algumas vezes como “o Art Tatum do órgão”.


  Jimmy Smith _ The Cat (1964) - JamilSR


Jimmy Smith e Joey DeFrancesco
em San Francisco



Adquira a partitura completa através do e-mail contato@keyboard.art.br

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*Marcelo Dantas Fagundes é músico, maestro, arranjador, compositor, pesquisador musical, escritor, professor, editor e membro da ABEMÚSICA (Associação Brasileira de Música). 











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