quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

HÁ 35 ANOS MORRIA John Lennon O EX-BEATLE

JOHNN LENNON MUDOU A DIREÇÃO DO ROCK EM DIREÇÕES QUE NINGUÉM, NO ALVORECER DA DÉCADA DE 1960, JAMAIS PODERIA TER IMAGINADO. O HOMEM QUE MUDOU LITERALMENTE O MUNDO COM SUAS MÚSICAS, PALAVRAS E ATITUDES COMPLETA, ESTE MÊS, 35 ANOS DE MORTE. 

* Por Heloísa Godoy Fagundes


O músico inglês John Lennon teria completado 75 anos em 9 de outubro se não fosse tragicamente alvejado a tiros diante do edifício Dakota, onde vivia com Yoko Ono, em frente ao Central Park, na cidade de Nova York. Levado às pressas para um hospital, o ex-beatle morreu ainda na ambulância. Eram pouco antes das 23h do dia 8 de dezembro de 1980. Seu assassino, Mark David Chapman já o esperava há algumas horas diante do edifício que visitava várias vezes ao dia dizendo ser “um grande fã do músico”. Naquela noite, horas antes, Lennon autografara para seu próprio assassino, uma cópia de seu recém-lançado álbum Double Fantasy.

O Edifício Dakota, local exato 
onde John Lennon foi executado. 

Nestes dias de fama instantânea e heróis descartáveis, parece quase pitoresco reconhecer alguém como Lennon. Estrela do rock, apóstolo da paz, drogado, multimilionário de origem humilde... O que pode ser dito sobre o músico que já não foi dito um milhão de vezes? Uma coisa é certa! Lennon mudou literalmente o mundo com suas músicas, palavras e atitudes.

Lennon e Paul McCartney tornaram-se a dupla de compositores de maior sucesso da história da música. Entretanto, era Lennon o autor das principais músicas dos Beatles. Aliás, o nome da banda era um trocadilho com “beetles” (besouros) e “beat” (batida ou compasso ritmado).  

Lennon sabia tocar diversos instru-
mentos, entre eles: gaita, banjo, 
guitarra, piano, Mellotron e acordeon.


As canções dos Beatles sintetizaram o espírito dos anos 1960 e se tornaram padrões de uma ou duas gerações, e apesar de outros artistas, ao longo do tempo, terem vendido mais discos e tocado para milhares de fãs, acredito que ninguém nunca vai se igualar ao impacto causado pelos quatro integrantes da cidade de Liverpool, Inglaterra: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr. 


O grupo musical mais bem-sucedido e 
aclamado da história da música era 
formado por John Lennon (guitarra 
rítmica e vocal), Paul McCartney 
(baixo, piano e vocal), George 
Harrison (guitarra solo e vocal) e 
Ringo Starr (bateria e vocal). 
Enraizada do skiffle e do rock and 
roll da década de 1950, a banda veio 
a assumir mais tarde, diversos 
gêneros: do folk rock ao rock 
psicodélico, muitas vezes incorporando 
elementos da música clássica e outros, 
em formas inovadoras e criativas.


O primeiro compacto dos Beatles, “Love me do”, foi lançado em 1962. Três anos depois, o fabfour já era então o maior fenômeno do universo Pop-Rock no século XX. Eles venderam – e vendem até hoje – milhões de discos e se apresentaram diante de milhares de fãs em histeria coletiva. Isso na Europa, nos Estados Unidos, no Japão e na Austrália.

A histeria em massa sem precedentes causada pelos Beatles incomodava Lennon e, por isso, começou a se isolar cada vez mais. O ex-estudante de Artes de Liverpool sonhava com os primeiros anos do grupo, com as primeiras apresentações em Hamburgo, com os primórdios do Rock'n'Roll. Seu desejo constante de encontrar novos sons e escrever músicas melhores, mudou a direção do Rock em direções que ninguém, no alvorecer da década de 1960, jamais poderia ter imaginado. De “She Loves You” para “Strawberry Fields Forever” passaram-se incríveis e  pouco mais de três anos! E, seguiram sucessos... “Love me do” (1962); “I Want you Hold your Hand” (1963); “Can't Buy me Love” (1964); “A Hard Day's Night” (1964); “Help!” (1965); “Eleanor Rigby” (1966); “Penny Lane” (1967); “All you Need is Love” (1967); “Hey Jude” (1968); “Revolution” (1967); “Don't Let me Down” (1969); “Something” (1969); “Let it Be” (1970); “Across the Universe” (1970).

    

Em 1970, o conjunto se dissolveu num clima não muito amigável. Na época, Lennon estava casado pela segunda vez, com a artista japonesa de vanguarda Yoko Ono, figura forte e misteriosa, a quem muitos responsabilizam como a causa da desagregação do grupo. Ambos se engajavam politicamente e Lennon quase foi deportado. O compositor começou a enfocar a paz e a tematizar sua infância triste, a morte prematura da mãe e a ausência do pai. Yoko Ono fez com que Johnn seguisse seu coração, tanto musicalmente quanto pessoalmente. E eram famosamente inseparáveis. Seus discos solo tiveram alguns destaques incríveis e outros altamente questionáveis. Tiveram de tudo, menos a monotonia.


John Lennon: “Mesmo tendo cantado 
tanto sobre o amor, eu só fui saber o que 
              era isso de verdade quando conheci Ono”.                    

Durante muitos anos, o filho mais velho de Lennon com sua primeira esposa, Cynthia Powell, Julian Lennon atacou a imagem do pai: “podia falar de paz e amor ao mundo, mas nunca os mostrou para as pessoas mais próximas” e considerava Yoko Ono a ruína de sua família. 


Johnn deu mais atenção ao segundo filho, Sean Lennon. Pelo garoto, o músico afastou-se do show business e passou a ser visto rotineiramente empurrando o carrinho do bebê no Central Park, enquanto a esposa administrava a fortuna de 500 milhões de dólares.

Então, no final de 1980, Lennon voltou à cena musical, com o lançamento do disco Double Fantasy, gravado com Yoko e uma turnê mundial marcada para 1981. Mas, o que seria um recomeço foi tragicamente interrompido pelos tiros diante do edifício Dakota.


 The Beatles - "Love Me Do"

    The Beatles "Help" ao vivo, em 1965.


Imagine - John Lennon


    John Lennon - Stand by me



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O assassino

Chapman: Uma relação de fascínio e ódio com Lennon.

Mark David Chapman nunca negou ter cometido o crime. Alegou tê-lo feito por “ouvir vozes” que lhe deram tal ordem. Chapman, no entanto, nunca foi diagnosticado como perturbado mentalmente, ficando provado que tinha plena consciência do que fazia e, por isso, foi efetivamente condenado à prisão perpétua desde seu julgamento, em 1981. Sua liberdade condicional, com possibilidade bienal permitida a partir do ano 2000 (após vinte anos no cumprimento de sua pena), foi negada por oito vezes. As autoridades informaram em um comunicado que “Sua libertação afetaria de maneira importante o respeito pela lei e tenderia a banalizar a trágica perda humana causada como resultado de um crime atroz, não provocado, violento, frio e calculado”. A próxima audiência está marcada para agosto de 2016.

Chapman, naquela época, então com 25 anos, era um jovem desequilibrado que recorria frequentemente a drogas. Citou o romance O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger, como inspiração para o crime. O livro trata da história de um adolescente revoltado. O assassino dizia identificar-se com o protagonista do livro, que odiava a falsidade, e desferiu cinco tiros acertando quatro nas costas de Lennon. Sabe-se que tinha uma relação de fascínio/ódio com Lennon. Se, por um lado gostava da sua música, que lhe tinha servido de inspiração para a vida, por outro criticava publicamente o estilo de vida luxuoso de Lennon, tal como os seus comentários religiosos – lembre-se que Lennon comparou a fama dos Beatles à de Jesus e dissera mais de uma vez que Deus não existia. Entretanto, por diversas vezes, Chapman informou que matou o ex-Beatle porque este era o alvo mais fácil do que outros que ele teria em mente, como o apresentador de televisão Johnny Carson e a atriz Elizabeth Taylor.

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* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost Writer, há 10 anos no mercado musical de revistas. Já trabalhou na extinta Revista Weril e agora é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil - publicação digital pioneira no Brasil e gratuita voltada à música e aos instrumentos de teclas. 






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