segunda-feira, 30 de maio de 2016

RECADO AOS MÚSICOS

  A UNIÃO FAZ A FORÇA; MAS O QUE FAZER SE NINGUÉM QUER SE UNIR?

* Por Luiz Carlos Rigo Uhlik 

Estou preocupado com os rumos da música. Estamos numa crise muito grande, principalmente de entendimento. O que, realmente, é música? Como ela deve ser interpretada por você, por mim, por qualquer pessoa?

Parece simples, mas se você for perguntar para a dupla “Chitãozinho & Xororó” se eles são músicos, naturalmente vão dizer que sim. Entretanto, se você pedir para que eles toquem, como músicos, “A Night in Tunísia”, provavelmente não terão compreensão sobre este tema.

Estranho, não? Mas, por que estranho? Quando você busca um médico argumentado que está com problemas nas costas e procura um otorrino, provavelmente ele reagirá exatamente como “Chitãozinho & Xororó”: - Não tenho como lhe ajudar. Você precisa procurar um especialista... - Ué, mas você não é médico?

Percebeu? Ser médico não significa que você tenha domínio sobre a medicina. Ser músico não significa, igualmente, que você tenha domínio sobre a música, sobre todas as músicas. É! Só que com a medicina todos já estamos acostumados a procurar especialistas.

E com a música? Com os músicos? No Brasil, um país de artistas maravilhosamente talentosos, o malabarismo é evidente.

O músico, para sobreviver, toca de tudo e mais um pouco. Seria a mesma coisa dizer  que um médico deva conhecer “todos os tipos dos problemas de saúde”.

Pior... dominá-lo, a ponto de ser notado como verdadeiro artista, como verdadeiro médico da música. Onde está a falha? Por que, na música, as pessoas não sabem reconhecer as especialidades? Simples! Basta ver o cotidiano da música.
"Quem está, realmente, ensinando música? Músicos? Professores de música? Malabaristas? Este é o problema. Ninguém sabe determinarquais são as especialidades damúsica. Pior, nem sabem como definir o que realmente é música."– Luiz Carlos Rigo Uhlik

Desde o seu nascimento você já é tratado por um especialista, um pediatra. Na música, quando você inicia os primeiros passos, você é tratado por quem? Pense comigo: Quem está, realmente, ensinando música? Músicos? Professores de música? Malabaristas? Este é o problema. Ninguém sabe determinar quais são as especialidades da música. Pior, nem sabem como definir o que realmente é música.

Parece que todos os músicos, que tenham alguma qualificação, vivem sob a égide do “malabarismo”. E o resultado é esse que você vê aí: música de baixa qualidade em evidência como se fossem verdadeiras obras de arte.

De quem é a culpa? Das pessoas que querem ouvir música? Do sistema que está aí, evidentemente; ensinando e influenciando as pessoas, erroneamente, sobre música.

Pensando bem... Será que existe algum sistema? ... Ou o malabarismo é que está definindo o sistema? Boa pergunta!

O interessante, e o mais grave, é que o resultado é este que vemos aí: Música trivial, denotada como de qualidade, e músicos de qualidade tendo que ser malabaristas para sobreviver. E as pessoas, que nada entendem sobre música, mas querem influenciá-la, determinando o destino das atividades musicais. Será que vamos acordar? Ou, vamos fazer como a Política no Brasil? Fingir que nada está acontecendo. Ah! O Recado: A arrogância é o tapete da sala da incompetência!

No nosso meio, estamos cercados de incompetentes, arrogantes e semeadores de falsos talentos! A “Glamourização da Ignorância” tem vencido de lavada! O pior: poucas são as pessoas, do nosso meio, que percebem que um porco é um porco, ainda que bem lavado e enfeitado!

Avante!

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*Amante da música desde o dia da sua concepção, no ano de 1961, Luiz Carlos Rigo Uhlik é especialista de produtos e Consultor em Trade marketing da Yamaha do Brasil., além de colunista nas Revistas Keyboard Brasil e Música & Mercado.


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