sexta-feira, 24 de novembro de 2017

 O DIREITO AUTORAL E AS MUITAS EMOÇÕES

UMA NOVA QUESTÃO ESTÁ LANÇADA: NA NATUREZA NADA SE PERDE, NADA SE CRIA; TUDO SE TRANSFORMA. SE A CIÊNCIA APROVA COMO VERDADEIRA ESTA LEI, POR QUE NAS MÚSICAS NÃO ACONTECE O MESMO?

* Por Luiz Carlos Rigo Uhlik


Na natureza nada se perde, nada se cria; tudo se transforma. Você já ouviu isso antes, não ouviu? Lei de Lavoisier. O interessante é que esta lei diz que na natureza nunca se cria ou se elimina alguma coisa; apenas é possível transformá-la em outra coisa.

Se você parar para pensar e inserir esta lei no conceito do “Direito Autoral” provavelmente você ficará impressionado. Não com a lei em si, mas com o que pode representar a condição de “autor”, “criador” de alguma coisa.

Esta lei é conhecida como sendo de autoria de Lavoisier. No entanto, a sua publicação está vinculada a um ensaio de Mikhail Lomonosov. Como o “seu” Lomonosov não tinha tanta repercussão no meio, Lavoisier ficou com a fama. 

Pense comigo: Sábado, à tarde, muito dinheiro no bolso, fama, amigos para todos os lados e um cidadão, sentadinho num canto, com um violão que mal sabe tocar, compondo as seguintes frases. “Não adianta nem tentar, me esquecer....”

Depois do incidente envolvendo o single de Michael Jackson (post mortem), onde Paul Anka aparece como verdadeiro autor da façanha, fico a me perguntar o que se passa na autoria e na composição da grande maioria das músicas famosas.

Será que esse pessoal tem capacidade, tempo, disposição, para desenvolver obras tão fantásticas como essas? Sozinhos? Lembram do Maurício Alberto Kaiserman, ou melhor Morris Albert? Autor de Feelings? Não, não, não! Ele ficou famoso com esta música, mas a composição original é de Loulou Gasté. O próprio Paulo Anka sofreu muito para declarar “sua” a música My way. Será? 

Na natureza nada se perde, nada se cria; tudo se transforma. Se a ciência aprova como verdadeira esta lei, por que nas músicas não acontece o mesmo? Vai me dizer que o cidadão não utiliza as frases do dia a dia, corriqueiras, para compor? Ou ele recebe influência dos deuses, como a grande maioria dos artistas se sentem? Iludimos e somos iludidos diariamente com a “criação” de fatos e coisas. Mas sabemos que tudo é fruto de uma transformação, que vem se desenvolvendo com você desde o momento da concepção.

Outro exemplo: Sempre assino as minhas mensagens com “Muitas Emoções”! A grande maioria das pessoas relaciona “Muitas Emoções” como a música de Roberto e Erasmo. Besteira! 

Na verdade desenvolvi esta “identidade”, extremamente interessante e profunda, da mensagem que o meu compadre, José Maçaneiro, utilizava quando apresentava as propagandas do Motel Labirynthe. Ele dizia: “Suas Emoções são mais no Motel Labirynthe!”

Na época percebi que isso era bastante interessante... Emoções... São mais... Então aperfeiçoei: Muitas Emoções! Viu? A coisa foi se transformando. ... e não tem nada a ver com a música “Emoções” de Roberto e Erasmo. Então, pelo amor de Deus!

É claro que a sociedade sempre está em busca do autor de alguma coisa. Mas, dizer que esta letra, aquela música, é de autoria de alguém, acho que deveríamos pensar um pouco mais profundamente. Ou você não concorda com isso?

Está lançada a inquirição: Os autores são ou não os verdadeiros criadores das obras artísticas? Muitas Emoções!
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*Amante da música desde o dia da sua concepção, no ano de 1961, Luiz Carlos Rigo Uhlik é especialista de produtos e Consultor em Trade marketing da Yamaha do Brasil., além de colunista nas Revistas Keyboard Brasil e Música & Mercado (  http://musicaemercado.org/ ).

 foto de Maurício Jelê 







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