sexta-feira, 22 de janeiro de 2016


Gilberto Mendes

O pioneirismo no 
campo da música 
concreta




CONHECIDO COMO UM DOS PRINCIPAIS CRIADORES DA MÚSICA DE VANGUARDA
NO PAÍS, O MAESTRO E COMPOSITOR GILBERTO MENDES MORREU AOS 93 ANOS EM 1º DE JANEIRO. 

* Por Heloísa Godoy Fagundes




Um dos grandes nomes da música de concerto do Brasil e de fama internacional, maestro e compositor Gilberto Ambrósio Garcia Mendes, ou apenas, Gilberto Mendes, foi um dos signatários do Manifesto Música Nova, ocorrido em 1963 e publicado na revista de arte e vanguarda Invenção, ao lado de nomes como Willy Correia de Oliveira, Damiano Cozzela, Rogério Duprat e Júlio Medaglia. 

O Manifesto, pioneiro no Brasil no campo da aleatoriedade, da música microtonal e concreta, valia-se de novas notações musicais, visuais e teatrais. Gilberto Mendes também fundou o Festival Música Nova da cidade de Santos, em 1962.



No Brasil, recebeu, entre outros, o Prêmio Carlos Gomes, do Governo do Estado de São Paulo, além de diversos prêmios da APCA, o I Prêmio Santos Vivo, dado pela ONG de mesmo nome, por sua obra “Santos Football Music”, além de ter sido indicado para o Primeiro Prêmio Multicultural do jornal “O Estado de São Paulo”. Também recebeu a Bolsa Vitae, o prêmio Sérgio Mota hors concours 2003 e o título de “Cidadão Emérito” da cidade de Santos, dado pela Câmara Municipal de Vereadores. Em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, no ano de 2004, o autor recebeu a insígnia e diploma de sua admissão na Ordem do Mérito Cultural, na classe de comendador, do Ministério da Cultura, das mãos do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e do Ministro da Cultura, Gilberto Gil.

Verbetes com seu nome constam das principais enciclopédias e dicionários mundiais, como o Grove em inglês, o Rieman alemão, o Dictionary of Contemporarry Music, de John Vinton e vários outros. Sua obra já foi tocada nos cinco continentes, principalmente na Europa e nos EUA. Destacam-se, para orquestra, Santos Football Music e o Concerto para Piano e Orquestra; para grupos instrumentais, Saudades do Parque Balneário Hotel, Ulysses em Copacabana Surfando com James Joyce e Dorothy Lamoura, Longhorn Trio, Rimsky; para coro, Beba Coca-Cola, Ashmatour, O Anjo Esquerdo da História, Vila Socó, Meu Amor e inúmeras peças para piano e canções.


Parte final do documentário A ODISSEIA MUSICAL DE GILBERTO MENDES, dirigido por Carlos de Moura Ribeiro Mendes, numa produção da Berço Esplêndido de 2005, onde o Coro da OSESP faz belíssima interpretação de BEBA COCA-COLA, música coral de Gilberto Mendes sobre poema de Décio Pignatari. Patrocínio de Fosfertil e Carbocloro.


Gilberto Mendes foi doutor pela Universidade de São Paulo, onde deu aulas no Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes até se aposentar. Fez parte, como membro honorário, da Academia Brasileira de Música, e do Colégio de Compositores Latino-americanos de Música de Arte, com sede no México.

O músico estava internado desde a véspera do Natal na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da Santa Casa de Santos devido a problemas respiratórios. Morreu por falência múltipla de órgãos. Gilberto era casado há 40 anos e tinha três filhos, um deles já falecido.

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* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost Writer, há 10 anos no mercado musical de revistas, já trabalhou na extinta Revista Weril e agora é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil - publicação digital pioneira no Brasil e gratuita voltada à música e aos instrumentos de teclas. 



Heloísa Godoy Fagundes












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