segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A Viagem espacial de Charly Coombes

* Por Victoria Harari &  Thais Pimenta


Músico inglês, radicado em São Paulo há dois anos, apresenta seu segundo trabalho solo.


CHARLY COOMBES, O IRMÃO MAIS NOVO DO FAMOSO CLÃ INGLÊS COOMBES, CONVIDA O PÚBLICO A UMA VIAGEM ESPACIAL EM BLACK MOON. O DISCO, LANÇADO PELO SELO FINYL VINYL (ING), É O TRABALHO MAIS DIFERENTE DO MULTI-INSTRUMENTISTA E FILMMAKER. GUIADO PELA PAIXÃO QUE SENTE PELOS MISTÉRIOS DA ASTRONOMIA, CHARLY CRIOU O ÁLBUM QUE PASSA PELO PASSADO, PRESENTE E CHEGA AO FUTURO.

"Acredito muito em pequenas ideias e soluções criativas. É aí que se encaixa ‘Silence & Purpose’." - Charly Coombes.
 Após ter feito sucesso até no Japão com a banda 22-20´s, Charly Coombes substituiu o irmão Rob, tecladista no grupo Supergrass, liderado pelo outro irmão, Gaz. A primeira apresentação que fez sob a responsabilidade de ser sub de Rob, foi no Brasil, no festival Campari Rock, em 2006, na cidade de Atibaia (SP).

Neste meio tempo, em 2009, ele criou a banda Charly Coombes and The New Breed, quando se tornou responsável pelas composições, além de tocar teclados e guitarra. O grupo se apresentava como banda de abertura do Supergrass, o que rendia a Charly dois shows por noite. Época regada a boas doses de rock´n´roll que foi decisiva para o músico optar em trabalhar somente com a banda que havia acabado de montar. Mas, em 2012, Charly Coombes and The New Breed terminou e foi o start para que Charly começasse a criar as primeiras notas de Black Moon.

Apaixonado pelo espaço e tudo relacionado ao assunto, o inglês decidiu compor um álbum dedicado a ele, um disco conceitual que servisse de trilha sonora para viagens espaciais. Black Moon é o som do espaço para o músico. Mas, nesta época, o processo de composição começou a se tornar incomodo para o artista. Além de ser um trabalho muito novo para ele, Charly estava tocando com Gaz em seu projeto solo e ainda se encontrava bastante envolvido com o rock para ter a possibilidade de desenvolver, como desejava, esse disco. Decidiu que iria parar por um tempo, limpar a cabeça.

Quando foi ouvir novamente o que tinha composto, percebeu que estava com um álbum acústico nas mãos. Lançou, então, seu primeiro trabalho solo, “No Shelter”, produzido por Gaz, em 2013 e também lançado pelo selo Finyl Vinyl (ING).

Após o lançamento do disco, Charly pôde reorganizar as ideias para recomeçar o projeto Black Moon. O que coincidiu com a mudança do inglês para o Brasil junto com sua esposa brasileira, a fotógrafa Rayana Macedo, em 2014. A viagem do casal foi pelo meio de transporte mais tradicional possível, navio. Durante as duas semanas em que esteve em alto mar, Charly refletiu sobre as possibilidades que poderia explorar para criar seu novo disco.

Logo que chegou ao país tupiniquim, o músico reiniciou o processo de gravação de Black Moon. Dessa vez, ele se encontrava em uma situação propícia: longe de casa, dos amigos, em seu novo lar e o mais recluso possível.

Gravou todos os instrumentos e vocais sozinho em sua casa em São Paulo e na da família da esposa, em Presidente Prudente (SP), sem estúdio. A produção e a mix também foram assinadas por ele e, finalmente, Black Moon estava pronto.

BLACK MOON
O álbum que aborda o conceito de passado, presente e futuro no espaço, é uma viagem no tempo. Além disso, traz questões acerca da relação dos humanos com o universo.

O título do disco remete ao lado negro da lua que convive com a sua própria beleza e o poder de iluminar a escuridão. Paradoxo este que também faz parte dos seres humanos, todos nós temos nosso lado Black Moon.

Faixa a faixa...

Heliosphere, faixa que introduz Black Moon, é a história da sonda espacial norte-americana,Voyager 1 lançada ao espaço em 1977, para estudar Júpiter e Saturno. Ela foi a primeira a chegar ao espaço interestelar e sua jornada durou mais de 40 anos. A música que, ao mesmo tempo que inspira a excitação de desbravar o desconhecido, reflete a solidão da jornada. Musicalmente, Heliosphere é, como todas as faixas do disco, uma trilha sonora para esta jornada espacial. Além disso, o destaque fica para os teclados que fazem referência ao trabalho do compositor francês Claude Debussy.

Dedicada ao astronauta Alan Shepard, segundo homem e primeiro americano a ir para o espaço, Navigator é sobre a tensão antes de Alan deixar a Terra, provoca o estranhamento ao se planejar para o desconhecido. A música traz um looping que provoca tensão e é o primeiro vídeo do álbum.

Silence & Purpose, recente videoclipe fala sobre o futuro da humanidade. Relembra que temos que olhar com atenção para os desafios que estamos vivendo na natureza, administrar melhor nossas riquezas naturais, pois o futuro pode ser bastante danoso.

Rebels é uma história de futuro hipotético, que celebra o espírito aventureiro, ir para o espaço, explorar novos universos, novas formas de vida. E também aponta as pessoas que não se interessam pela curiosidade do espaço sideral, pois acreditam ser um desperdício de tempo e dinheiro. No entanto, os rebels vão lutar pela existência dos humanos e, consequentemente, da Terra.

A instrumental Black Mooné um momento de contemplação e reflexão durante esta viagem espacial.

Footprints é uma história de amor entre a lua e a humanidade. Ela, adorada durante milênios, aguardou, pacientemente, o encontro com o homem. Mas o encanto se perdeu quando vê que a Lua é somente uma rocha. 

Into The Sun, sétima faixa do álbum, fala sobre a morte de Mercúrio, planeta que está mais próximo do sol, o que o torna inóspito para vidas até então desconhecidas. Bastante orquestral, a música faz referência ao som dos Beach Boys, principalmente nos vocais, que trabalham a voz como instrumento.
  
1961, segundo videoclipe do disco faz referência ao ano em que o primeiro homem foi para o espaço, o russo Iuri Gagarin. É a música mais rock do disco.

Light Years fala sobre a famosa história da Apollo 13 pelo viés romântico. Através da perspectiva do comandante James Lovell, a música reflete sobre a distância entre ele e sua esposa, Marilyn, que não sabem se vão voltar a se verem novamente.

Já a décima e última faixa do álbum, A New Home, fala sobre encontrar um novo planeta para se viver. EXPLORE OR EXPIRE.
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FICHA TÉCNICA:
Gravado, mixado e masterizado por Charly Coombes.
DISTRIBUÍDO por Finyl Vinyl (ING) e Canal 3 (BR).


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