terça-feira, 27 de setembro de 2016

TINA TURNER e os sintetizadores da década de 1980


ROGER DAVIES FOI O GRANDE RESPONSÁVEL POR TRAZER TINA TURNER DE VOLTA À VIDA DEPOIS DE CONTURBADA SEPARAÇÃO COM IKE TURNER, TOMANDO UM RUMO DEFINITIVO AO ESTRELATO, AO LADO DE GRANDES MÚSICOS E SEUS PODEROSOS SINTETIZADORES PASSANDO A ACOMPANHAR AQUELA QUE SE TORNARIA A RAINHA DO ROCK/POP E LENDA DA MÚSICA, ATÉ SE APOSENTAR DEFINITIVAMENTE DOS PALCOS.

* Por Hamilton de Oliveira

Aclamada no mundo inteiro, as coreografias sempre acompanharam Tina Turner, que fez duetos com David Bowie, Mick Jagger, Brian Adams, Eros Ramazzotti, Rod Stewart, Eric Clapton e muitos outros.

Quem nunca ouviu uma voz grave e poderosa cantando músicas dançantes e baladas dos bailinhos da década de 1980 já se perguntou quem é a voz poderosa por trás dela. Pois vou responder quem é a dona dessa voz: Anne Mae Bullock, a nossa querida Tina Turner, cuja carreira se iniciou há mais de cinquenta anos. Ela é considerada uma diva da música e, pelo canal norte-americano MTV como uma das mais dinâmicas cantoras da história. Tornou-se conhecida pelas famosas e explosivas apresentações como membro da banda Ike & Tina Turner nas décadas de 60 e 70.

Em 1983, Tina Turner iniciou sua carreira solo, no qual lançou o álbum que a tornaria uma das maiores cantoras do Rock and roll mundial. “Private dancer” foi marcado por clássicos como “Let's Stay Together” (uma regravação de Al Green), “Better Be Good to Me”, “Private Dancer” e “What's Love Got to Do with It”, sendo que este último alcançou o número 1 na Billboard Hot 100 dos Estados Unidos.

O grande responsável por essa transformação na carreira de Tina Turner foi o produtor Roger Davies em 1979, que segundo ela, o trouxe de volta à vida, depois de sua separação com o músico e produtor Ike Turner.

Em meados de 1982 deu-se início a preparação do primeiro álbum solo “Private Dancer”, no qual participaram grandes músi-cos e arranjadores como: Gary Barnacle – saxophone,  Jeff Beck – guitarra,  Terry Britten – guitarra, vocais, vocais de fundo,  Graham Broad – bateria, Alex Brown – vocais de fundo, Alexandra Brown – vocais, Bob Carter – percussão, Leon “Ndugu” Chancler – bateria, Alan Clark – percussão, teclado, Mel Collins – saxophone, David Cullen – cordas, Cy Curnin – vocais, Julian Diggle – percussão, David Ervin – sintetizador, Gwen Evans – vocais, Charles Fearing – guitarra, Wilton Felder – baixo, saxophone, Nick Glennie-Smith – teclado, Glenn Gregory – vocais, Rupert Hine – baixo, percussão, teclado, vocais, John Illsley – baixo, Graham Jarvis – bateria, Hal Lindes – guitarra, Billy Livsey – teclado, Trevor Morais – bateria, Simon Morton – percussão, Tessa Niles – vocais, Nick Plytas – sintetizador, piano, Frank Riccotti – percussão, Ray Russell – guitarra, Joe Sample – sintetizador, piano, Nick Smith – teclado, David T. Walker – guitarra, Greg Walsh – sintetizador, Martyn Ware – sintetizador, vocais, Jamie West-Oram – guitarra, Terry Williams – bateria, Richie Zito – guitarra, além dos produtores : Terry Britten, Bob Carter, Leon “Ndugu” Chancler, Wilton Felder, Rupert Hine, Joe Sample, Greg Walsh e Martyn Ware.

Grandes teclados famosos na época foram usados na gravação e podem ser ouvidos no álbum como o famoso piano, a harmônica e as flautas do DX7 na música “What´s love got to do with” gravados por Billy Livsey, o minimoog nas músicas “Let´s stay together” e “Private dancer”, os pads do Yamaha CS-80 e o órgão Hammond em várias faixas do disco.
Nos álbuns seguintes a linha de teclados e sintetizadores foram bem exploradas acompanhando o que tinha de mais moderno na época. Clássicos como M1 Korg, D-50 Roland, Roland Jupiter-4, Roland JX-3P, entre outros foram utilizados e eternizados nas músicas da grande diva do rock and roll mundial.

Tina Turner ganhou 8 Grammys e vendeu 100 milhões de cópias no mundo. Hoje, Tina Turner mora em Zurique, na Suíça e é casada com o produtor alemão Erwin Bach, seu companheiro há 28 anos.  Está aposentada dos palcos e escreve um musical sobre sua carreira. 

Tina Turner...  Simplesmente a melhor!
A vida desta lenda viva da música, que tem hits que atravessaram décadas, não foi nada fácil. Ícone Black, Pop e do Rock, Tina que é chamada de The Acid Queen e Rainha do Rock, foi abandonada pelos pais aos 15 anos de idade, e aos 16 passou a cantar em boates para se sustentar.

Em uma das apresentações, conheceu Ike Turner com a banda The Kings of Rhythm. Tina, ou melhor, Anna Mae insistiu por um lugar de backing vocal e em pouco tempo se tornou uma das vozes principais. Com as Ikettes, grupo de backing vocals de apoio, Tina inventou as coreografias. As músicas logo começaram a fazer sucesso e Ike e Anna Mae decidiram formar uma dupla também fora dos palcos.

Com o casamento, marcado por brigas e escândalos, ela adotou o nome artístico Tina Turner e, ao lado do marido, dominou o cenário da música soul nos anos 60 e 70. Alcóolatra e viciado em drogas, Ike culpava Tina pelo declínio da dupla, agredindo-a violentamente, além de humilhá-la e traí-la constantemente. E, somente depois de 18 anos Tina decidiu abandonar o marido. Na justiça, propôs abrir mão de todo o patrimônio em troca de poder manter o sobrenome Turner.

Tina recomeçou do zero. Sem dinheiro, morou com uma amiga e abriu shows para outros grupos famosos, como os Bee Gees. Para voltar ao cenário musical, apostou no rock, influenciada pelos Rolling Stones e por David Bowie e, com o produtor Roger Davies ao seu lado, Tina começou a ganhar notoriedade e, performances ao lado de nomes como Rod Stewart e The Rolling Stones puseram-na no mercado de rock que ela tanto queria seguir. Tina adotou também um novo estilo, com roupas ousadas e cabelos loiros espetados. O título de rainha do rock surgiu aos 45 anos. Ela exibia as belas pernas, cantava e dançava sem perder o fôlego, levando a multidão ao êxtase.

Os trabalhos de Tina Turner não ficaram restritos à música. Ela estreou nos cinemas em 1975 no filme 'Tommy' e, em 1985, participou do filme 'Mad Max – Além da cúpula do trovão'. Foi responsável também pelo tema do longa-metragem, que dominou as paradas de sucesso. A cantora gravou a trilha de muitas outras produções, incluindo '007 contra Golden Eye'.

Em 1986, lançou a biografia 'Eu, Tina: a história da minha vida', que conta a trajetória profissional e pessoal com o ex-marido, além de revelar as constantes agressões. O livro virou filme em 1993, estrelado por Angela Basset e Laurence Fishburne. Ike morreu em 2007, afundado em dívidas.

Tina entrou para o Guiness Book através de um show realizado no Maracanã em 1988, onde reuniu nada menos que 184 mil pessoas em uma única apresentação.

No início dos anos 90, lançou a música 'The best', que chegou a ser tema de alguns atletas. Um deles foi Ayrton Senna, que subiu no palco em Adelaide, na Austrália, setembro de 1993, ao lado de Tina durante a apresentação enquanto ela o chamava de “The Best”.


A cantora vive há duas décadas com o marido, Erwin Bach, na Suíça e renunciou a cidadania americana.

Até breve!!!









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* Hamilton de Oliveira iniciou seus estudos no Curso de MPB/Jazz no Conservatório de Tatuí, formou-se em Licenciatura pela UNISO no curso de Música e Pós-graduou-se pelo SENAC em Docência no Ensino Superior. É maestro, tecladista, pianista, acordeonista, arranjador, produtor musical, professor e colaborador da Revista Keyboard Brasil.

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