quinta-feira, 24 de novembro de 2016

2016: O ANO DE  Samuel Quinto

MAESTRO, PIANISTA, PRODUTOR, COMPOSITOR, ARRANJADOR, ESCRITOR E EDUCADOR MUSICAL. UM DOS MAIORES REPRESENTANTES DO LATIN JAZZ NA EUROPA E COLECIONADOR DE VITÓRIAS IMPORTANTES, SAMUEL QUINTO É UM TALENTO BRASILEIRO QUE ULTRAPASSOU FRONTEIRAS.

* Por Heloísa Godoy Fagundes

Nascido em Belém, no Pará, mas criado em Salvador, na Bahia, Samuel Quinto aprendeu piano e violão de forma autodidata. Aos sete anos de idade, desenvolveu seu talento musical em virtude do contato com o piano na Igreja Batista onde frequentava. Aprendeu também, de maneira autodidata, harmonia, composição musical, orquestração, leitura e escrita da música, através do piano existente na casa de sua família.

Sempre sem qualquer acompanhamento de professores, o músico passou a tocar como pianista aos 12 anos e a fazer arranjos para o coro da igreja. Por influência da família, entrou na Universidade Federal da Bahia para cursar Engenharia Civil, abandonando-o para focar-se na música. 


Trajetória...

Apesar de desenvolver um estilo único, Samuel revela uma influência forte de Michel Camilo, misturada com referências de Chick Corea, Chucho Valdés e Gonzalo Rubalcaba.

O começo da carreira não foi fácil como Samuel imaginava que seria. Ser autodidata, sem diploma em música e almejar um caminho mais erudito, fechou muitas portas. Ministrando aulas particulares de piano e violão foi a maneira encontrada para se sustentar. 

O destino mudou quando, em 1999, o músico recebeu um convite para ser pianista fixo em um hotel da rede Marriott, na Costa do Sauípe, na Bahia. Com um repertório vasto e variado, Samuel recriou, de forma original, os temas tradicionais brasileiros mais conhecidos como “Asa branca” e “Sandália de Prata”, passando pelas emblemáticas composições dos mais consagrados compositores e músicos de Jazz, desde as clássicas composições de Cole Porter até as músicas mais efusivas de Chick Corea. Lá, descobriu a música de Michel Camilo, passando a se dedicar ao Latin-Jazz.

Em 2004, Samuel radicou-se na cidade do Porto, em Portugal, onde passou a lecionar piano, na vertente de jazz e Latin-jazz, desenvolvendo também uma carreira em concertos e festivais de jazz, em virtude da formação do seu trio nomeadamente "Samuel Quinto Trio", com atuações em Portugal e Espanha, atuando também como pianista na Escola de Dança Ginasiano (Ballet clássico e moderno) em Vila Nova de Gaia, Portugal.

O músico lançou seu primeiro CD "Latin Jazz Thrill", no ano de 2007, em Portugal. Trabalho esse utilizado na Universidade de Música do Porto  (ESMAE), no curso de graduação em Jazz, como material de estudo na formação dos alunos de Jazz.

O segundo CD, lançado em Junho de 2009 e intitulado "Salsa 'n Jazz" possui oito composições próprias que mesclam raízes brasileiras com ritmos cubanos, sem esquecer o aroma africano.

Este trabalho figura entre os primeiros lugares nas recomendações da maior revista especializada em jazz nos EUA, a All-About-Jazz, além de ter recebido valiosa crítica por veículos de comunicação em diversos países, a exemplo da BBC londrina. 

No final de 2009, fundou o primeiro curso de Jazz Latino na Escola Jazz ao Norte, no Porto - primeira escola profissional de Jazz de Portugal e a única na Península Ibérica a ter o Curso Profissional de Instrumentista em Jazz até então. Além de ser convidado para ser o diretor artístico de um dos mais tradicionais jazz clubs portugueses, o B-flat.

Mas seu talento musical não se resume apenas ao Jazz. Logo após ter sido pianista do corpo de ballet no Porto, passou a desenvolver o lado erudito até  então adormecido em sua música. Inspirado em grandes compositores como Beethoven, Mozart, Bach, Tchaikovsky, Brahms e outros, iniciou composições para acompanhar o ballet em espetáculos, bem como para orquestra e coro. Mais tarde, Samuel passou a  compor sinfonias, minuetos, prelúdios, motetos e música de câmara.

Sua primeira composição sinfônica possui ênfase na Páscoa e foi composta em 2011. Chamada Sinfonia nº1 em Lá Bemol Maior “Pascha Aeternam”, está fundamentada para Orquestra, Coro em 4 naipes e solistas. 

Em 2012 retorna ao Brasil deixando momentaneamente de lado sua carreira como concertista e educa-dor para ser Ministro de Música na Segunda Igreja Batista em Mossoró, Rio Grande do Norte. Escreveu o Oratório de Natal para Coro em 5 naipes e Orquestra sinfônica; sua segunda sinfonia, a Sinfonia nº2 em Dó Menor, intitulada “Sinfonia Levemente Bela” para coro em 5 naipes e Orquestra, ainda o Moteto Angelical, inspirado nos motetos de Bruckner, para 5 naipes; quarteto de cordas; Ópera Sansão e Dalila (inacabada).

Em 2013, adaptou a Sinfonia nº1 para o formato de ópera. A Ópera Pascha Aeternam contou em sua estruturação com teatro, ballet clássico e moderno, coro e solistas numa equipe total de 148 pessoas, e foi apresentada na Segunda Igreja Batista em Mossoró, bem como no Teatro Municipal Dix-Huit Rosado para um público estimado total de mais de 1.500 pessoas, recebendo ótimas críticas em jornais do Estado do Rio Grande do Norte.

No mesmo ano, compôs minuetos, inspirado em Bach, prelúdios, hino para Polícia Penitenciária Nacional, o Tango para Mossoró (dedicado aos moradores da cidade), Balada para Carol (Jazz Ballad para piano solo), e trabalhou em arranjos para diversas músicas pop gospel, inclusive em arranjos para Coro Sacro.

Em 2015 passa a ser o mais novo pianista representante da marca de pianos Fritz Dobbert, com um concerto de estreia no Teatro Gazeta em São Paulo além de gravar seu DVD “Piano Solo Performance - Latin Jazz”.

2016 foi o ano em que Samuel obteve diversos títulos importantes, além de ter recebido o convite para escrever na  maior revista especializada em Jazz do mundo, a All About Jazz, categoria Latin Jazz, sendo o único representante do Brasil e América do Sul. Também finalizou seu livro “Improvisar é muito fácil!” pela Chiado Editora de Portugal. Multi facetado, Samuel ainda encontra tempo para dirigir Workshops na área do Jazz, Jazz Latino, Composição e Arranjo quer no Brasil, quer na Europa.

Samuel Quinto lançou dois CDs de grande repercussão na Europa, são eles Latin Jazz Thrill, em 2007 e Salsa´n Jazz, em 2009. Em 2015, lançou o DVD Solo Performance Latin Jazz. Este ano, Samuel finalizou seu livro Improvisar é muito fácil! pela Chiado, editora de Portugal.

Conquistas...



















Samuel Quinto em recebimento da medalha Cinquentenário das Forças Internacionais de Paz da ONU no Brasil, pelo Presidente da ABFIP ONU Dr. Walter Mello, na Câmara Municipal de São Paulo. 

Medalha Cinquentenário das Forças Internacionais de Paz da ONU no Brasil – ONU
Medalha do Mérito Cultural Maestro Carlos Gomes – Governo do Estado de São Paulo
Comendador pela Sociedade Brasileira de Artes, Cultura e Ensino – Ministério da Cultura – Brasil 
Comendador Embaixador Cultural – Academia Internacional Sir William Shakespeare – Brasil 
Membro Acadêmico Comendador – Academia de Ciências e Artes do Sodalício – Brasil 
Ambassador of Arts, Music and Culture – Noble Order for Human Excellence – ONU – EUA 
His Excellency Honorary Consul – American Diplomatic Mission of International Relations – United States Army – ONU 
Acadêmico Efetivo, Cadeira 104, cujo patrono é Ludwig van Beethoven – Academia Internacional de Artes, Letras e Ciências – Brasil 
Presidente e Acadêmico Efetivo – Academia de Letras do Brasil – ALB/SP – Seccional Atibaia.
Fellow of the Royal Society of Arts – Patrona Rainha Elizabeth e Presidente HRH Princess Royal – Inglaterra
Membro do Conselho Americano de Pianistas – Beverly Hills – California – EUA
Senior Member Pennsylvania Federation of Music Clubs – EUA (Primeiro brasileiro)
Senior Member National Federation of Music Clubs (ONU) (Primeiro brasileiro) – EUA 
Membro pesquisador International Council for Traditional Music (UNESCO) – Eslovênia
Medalha de Honra ao Mérito Cívico – Câmara Brasileira de Cultura – Brasil 
Membro da Sociedade Portuguesa de Autores – SPA – Portugal
Membro da Gestão de Direitos de Artistas – GDA – Portugal
Membro da Ordem dos Músicos – Brasil
Seu segundo álbum “Salsa'n Jazz” o projetou no cenário Europeu em 2009. Pela All About Jazz está entre os 20 mais recomendados de todos os tempos.
Endorsee da maior marca de pianos da América Latina, Fritz Dobbert do Brasil.
Autor do livro técnico “Improvisar é muito fácil!” – Editora Chiado – Portugal 
Ministra workshop e masterclass sobre ritmos brasileiros e afro-cubanos em universidades do mundo como Berlim, Porto, Londres, Universidade Católica – BA, UEFS dentre outras.
Editor na categoria Latin Jazz da maior revista especializada em Jazz do mundo, All About Jazz. Único representante do Brasil e América do Sul.
Concertos em dezenas de salas e festivais de jazz no mundo.
Pianista e Compositor do Ballet do Porto – Portugal.


 Entrevista...


Revista Keyboard Brasil: Samuel, o que significa a música para você?
Samuel Quinto: É a minha melhor forma de expressão enquanto artista. A possibilidade de fazer-se compreendido em emoção e razão através de sons intimamente conectados entre si é algo fantástico.

Revista Keyboard Brasil: Sabemos que você é autodidata. Porém, quando sentiu a real necessidade do estudo musical formal? 
Samuel Quinto: Sei que sempre tive a música fluindo com relativa facilidade em compreensão na minha mente. Isso me fez entender a essência das técnicas e conseguir elaborar “caminhos” no estudo. Porém, senti a real necessidade do estudo formal de música quando fui convidado a acompanhar uma orquestra e não sabia ler música. Pensava que tudo se resumia ao “tocar de ouvido”. Triste ilusão (risos). 

Revista Keyboard Brasil: Por que a preferência pelo piano?
Samuel Quinto: Meus pais tinham um piano em casa. Cresci vendo bons pianistas eruditos na igreja Batista onde minha família e eu frequentávamos. E passei a tocar de ouvido. Meus pais sempre tiveram orgulho de me mostrar tocando piano para família e amigos. 

Revista Keyboard Brasil: Quais são suas influências musicais?
Samuel Quinto: Tenho muitos artistas que me inspiram muito, e isso em várias áreas. Do rock ao erudito, do jazz a nossa MPB, música gospel, etc. Mas um artista que me influenciou profundamente foi  Michel Camilo. Pude ver seu concerto e perceber que era uma linha de interpretação e composição muito aproximada do que eu gostaria de fazer na área do Jazz. Também ouço Bach, Mozart, Chick Corea, Pat Metheny, Tom Jobim, Milton Nascimento e tantos outros grandes gênios, em vários gêneros.

Revista Keyboard Brasil: Soube que começou a compor muito cedo. Fale sobre esse processo e suas mudanças.
Samuel Quinto: Comecei a compor com 12 ou 13 anos, mas já não me recordo bem disto. Era um processo bastante intuitivo e simples. Hoje, componho de várias formas, com aplicação de técnicas diversas, nunca deixando de lado a mesma intuição da minha infância. Também gosto de saber a opinião dos meus amigos, músicos ou não sobre ideias musicais. Gosto de pesquisar, de colher dados rítmicos por exemplo. Estudei várias claves afro-cubanas, brasileiras, porto-riquenhas etc, de maneira geral sul-americanas, para aplicar nas minhas composições sobre melodia, ataques, fraseados etc.

Revista Keyboard Brasil: Como é sua rotina de estudos? Você pratica todo dia?
Samuel Quinto: Já pratiquei até 14 horas por dia, porém como tenho desempenhado várias atividades atualmente, não consigo uma rotina precisa de estudo ao piano, no entanto quando se aproxima algum concerto (algo como 2 semanas de antecedência) eu costumo ler bem menos e sentar no piano por muitas e muitas horas. Se eu me programo para 8 horas de prática, eu utilizo 5 horas para técnica e 3 horas para repertório. A 3 dias do concerto eu inverto,  faço 5 horas de repertório e 3 horas de técnica.

Revista Keyboard Brasil: Em sua opinião, o que caracteriza um excelente pianista?
Samuel Quinto: Alguém que possui uma alta dose de disciplina, organização, determinação, criatividade e paixão. 

Revista Keyboard Brasil – Você tem alguma “dica” para estudantes de piano que encontram certa dificuldade em memorizar partes específicas de determinadas obras?
Samuel Quinto: Os americanos costumam dizer: ‘Practice, practice, practice’. Mas a dica é repetição em andamento muito reduzido e a outra super importante é: Faça os seus dedos memorizarem, ou seja, se você repete sempre com o mesmo dedilhado, os seus dedos irão memorizar aquela “forma”, daí você então poderá manter o foco somente na interpretação. Caso sinta que está sempre errando na mesma parte dê um tempo, vá dar uma voltinha, tomar um café, então você volta, e toca outra coisa que te agrada muito para relaxar um pouco. Quando estiver bem mais relaxado tente novamente. Isto é um ciclo contínuo.

Revista Keyboard Brasil: Por que escolheu o gênero Jazz Latino? 
Samuel Quinto: Achei que por ser Latino-americano vivendo na Europa e por ver o crescente interesse do público europeu pelo gênero, seria mais fácil conseguir mostrar minha música e ter reconhecimento.

Revista Keyboard Brasil: Como os ouvintes europeus receberam o Jazz Latino no início? Há interesse dos jovens estudantes por este estilo?
Samuel Quinto: Minha música foi muito bem recebida. Sou muitíssimo grato a todos os europeus, pois pude conhecer países e culturas fazendo a minha música e agregando valores a ela. E, sim, é gratificante ver estudantes interpretando minhas músicas e pensando sobre elas. Só tenho a agradecer a todos eles que ajudam a divulgar ainda mais este estilo no mundo.

Revista Keyboard Brasil: Você ministra palestras e workshops numa área que abrange desde produção musical e composição, como técnicas instrumentais e vocais. Nunca sentiu preconceito por não ter tido uma formação musical convencional?
Samuel Quinto: No início da minha carreira eu sofri um pouco. Mas a perseverança faz uma grande diferença na vida de uma pessoa, me ajudou a querer ser um pesquisador. Comecei então um processo didático pessoal, de estudo teórico-prático de 12 a 14 horas diárias. Desta forma, fui ampliando o domínio técnico do instrumento, e do conhecimento em áreas diversas. Ainda continuo com esse estudo profundo. Não consigo parar (risos). Eu fiz diversos cursos que vão desde produção musical até acústica, passando por Songwriting e composição clássica, mas nenhum deles foi no Brasil.

RKB: Pode nos falar sobre sua primeira composição sinfônica, composta em 2011, intitulada Sinfonia nº1 em Lá Bemol Maior “Pascha Aeternam”?
SQ: Bom, pensei assim “nunca compus uma valsa”. Queria algo majestoso, como as valsas de Tchaikovsky ou Brahms. Tive ideia do motivo em Lá Bemol Maior e comecei a desenvolver a estrutura da valsa. Pensei numa formação sinfônica clássica e fui montando a grade. Quando terminei, pensei que poderia escrever uma variação menor com menos notas do motivo e criar um adagio ou moderato. Percebi que poderia, então, criar uma sinfonia em 4 movimentos na forma  sonata. Para o 2º movimento, ouvi atentamente por várias vezes a Lacrimosa e Confutatis do Réquiem de Mozart para me inspirar. Para o 1º movimento foram usadas variações dos outros dois. O 4º movimento foi inspirado pelo Messias de Handel. Depois, pensei em transformar a obra numa sinfonia coral, como a Sinfonia nº 9 de Beethoven, mas com libreto em Latim e Português, retratando a Paixão de Cristo. A letra foi em parceria com meu amigo André Lamas Leite. 

RKB – Você morou durante 7 anos em Portugal, e tem seu nome entre os tops do jazz instrumental na Europa, é considerado um dos maiores representantes do Latin Jazz europeu, dedicando-se a divulgar o estilo no mundo. Por que pensou em voltar ao Brasil?
SQ: Foram vários fatores que me motivaram a isso; como família, divulgação do meu trabalho no meu país natal, amigos, etc. Foi uma soma de valores bem medidos e pesados.

RKB – Esse ano, você obteve diversos títulos. Como se deu a nomeação na National Federation of Music Clubs onde se tornou o primeiro estrangeiro a pertencer à ordem dos músicos do Estado da Pennsylvania?
SQ: Surgiu a partir de uma conversa com a editora chefe da Piano Magazine através de uma rede online de contatos, onde ela me convidou a ser membro do American Council of Piano Performers (ACPP), a qual ela é também presidente. Alguns dias depois, em conversa com uma pianista americana, ela  me sugeriu entrar em contato com a NFMC, pois iria agregar muito valor a ambas as partes esta comunicação. Eu escrevi para eles e recebi uma resposta bem interessante. Me perguntaram o porquê do meu interesse. Dei 3 motivos, que ao meu ver, eram importantes para ambos. Então pediram-me um prazo para avaliarem em reunião do conselho administrativo. Após 11 dias recebi a resposta positiva e um convite da chairman da Pennsylvania Federation of Music Clubs para me tornar Senior Member, a ser anunciado na conferência de 2016 em Tulsa, como primeiro estrangeiro membro desta federação.

RKB – Você também foi eleito recentemente como membro da Real Sociedade de Artes Britânica – Royal Society of Arts (RSA), cuja patrona é a Rainha Elizabeth II e a presidente da Sociedade é sua filha Princesa Real Anne Elizabeth Alice Louise. É o único músico brasileiro a fazer parte desta sociedade fundada em 1754 em Londres. Como se sente?
SQ: Fantástico! Fazer parte de algo tão sério, grandioso, com tanta tradição e inovação é realmente uma honra. Poder estar em contato direto com grandes expoentes das artes, da educação, do pensamento contemporâneo global, através de reuniões no belíssimo prédio da RSA, das conferências ou até mesmo através da nossa plataforma online é muito engrandecedor. 

RKB – Você também é membro de outra sociedade importante, a ICTM (International Council for Traditional Music) que tem por objetivo formar grupos de pesquisa. Já pensou sobre que tema(s) abordará inicialmente? 
SQ: Ainda estou em processo de aprendizado acerca dos grupos de pesquisa e funcionamento da organização, mas pretendo trazer uma abordagem sobre ritmos brasileiros e suas influências nas culturas locais, algo que venho estudando a algum tempo, porém relacionado com as minhas composições em jazz. 

RKB – Pode nos falar sobre o livro “Improvisar é muito fácil!” lançado este ano? 
SQ: O livro foi escrito para ser um guia prático para iniciantes e até mesmo ser um manual de consulta para avançados em todos os instrumentos, inclusive cantores. Ele foi escrito de uma forma muito descontraída, como num bate-papo. Queria ajudar os músicos que possuem alguma dificuldade em entender alguns livros técnicos a perceberem várias nuances que vão desde a linguagem usada no meio jazzístico, até o estudo e aplicação prática de várias técnicas. Ele será lançado em dezembro pela Chiado Editora de Portugal. O prefácio foi escrito pelo mestre da bateria, Michael Charles Lauren que é fundador da Drummers Collective em NY, Coordenador do Curso de Jazz da Escola Superior de Música, Artes e Espetáculos em Portugal, além de ser um artista Yamaha(bateria), Zildjan (pratos e baquetas) e Remo(peles). É assinado pelo MMus. Sandro Norton, um guitarrista formidável que atualmente tem tocado com ninguém menos que Gary Burton. A foto da capa foi gentilmente cedida por Winton Marsalis – Jazz at Lincoln Center.

RKB –  Como se deu o convite para escrever na  maior revista especializada em Jazz do mundo, a All About Jazz?
SQ: Um dia eu estava atualizando meu perfil de artista na revista e recebi um inbox do Michael Ricci que é o fundador da All About Jazz. Ele disse que gostava muito de música brasileira, especialmente da Tropicália. Disse também que a revista precisava desenvolver a vertente do Latin Jazz que é um universo tão vasto e com tão pouco espaço na revista. Falou que não tinha um editor na América do Sul e me propôs este enorme desafio, como gosto de desafios, aceitei.

RKB – Em um ano tão agitado, pensa em férias ou já tem em vista outros projetos?  
SQ: Este ano está sendo atípico. Muitas  coisas ótimas e inusitadas aconteceram. Projetos não param na minha mente, mas penso sim numa paradinha no final do ano para estar à vontade com a família, se Deus quiser.

RKB – Gostaria de deixar alguma mensagem?
SQ: Quero deixar minha profunda gratidão a Deus e a cada um que tem apoiado a minha carreira, sem vocês seria impossível seguir em frente. Keyboard, você é o máximo!




________________________
* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost writer e esportista. Amante da boa música, está há 10 anos no mercado musical de revistas. Já trabalhou na extinta Revista Weril e atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil.













2 comentários:

  1. Grande Samuel, amigo recente,músico de 1ª. Tive o prazer de conhecer um pouco do seu excelente trabalho. Toque em frente, sua música alegra o mundo!

    ResponderExcluir