segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016


REPÚBLICA, OLIGARQUIA & PARLAMENTARISMO



NÃO SEJA TOLO! ENTENDA O QUE PREGA CADA SISTEMA EM TERMOS DE PROPOSTAS CONCRETAS PARA NOSSA RECUPERAÇÃO ECONÔMICA E SAIA ÀS RUAS SABENDO O QUE REALMENTE DESEJA PARA O NOSSO BRASIL!

* Por Luiz Bersou


Reprodução de uma frase

A democracia não é só o império do voto, da vontade da maioria. A democracia é também o altar do respeito às leis. Não sei quem é o autor, mas a frase nos leva à razão de sucesso de tantas sociedades. As leis são para valer e a democracia se traduz pela prática da convivência no respeito a elas.

O interessante é que a expressão democracia não aparece nas cartas magnas das Repúblicas mais importantes e douradoras que a história registra, a saber a República Romana e Estados Unidos.

A razão é que, fundamentos e princípios de base, geraram a qualidade das leis que se colocam então acima da democracia. Colocada a questão da qualidade das leis, vem então a qualidade dos sistemas que constroem as leis e dos sistemas que praticam a justiça diante das leis. Algo muito sério a ser muito trabalhado.


A grande missão do Líder

Quando do Pacto de Moncloa, Filipe Gonzalez, então primeiro Ministro da Espanha enunciou uma frase que desde então é uma referência para líderes de governos e de empresas também.

Nessa frase, ele diz que o papel principal do governante é ter mais velocidade do que a sociedade. A partir de princípios e fundamentos bem estabelecidos, deve correr na frente, enxergar antes e, dessa forma, preparar antecipadamente os caminhos que a sociedade irá percorrer na busca de sua maturidade, liberdade, qualidade do trabalho, eficiência e, acima de tudo, na construção de mais riqueza e qualidade de vida para todos.

O que se caracteriza aqui é que há uma questão de velocidade na caracterização do funcionamento de uma sociedade. A proliferação de favelas, o colapso da indústria, a evolução do crime e o colapso do ensino são manifestações de eventos em alta velocidade e sem controle e resposta.

Fica evidente, então, que a qualidade do conjunto de leis, em ambientes em contínua transformação como acontece hoje em dia, tem muito a ver com o tema velocidade. Velocidade de transformação social tendo, como contrapartida,  a velocidade de ação de governo.

Trata-se de um tema que nunca foi discutido nas nossas estruturas de governo. A ação de governo precisa ser consistente, bem pensada, bem estudada e veloz. Velocidade de ação e resposta é fator fundamental de eficácia.


A organização do Estado e o seu encontro com a Sociedade

Vamos lembrar que no caso brasileiro, a organização do Estado existiu antes de existir a sociedade. Não foi a sociedade brasileira que, ao longo do tempo, foi dando estrutura e consistência ao Estado como aconteceu com a maioria dos países que não vieram de oligarquias e ditaduras.

Aqui, as capitanias hereditárias fizerem esse papel. Constituíram o Estado patrimonialista antes da Sociedade. Conceitos absolutistas com objetivos de submissão e obediência imposta e controle da sociedade. O pior é que esse modelo de governo foi adotado por clonagem em muitas empresas. Dessa maneira, temos a sociedade a serviço do Estado como querem as entidades de governo e não o Estado a serviço da sociedade como é necessário que assim seja.

Sujeitos a uma situação de Brasil Colônia, apenas nos era imposto alimentar esse triste Estado. Foi então sendo constituído desde aquela época o que temos hoje, que são os fundamentos do dito Estado de Direito. Direitos não de justiça, mas direitos daqueles que para sua conveniência constituíram esse Estado de conveniência, de proteção de interesses, ardilosamente chamado de Estado de Direito para dar uma satisfação enganosa aos eleitores.


Decorre que governos absolutamente corruptos como temos atualmente, tem toda uma base “dita legal” para continuar a sua caminhada, produzindo como sempre emanações fétidas que se espalham por todo lado.

Por conta dos arranjos que aí estão colocados, falhamos miseravelmente no fundamento velocidade. Assistindo debates políticos fico escandalizado como os participantes concordam que para ajeitar as coisas, de forma que nenhuma das partes perca, esse é sempre o viés político brasileiro, vamos levar de 10 a 20 anos para corrigir esse estrago todo. Enquanto isso, esperam dos desempregados, aqueles que não tem mais tempo, a 'paciência de Jó'.


Estado e oligarquia

O discurso que vemos na mídia é muito claro. Preservação de oligarquias instaladas nos governos, sempre a serviço de seus próprios interesses. Nenhum agente de governo está interessado no Brasil. Eles estão interessados no que podem arrancar de todos nós para o seu próprio benefício.

É interessante que no passado tivemos para a América Latina programas sociais como, por exemplo, a Aliança para o Progresso. Eles buscavam cooperação econômica tendo como referência o Plano Marshall que existiu para aumentar a velocidade de recuperação econômica da Europa destruída pela Segunda Guerra Mundial.

A Segunda Guerra gerou a necessidade de um plano de recuperação econômica. A destruição da economia latino americana pelas oligarquias que sempre a dominaram, requereu também planos de modernização e recuperação econômica. O Plano Marshall na Europa cumpriu seus objetivos. Aliança para o Progresso e seus equivalentes foram desativados por falta de resultados. Culpa das oligarquias como temos aqui.


Parlamentarismo como solução de velocidade e agilidade de governo

O grande mérito dos sistemas parlamentaristas é de que os incompetentes caem em poucos dias. No Brasil se defende a tese de que o incompetente e corrupto tem o direito de manter o poder até o fim do seu governo, porque ele foi eleito para um determinado período de tempo. 


Somos especialistas na ideia do Parto da Montanha.

A tese é de que o respeito pelo tempo dado ao governante é mais importante do que a falta de respeito pelo estrago que ele possa provocar na nação. Um absurdo.

Essa tese é simplesmente ridícula. Estamos todos paralisados querendo que o tempo resolva o que nós não queremos resolver. Está então na hora de entendermos com profundidade os méritos e problemas de um sistema parlamentarista e partir para ação.

Os movimentos sociais de contestação que estão por aí continuam com mãos vazias em termos de propostas concretas para a recuperação econômica. Ruas mais vazias quando dos protestos. Por que não assumir a proposta parlamentarista?

_____________________
* Atualmente dirigindo a BCA Consultoria, Luiz Bersou possui formação em engenharia naval, marketing e finanças. É escritor, palestrante, autor de teses, além de ser pianista e esportista. Participa ativamente em inúmeros projetos de engenharia, finanças, recuperação de empresas, lançamento de produtos no mercado, implantação de tecnologias e marcas no Brasil e no exterior. 







Nenhum comentário:

Postar um comentário