terça-feira, 25 de outubro de 2016


O Mestre Erudito do Classic Rock JON LORD
CONSIDERADO POR MUITOS COMO UM DOS MAIORES E MAIS INFLUENTES MÚSICOS DO ROCK EM TODOS OS TEMPOS, JON LORD FOI INCENTIVADO DESDE MUITO CEDO A DESENVOLVER SUAS HABILIDADES MUSICAIS. PIANISTA E ORGANISTA, VIRTUOSO E PROLIXO, ALÉM DO DEEP PURPLE E WHITESNAKE, TOCOU NAS BANDAS PAICE, ASHTON & LORD, THE ARTWOODS E THE FLOWER POT MEN. PERSISTENTE, IMPEDIA QUE IDEIAS FOSSEM DEIXADAS DE LADO NOS PROCESSOS DE COMPOSIÇÃO. UM MÚSICO QUE GOSTAVA DE OUVIR O QUE SEUS COMPANHEIROS TINHAM A APRESENTAR. E, CORDIALMENTE TRABALHAVA PARA QUE CADA ÁLBUM GRAVADO FOSSE SUPERIOR AO ANTERIOR TESTEMUNHANDO SUA GRANDEZA. UM VERDADEIRO LORD.

 * Por Amyr Cantusio Jr.


Jonathan Douglas Lord, mais conhecido como Jon Lord nasceu em plena Segunda
Guerra Mundial, em Leicester, na Inglaterra, em 9 de junho de 1941.

Aos 5 anos, começou a ter aulas de piano clássico incentivado principalmente por seu pai que era saxofonista. Rapidamente, aprendeu o repertório de Bach e também temas pop.

Aos 19 anos, sonhando se tornar um ator, recebeu uma bolsa de estudos em Londres, para onde se mudou. Ao mesmo tempo, começou a tocar em pubs, apresentando um repertório que misturava jazz e rhythm and blues, influenciado por músicos como Jimmy Smith e Jerry Lee Lewis.

A carreira de ator foi ficando para trás enquanto Lord ia fazendo currículo com bandas como The Artwoods e Santa Barbara Machine Head, nas quais o órgão Hammond (instrumento que adotara como o seu preferido) já se destacava, conduzindo as músicas. 

Cofundador da banda Deep Purple...

O Deep Purple teve início em 1968, com o nome Roundabout. A banda se apresentava na América a início como acompanhantes do artista Chris Curtis. A primeira formação, que lançou três discos de pouca repercussão (Shades of Deep Purple, The Book of Taliesyn e o álbum homônimo Deep Purple) contava com o vocalista Rod Evans, o guitarrista Ritchie Blackmore, o baixista Nick Simper, e o baterista Ian Paice, além do próprio Jon Lord nos teclados. 

O nome Deep Purple foi sugerido por Ritchie Blackmore, e retirado de uma música que a sua avó gostava. Em 1969, resolveram arriscar uma mudança no direcionamento musical da banda, convidando o vocalista Ian Gillan (ex-Episode Six) e o baixista Roger Glover (ex-Episode Six), passando a buscar um estilo que misturasse música clássica europeia ao hard rock, que surgia na Inglaterra. Coisas como Procol Harum, The Nice e Van Der Graaf Generator. Desta forma lançaram o LP Concerto for Group and Orchestra que foi recebido com respeito (e com um pouco de estranheza) pela crítica. Não foi, todavia, um grande sucesso de público. 

Dariam uma virada de 180 graus em 1970, com o álbum Deep Purple in Rock, um clássico petardo, um dos mais impactantes álbuns do rock setentista. Vide em detalhes as performances alucinantes de Lord, Blackmore e Gillan em especial, transformando imedia-tamente o Deep Purple em uma banda muito conhecida e influente. São deste disco alguns dos primeiros grandes clássicos da banda, "Speed King", "Child in Time" e "Black Night". 

Mais além, citaria LPS clássicos com a presença marcante de Jon Lord na estrutura musical (acho-os principais e mais relevantes) holística do grupo como: Shades of Deep Purple (1968); The Book of Taliesyn (1968); Deep Purple (1969); Concerto for Group and Orchestra (1969, ao vivo); In Rock (1970); Fireball (1971); Machine Head (1972); Made In Japan (1972, ao vivo); Who Do We Think We Are (1973); Burn (1974); Stormbringer (1974); Come Taste the Band (1975); Perfect Strangers (1984); The House of Blue Light (1987); Slaves and Masters (1990); The Battle Rages On... (1993); e Purpendicular (1996).

Jon Lord como compositor, pianista, formação erudita sólida, virtuo-se nos teclados, em especial o órgão Hammond e o Grand Piano (sua marca registrada!) faria ainda álbuns solos deslumbrantes e marcantes, dos quais nos anos 70 eu furei os LPS de tanto ouvir. 

Cito estes em especial, com certeza, os melhores: Gemini Suite (1972); Windows (1974), com este cast estupendo: Jon Lord - teclas, piano  David Coverdale - vocais  Ray Fenwick - guitarra  Tony Ashton - piano  Glenn Hughes - baixo, vocais  Pete York - bateria; Sarabande (1976), este considero a “masterpiece” um trabalho realizado com a Munich Chamber Opera Orchestra conduzida pelo maestro Eberhard Schoener e o grupo, com temas de J. S. Bach, solos e melodias esmagadoras, permanece 100% magnífica!; Before I Forget (1982), em especial gosto de 2 faixas neste LP, uma versão da Toccata em Dm de Bach com o virtuose batera Simon Phillips e Tender Babes com o falecido batera Cozy Powell.

Lord ainda seria o tecladista de base do famoso grupo de David Coverdale “WHITESNAKE” junto ao qual registraria inúmeras outras obras primas. 

De grande contribuição à música, Lord foi condecorado em 2010 como membro honorário da Stevenson College, nos Estados Unidos. Em 2011, também foi homenageado com o título de doutor honorário em música na Universidade de Leicester, cidade onde nasceu. Em 2009, 3 anos antes de sua morte, Lord se apresentou no Brasil com a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, na Virada Cultural paulistana. 

Uma brilhante carreira! Prolífera, bela, pomposa e marcante, tanto na história do Classic Rock quanto no Erudito de vanguarda!!




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*Amyr Cantusio Jr. é músico piano, teclados e sintetizadores) compositor, produtor, arranjador, programador de sintetizadores, teósofo, psicanalista ambiental, historiador de música formado pela extensão universitária da Unicamp e colaborador da Revista Keyboard Brasil.



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