sexta-feira, 21 de outubro de 2016

SINGLE É A SOLUÇÃO OU UM TIRO NO PÉ DO MÚSICO?

POR QUE TER UMA OBRA MUSICAL PODE SER MAIS IMPORTANTE QUE UM SINGLE? É O QUE VOCÊ VAI LER A SEGUIR!

* Por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa

Um single é uma canção considerada comercial pelo músico e pela gravadora para ser lançada individualmente. No passado, podia aparecer em um álbum. Era tida como uma música de divulgação para ser lançada em rádios. A expressão é originada nos EUA. No final da década de 1950, com o Rock, o single experimentou uma “explosão” em vendas e passou bem a frente do Long Play (LP) de 78 RPM.

O foco do single era o freguês que temia gastar muito dinheiro comprando um álbum Long Play (LP) de um artista desconhecido. Se o single fosse bom, o freguês ficaria interessado em comprar o LP. O single era uma estratégia de marketing das gravadoras por uma questão de custo e benefício de um novo lançamento. Naquela época, o custo de gravação e prensagem de um álbum era muito alto. O single também era uma indicação do produtor do artista para as rádios, como um teste-marketing de uma audição feita pelos ouvintes. 

Com a era digital, é comum o single ser lançado em diversos formatos, ou apenas no formato digital em serviços online de venda de música para download.

Hoje, o custo de gravação e a prensagem não são os grandes obstáculos. E, como pagar para tocar em rádios não faz parte da realidade do músico indepen-dente, deixar uma obra musical que não seja engolida pelo tempo é o desafio. 

Hoje, o single tanto pode ser como um bilhete premiado ou considerado um tiro no pé, pois a estratégia pode aparentar amadorismo. Com muitas opções musicais para o público ouvir, conseguir que alguém escute a sua música pela primeira vez passou a ser o grande desafio.  A oferta está quase igual à procura. 

A banalização do mercado musical faz o público achar que toda música desconhecida é uma nota qualquer. É apenas mais uma “bandinha” ou cantorzinho (a) querendo ser celebridade instantânea. A arte musical passou a ser avaliada como simples mercadoria. A internet facilitou o acesso, mas nivelou por baixo a música. Talvez, um álbum com dez músicas possa ser considerado um bom portfólio musical.

Ter uma obra musical pode ser mais importante que um single. Uma música de trabalho no passado enterrou carreiras promissoras. Cantor (a) ou banda de uma música só. A quantidade mais do que nunca tem que andar de mãos dadas com a qualidade.

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*Antonio Carlos Da Fonseca Barbosa é jornalista, músico, letrista e poeta paraibano criador da revista online Ritmo Melodia com o intuito de divulgar a música popular, regional, instrumental e erudita, além de músicos - brasileiros ou não.



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