segunda-feira, 24 de outubro de 2016

POR QUE AS PESSOAS NÃO SE INTERESSAM MAIS POR  MÚSICA - PARTE 2

TÁ AÍ O NOSSO DESAFIO: MUDAR A OPINIÃO DAS PESSOAS COM  RELAÇÃO AO ENSINO MUSICAL. E NÃO ESTOU FALANDO DO ENSINO MUSICAL SOMENTE AQUI NO BRASIL, NÃO! ESTOU FALANDO DO ENSINO MUSICAL NO MUNDO. ISSO, MESMO! NO MUNDO TODO.
* Por Luiz Carlos Rigo Uhlik

O desejo pelo aprendizado musical está praticamente desaparecendo. Se a pessoa não tem envolvimento, um certo “dom”, não se interessa mais em aprender um instrumento musical. Isto é um fato; não carece de opinião!

Este fenômeno está acontecendo no mundo todo. Nos países ditos “civilizados” o ensino musical persiste porque é obrigação. Cessada a obrigação, abandona-se o estudo, e ponto final. Nada mais de música; a não ser para escutar e assistir espetáculos musicais. Nos países onde esta obrigatoriedade não existe, acabou. Acabou, mesmo!

Um pequeno exemplo: as Escolas Musicais, no Brasil, estão desaparecendo. Agora, com o acirramento da crise, então, as portas estão se fechando em todos os lugares. Escolas tradicionais, professores, todo mundo está desesperado.

Nunca vi tanto anúncio, tanta postagem no Face, no sentido de incentivar as pessoas a se interessarem por música. Velho jargão: Agora é tarde! Se formos falar de números, então, o caos já está instalado.

Este ano não vamos fechar o Setor de Ensino Musical com a cifra de R$ 500 milhões em todo o país, incluindo Escolas Tradicionais, Conservatórios e Universidades (somando, inclusive, as verbas destinadas às Instituições Públicas de Ensino de Música)....

Pense! Ah! Você precisar clarear a matemática? Bom: em 2015, o PIB Brasileiro chegou a quase R$ 6 trilhões (e você ainda pensa que somos um país pobre e que não temos dinheiro!).

Tenho batido e muito, na teoria de que o formato do ensino musical está completamente errado. As pessoas começam o aprendizado com informações que só serão relevantes muito mais tarde; mas, muito mais tarde, mesmo. Isso, se a pessoa persistir na vontade de querer aprender música.

O que está errado? A metodologia. Quem entra para uma escola de música, independente do desejo ou não, de se profissionalizar, passa pelos mesmos estágios.

Teoria, Solfejo, pentagrama, livros  e, dos mais engraçados: imagine um senhor de 60 anos, no ávido interesse em aprender a tocar piano, adquirir, nas melhores casas do ramo, um livrinho chamado “Leila Fetcher”, e passar a tocar “The Frog”? Piada, não? Ou então, adquirir o famoso Hanon?

Ora, pois, amigos! O bom e velho amigo Hanon morreu no milênio passado... Caramba! Um verdadeiro inferno. Este material todo só tem sentido para o professor.

Entenda isso! Somente o professor, o mestre, é que consegue entender o significado de tudo isso. O aluno, o interessado, não. Crie uma necessidade e você tem o mundo nas mãos.

Tenho insistido nisso.Se o aluno não tem necessidade de Leila Fetcher, Hanon, Bona, etc, não vai se interessar por música. Portanto, sugiro uma boa reflexão. - Ah! Mas estou sem nenhuma ideia de como enfrentar este problema... 

Eu, não! Por isso vou sugerir uma reflexão sobre a metodologia do aprendizado musical. E, olha, você vai se surpreender com o que vou descrever.

Tem aquela frase: “o que temos para hoje é saudade”. Pois, vou ousar nesta edição da nossa matéria. O que temos para hoje é o apontamento do que pretendo propor para o Ensino Musical.

Que venham as pedras, que venham as críticas, que venham as sugestões. Aliás, você está preparado para este desafio? Vamos lá:

O Ensino Musical, tal como se apresenta, é um "porre"! Somente persiste quem tem muito desejo, muito interesse em aprender música. Então, vou sugerir mudanças. E as mudanças envolvem, claro, a metodologia.

Sugiro você pensar, agora, já, neste momento, nos 7 passos que vou mencionar...

“Somos o que fazemos repetidamente. Por isso, o mérito não está na ação e, sim, no hábito.”

Para criar o hábito e o interesse pelo aprendizado musical você precisa:
1. Ouvir: ouvir música, ouvir música de todas as vertentes, do clássico ao popular;
2. Adaptação: transferir esta informação para o Instrumento Musical. (No meu entender, obrigatório utilizar, nesta fase, o Teclado Arranjador)
3. Percepção: aguçar os ouvidos, ou seja, aprender a utilizar as mídias e os canais que envolvem música, música de todas as vertentes;
4. Repetição: repetir, repetir, repetir e repetir, várias vezes, trechos de temas simples que você escutou;
5. Criatividade: ousar na execução do que você escutou; uma espécie de “improviso”, onde a sua identidade fale muito mais alto do que o tema principal;
6. Simplicidade: apreciar a simplicidade, a maneira fácil de entender música;
7. Falar Música: percepção e entendimento sobre as frases musicais.

Depois disso, é claro, pode descarregar todos os Hanons, Bonas, e Fletchers da vida.

A música já está incorporada em você e tudo o que for acrescentado só vai somar e fazê-lo entender, definitivamente, o sentido da revelação, da música.

Simples, assim! Avante!

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*Amante da música desde o dia da sua concepção, no ano de 1961, Luiz Carlos Rigo Uhlik é especialista de produtos e Consultor em Trade marketing da Yamaha do Brasil., além de colunista nas Revistas Keyboard Brasil e Música & Mercado.





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