sexta-feira, 3 de março de 2017

VIDA DE TECLADISTA

NO BRASIL, A VIDA DE MÚSICO NÃO TEM SIDO FÁCIL PARA NINGUÉM, MAS COM PROFISSIONALISMO E ALGUMAS DICAS PODEMOS CONTORNAR ESSA SITUAÇÃO.

* Por Hamilton de Oliveira

Hoje vou falar um pouco sobre a vida de tecladistas que já tocam profissionalmente e os que estão iniciando no mercado de trabalho.

Ser músico profissional, como o nome bem diz, exige uma dedicação intensa no estudo da técnica do instrumento, qualidade sonora desejada, programação prévia dos timbres a serem usados nas músicas do repertório a ser tocado, bem como outros fatores não menos importantes, como rigor com horários, roupa bem arrumada, gentileza e educação com os contratantes e com o público e, assim por diante. Ser tecladista exige, além de tudo isso escrito acima, um instrumento de qualidade que tenha recursos de programação e edição de timbres, sampler (quando necessário) e outros recursos característicos dependendo da música a ser tocada.

No Brasil, a vida de músico não tem sido fácil para ninguém. No entanto, podemos encontrar alguns casos de sucesso profissional entre aqueles que vivem da música em meio à toda essa crise.


No caso dos tecladistas, a primeira barreira a ser encontrada, na minha opinião, é em relação ao preço dos teclados, um absurdo se compararmos com o mesmo teclado vendido lá fora por um preço bem mais acessível, tudo por conta das altas taxas de importação do país. Devido a isso, o músico torna-se obrigado a usar um teclado bem mais simples de recursos, o que pode comprometer seu trabalho profissional.

Outro fator desestimulante é o cachê pago para a maioria dos músicos, que hoje está bem abaixo do mercado, deixando-o sem vontade de investir em novos instrumentos. 

Por outro lado, o músico que estuda, investe, se dedica e mostra um serviço de qualidade está sempre à frente do seu tempo e é constantemente chamado para qualquer tipo de evento, pois sabem que podem contar com seu profissionalismo. 

Tem surgido ultimamente uma safra boa de bons músicos, e junto a esses surgem aqueles tecladistas que não tem o mínimo interesse de se aperfeiçoar ou mesmo se atualizar nos seus estudos de repertório e técnica, isso torna o trabalho comprometido, pois a vontade de fazer sempre o melhor depende de cada músico.

Uma dica de estímulo interessante seria ouvir atentamente trabalhos de músicos experientes e tentar absorver o que eles estão transmitindo, e assim criar a sua própria identidade. Se comprometer a estudar diariamente, não só a técnica do instrumento, mas também músicas de estilos diversos, eu diria “brincar” com o teclado criando sonoridades diferentes.

O sucesso será sua satisfação e felicidade em tocar num lugar que te faça feliz.  Até breve.

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* Hamilton de Oliveira iniciou seus estudos no Curso de MPB/Jazz no Conservatório de Tatuí, formou-se em Licenciatura pela UNISO no curso de Música e Pós-graduou-se pelo SENAC em Docência no Ensino Superior. É maestro, tecladista, pianista, acordeonista, arranjador, produtor musical, professor e colaborador da Revista Keyboard Brasil.




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